“Princípios éticos numa cultura científica e tecnológica” – Videoconferências no curso EFA


Decorreram nos dias 24 de novembro e 2 de dezembro 2020, no Auditório Dra. Gabriela Coelho, no âmbito da Atividade Integradora número um do Curso EFA, duas palestras por videoconferência sob o tema “Princípios éticos numa cultura científica e tecnológica”.

A primeira palestra debruçou-se sobre a problemática “Uma comunidade global ética e solidária – Que condutas e comportamentos” e foi dinamizada pela Dra. Catarina António da ONG “Fundação Fé e Cooperação”, que pertence ao Departamento de Educação para o Desenvolvimento e Advocacia Social e que tem a seu cargo Projetos de Educação para o Desenvolvimento.

A segunda palestra, realizada em parceria com a Equipa da Saúde do Agrupamento focou-se na questão da bioética com o tema “Ética na saúde/ ciência e controvérsia”. Foi dinamizada pelo Dr. João Ramalho Santos, Professor Associado do Departamento de Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, líder do grupo de investigação em Biologia da Reprodução e Células Estaminais do CNC (Centro de Neurociências e Biologia Celular).

A Dra. Catarina António partilhou com os presentes, de forma envolvente em calor humano, apesar da distância física, as suas vivências nas frequentes e variadas experiências de voluntariado pelo mundo. Esta partilha proporcionou aos formandos momentos de reflexão e levou-os até realidades de vida muito diferentes que ela conheceu, quer no nosso país, quer em Timor Leste, Moçambique, Brasil e Guiné Bissau. Ficou bem presente o humanismo da conferencista quando referiu a sua solidariedade para com os mais pobres, os migrantes, as populações carenciadas que vivem nos bairros degradados às portas de Lisboa, entre outras situações onde é necessário intervir com eficácia e vontade de agir e mudar. É necessário ser solidário, dizia ela, e isso implica sair do “nosso quintalinho”. Segundo a Dra. Catarina, a atual pandemia poderá ser uma oportunidade para pôr em prática o valor da solidariedade, começando pela nossa rua/bairro. Devemos ter sempre presente a questão? E se fosse eu? Esta reflexão terminou com a ideia de que não basta ter sonhos. O importante é ter projetos e concretizá-los.

O Professor Doutor João Ramalho Santos, através de uma imagem, começou por evidenciar que a resposta a uma pergunta depende sempre da perspetiva de quem a interpreta e isto acontece de uma forma ainda mais visível com as questões da bioética. Destacou os princípios básicos que orientam uma tomada de posição. Temos, por exemplo, o princípio da beneficência, o da não maleficência, o da autonomia e o da justiça. Foi discutida a questão da eutanásia e da procriação medicamente assitida, das barrigas de aluguer e os princípios subjacentes à sua aceitação ou recusa do lado da sociedade em geral e do lado da ciência/ médicos.

Em suma, quem esteve presente nestas duas palestras ficou, sem qualquer dúvida, enriquecido em conhecimentos e em humanismo! Há pessoas que têm um valor indiscutível e que nos podem ensinar muito.

 

Os formandos do curso EFA