No passado dia 22 de novembro, a professora de Espanhol, Carla Silva, do Agrupamento de Escolas de Pombal, viu um dos projetos eTwinning premiado com a maior de todas as distinções, a saber, Melhor Projeto eTwinning, a nível nacional, na categoria Ensino Secundário, com o projeto que desenvolveu com os alunos do 11º ano, “Un Planeta para el futuro”. Foram trabalhados três grandes temas: O Consumo responsável e a proteção do planeta; a Pobreza e a Marginalização e os Direitos Humanos.
Para quem ainda pouco sabe sobre o eTwinning, pode-se dizer, muito resumidamente, que este projeto disponibiliza uma plataforma para que os profissionais da educação, que trabalham em escolas dos países europeus envolvidos, possam comunicar, colaborar, desenvolver projetos e partilhar.
O desafio foi lançado por uma professora de Espanha e a professora Carla aderiu, de imediato, com outros 8 professores europeus (Espanha, França, Bélgica e Suécia). Os temas a desenvolver são a preocupação de qualquer um e, se um dos papéis do professor é o de tentar consciencializar os seus alunos, então, não há nada melhor do que aliar a cidadania ao conhecimento geral destas problemáticas e, claro, à aquisição/ prática da língua escrita e oral, que os seus alunos estavam a estudar: o espanhol.
Trabalhar num projeto eTwinning é, segundo a professora, juntar o útil ao agradável, pois os alunos, quase que inconscientemente, adquirem e melhoram as suas competências não só como estudantes, mas também como cidadãos. Os alunos aceitaram de imediato a proposta e começaram, bem cedo, a trabalhar no projeto. Iniciaram o trabalho com tarefas de debate e de planeamento, em grande grupo e, rapidamente, passaram ao trabalho efetivo em pequenos grupos e individualmente, devido à situação pandémica que ainda se vive. A professora foi interligando as tarefas por forma a não sobrecarregar os alunos, usando atividades formativas que também contribuíram para a melhoria da avaliação sumativa de cada um deles.
Neste projeto, os alunos refletiram sobre o futuro do planeta, bem como os hábitos e os comportamentos que implicam consequências negativas na natureza e que devem ser modificados para cuidar do meio ambiente. Pensaram, em conjunto com as outras escolas europeias, como alterar hábitos e comportamentos e, ainda, como podiam ser tomadas medidas para proteger a biodiversidade e o ambiente.
Mais desafiante e compensador foi direcionar cada uma das atividades com o objetivo de desenvolver nos alunos a capacidade de aplicar no seu dia-a-dia os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Os objetivos a que os vários professores envolvidos se propuseram, ao iniciar o projeto, foram concretizados e os resultados que se esperavam foram atingidos, a saber, formar estudantes participativos e futuros cidadãos responsáveis no seu dia-a-dia; levá-los a tomar consciência dos problemas globais do planeta e motivá-los a mudar de hábitos e a serem responsáveis. Conseguir que aprendessem a desenvolver, conjuntamente e colaborativamente, um projeto, aprendendo e expandindo o seu vocabulário em espanhol, para expressar ideias e descrever problemas.
Os alunos foram incentivados a comunicar e a trabalhar em colaboração com outros colegas de outros países, expressando-se oralmente e por escrito. E como objetivo final, mas não menos importante, desenvolver as capacidades digitais, neste mundo atual, em que nada se faz sem a tecnologia. Embora saibamos que os alunos estão mergulhados nela desde pequeninos, muitos desconhecem o mundo de aplicações e de software que os podem tornar ainda mais criativos.
Criaram, assim, os seus perfis e os logotipos relacionados com a temática. Fizeram pesquisas para saber mais sobre a ONU e sobre os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Criaram cartazes digitais, com colagem de imagens, sobre o sétimo continente, como forma de chamar a atenção para o lixo dos oceanos.
Prepararam um questionário no forms e aplicaram-no, no sentido de perceber não apenas como se reciclava na casa dos seus familiares e amigos, mas, também, nos lugares onde vivem. Aprenderam a fazer o tratamento dos dados desses questionários, com gráficos e uma análise bastante minuciosa dos mesmos.
Trabalharam sobre a pobreza e procuraram soluções para acabar com ela, propondo ideias concretas que podem ser consultadas no Sway que criaram e partilharam com o mundo na página do Facebook do Agrupamento (https://sway.office.com/nkwoEYAXxDXDFPvk?ref=Link).
Aprenderam a criar bandas desenhadas digitais e escreveram contos muito interessantes para chamar a atenção sobre o consumo irresponsável. Refletiram, também, sobre os Direitos Humanos e criaram cartazes muito apelativos que reuniram num livro digital.
https://flipbookpdf.net/web/site/588812a293be05cae8fb8a0f8ec1460edc5fbcff202111.pdf.html
Por fim, todos os alunos do projeto criaram uma revista colaborativa, com notícias dos vários países envolvidos. Criou-se um código QR para que todos pudessem partilhar de forma mais cómoda e rápida este trabalho fantástico. Naturalmente que, para além destes exemplos que aqui são apresentados, existiram vários momentos de comunicação e partilha entre todos os membros do projeto.
A professora quis deixar aqui os seus sinceros parabéns aos alunos que, apesar do ano atípico e pandémico que vivemos, com o fecho das escolas entre janeiro e março, aceitaram dar muito do seu tempo, no desenvolvimento das tarefas que lhes foi propondo. Está certa de que serão uns excelentes cidadãos, preocupados com o mundo que os rodeia e certamente ativos neste seu planeta do presente, que é o do futuro para aqueles que os procedem.