No âmbito do curso EFA, no dia 24 de fevereiro, pelas 20:00horas tivemos o gosto de assistir à palestra, em videoconferência, subordinada ao tema “O conflito sírio e as relações internacionais”, dinamizada pela Doutora Teresa Cravo, Professora de Relações Internacionais na Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra. Este conflito, embora não seja tão falado como era, ainda é um conflito ativo e sem fim à vista e o mais letal do século XXI.
A Doutora Teresa Cravo começou por localizar geograficamente o conflito, sublinhando que se trata de um país rico em petróleo e gás natural o que representa interesses para os outros países.
Clarificou, de seguida, que o conflito na Síria é uma guerra civil entre o governo de Bashar al-Assad, que governa o país num regime ditatorial desde o ano de 2000, e fações rebeldes com intenções de acabar com o governo. Este começou em 2011, quando o governo sírio respondeu de uma maneira brutalmente violenta a protestos que pediam a reforma do governo, mais emprego e melhores condições de vida. Este uso despropositado de força aumentou ainda mais a revolta do povo contra o governo de Bashar al-Assad, fazendo com que civis se unissem a militares que tinham desertado do país e formassem milícias armadas anti governo.
Envolveram-se outros países para ambas as fações. A Turquia para a parte rebelde e a Rússia para o governo de Bashar al-Assad. As fações terroristas aproveitaram-se do conflito e da instabilidade do país para conquistar território.
As consequências foram a fuga em massa da população, em grande número para os países vizinhos. Portugal também foi um país de acolhimento, mas como é de compreender, o povo sírio procura antes países onde se encontra um grande número de elementos da sua comunidade.
No dia em que esta palestra se realizou, iniciou-se também a guerra entre a Rússia e a Ucrânia e os formandos não perderam a oportunidade para questionar a palestrante sobre as razões desta guerra. A Doutora Teresa apresentou-lhes a sua interpretação dos acontecimentos. Designou-a como algo monstruoso, inesperado e imprevisível e chamou a atenção para o facto de ter de se apostar no diálogo. Embora para nós sejam incompreensíveis as razões de Putin para iniciar este conflito, temos de saber quais os seus verdadeiros motivos. Só assim será possível “sentar a uma mesa” e tentar o entendimento. Não previa que a guerra terminasse tão cedo e tal como no conflito sírio muito haveria a fazer a nível diplomático e humanitário. E, nada poderia ficar como antes!
A violência só gera mais violência, algo que se pode verificar na Síria que, infelizmente, não tem um futuro prometedor próximo, e, agora, no conflito atual entre a Rússia e a Ucrânia. Quanto mais as vítimas se defendem, mais força os agressores aplicam; é um ciclo vicioso que só traz destruição e catástrofes humanitárias. Infelizmente, a guerra é um conflito de poucos, lutado por muitos, e as pessoas que morrem nestes conflitos vão ser, infelizmente, esquecidas com o tempo ao contrário dos bárbaros que criam estes conflitos para fins pessoais e que perdurarão na história.
Alexandre Ferreira – Formando do curso EFA