O fim da tarde de sexta-feira, 6 de março, foi tempo de falar de desafios.
Na Escola Secundária de Pombal, reuniram-se muitos daqueles que se sentem hoje desafiados. A tertúlia “Desafios à Escola, à Família e à Comunidade” foi um encontro de parceiros que trabalham na prevenção de comportamentos de risco e na promoção de estilos de vida saudáveis dos jovens deste concelho. Esta ação de sensibilização e reflexão conjunta surgiu no âmbito do projeto “Crescer em Afetos” do Agrupamento de Escolas de Pombal, em articulação com o programa “Like Saúde”, coordenado pela autarquia de Pombal.
Este programa de estratégia preventiva e interventiva começou em 2015/16 no ensino secundário e hoje abrange todos os níveis de ensino, inclusive o pré-escolar. Envolve a ARS (Administração Regional de Saúde) do Centro através do CRI (Centro de Respostas Integradas) de Leiria, o Centro de Saúde de Pombal, o Centro de Formação da Associação de Escolas do Mar ao Zêzere, a Guarda Nacional Republicana, a Polícia de Segurança Pública e as escolas de Albergaria dos Doze, Guia, Louriçal, Meirinhas, Pombal e Redinha. É um grande projeto, que implica diferentes olhares sobre o mesmo problema e procura respostas concertadas. É sabido que, para grandes missões, todas as mãos são poucas.
O programa “Like Saúde” visa trabalhar com as nossas crianças e jovens, porque é urgente que, desde idades muito precoces, eles reconheçam que as dependências são riscos para a saúde e têm efeitos nos processos vitais, nas relações sociais e na integridade psíquica. A abordagem às dependências abrange as substâncias psicoativas (álcool, tabaco e outras drogas) e aqueles comportamentos aditivos mais recentes para os quais a sociedade começa agora a despertar (telemóvel, redes sociais, jogo online, ….). O programa tem ainda apostado na formação de professores, educadores, assistentes operacionais e pais. Esta tertúlia foi mais um passo nesse sentido.
Uma palavra muito repetida na tertúlia foi “capacitar”: capacitar os alunos, os professores, as famílias e a sociedade civil. Esta capacitação (perceber os potenciais problemas dos jovens, encontrar formas adequadas de falar sobre eles desde cedo e procurar encaminhamentos disponíveis) é fundamental para diligenciar respostas. As escolas, as forças de segurança, os técnicos de saúde precisam das famílias em todo o processo de deteção destes comportamentos de risco e no acompanhamento da resolução. Nas palavras da vereadora Ana Cabral, queremos “famílias empenhadas não só no sucesso educativo, mas também num projeto de vida”.
A Doutora Ana Soledade, do CRI de Leiria, expôs a sua experiência de técnica, de mãe e de filha para transmitir algumas orientações face às perguntas dos pais presentes. Orientações… porque não há fórmulas matemáticas para educar. Não prometeu facilidades nem deixou receitas. Segundo esta terapeuta, “os pais querem sempre o melhor para os filhos mas alguns pais sabem fazer mais coisas do que outros”, ou seja, este saber educar é o enorme desafio que se impõe hoje a todos!
Equipa da Educação para a Saúde