A caminho da Mundialização – Videoconferência com o Professor Joquim Eusébio


Participe da nossa videoconferência com o historiador e antigo colega, Joaquim Eusébio!

🗓 Data: 04 de dezembro 2024
🕒 Hora: 20H00
🔗 Link: A caminho da Mundialização

Esta enquadra-se na atividade integradora do o curso EFA e promete ser um espaço de muito enriquecimento.

Não perca a oportunidade de e refletir e interagir com um grande especialista!

“Lusíadas” na Escola


No dia 18 de outubro, nós, formandos de Português Língua de Acolhimento (PLA), nível B1/B2, vestimo-nos com mais rigor para assistirmos à peça de teatro “Os Lusíadas” com o Teatro Amador de Pombal (TAP), no auditório da Escola Secundária de Pombal.

No início, tivemos receio de não compreender a peça, mas afinal foi muito divertido e percebemos os episódios até porque eles foram apresentados na aula de PLA, tais como o episódio de D. Pedro e de Dª. Inês de Castro, do Adamastor, do Velho do Restelo, do Consílio dos Deuses, da Tempestade e da Ilha dos Amores. Quando havia monólogos, era mais fácil para nós percebermos. Nos diálogos, era um pouco mais difícil porque os atores falavam mais depressa.

Gostámos particularmente do momento do diálogo entre Vasco da Gama e o rei de Melinde, a negociar, e que contou com a participação da nossa colega Alexsandra Piñero que foi chamada ao palco. Os atores estavam vestidos com roupas rasgadas e rotas, de forma muito simples e todos de igual e havia um mapa onde eles indicavam o trajeto da viagem da do caminho marítimo para a Índia.

Com a peça, reforçamos a ideia que é importante aprender uma língua, neste caso o português. Gostaríamos que tivesse havido um pequeno convívio no final da representação do teatro, mas gostámos muito da peça e aprendemos acontecimentos da história de Portugal. Além disso, conhecemos os elementos divertidos do Teatro Amador de Pombal.

Os formandos do  PLA B1/B2

Lusíadas

Uma viagem à Índia através do olhar de Luís Vaz de Camões


No âmbito da iniciativa SMAL – Setembro, mês da Alfabetização e das Literacias , decorreu na segunda-feira, dia 30 de setembro, na Biblioteca da Escola Secundária de Pombal, a atividade “Viagem com Vasco da Gama à Índia” com os formandos do curso EFA e do  RVCC, que embarcaram numa viagem literária, através da epopeia de Luís de Camões.

Ao som de “The conquest of Paradise” de Vangelis, banda sonora propícia à aventura pelos mares, num cenário de caravelas e mapas, iluminados pela luz de velas, iniciámos a viagem proposta pelo Centro Qualifica numa articulação com os  professores bibliotecários Fernanda Gomes e João Silvano.

No ato do embarque,  foram apresentados os intervenientes: o  Adamastor, representante das forças da natureza,;a singela Dona Inês de Castro e o rei Dom Pedro; os poderosos deuses Júpiter, Vénus e Baco e o nosso herói, o navegador Vasco da Gama.

Foi uma viagem pelos cantos de “Os Lusíadas”. Em grupo, os formandos foram convidados a criar um diário de bordo onde se registaram, não só os maiores acontecimentos da epopeia, mas também os sentimentos e valores presentes em alguns  episódios da epopeia, desde o bravo “ Adamastor”, ao romance “Pedro e Inês”, à violenta “ Tempestade”, à defesa dos corajosos portugueses por Júpiter no “Consílio dos Deuses” até à recompensa da bravura dos navegadores na “ Ilha dos Amores”.

A colaboração entre todos os presentes foi uma mais valia para a consolidação do conhecimento sobre a obra “Os Lusíadas” e resultou um Padlet “Viagem com Vasco da Gama à Índia”.

A sessão foi ainda abrilhantada por momentos musicais da lírica camoniana como “Verdes são os campos”,  a “Nau Catrineta” de Almeida Garret e ainda um pequeno excerto da Ode Marítima, “Ter Audácia” de Álvaro de Campos. Estes momentos musicais foram proporcionados pelo professor João Silvano, acompanhado da sua guitarra.

Foi uma experiência  enriquecedora no âmbito da comemoração dos 500 anos do nascimento do grande poeta Luís Vaz de Camões.

 

Os formandos do curso  EFA NS

Peça “Os Lusíadas” na Escola Secundária de Pombal


Venha assistir à peça “Os Lusíadas”, apresentada pelo Teatro Amador de Pombal!

Data: 18 de outubro

Hora: 20h00

Local: auditório Dra Gabriela coelho – Escola Secundária de Pombal

Esta adaptação da obra épica de Luís Vaz de Camões traz humor e peripécias, prometendo uma experiência  divertida.

Junte-se a nós!

Passados, paradigmas e perspetivas


Embora muitas vezes associado ao normal funcionamento do ano letivo, o trabalho do Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Pombal não segue as mesmas janelas temporais. Por isso, ainda o novo ano letivo tinha acabado de espreitar quando já dois candidatos de comunidade cigana, que realizaram processo de RVCC de Nível Básico, preparavam-se para a última etapa deste percurso: a sessão de júri de certificação, que ocorreu no dia 26 de setembro.

Independentemente dos motivos que os levaram a deixar o percurso escolar, no devido tempo, para trás, chegaram até nós apresentando alguns denominadores em comum: acreditam que ainda que curta, se essa etapa não tivesse existido “jamais teriam aprendido a ler e escrever, retirando assim praticamente toda a possibilidade de poder levar uma vida sem depender da ajuda de outras pessoas”; pretendiam realizar o processo o mais rapidamente possível, cumprindo os requisitos a que este obriga, mas os imprevistos que se adensaram provaram-lhes que “quanto mais depressa, mais devagar”; reconhecem que o seu futuro não passa pelo legado transmitido pelo seu histórico familiar – as feiras – e que lhes compete um papel ativo na mudança de paradigma no sentido de uma efetiva integração social.

De facto, hoje, mais do que apenas ler as palavras, impera a necessidade de ler o mundo, pois já Paulo Freire defendia que só faz sentido o esforço de ler o texto se for para compreender o mundo, para nos compreendermos nele e o modificarmos na perspetiva da liberdade e da emancipação humana.

Se nem sempre foi fácil urdir a teia de saberes e de competências que naquele dia o C. e a T. apresentaram e defenderam perante o júri, a equipa do Centro acredita que terá sido um bom exercício de reflexão sobre o passado, mas também sobre o que almejam para cada novo “amanhã”, numa perspetiva de crescimento pessoal e profissional.

 

Isabel Moio – Técncia de ORVC

Viagem com Vasco da Gama à Índia – SMAL


É com grande prazer que vos convidamos a embarcar numa fascinante jornada literária e musical, inspirada na épica viagem de Vasco da Gama à Índia.

Preparem-se para vivenciar as experiências dos marinheiros a bordo da caravela São Gabriel! Mergulhem nas emoções, desafios e descobertas que estes bravos navegadores enfrentaram durante a viagem, desde as tempestades do Atlântico até os encontros com novas culturas em terras distantes.

 

Data: 30 de setembro

Hora: 20:00 horas

Local: Biblioteca Escolar da Escola Secundária de Pombal

 

 

Agradecimento e Elogio: “Sinfonia de Ritmos”


Assim como numa orquestra, onde cada instrumento contribui com o seu som único para criar uma harmonia perfeita, cada um dos participantes trouxe a sua experiência, dedicação e talento para enriquecer a nossa Cerimónia de Entrega de Diplomas/Certificados.

