Porque Dia Nacional do Formador… é todos os dias!


No dia 18 de novembro de 1994 foi publicado o Decreto Regulamentar n.º 66/1994, que pela primeira vez regulamenta o exercício da atividade de formador no âmbito da formação profissional inserida no mercado de emprego, tendo posteriormente sido instituído esse mesmo dia, de forma simbólica, como o Dia Nacional do Formador.

Foi no contexto de reconhecimento destes profissionais que, nos dias 17 e 18 de novembro de 2023, se realizou o XI Encontro Nacional de Formadores subordinado ao tema “Ninguém aprende de trombas. A Felicidade, o Prazer e a Diversão na Aprendizagem”. Este Encontro constituiu-se, uma vez mais, como um espaço de partilha e de colaboração dos diferentes profissionais da formação provenientes de distintos setores de atividade, vendo-a como um alicerce estruturante da aprendizagem ao longo da vida.

Durante o evento foi possível apr(e)ender com os testemunhos dos vários oradores cujas intervenções se focaram em conceitos tão diversos como complementares e também comuns ao mundo da formação, tais como empatia, vontade, sentido e liberdade. Do Genially às diferenças entre o ensino e a aprendizagem, dos vértices do triângulo pedagógico ao design na atividade formativa, da neurobiologia da felicidade às pontes que a Escola da Ponte concretiza, da felicidade e do bem-estar nas escolas à Associação Happy Schools Portugal… a transversalidade da riqueza concetual aplicada também à atividade formativa foi, de facto, o denominador comum.

Se a formação ocorre em distintos setores, os Centros Qualifica não são exceção, uma vez que enquanto porta de entrada para todos os que procuram uma qualificação escolar e/ou profissional, são também um importante mecanismo de capacitação e de promoção da autodescoberta de quem a eles se dirige. E, mais concretamente no processo de RVCC, também aqui todos somos formadores, pois não são raras as vezes em que os candidatos confidenciam que aprendem com os Formadores, mas também com os Técnicos… e para a construção desse caminho não há “o” Dia do Formador, porque todos os dias o são.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Seminário de Educação de Adultos


No dia 7 de julho de 2023 decorreu o IX Seminário Nacional e I Seminário Internacional de Educação de Adultos, promovido pela APEFA – Associação Portuguesa de Educação e Formação de Adultos, subordinado ao tema “Cidadania e Multiculturalidades”. Este momento formativo pretendeu contribuir para uma discussão sadia e um debate informado em torno da Educação e Formação de Adultos ao longo (e em todos os espaços) da vida, determinante para a construção de um Portugal empreendedor, desenvolvido, solidário e mais humanizado. Para tal, reuniu um conjunto de palestrantes diversificado que incluiu investigadores e operadores responsáveis (técnicos e políticos) no campo da Educação de Adultos que ajudaram a refletir e a empreender nesta missão que, sendo local, é global e  uma tarefa e responsabilidade de todos.

Assim, nas duas mesas temáticas foram debatidos aspetos prementes relacionados com as políticas públicas de Educação de Adultos, quadro comunitário, instrumentos e formas de operacionalização das práticas. Destacou-se que antes de se olhar para qualquer meio de financiamento deste tipo de políticas públicas, é determinante definir o que realmente se pretende alcançar na década 2020-2030 e quais os objetivos nacionais e regionais, pois apenas dessa forma se pode efetivamente trabalhar para a coesão territorial.

Tendo as metas da Educação de Adultos sido articuladas com o Pilar dos Direitos dos Direitos Sociais, carecem de apoio de toda a sociedade portuguesa, de modo a alavancar todo o esforço encetado. Neste sentido, urge envolver todos os agentes, desde autarcas a profissionais, que devem estar cientes da importância de investir nesta área e de esboroar fronteiras dos modelos clássicos, de modo a implementar ruturas que nunca foram feitas e encontrar convergências territoriais e inovadoras.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

À conversa com… Licínio Lima


“À conversa com…” é um ciclo de conversas espontâneas sobre Educação de Adultos, em que os entrevistados não conhecem de antemão as questões em debate. Trata-se de uma iniciativa conjunta entre o Centro de Investigação em Educação de Adultos e Intervenção Comunitária (Universidade do Algarve), o Centro de Investigação e Intervenção Educativas (Universidade do Porto) e o Instituto Paulo Freire de Portugal.

No primeiro evento deste ciclo, no dia 24 de maio, foi dinamizada uma conversa com Licínio Lima, professor catedrático do Departamento de Ciências Sociais da Educação, do Instituto de Educação da Universidade do Minho, onde leciona desde 1981.

