No passado dia 7 de novembro, os alunos de todas as turmas de 9.º ano foram ao Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra, assistir a uma peça de teatro criada por duas companhias: a Escola da Noite de Coimbra e o CENDREV ou Centro Dramático de Évora.
A peça intitulada “Embarcação do Inferno” é uma encenação de um dos autos de moralidade mais famosos de Gil Vicente: “Auto da Barca do Inferno”, obra que há muitos anos faz parte das leituras obrigatórias do 9.º ano.
Nesta peça, o cenário é pouco ortodoxo, pois não existem barcas, mas conseguiram criar uma verticalidade espantosa, que expande o palco (o Céu no topo, o Inferno como área dominante e a vida terrena em baixo), através de alçapões, cordas e escadas. Na minha opinião, o espaço cénico estava muito bem conseguido.
Apesar de serem poucos atores a desempenharem o papel de muitas personagens, a entrada e saída destas estava muito bem concebida, há muita dinâmica em cena e a atenção do espetador tem de se concentrar em tanta ação no palco. Um facto curioso é não se recorrer só a atores. Para as personagens figurantes e para os Quatro Cavaleiros e Enforcado, foram utilizados bonecos, ideia muito engraçada que desperta mais interesse na peça.
No final, a conversa com os atores foi animada. Ficámos a perceber um pouco mais desta arte que requer um grande trabalho de equipa, muito estudo e muita criatividade.
No geral, foi um espetáculo original e acho que mudou a ideia de espaço cénico imaginado pelos alunos. Recomendo verem esta peça porque os atores fazem um ótimo trabalho de representação e, tal como queria Gil Vicente, mistura-se crítica social e muito divertimento.
Guilherme Martins, 9.º A