Em primeiro lugar, muitos Parabéns aos verdadeiros artistas desta composição: os formanos do processso de RVCC de nível básico e secundários e os fornandos dos cursos EFA e PLA. Cada desafio superado, cada nova habilidade adquirida foi como uma nova nota acrescentada à partitura das suas vidas. A diversidade das vossas experiências e perspetivas criou uma harmonia rica de aprendizagem e crescimento.

Um profundo reconhecimento a cada um dos formadores e Técnicos de ORVC pois conduziram com maestria e paciência cada nota, cada compasso. A vossa dedicação inspirou os nossos candidatos e formandos a alcançarem neste evento e ao longo de todo o ano letivo notas que jamais imaginaram possíveis.

Estendo os meus agradecimentos à professora bibliotecária, Fernanda Gomes e a todos assistentes operacionais, cujo trabalho incansável nos bastidores foi essencial para garantir o bom funcionamento deste evento e de toda a atividade pedagógica ao longo do ano.

Em nome do Agrupamento de Escolas de Pombal, gostaria ainda de expressar a minha sincera gratidão às entidades que tornaram esta cerimónia possível. Um agradecimento especial à Sra. Vereadora da Educação, Dra. Catarina Sila, e à Presidente da Junta de Freguesia de Pombal, Dra. Carla Longo, pelo seu apoio e compromisso com a educação.

Não posso deixar de agradecer o Rancho Típico de Pombal, cuja contribuição cultural deu brilho à nossa cerimónia.

Finalmente, um especial agradecimento à imprensa local, Pombal Jornal e Onda Certa por ajudarem a dar visibilidade a este importante evento.

Que esta “Sinfonia de Ritmos” continue a ecoar nas nossas vidas, lembrando sempre da importância da colaboração, da celebração da diversidade e da alegria que a aprendizagem pode trazer.

Parabéns e obrigada a todos!

Cristina Costa – Coordenadora do Centro Qualifica

Sinfonia de Ritmos - Cerimónia da Entrega de Diplomas e Certificados

Do Éden ao Jardim dos Animais com Alma


O ser humano tem tendência a ser muito autocentrado, imaginando-se no centro do Universo (Antropocentrismo). Esta característica faz-se sentir aos mais variados níveis, influenciando a sua visão do mundo. Em tempos, acreditava ser literalmente o centro do Universo, com o Sol e todos os astros a circularem em torno da Terra. O desenvolvimento científico veio comprovar que o Sol está no meio do nosso Sistema Solar, por sua vez localizado na periferia da Via Láctea. Também na religião existe a propensão para atribuir traços humanos às divindades. Já na biologia, o ser humano é colocado no topo da cadeia alimentar, como único detentor de inteligência, emoções ou consciência. Também esta visão tem sido desacreditada pelas evidências científicas, que cada vez mais reconhecem competências de resolução de problemas, de aprendizagem ou de comunicação aos restantes animais.

Foi sobre esta temática que S. baseou a sua apresentação na prova de júri de certificação que se realizou no dia 24 de julho, inspirada pela obra “O Jardim dos Animais com Alma” de José Rodrigues dos Santos.

A candidata é defensora dos direitos dos animais, pelo que acolheu com naturalidade a proposta de leitura do Centro Qualifica. Na sua exposição referiu exemplos das competências dos animais, nomeadamente a capacidade dos chimpanzés comunicarem através de língua gestual. Mencionou o veganismo e vegetarianismo, reconhecendo que nem todos nos revemos nestes estilos de vida. Se por um lado, já existe um selo para comprovar condições de bem-estar animal na indústria de criação de gado, por outro o impacto ambiental de uma dieta rica em proteína animal não é negligenciável. Contudo, a produção em grande escala de produtos vegetais não está isenta de riscos, sendo que o cultivo de soja ou cacau está associado a elevadas taxas de desflorestação ou mesmo à exploração infantil.

A conclusão desta apresentação foi que devemos ser consumidores conscientes e atentos, que equilibram e integram informações muito divergentes. Se optarmos por seguir uma dieta mediterrânica, com consumo de produtos regionais e sazonais, ingerindo quantidades moderadas de carne ou de peixe, podemos fazer a diferença e diminuir a nossa pegada ecológica.

Mikael Mendes – Técnico de ORV

O Impacto de um livro


Em 2016 circulavam pelas redes sociais fotografias de uma obra de arte do artista mexicano Jorge Méndez Blake intitulada “O Castelo”[1]. Nesta, era construído um muro sobre o livro “O Castelo” de Franz Kafka, sendo visível o “desalinhamento” provocado por este elemento. Apesar de o nome da obra ser inspirado no título do livro usado, os internautas conhecem esta criação por “O impacto de um livro”, título da publicação nas redes sociais.

“O Castelo” percorreu o mundo, sendo exposto em vários museus, a última vez em Istambul em 2013. Este muro mostra-nos bem a forma como um objeto tão pequeno pode provocar mudanças tão grandes e significativas. Os livros têm o poder de abrir horizontes, estimular a imaginação, disseminar o conhecimento, desenvolver o domínio da língua, promover o pensamento crítico, entre tantos outros benefícios. Com uma vastidão imensa de possibilidades, existem estilos literários para todos os gostos e especificidades. A única certeza é que ninguém consegue ler numa vida tudo aquilo que já foi editado. O poder da literatura não é novidade, havendo vários períodos da história em que existiam livros proibidos por não estarem alinhados com as ideologias de quem governava.

Se há livros que ficam imortalizados, os reconhecidos clássicos da literatura, outros há que desvanecem com o passar do tempo. A qualidade de uma obra não depende apenas do seu conteúdo ou da forma como está redigido, a lente de quem lê, influenciada pela sua experiência prévia e personalidade, condiciona a mensagem que é retirada. Havendo várias leituras possíveis de um mesmo texto.

Para estimular este hábito, respeitando a subjetividade de cada um, tornou-se prática comum que as apresentações das sessões de júri de certificação de nível secundário assentem em livros. A sessão de 17 de julho não foi exceção.

J. sugeriu que a sua apresentação fosse inspirada nos Discursos e Homílias do Papa Francisco nas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ). Na prova destacou alguns marcos da história, mencionados na JMJ, nomeadamente os Descobrimentos e a Criação da União Europeia. Analisou também alguns desafios da atualidade à luz da ciência.

Já C. baseou a sua exposição no romance “Inferno” de Dan Brown, explorando a questão da sobrepopulação, analisando criticamente a teoria malthusiana e a teoria reformista. Concluiu enfatizando a importância da entreajuda e da compaixão num cenário de escassez de recursos.

Tal como a leitura é transformadora, também se espera que o processo RVCC tenha um impacto profundo a vários níveis. Dos mais óbvios, como o é a obtenção de um certificado para prosseguimento de estudo ou progressão na carreira, aos menos divulgados, mas atrevo-me a dizer ainda mais importantes, como são a exploração de novos conhecimentos e competências e o desenvolvimento da autoestima e autoeficácia. Com frequência assistimos à reestruturação dos candidatos para edificar um “muro” com alicerces mais fundos e estrutura mais robusta.

[1] https://verne.elpais.com/verne/2016/03/04/mexico/1457053584_656377.html (Consultado a 29 de julho de 2024)

Mikael Mendes – Técnico de ORVC

Curso de Educação e Formação de Adultos (EFA) – Balanço


O curso EFA decorre em horário pós-laboral e destina-se sobretudo a jovens trabalhadores estudantes. Tem inscrições abertas durante todo o ano para receber todos aqueles que desejam concluir o ensino secundário, e por algum motivo não o fizeram no ensino diurno.