No decorrer da “conversa com…”, Licínio Lima destacou que há um discurso hiperbólico em torno da Educação de Adultos: tudo tem muita importância ou não tem importância nenhuma, o que tem levado a que, ao longo das últimas décadas, este tenha sido um campo de políticas e de ações muito intermitente. Não obstante o esforço encetado desde a ANEFA e prosseguido com a Iniciativa Novas Oportunidades e os Centros Qualifica, não existem políticas sistemáticas de Educação de Adultos em Portugal. Estas sempre foram fugazes, ao ponto de Licínio Lima considerar que hoje fala-se mais em capacitação, competências, formação profissional e qualificações do que propriamente em Educação de Adultos, embora reconhecendo o esforço e o mérito dos vários agentes que, no terreno, dão visibilidade a esta área.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

 

Aprender com os mais jovens


No passado dia 30 de maio, no ginásio da Escola Secundária de Pombal, assisti à brilhante representação da peça de teatro baseada na obra “José, será mago?” de Mário João Alves.

Os alunos do 9º F, com o apoio de professorasAlexandra Goreti e Fátima Rodrigues, prepararam a peça com muita dedicação e representaram-na bem. Observei que tiveram de memorizar falas muito longas o que valoriza ainda mais o desempenho deles.

O escritor Mário João Alves escreveu esta peça de teatro para dar a conhecer e homenagear José Saramago, uma grande figura da nossa literatura.

O título do livro encerra uma pergunta “José, será mago?” à qual será respondida ao longo da peça. Como qualquer mago, José leva a vida a “maguear”, a ver o que os outros não veem, a saber explicar as coisas melhor e a prever o que é que vai acontecer. José tem o dom da palavra. As palavras são muito importantes porque, se forem bem intencionadas, podem ter o poder de nos abraçar, de nos beijar, mas há outras que são como “espadas”, que magoam muito, mesmo no fundo do coração!

Parabéns a todos os que contribuíram para a representação desta peça de teatro!

 

Rosinda Nogueira – Candidata do processo RVCC de Nível básico

 

 

VIII Seminário Nacional de Educação e Formação de Adultos


No dia 21 de outubro realizou-se no Auditório Municipal de Mirandela, sob chancela da Associação Portuguesa de Educação e Formação de Adultos, o VIII Seminário Nacional subordinado ao tema “Educação de Adultos, Democracia, Liberdade”.

Sob este mote, foram partilhadas ideias, sentimentos e opiniões pelo facto de, nos últimos 48 anos de democracia, estranhamente ainda não ter sido criada uma política de Educação de Adultos sólida e coerente, assumida como prioridade nacional, sem medidas avulsas e de acordo com os tempos.

Se durante o Estado Novo a escola promoveu a domesticação do pensamento, formatando as mentes, castigando e condenando o erro, atualmente os estudos realizados pela equipa do POCH revelam o claro impacto da educação e formação na vida das pessoas desempregadas (maior taxa de inserção no mercado de trabalho) e das empregadas (maior produtividade e rentabilidade).

O envolvimento das pessoas é fundamental para edificar uma sociedade mais equilibrada e esclarecida. Contudo, é necessário ter presente que as decisões que conduzem as pessoas adultas a participarem (ou não) em atividades formativas depende também de barreiras silenciosas associadas aos seus papéis sociais, quantas vezes subtis. Por isso, se a verdadeira Educação visa a liberdade, esta deve ser educada, função que compete (não só, mas também) à Educação e Formação de Adultos.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Oficina virtual: Gestão de Aprendizagens Online e da Informação Científica 


No próximo dia 27 de setembro, às 19h30, tem lugar a oficina virtual «Gestão de Aprendizagens Online e da Informação Científica»

A sessão, dinamizada pelo Professor Dionísio Vila Maior (Departamento de Humanidades da UAb), visa abordar a pesquisa em contexto online tendo por base os seguintes aspetos:

  • Pesquisa de informação
  • Tratamento de informação
  • Produção de informação
  • Conselhos gerais

Tem como destinatários preferenciais os formandos dos Centros Qualifica e estudantes do ensino secundário ou universitário.

Este evento integra o Ciclo de Oficinas Virtuais Científico-Pedagógicas, dinamizado pelos Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede, em parceria com os Centros Qualifica dos Agrupamentos de Escola de Anadia, Pombal e Sertã e da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos.

