No âmbito da Atividade Integradora número dois “Como viver juntos – Desafios da diversidade cultural” do curso EFA realizou-se, no dia doze de abril, mais uma palestra, por videoconferência, de partilha de conhecimentos e experiências: “Conflito Sírio e Relações Internacionais”, dinamizada Doutora Teresa Cravo, Investigadora do Núcleo de Estudos sobre Humanidades, Migrações e Estudos para a Paz (NHUMEP) do Centro de Estudos Sociais e Professora Auxiliar de Relações Internacionais da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.
Depois de uma localização geográfica do conflito sírio, a sessão focou-se nas suas origens, nas várias fases, implicações e consequências do mesmo nas dinâmicas das relações internacionais.
Em 2011 a região do Médio Oriente e Norte da África estava a ser abalada por uma onda de protestos, conhecida como Primavera Árabe, contra os regimes autoritários e é neste contexto que surgem as manifestações de denúncia de corrupção na Síria. O governo ordenou então às forças de segurança que abrissem fogo contra os manifestantes e desencadeou-se uma guerra civil, o conflito mais letal do século XXI com cerca de 320.000 a 450.000 mortes, 1,5 milhões feridos, 6,6 milhões de refugiados, cerca de 2 milhões de crianças fora da escola, 70% da população sem acesso a água potável e a pobreza a atingir 80% da população, 6, 7 milhões de deslocados internos, com 13,5 milhões de sírios a precisarem de assistência humanitária e 500 mil mortos e desaparecidos. Quem pode ficar indiferente a estes números?
A guerra tornou-se complexa formando-se fações pró-governo e contra o governo, apoiadas por diferentes países europeus, asiáticos (Rússia) e EUA. Atualmente, já não se pode falar de uma guerra civil.
No meio, encontra-se uma população inocente obrigada a deixar as suas casas e partir em busca de paz. Muitos sírios vieram para a Europa, mas a maior parte deles encontra-se nos países limítrofes.
As forças humanitárias têm tido um papel fundamental, mas muitas vezes são impedidas de entrar na zona por causa do bloqueio de alimentos e limitando o acesso de água aos civis, o que manifestamente é contra os Direitos Humanos.
A palestra incluiu um período de perguntas e comentários dos participantes. Todos ficamos mais esclarecidos sobre a complexidade do conflito e passamos a ver os migrantes com olhos mais sensíveis.
Formandos do Curso EFA