No ano de 2023/2024 inscreveram-se  25  formandos, uns com o 9º ano, outros com o 10º e outros com apenas algumas disciplinas em falta para conclusão do 12º ano. 9 formandos eram de nacionalidade brasileira.

Para além das sessões de formação em contexto de sala de aula, os cursos EFA funcionam em torno de Atividades Integradoras que possibilitam a interdisciplinaridade, a interelação e contextualização dos conhecimentos e a ligação com a comunidade

Este ano, foram desenvolvidas duas: “Novos padrões e dinâmicas da sociedade atual” e “Rumo ao cinquentenário do 25 de abril”.

No âmbito do desenvolvimento da primeira Atividade destacam-se as seguintes palestras: “Novas formas de comunicação em família e problemas associados”, dinamizada pela psicóloga Sónia Mira, do Centro de Saúde de Pombal, “Processos da procriação medicamente assistida e questões de bioética associadas ao procedimento” com a Dra. Ana Paula Sousa da Universidade de Coimbra; “Esposas e donas de casa” dinamizada pela Dra. Maria Alice Guimarães, docente da Escola Secundária e “ Novos padrões, dinâmicas e estilos de vida na sociedade atual – igualdade de género e de papéis na família” dinamizada pela APEPI.

Como produto final foi construído um e-book que poderá ser consultado aqui.

No âmbito da segunda Atividade os formandos participaram em diversas atividades, que visaram a comemoração dos 50 anos do 25, a saber: Tertúlia “Ao Redor da Liberdade- Mulheres do Meu País” dinamizada pelo Arquivo Municipal de Pombal; Apresentação do livro “Zeca Afonso – Balada do Desterro”, dinamizada pela Biblioteca Municipal de Pombal; Percurso histórico pelas ruas da cidade, com destaque para a visita à exposição “Salgueiro Maia revisitado – O capitão de abril como nunca foi visto” e o mural “Salgueiro Maia”, do artista João Ribeiro, inaugurado no dia 1 de maio de 2024. Os formandos tiveram ainda a oportunidade de assistir ao filme “Capitães de Abril”, da realizadora Maria de Medeiros e inteirar-se de muitos dos acontecimentos ocorridos neste período da história portuguesa.

Estas atividades foram muito enriquecedoras para os formandos, na medida em que promoveram a reflexão sobre a família na sociedade atual e as novas dinâmicas familiares, assim como o conhecimento sobre o passado recente do país, incentivando-os a compreenderem o significado da luta pela democracia.

No dia dezanove de julho os seis formandos que reuniram as condições para terminarem o seu percurso escolar secundário receberam os seus diplomas. Os restantes irão continuá-lo no próximo ano letivo, uma vez que o curso se adapta a cada situação e recebe novos formandos durante todo o ano letivo.

Lurdes Abadesso –Mediadora do Curso EFA

Passo a passo


 I

Melhorar a proficiência no Português

Foi-lhe a força motriz para a inscrição

Mas foi muito mais aquilo que fez

Do primeiro momento à certificação

 

Nas dúvidas havia o Google Tradutor

Para converter a tradução em Mandarim

Porque aprender é também um ato de amor

Que tem começo mas não tem fim

 

II

Sempre de caderno aberto

E de lápis pronto na mão

Bebeu conteúdo de cada palestra, é certo

E, ao longo dos meses, de toda a sessão

 

Registou, fixou, cresceu

Como semente que germina com calma

E o que o processo com tempo lhe deu

Foi uma espiga dourada com alma

 

III

Foi no dia 11 de julho do ano corrente

Que aconteceu o júri de certificação

E cada história de vida de forma evidente

Apresentou a prova com saber e emoção

 

E porque um ponto de chegada

É um excelente ponto de partida

Que seja uma rampa esta etapa terminada

Para a aprendizagem ao longo da vida

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Em princípio


Em princípio, quem chega ao Centro Qualifica vem com o propósito de aumentar as qualificações escolares por estas serem a chave de que necessitam para abrir novas e melhores possibilidades profissionais e formativas.

Em princípio, o processo de RVCC é exatamente o significado do monograma por extenso: Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências.

Mas, em princípio, quem trabalha nesta área da Educação de Adultos facilmente compreende que a exceção, aqui, é a regra. E são muitas, as exceções. O J. é apenas mais uma delas. Saiu da escola há tantos anos quantos se comemora, este ano, a Liberdade: 50. E o direito à educação, uma das liberdades e uma das portas que Abril abriu, permitiu-lhe ver uma delas no nosso Centro. Afinal, aqui todas as pessoas e todas as histórias cabem, independentemente do motivo que levou ao término precoce do percurso escolar porque outras responsabilidades erguiam mais alto a voz.

A expressão ‘Em princípio’ foi tão assídua como o J., ora porque os 35 anos como emigrante fizeram com que o Francês se atravessasse no caminho quando agora, retomava hábitos de escrita perdidos no tempo, ora porque as naturais hesitações e inseguranças de quem ficou apenas com a “quarta classe” e nunca teve oportunidade de explorar as funcionalidades do computador se transformavam em pedras no sapato e dores de cabeça. Foi por tudo isso conjugado que, repetidamente, a equipa ouviu ‘em princípio escreve-se assim’, ‘em princípio foi nesse ano’, ‘estou a contar terminar isto, pelo menos em princípio’.

Com todas estas especificidades, o dia 4 de julho foi-lhe emotivo, talvez porque soube ao dia do “exame da quarta classe”, aqui adensado com o desafio de, pela primeira vez, utilizar com confiança um comando para apresentações que lhe facilitou a transição de diapositivos.

Foi assim que o J., um dos exemplos que veio para o Centro Qualifica apenas numa lógica de fugir à rotina e de absorver novos conhecimentos, fechou a porta do 9.º ano para, em princípio, realizar outras formações e, assim, continuar ativo ao longo da sua vida.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Liberdade, Desenvolvimento, Bem-Estar


Sob o mote “Liberdade, Desenvolvimento, Bem-Estar”, a Associação Portuguesa de Educação e Formação de Adultos (APEFA) realizou, no dia 5 de julho 2024, o X Seminário Nacional e II Internacional de Educação e Formação de Adultos, como tem sido seu apanágio ao longo dos últimos anos.

Este continua a ser dos poucos momentos em que os elementos das equipas dos Centros Qualifica, de norte a sul do país, têm oportunidade para se reencontrarem, estreitarem laços e partilharem dúvidas e preocupações. Uma das mais significativas: o presente e o futuro da Educação de Adultos. A este respeito, o Secretário Adjunto de Educação, Alexandre Homem Cristo, afirmou publicamente que a Educação e Formação de Adultos estará no horizonte político do Governo. De facto, a intermitência das políticas públicas nesta área, a marginalidade da EFA no sistema educativo português e os programas fluidos, concebidos ao ritmo das prioridades das forças políticas no poder, estiveram, uma vez mais, no centro do debate e das intervenções.

Apesar disso, é inegável que a Liberdade conquistada com o 25 de Abril de 1974 abriu caminho para o Desenvolvimento na Educação, refletindo-se em ganhos que não eliminaram o atraso histórico do nosso país nos níveis de escolarização, mas tem vindo a esbatê-lo. E foi esse Desenvolvimento e o Bem-Estar que proporcionou que levou a APEFA a homenagear Alberto Melo, Licínio Lima e Olívia Santos Silva pela dedicação à Educação e Formação de Adultos ao longo de décadas. Que saibamos nós, mais jovens, aprender com esse exemplo, experiência e legado e respeitar e dignificar tudo o que construíram.