A inscrição é gratuita, mas obrigatória, através do formulário: https://cutt.ly/0W17Que

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Cristina Costa – Coordenadora do Centro Qualifica

Mundos dentro do mundo


Refletir sobre a atividade educativa e formativa num contexto de diversidade cultural afigura-se sempre um desafio se olharmos à nossa volta e observarmos com redobrada atenção os fluxos migratórios de que a sociedade atual está impregnada. Não menos desafiante é, para quem trabalha na área da educação e da formação, atender a essa diversidade, no pleno respeito pelo que de mais específico tem cada Pessoa e cada cultura que nos procura.

Foi precisamente com o objetivo de apoiar no processo de desconstrução de estereótipos, analisar e compreender processos de exclusão, melhorar a capacidade de entendimento sobre outras culturas, aprofundar o conhecimento sobre a situação das comunidades ciganas e de comunidades imigrantes em Portugal e apoiar na identificação de estratégias de comunicação que a ANQEP convidou o Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Pombal a participar na ação “A formação profissional num contexto de diversidade cultural”. Com recurso a uma modalidade formativa à distância, tão apregoado pelos tempos que vivemos, foi através do Microsoft Teams que nas tardes dos dias 20, 21 e 22 de julho elementos de diversas entidades, de norte a sul do país, se juntaram para refletir sobre o tema.

Pela porta do nosso Centro têm entrado cidadãos com raízes culturais distintas da ocidental e que procuram formação de Português para Falantes de Outras Línguas, mas também pessoas ciganas, cujos valores e conduta se projetam na sua forma de Ser, de Estar e de Fazer. Esta formação proporcionou a oportunidade de refletir sobre a cultura cigana, programas e projetos dirigidos às comunidades ciganas (sendo o 3I – Intervir, Integrar, Incluir um deles e com o qual o Centro estabeleceu parceria) e estratégias de comunicação e intervenção.

Estamos, de facto, perante mundos dentro do mundo e ao Centro Qualifica compete, cada vez mais, perspetivar-se como uma porta aberta fora de portas e sensibilizar a população para a importância da educação e da formação que, mais do que um dever, devem ser entendidas como um direito.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Educação de Adultos: possibilidade de esperança


Entre os dias 07 e 09 de novembro de 2019, a Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra acolheu a conferência da European Society for Research on the Education of Adults (ESREA) subordinada ao tema “Adult education as a resource for resistance and transformation: voices, learning experiences and identities of student and adult educators”.

Este evento contou com a presença de profissionais e investigadores de diversos países, além do anfitrião (Portugal): África do Sul, Alemanha, Austrália, Áustria, Brasil, Canadá, Escócia, Espanha, França, Hungria, Inglaterra, Irlanda, Itália, Lituânia, Polónia, Sérvia e Suécia. Da Comissão Organizadora fizeram parte docentes e investigadores ligados à Educação e Formação de Adultos, entre os quais Isabel Moio, Técnica de ORVC do Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Pombal.

Como profissionais na área de intervenção de Educação de Adultos, tivemos oportunidade de refletir como esta, em todos os seus contextos, permite construir espaços para a mudança, para a transformação e para a emancipação de estudantes adultos e adultos que, mais tardiamente, retomam os seus percursos formativos. Colocando uma tónica de esperança nesta área, explorou-se como pode capacitar estes públicos e mudar vidas formativas de modo a contribuir para uma sociedade mais democrática, numa conjuntura em que o mercantilismo e o neoliberalismo fazem parte da arena política.

O plano de trabalhos terminou em ambiente informal, no dia 09, num almoço-convívio no Restaurante do Museu Monográfico de Conímbriga, momento após o qual se seguiu uma visita guiada pelas Ruínas, provando-nos que a Educação e Formação de Adultos acontece igualmente em outros contextos para além dos espaços tradicionais.

É em momentos como este – pautados por um clima de formação e de partilha –, quando se juntam profissionais de diferentes coordenadas geográficas, que tomamos consciência de que, sozinhos, somos nada e que dentro das fronteiras de todos aqueles países também tanto se é e tanto se faz em Educação de Adultos.

Durante aqueles três dias, em Coimbra, a ESREA e todos os envolvidos no evento exploraram a “possibilidade de esperança” na Educação de Adultos. Que essa, sendo a última a morrer (como dizem), nunca nos seque a inspiração e a vontade.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

V Seminário Nacional de Educação e Formação de Adultos


No dia 5 de julho, o auditório da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade de Coimbra acolheu o V Seminário Nacional de Educação e Formação de Adultos, subordinado ao tema “Educação de Adultos, Literacia Mediática, Ética e Democracia”.

