Na época do digital, dizer aos pais que devem reduzir o tempo de ecrã das suas crianças parece tarefa difícil, mesmo quando a OMS o recomenda e os investigadores recordem que o maior tempo passado em frente aos ecrãs surge associado a maiores riscos de obesidade, falta de exercício físico e má alimentação por parte dos mais jovens, e também a atrasos no desenvolvimento da linguagem da criança, perturbação no sono e até ao desenvolvimento de comportamentos mais agressivos e violentos. Foi sobre este tema que a Equipa Local de Intervenção Precoce de Pombal, Ansião e Alvaiázere (que integra 4 docentes do Agrupamento de Escolas de Pombal) apresentou, no dia 08 de junho, em formato online e presencial, mais uma sessão formativa, intitulada “Tempo de Ecrã nas Crianças”. A oradora, Jerusa Gameiro, enfermeira especialista de Saúde Infantil e Pediatria, tendo por base diferentes estudos científicos, conduziu brilhantemente a ação, deixando estratégias aos pais, educadores e cuidadores, de como estabelecer limites de tempo para usar dispositivos eletrónicos.
O elevado número de inscrições e participantes veio confirmar a relevância do tema e a confirmar que são muitas as crianças portuguesas a passar muito tempo em frente a um ecrã – TV, tablet, smartphone, computador ou consola de videojogos – do que aquilo que é recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e pela Associação de Pediatria dos EUA.
Enquanto educadores e elementos ligados à Saúde, sabemos que é muito importante brincar e que ao brincar, seja numa brincadeira livre ou estruturada, a criança está a desenvolver funções cognitivas (criatividade, atenção, memória, flexibilidade cognitiva, persistência na tarefa) “muito importantes para o neurodesenvolvimento e desempenho académico e social futuros.”
Assim, fica o apelo à moderação do tempo excessivo despendido com os ecrãs que põe em risco, também, o desenvolvimento da motricidade fina (capacidade para desenhar, pintar, recortar, fazer enfiamentos…) e o convite aos pais para brincarem mais tempo com as suas crianças.
As docentes, em nome da Equipa Local de Intervenção Precoce, agradecem a presença de todos e esperam continuar a proporcionar momentos de formação, partilha e reflexão.