No painel da tarde, Territórios e Instrumentos, o foco esteve nas intervenções das representantes do Pessoas 2030 e da ANQEP, que partilharam com os participantes não apenas o retrato atual (que mantém Portugal aprisionado num conjunto de fragilidades que perpetuam o défice de qualificações, competitividade e coesão social e territorial), mas sobretudo a esperança no trabalho realizado em rede pelas equipas dos Centros Qualifica, fora de portas, visando a mobilização de públicos que, tradicionalmente, permanecem mais afastados da educação e da formação, com a consciência de que se muito já se fez, muito mais há ainda por (e para) fazer.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Descobrindo as diferenças


MissãoApresenta-se como uma pessoa determinada e para quem o 12.º ano não é uma necessidade, mas a ideia fixa de quem decidiu que havia de concluir uma etapa que, em tempo regular, deixou inacabada.

Missão

J. Apresenta-se como uma pessoa determinada e para quem o 12.º ano não é uma necessidade, mas a ideia fixa de quem decidiu que havia de concluir uma etapa que, em tempo regular, deixou inacabada.

P. O seu espírito de cuidadora exigia-lhe que investisse numa carreira dedicada à educação de crianças, mas para isso precisava de concluir o 12.º ano.

 

Duração

J. Atravessou a nomenclatura do Centro quase desde a sua criação, pois foi no Centro Novas Oportunidades que iniciou o processo. Contratempos e prioridades fizeram com que fosse retomado já no Centro Qualifica, no dia 2 de outubro de 2017, e concluí-lo 14 anos depois do seu efetivo início leva-nos a acreditar que se sentiu bem acolhida nesta Casa e, por isso, a ela voltava.

P. A candidata dirigiu-se ao Centro acabada de regressar da Suíça, antes mesmo de tirar a roupa da mala, decidida a cumprir um sonho antigo, tendo iniciado o processo de RVCC no dia 28 de julho de 2023.

 

Construção

J. Cada vez que regressava ao Centro tinha de abrir as janelas do dossier em que juntara todo o material que lhe havia sido entregue ao longo dos anos e arejá-lo. Por ser conversadora nata, era um risco deixá-la a escrever autonomamente porque aquilo que lhe era solicitado em meia dúzia de linhas com facilidade se transformava em meia dúzia de páginas e, mesmo assim, dizia “não escrevi nem metade!”.

P. Apesar de lançar a semente em julho, sob um sol ardente, as primeiras raízes nasceram em setembro, quando de forma assídua e responsável comparecia a todas as sessões agendadas. Se no início a folha em branco era um desafio, não que lhe faltasse vida para contar, mas porque o português e o francês teimavam em imiscuir-se, com o tempo foi florescendo e, folha a folha, foi recuperando a robustez e a segurança no seu discurso.

 

Conclusão

J. Com inspiração na obra “O lutador de sumo que não conseguia engordar”, de Eric-Emmanuel Schmitt, percorreu os conceitos de meditação, alimentação, aceitação e objetivos, intercalando o resumo da obra com a sua experiência pessoal e profissional e indo com mestria ao encontro dos referenciais de competências-chave. Agora, com (mais) tempo para outros afazeres e responsabilidades, que continue a fazer limonada se o sumo não for o seu forte.

P. Com inspiração na obra “Medir o Racismo, Vencer as Discriminações”, de Thomas Piketty, explorou os temas do racismo, do referencial étnico-racial de tipo anglo-saxónico, da discriminação, do sistema de quotas como estratégia para promover a igualdade de oportunidades e do Plano de Ação para as Migrações, tendo ainda relatado duas experiências pessoais de discriminação. Agora, alcançado o cume desta montanha, chegou o momento de exibir a elegância e delicadeza das suas pétalas, partilhando a sua experiência em converter as dificuldades em substrato.

 

Se muitas diferenças há na missão, na duração, na construção e na conclusão, certo é que a persistência das flores selvagens (que se alimentam com a seiva da sua própria força) e da água do rio (que aprende a contornar obstáculos seguindo firmemente o seu rumo) fazem com que histórias tão díspares por vezes se encontrem. Foi o que aconteceu no dia 20 de junho de 2024, levando as candidatas a provar ao júri que são dignas do papel que reconhece que as escol(h)as fora da escola foram, efetivamente, as mais nobres escolas.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Translação


A duração do processo de RVCC da H. e da I. coincidiu com o tempo de uma volta da Terra em torno do sol. Por isso, experimentaram aqui as quatro estações. Começaram por lançar a semente à terra na primavera, quando em abril tiveram a primeira sessão.

Os meses em que os dias são dia até mais tarde trazem o desafio de se trabalhar mais. Foi o que lhes aconteceu no verão do processo: uma altura em que tanto lhes começava a ser exigente o que era requerido nas sessões como nos seus contextos laborais e familiares. E foi verão, no processo de RVCC, durante mais tempo do que o do calendário gregoriano, que sugere que em cerca de três meses o verão esteja virado. Aqui, foi verão de julho de 2023 a abril de 2024 e aqui viram muitos pores-do-sol, até a noite ser.

Chegada a fase de preparação para a sessão de júri de certificação, as obras “Infocracia” e “Vita Contemplativa”, ambas de Byung-Chul Han, serviram de mote para as suas apresentações. Se H., embrenhada na sua correria e gestão diária, foi convidada a refletir sobre a importância de “fazer nada” e simplesmente “contemplar”, a I. coube o desafio de olhar para as potencialidades do mundo da informação, sem descurar os perigos aos quais podemos estar expostos se não assumirmos uma atitude crítica.

O outono é tempo de renovação, de mudanças e de praticar o desapego. ‘Eu não sei se vou conseguir’ saiu-lhes algumas vezes, quase a uma só voz, para logo de seguida se contrariarem: ‘Se vim, vou ser capaz!’. E foi esta capacidade de contrariarem o seu lado de dúvida, insegurança e incerteza que as ajudou a chegar ao inverno do processo: a fase de recolhimento, de se resguardarem para cuidar mais de si e de se aconchegarem junto dos que lhes são mais queridos.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Lutar contra a desinformação – Palestra com o jornalista Carlos Almeida


No passado dia 16 de maio, assistimos à palestra “Lutar conta a desinformação”, no auditório da Escola Secundária de Pombal, com o jornalista Carlos Almeida, do jornal Região de Leiria.

Depois da sua apresentação e do jornal onde trabalha, o jornalista chamou a nossa atenção para a manipulação da informação salientando os perigos acrescidos da inteligência artificial.

Ajudou-nos a refletir sobre como devemos fazer para distinguir as notícias verdadeiras das falsas. Já tínhamos abordado este tema nas sessões de Português Língua de Acolhimento, na UFCD 6401UI (Atualidades), com a formadora Gina Ribeiro, mas a palestra foi muito enriquecedora.

 

Os formandos de Português Língua de Acolhimento B/B2

 

De forma entusiasta, com sentido de humor e recurso a imagens apelativas, o jornalista Carlos Almeida começou por fazer a analogia entre o telemóvel e os seres humanos que têm “um processador capaz de fazer o download e recriar o conhecimento acumulado por milhões que nos antecederam”. Mas o saber acumulado permite-nos aprender coisas que contrariam os nossos sentidos. Provou-o  com a fórmula de Einstein que diz que o tempo passa diferente em sítios  diferentes. Assim, o jornalista sublinhou que nem tudo o que vemos é necessariamente verdade.