Na sessão de abertura, o chefe de gabinete do Secretário de Estado da Educação, Jorge Morais, sublinhou que que, muitas vezes, o trabalho dos profissionais desta área “é no café”. Não necessariamente em termos estritos, pois com esta imagem era seu intuito reforçar a importância dos contactos presenciais e das parcerias, pelo que é imprescindível “cativar as pessoas” para estreitar sinergias.

A primeira mesa temática intitulou-se “Contributos para uma consciência crítica e (in)formada na sociedade da informação e ‘fake news’”. A este propósito, e primando a educação e formação de adultos pela vertente humana, Manuel Carvalho da Silva (sociólogo e investigador do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra) referiu que “no limite estamos na era digital, não na sociedade digital”, pois “não se trata de uma questão semântica. A sociedade é humana”. É por isso que Alberto Santos (escritor, advogado e ex-presidente de Câmara), considera que “temos de tomar uma vacina psicológica anti ‘fake news’” e, na opinião de Luís Alcoforado (docente na FPCEUC), “a Educação de Adultos deve tirar-nos das gaiolas nas quais, por vezes, a sociedade nos coloca”.

A segunda mesa temática debruçou-se sobre “Literacias: praxis e prioridades”. A este propósito, Dina Soeiro (docente na Escola Superior de Educação de Coimbra) sublinhou a relevância de “estar ao nível horizontal para criar laços e afetos” e que “um sorriso e um abraço à entrada e à saída são fundamentais”. Ainda com destaque nas relações interpessoais, Luís Rothes (docente na Escola Superior de Educação do Porto) partilhou a sua experiência enquanto especialista e coordenador de vários projetos de Educação e Formação de Adultos referindo que “é decisivo que os coordenadores não esmaguem nem apaguem o resto da equipa”.

O Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Pombal fez-se representar pela possibilidade de moderar a terceira mesa temática, alusiva ao tema “Educação de Adultos: Políticas Prospetivas e Financiamento”. Assim, Isabel Moio, TORVC, teve ao seu lado Zara Sousa (TORVC com ligação à APEFA) e Alzira Mendes (Agência Nacional Erasmus+), que partilharam experiências e projetos de financiamento no âmbito do programa Erasmus+, Ana Cláudia Valente (Vogal do Conselho Diretivo da ANQEP), que apresentou o balanço do Programa Qualifica até ao momento e partilhou algumas observações com vista aos desafios que competem aos Centros, e Joaquim Bernardo (Presidente da Comissão Diretiva do POCH), que se centrou na dimensão financeira que se prevê assegurar o funcionamento da Educação e Formação de Adultos até 2027.

Mais do que um mero momento formativo, este Encontro assumiu uma função aglutinadora ao afigurar-se como uma oportunidade para reunir profissionais, coordenadores e investigadores ligados à Educação e Formação de Adultos, uma área nobre e digna de ser assumida como um verdadeiro desígnio nacional.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Estatística: Ferramenta de Formação Cívica


No dia 14 de fevereiro de 2019 os alunos do EFA e os candidatos do processo RVCC tiveram a oportunidade de participar numa palestra subordinada ao tema “Estatística: Ferramenta de Formação Cívicadinamizada pelo Dr. João Paulo Martins, docente do Departamento de Matemática da Escola Superior de Tecnologia e Gestão, do Instituto Politécnico de Leiria.

O palestrante começou por apresentar a origem e a história da Estatística bem como os diferentes Matemáticos ligados à mesma. De seguida  apresentou vários exemplos de informações estatísticas e referiu a importância de se analisar  de forma crítica toda a informação que nos apresentam ( jornais, televisão, publicidade,….), dado  que a informação estatística com que somos confrontados diariamente é frequentemente apenas uma informação parcial. Alertou, ainda, para a importância de  compreender que os mesmos dados, consoante as medidas de redução de dados, representações gráficas ou tabelas utilizadas, podem conduzir a conclusões diferentes. Para terminar, os formandos presentes, em grupo, foram desafiados a fazer a análise de notícias com informação estatística sobre um mesmo assunto mas feita por jornais diferentes. A análise foi apresentada pelo porta voz de cada grupo. Em todas as notícias foi possível identificar que notícias sobre o mesmo assunto levavam a conclusões diferentes e era possível identificar possíveis enviesamentos na informação.

A abordagem apresentada salientou que  a Estatística pode ser  utilizada de forma perversa para influenciar a opinião pública acerca de  determinados assuntos ou para representar a suposta qualidade e eficácia de produtos comerciais.

Para concluir enfatizou-se a importância e a necessidade de sermos  cidadãos esclarecidos e críticos em relação à informação estatística com que nos deparamos no nosso dia a dia.

Ana Francisco – Formadora de MV do processo RVCC