Continuando com a analogia com o telemóvel, apresentou a Constituição da República Portuguesa como sendo o nosso sistema operativo.

Destacou o artigo 38º

(Liberdade de imprensa e meios de comunicação social)

  1. É garantida a liberdade de imprensa.
  2. A liberdade de imprensa implica:
  3. a) A liberdade de expressão e criação dos jornalistas e colaboradores, bem como a intervenção dos primeiros na orientação editorial dos respectivos órgãos de comunicação social, salvo quando tiverem natureza doutrinária ou confessional;
  4. b) O direito dos jornalistas, nos termos da lei, ao acesso às fontes de informação e à protecção da independência e do sigilo profissionais, bem como o direito de elegerem conselhos de redacção;

Apresentou exemplos de notícias falsas para vender mais. Fez referência a “The great Hoax”- Seis artigos publicados no verão de 1835 no The Sun- Nova Iorque.

Continuou dizendo que a forma como nós vemos o mundo pode ajudar-nos a passar mensagens erradas. Referiu uma situação que aconteceu em 1933. Arminda de Jesus foi queimada viva pelos seus vizinhos por acharem que era a única forma de expulsar o demónio que estava dentro dela. Fixei a expressão “nós não sabemos o que não sabemos”.

De marcante também foi a comparação dos escaravelhos encima de uma garrafa de cerveja que traduz a nossa dependência em relação às redes sociais. O jornalista falou de uma armadilha evolutiva. Somos vitimas da guerra da informação.

Terminou a sessão com um assunto muito atual, a inteligência artificial (IA) e as vantagens e perigos que traz consigo. A partir de agora, já não podemos acreditar naquilo que vemos ou ouvimos. O jornalista deu o exemplo  de uma publicidade a uma aplicação na qual intervinha Cristiano Ronaldo a incentivar a compra do produto. Na verdade, houve manipulação da imagem e voz do futebolista.

 

José Santos – Candidato do processo de RVCC Nível Secundário

 

O meu vizinho, o Agostinho


No âmbito das Comemorações do cinquentenário da Revolução de Abril, no dia 29 de abril,  tivemos uma sessão com a professora Lina Oliveira: “Apontamentos de uma Revolução”.

Começámos por clarificar o conceito de texto argumentativo e explorámos dois cartoons de André Carrilho com intencionalidades diferentes. Um deles representa um cravo transformado em árvore debaixo da qual podemos ver pessoas felizes. O outro apresenta o cravo sobe a forma de um punho que traduz o esforço e o sofrimento do caminho para a liberdade.

A professora partilhou de seguida, um podcast de Luís Caetano: “A Vida Breve” que divulga poemas declamados pelos próprios autores. Ouvimos o  “Poema arma” de Manuel Alegre que foi um opositor ao Estado Novo e chegou a estar preso.

Foi-nos apresentada também Luísa Venturini, tradutora, autora de romances, poemas e crónicas. Vive em Pombal e costuma expressar a sua opinião na Rádio 97fm. Tivemos a oportunidade de ouvir o podcast “Do Nevoeiro”, uma referência ao Sebastianismo e escrito no rescaldo das últimas legislativas.

A professora também referiu a importância dos jornais como meio de expressar a opinião tal como o Jornal Expresso onde Daniel Oliveira escreve artigos de opinião.

Finalmente, leu um post publicado no Facebook pela jornalista Paula Sofia Luz que conta a história do tio Germano que esteve na Guiné e que trouxe feridas daquelas que não se veem por fora. Esta leitura fez-me lembrar o meu vizinho, o Agostinho que esteve a lutar na Guerra do Ultramar e dizia-se que quando regressou vinha muito afetado. Durante anos, sempre que ouvia um barulho mais forte, atirava-se para o chão escondia-se debaixo de uma mesa e estando ele a trabalhar no campo, chegou a esconder-se debaixo do carro dos bois. Segundo dizia a sua mãe, ele acordava quase todas as noites aos gritos como se ainda la estivesse. Nunca lhe foi dado nenhum apoio psicológico. Segundo o que se soube no dia que ele veio embora do Ultramar o pelotão dele foi morto com uma bomba terrestre. Só escapou ele e mais quatro camaradas. O meu pai também foi para a guerra e o meu irmão foi batizado com quatro dias pois ele ia embora no dia seguinte.

Estas são memórias que a sessão com a professora Lina trouxe ao de cima.

Isabel Santos – Candidata do processo de RVCC de nível secundário

Vida de mudanças e mudança de vida


Comecei o processo de RVCC no Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Pombal no dia 30 de setembro de 2021 e a minha sessão de certificação foi no dia 22 de junho de 2022. Sobretudo no início, tive dificuldades em compreender algumas das atividades que me eram propostas pelos formadores porque estudei apenas até ao 2.º ano. Deixar a escola com 14 anos, porque reprovei muitas vezes, e voltar a desenvolver hábitos de leitura e de escrita foi um grande desafio.

Em Matemática tomei mais consciência de que a forma como eu fazia algumas contas não era a mais correta e até prejudicava o meu saldo financeiro ao final do mês. Com as sessões aprendi a “abrir mais a pestana”. A leitura e a escrita foram as competências que mais gostei de melhorar. No âmbito do programa Ler+ Qualifica li excertos do livro “História de um caracol que descobriu a importância da lentidão”, de Luís Sepúlveda. Não gostava de fado, mas nas sessões de formação complementar de Linguagem e Comunicação vi o vídeo e ouvi a canção “Andorinhas” da fadista Ana Moura, que gostei muito de conhecer. Analisei a letra dessa música, em que a fadista diz que quer mudar de vida, quer ser livre como as andorinhas e voar “daqui para fora”. Foi também com esse objetivo que realizei o processo de RVCC, pois queria mudar de vida a nível profissional, para uma situação mais estável.

Não foi fácil ter cerca de três sessões por semana, mas com muito esforço e persistência consegui escrever a minha história de vida e evidenciar o que aprendi ao longo da minha vida nas quatro áreas de competências-chave. Um dia, saiu-me a expressão “A minha vida contada faz tremer uma calçada” e foi esse o título que dei ao meu portefólio. Na realidade, desde criança que a minha vida foi feita de muitas mudanças, mas não cruzo os braços e tenho sempre ido à luta por aquilo que quero e que acredito que seja o melhor para mim.

Ter conseguido terminar o processo de RVCC com o 6.º ano foi uma das melhores coisas que aconteceu na minha vida, porque mudou-a como eu tanto queria. Hoje tenho um emprego mais perto de casa, com contrato e um horário que me é mais favorável. Mudei de vida e sinto-me realizada, feliz com o que faço e isso fez com que a minha autoestima também ficasse muito mais fortalecida.

Maria Nair Gomes

Luta contra a desinformação


Junte-se a nós, candidatos do Processo de RVCC e formandos do PLA (B1 e B2) numa palestra esclarecedora sobre o fenómeno das fake news. Descubra como identificar notícias falsas, entender seu impacto na sociedade e aprender estratégias eficazes para combater a desinformação.

Palestrante: Carlos S. Almeida – Jornal Região de Leiria

Data: 16 de maio 2024

Horário: 20:00 horas

Local: Auditório Gabriela Coelho na ESP.

Recalculando… chegou ao seu destino!


− Na rotunda, siga em frente.

E foi assim que os dois candidatos cuja sessão de certificação ocorreu no dia 08 de maio de 2024 saíram da rotunda na qual andavam às voltas e tomaram a decisão: o processo de RVCC seria a saída que lhes daria acesso a projetos maiores.

Ambos têm na condução a sua força motriz profissional: um, ligado ao transporte de passageiros; outro, ao de mercadorias. Apesar das diferentes tipologias, tiveram de cumprir a regulamentação laboral no que respeita aos períodos de condução nos quais se incluíram os tempos de viagem pelas áreas de competências-chave, agregando valor de cada uma e com ela enriquecendo o seu portefólio.

− Recalculando…

Alternativas profissionais e formações paralelas convidaram a desvios, mas o foco estava no destino.

STOP.

Às vezes também é preciso (saber) parar, seja para rever o caminho ou simplesmente para descansar. Os dois candidatos não descuraram os repousos e, apesar de o processo de RVCC lhes ser importante, a família também não saiu dos seus horizontes. E, mesmo quando encostados à box por opção própria, na berma do objetivo de concluir o 9.º ano, a equipa continuou a contactá-los para saber quando reuniam condições para prosseguir viagem.

− Continuar pela estrada principal.

Formação complementar: recordar o Inglês, transformar a Matemática de cálculos mentais rápidos em linguagem escrita coerente, aprofundar a Cidadania, ler com calma para extrair mensagens e reproduzi-las fielmente sob a forma de resumos, explorar as potencialidades que a tecnologia coloca ao nosso dispor… Portefólio: história de vida, recordações, fio condutor, encaixe da formação complementar com atribuição de sentido e de valor. E, finalmente….

− Chegou ao seu destino.

Os dois candidatos são um exemplo de que fizeram e fazem história da sua vida, não se deixando simplesmente arrastar por ela. Agora, com mais habilitações escolares em sua posse, a equipa do Centro Qualifica deseja que, mesmo que optem por caminhos menos convencionais, não percam o norte e lembrem-se que o retrovisor é mais pequeno do que o para-brisas porque é sobretudo para a frente que devemos olhar.

Isaebl Moio – Técnica de ORVC

Somos mais do que um campo de Narcisos


A Grécia Antiga é profícua em reflexões filosóficas e contos mitológicos que continuam a influenciar a forma atual de pensar. Um dos mitos muito conhecidos é a história de Narciso, que relata a vida de um jovem extremamente belo e arrogante, que acaba por se apaixonar pelo seu próprio reflexo, morrendo à fome e sede por não ser capaz de se afastar da sua própria imagem. Esta narrativa alerta-nos para os perigos de sermos, como a flor narciso, demasiado focados no nosso próprio umbigo, sendo preciso levantar a cabeça e observar o mundo que nos rodeia para agir.

Foi imbuído deste espírito de missão que D. fez a sua apresentação para a prova de júri de certificação de nível secundário, no dia 21 de março de 2024, inspirado pelo livro “A Era do Nós: Propostas para uma Democracia do Bem Comum” de João Ferro Rodrigues. Este é um candidato que está ligado a movimentos associativos na área do desporto e, enquanto pai, reconhece a importância de transmitir aos seus filhos a responsabilidade de participar ativamente na construção do bem comum.

Na exposição teve o cuidado de defender o equilíbrio entre o individualismo e o coletivismo, fazendo o paralelismo com a sua experiência como treinador, em que estimula o desenvolvimento pleno das particularidades de cada jogador, potenciando a cooperação e o trabalho de equipa para o alcance de objetivos de grupo.

Terminou com a exploração de ações concretas a tomar para a promoção do bem comum, assentes num envolvimento efetivo na comunidade.

Este foi o momento de encerramento de mais uma etapa na vida de D., com uma clara vitória, que lhe permitiu levar para casa a taça, ou melhor, o certificado de 12.º ano. Mas esta foi apenas a fase de eliminatórias regionais que o irão apurar ao campeonato nacional, isto é, ao prosseguimento de estudos para uma Licenciatura na sua área profissional, para que possa conquistar o título por si desejado.

Mikael Mendes – Técnico de ORVC

Equação do sucesso: variáveis e equilíbrio


As portas abertas do Centro Qualifica não nos deixam antever quem por elas entrará, estando a equipa sempre disponível para acolher quem aqui veja um rasgo de luz ou uma clareira de esperança. E não… nem sempre são pessoas com baixas qualificações que aqui se dirigem. E a S. é disso exemplo. Vinda de um país frio e de céu cinzento, a Rússia, onde se formou em Física – vertente de ensino, procurou em Portugal um equilíbrio térmico que lhe descobrisse o céu para melhores oportunidades de vida e estabilidade.

Não lhe sendo possível obter a equivalência aos seus estudos de origem, viu no processo de RVCC a oportunidade de cumprir um desígnio de vida: a obtenção de um comprovativo das suas qualificações escolares. Contudo, na equação do equilíbrio químico da sua vida pessoal e profissional teve de combinar de forma habilidosa diversas variáveis de modo a harmonizar o processo de RVCC com os seus horários de trabalho e os seus compromissos familiares.

De andar quase mecânico, e sempre com elevada energia cinética, soube com mestria gerir tempo e velocidade: ora acelerava em casa com a realização autónoma de algumas atividades, ora abrandava quando, no seu contexto profissional, as forças e os movimentos dos seus horários eram contrários aos que inicialmente lhe eram comunicados pelos seus superiores.

O domínio do Português foi o principal obstáculo que encontrou, pois foram vários os momentos em que o interruptor do vocabulário se desligou, cortando-lhe momentaneamente a corrente de que necessitava para que o circuito funcionasse sem percalços. Apesar disso, inspirada na mensagem do livro “Um mundo infestado de demónios”, de Carl Sagan, conseguiu defender o seu trabalho final, em que aliou as suas principais áreas de interesse – Ciência e Psicologia – ao comércio, em que trabalha. Acreditamos que o balanço energético do que a S. realizou no processo de RVCC permite-lhe levar daqui um rendimento positivo, transformado em ganhos em todas as áreas de competências-chave. E, embora o deslocamento entre os dois pontos do processo – a primeira sessão e o momento do júri de certificação, realizada no dia 7 de março de 2024 – não tenha sido retilíneo, também estamos confiantes de que a distância percorrida nesta trajetória contribuiu para que o espetro eletromagnético dos conhecimentos da S. saia daqui mais fortalecido.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

As estações da vida


A Natureza tem muito para nos ensinar. Se dedicarmos algum tempo a observá-la, podemos retirar lições valiosas. A ciência opta muitas vezes por dissecar os seus elementos para melhor a entender. Já a arte prefere contemplá-la para se inspirar e criar obras que imortalizam os seus criadores, por exemplo Vivaldi é ainda hoje recordado pela composição de quatro concertos, “As Quatro Estações”. Também a candidata que foi a júri de certificação no passado dia 07 de março de 2024, soube apreciar a beleza das estações do ano e reconhecer estes ciclos na sua própria história de vida.

Assim, o seu trajeto na concretização do processo RVCC seguiu o fluxo das estações, pois a própria caracterizou a fase da sua vida, em que iniciou esta caminhada, como sendo o inverno, por ter sido forçada pela sua condição de saúde a repensar os seus projetos.

Rapidamente se adaptou ao processo RVCC, manifestando um esforço e empenho exemplares. Dedicou-se a cada tarefa com a mesma energia que usa para cavar a terra, a fim de depositar as sementes de uma primavera à espreita.

Derretida a neve da dúvida e insegurança, foi visível o seu crescimento e florescimento nas várias áreas, principalmente em Competência Digital, sendo agora autónoma no envio de emails ou no processamento de texto. Se a fluência verbal nunca lhe faltou para contar a sua história, foi preciso algum treino em Cultura, Língua e Comunicação para converter em palavras essas experiências e acrescentar folhas novas ao seu portefólio.

Em Cidadania e Empregabilidade encontrou a sua praia, o início do verão, complementando os conhecimentos. Mas mesmo com o Sol no seu auge, C. nunca se sentou à sombra, empenhando-se para dominar as contas de Matemática, Ciências e Tecnologia.

Finalmente chegou o outono, isto é, a hora da colheita, podendo agora saborear os frutos da sua dedicação e planear novos caminhos para este novo ciclo a iniciar.

Mikael Mendes – Técncio de ORVC

Amor é fogo que se lê – Tertúlia literária


No dia 29 de fevereiro de 2024, participámos, na biblioteca da Escola Secundária de Pombal, na atividade intitulada “Amor é fogo … que se lê”.

Ao entrarmos no espaço, ficámos maravilhadas com a decoração: ao som de uma música agradável, observámos, em cima das mesas, velas; um envelope vermelho com o poema de Álvaro de Campos e um lenço dos namorados. Havia também imagens de vários poetas nomeadamente de Luís de Camões, Eugénio de Andrade, Álvaro de Campos e do pintor Gustav Klimt. Deste artista, estava exposto o quadro “O Beijo”- era colorido, com tons dourados, transmitindo muita ternura e carinho. Em cima de uma estante, havia um recipiente que emanava uma grande chama alusiva ao Amor.

A sessão iniciou com a professora bibliotecária que nos deu as boas vindas e relembrou a data comemorativa dos 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões. Seguidamente, uma formanda de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) declamou o poema “Amor é fogo que arde sem se ver”, de Luís de Camões. A professora bibliotecária sugeriu um pequeno jogo sobre os poetas já mencionados, falou sobre a vivência do Amor ao longo dos anos, explicou o sentido de expressões idiomáticas sobre o coração e a origem do lenço dos namorados, do Minho. Os formandos de Português Língua de Acolhimento, nível A1/A2 interpretaram a canção “Cinderela” de Carlos Paião e declamaram os poemas “Urgentemente” e “Canção” de Eugénio de Andrade. Os formandos de Português Língua de Acolhimento B1/B2 declamaram o poema “Todas as cartas de amor são ridículas” do heterónimo de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos, e apresentaram os poemas escritos por eles próprios, em sala de aula.

Ao som da canção “O amor é assim”, escrevemos a nossa definição de Amor numa cartolina em formato de coração. A sessão terminou com a leitura das frases que redigimos.

Todos colaboraram com muito empenho. Sentiu-se muita emoção nos poemas declamados pelos formandos. Foi uma atividade que fez realçar emoções, proporcionou o convívio e a interação entre todos, além de ter enriquecido a nossa aprendizagem sobre a temática.

 

Paula Sousa, Helena Lucas, Isabel Santos, Lourena Almeida e Rita Mendes – Formandas do processo RVCC

Testesmunhos de candidatos do Processod e RVCC – Nível Secundário
De caráter educativo e dinâmico, a sessão foi divertida, interativa e cativante. Aprendemos, rimos, cantámos e colaborámos a fim de solucionar um puzzle sobre os poetas retratados, entre outras atividades. Adorei o ambiente criado – foi muito acolhedor e intimista.
Rita Mendes
 Entre os formandos, houve muita emoção ao declamarem os poemas. Notou-se uma interação entre todos e interesse pelo tema.
Tudo foi muitoelaborado com muito pormenor.
 Helena Lucas
Gostei muito da atividade “Amor é fogo … que se lê”. Houve convívio entre formandos e formadores e o espaço estava muito bem decorado. Foi uma noite bem passada a falar de Amor.
 Isabel Santos
 Todos estavam muito atentos. Envolveram-se em ótimas apresentações.
 Lourena Almeida
 Partilhar ideias e opiniões com os colegas, fora da sala de aula, como uma conversa entre amigo, foi óptimo!
 Paula Sousa
Testemunhos de formandos o Curso de Português, Língua de Acolhimento – A1/A2
Senti-me tão feliz naquele dia porque todos se reuniram para expressar o amor por meio de poemas e cantando. Todos desfrutam de diferentes diversidades mas o amor é uma língua universal.
Binod Pariyar
A actividade de dia 29 de fevereiro foi simpática. Eu adoro encontrar outros grupos.
Bernadette Grauer
Nós cantamos muito mal mas temos um bonito coração.
O ambiente foi muito simpático.
Nós ouvimos mal porque não houve microfone.
Bruno Grauer
Em 29 fevereiro, a atividade maravilhosa “Dia do amor” foi realizada na escola numa atmosfera sincera. Estávamos rodeados pelo espírito mágico da biblioteca e pela decoração mais bonita e acolhedora da casa. E tudo isto foi acompanhado por belos poemas e canções igualmente magníficas, de há quinhentos anos atrás e dos tempos modernos.
Elena Zhuikova
Testemunhos de formandos o Curso de Português, Língua de Acolhimento – B1/B2
Apreciei a decoração. A primeira atividade foi um pouco difícil, mas aprendi muitas coisas novas. Gostei muito das leituras dos meus colegas.
Carlos Cavalero
Gostei da atividade da poesia. Foi um momento convivial. Aprendi coisas novas.
Alunos e professores foram simpáticos.
Maria Franja
Gostei muito de ouvir os meus colegas que leram os poemas deles.
O puzzle foi interessante. O trabalho que fizemos em grupo “O que significa o Amor” foi óptimo.
Cristy Sario
Gostei muito da decoração da biblioteca. A música que colocaram no evento era muito linda e também as mensagens que os colegas das aulas fizeram.
Victor Abreu
A atividade foi muito interessante. Eu gostei da canção do outro grupo (A1 A2). No geral, foi uma noite agradável.
Maria Shkurkina
A atividade foi muito acolhedora e a biblioteca estava muito bonita. Foi muito interessante.
Gostei muito dessa quinta feira.
Yana Honchar

Sobre rodas


A equipa do Centro Qualifica sabe que, seja por que motivo for, a vida de cada candidato que aqui vem bater à porta não correu sobre rodas. Vicissitudes pessoais, familiares ou profissionais empurraram para “um dia mais tarde” o prosseguimento dos estudos.

Paradoxalmente, e de forma literal, a vida da F. tem decorrido sobre rodas. Contudo, olhando ao sentido metafórico, também não o foi, mas sim uma roda-viva com mudanças, adaptações e reaprendizagens.

Desde o início do processo de RVCC, sem nunca aqui ter sido deixada em roda livre, a equipa apresentou-lhe cronogramas e propostas de atividades de reflexão. Não pretendendo este processo reinventar a roda, porque assenta no que de melhor cada candidato conhece – as suas experiências – foi-lhe sugerido andar à roda da sua própria vida, com um olhar reflexivo, e à roda de diferentes conteúdos dentro de cada área de competências-chave.

Como uma roda dentada, tudo o que construiu em formação complementar foi encaixado no seu portefólio, gerando um movimento fluido que, no final, surpreendeu a candidata. “Eu fiz isso tudo?!”, questionava por vezes, quando tomava consciência do resultado do seu trabalho. Nesta contínua construção, o que a fez ficar com a cabeça à roda foi, sobretudo, a Matemática e o Inglês, áreas em que não se sentiu tão confortável.

A equipa acredita que, para a F., este processo foi uma roda dos alimentos onde terá encontrado nutrientes essenciais que absorveu para concretizar novos projetos e no centro desta, onde se encontra a água, está a energia com que encara cada dia e cada desafio.

Isabel Moio – Técncia de ORVC

Do fazer acontecer à paz


Existem três tipos de pessoas: as que deixam acontecer, as que fazem acontecer e as que perguntam o que aconteceu. Acontecer começa com A, assim como o nome das duas candidatas que concluíram o processo de RVCC no dia 20 de dezembro de 2023. O A é a primeira letra do alfabeto, o que encima cada uma das candidatas na lista dos seus próprios projetos de vida. E um deles foi precisamente este: a realização deste processo. Seja por motivos de índole pessoal ou profissional, o denominador comum foi partilhado: aumentar o nível de qualificação escolar.

De atitude silenciosa e discreta ou destemida e aventureira, as duas candidatas souberam olhar para cada área de competências-chave como uma oportunidade de evoluir como ser humano e de aprender. Entre a vontade de arriscar ou, perante dúvidas e inseguranças maiores, de desistir, ambas não voltaram as costas aos desafios e, à sua maneira, dialogaram com os seus receios e enfrentaram-nos com a maturidade que um processo desta natureza requer. De memórias mais vívidas e precisas ou mais baças e diluídas, peça a peça foi-se construindo uma imagem unificadora de sentido e de significado: a história de vida.

No final do processo há também vários sentimentos comuns: o orgulho, a realização, a autoestima e a gratidão são alguns deles. As candidatas terminaram assim o processo de RVCC: com uma leveza interior que lhes transmite paz… palavra cuja última letra é a última do alfabeto, mas não do seu portefólio, pois a vida continua para lá desta etapa, para lá do Natal e para lá do virar de mais um ano.

Isabel Moio –  Técnica de ORVC

 

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Ventos de mudança


“Boa tarde! Sou o assistente virtual em que posso ajudar?” este é o tipo de abordagem que encontramos com cada vez mais frequência nos mais variados contextos e que se tornou possível com o desenvolvimento da Inteligência Artificial. Esta é uma tecnologia em rápida evolução e cujo alcance é difícil de prever. Se este avanço desperta o fascínio e entusiasmo nalgumas pessoas, outras há que são bastante mais céticas ou preocupadas com as aplicações menos benéficas desta tecnologia. Foi sobre estes dilemas que se focou a apresentação realizada por S. na sua prova de certificação do processo RVCC, baseada na obra “Life 3.0” de Max Tegmark.

Uma coisa é certa, o progresso não se para e por muito que as máquinas se tornem mais inteligentes, dificilmente elas conseguirão substituir o ser humano. Pois mais do que as nossas capacidades cognitivas, são as emoções e afetos que melhor nos caracterizam. Por outro lado, estas mudanças exigirão de nós uma grande resiliência e competência de adaptação. E S. é um exemplo dessas aptidões, habituada aos desafios, a candidata possui o espírito de guerreira, recusando-se a baixar os braços face às adversidades. Determinada a retirar o máximo de aprendizagens de cada experiência, batalhava para encaixar as sessões na sua agenda lotada. O Teams foi um verdadeiro aliado nesta demanda. Descrevendo a sua história como estando no “Olho do Furacão”, por muito que os ventos assobiem, S. soube sempre fazer a sua voz ser ouvida. E é essa essência determinada que lhe permitiu manter-se firme e focada naquilo que realmente era importante para si.

Terminado este processo, a candidata destacou o quão gratificante foi a experiência, sentindo que retirou valiosas aprendizagens, nomeadamente na sua capacidade de expressão, identificando um aumento da sua confiança para escrever e falar.  Demonstrando gratidão pelo acompanhamento que encontrou neste Centro.

Espera-se que as competências desenvolvidas lhe permitam continuar o seu percurso e alcançar os seus objetivos.

Mikael Mendes – Técnico de ORVC

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Sons e Sabores da Interculturalidade


No passado dia 9 de novembro 2023, participei no convívio “Sons e Sabores da Interculturalidade” que decorreu no átrio da Escola Secundária de Pombal. Estiveram presentes os formandos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC), Educação e Formação de Adultos (EFA), e Português Língua de Acolhimento (PLA), níveis A1/A2 e B1/B2 (duas turmas de Português para estrangeiros, com cerca de 60 formandos).

O evento desenvolveu-se em dois momentos. No primeiro, depois da mensagem de boas vindas a todos por parte da coordenadora e de uma apresentação mútua dos presentes, a professora bibliotecária apresentou a personagem Pantagruel, do escritor François Rabelais (século XVI). Estava decifrado o enigma do cartaz da atividade que representava um rosto enorme no fundo de um prato e também estava explicada a origem do nome do chocolate de culinária “Pantagruel” bem como do livro de receitas. Esta personagem era um gigante glutão que representa o exagero e o desperdício alimentar. Assim, a docente chamou a atenção para que não se coma em demasia, não só por razões de saúde mas também porque enquanto uns comem exageradamente, há outros que passam fome.

Foi o apelo para a atenção ao outro que serviu de transição pata a leitura e a representação da lenda de São Martinho, que gostei muito. Destacou-se a leitura expressiva da formanda do curso e apreciei os pormenores da caracterização das personagens.

Seguiu-se, a interpretação de várias canções de formandos que divulgaram músicas típicas dos seus países de origem. A tecnologia permitiu que um casal que se encontra de momento na sua terra natal nos brindasse com uma canção tradicional francesa. Foi um momento de partilha de boa disposição e de confraternização.

Depois do espetáculo, dirigimo-nos para outra sala (passerelle) onde estavam mesas com as iguarias (salgados e doces) dos vários países representados por bandeiras coloridas. Foi o momento para todos nós apreciarmos estas especialidades muito saborosas e para convivermos uns com os outros.

Esta festa proporcionou o contacto com pessoas de várias nacionalidades (ucranianos, brasileiros, indianos, colombianos, venezuelanos, franceses …) e a degustação de pratos típicos dos diversos países de origem. Gostei imenso da festa e da interação com os outros colegas. Foi um momento muito agradável e de muitas aprendizagens, pois estivemos em contacto com culturas diferentes da nossa. Gostaria que se repetissem convívios como este!

Cassilda Fernandes – Candidata do processo RVCC

Testemunhos de formandos do PLA – nível A1

” A vossa paixão por ensinar Português e fomentar a interação cultural uniu os alunos de todo o mundo numa bonita celebração da diversidade. Obrigado por organizarem uma noite inesquecível de cantigas, boa comida e celebração cultural. A alegria coletiva que partilhámos permanecerá em memórias acarinhadas por todos. Muito obrigado.”
Johan Barnard
“Muito obrigado pela festa da semana passada. Gostei muito. Agradeço todo o trabalho. A apresentação era boa e a comida ainda melhor. Obrigado por nos fazerem sentir bem-vindos.”
 Jan Krynauw
” No dia 9 novembro, houve uma celebração maravilhosa, “Sons e Sabores”. A festa uniu as pessoas e as suas culturas. A atmosfera foi acolhedora e bonita. Performances fantásticas e variedade de comida deliciosa! Muito obrigada aos organizadores do evento!”
Elena Zhuikova
“Foi simpático representar as comidas típicas e foi bom conversar com pessoas de outros países. Foi a primeira vez que subi ao palco para cantar. Obrigado por esta oportunidade!”

Binod Pariyar

“Gostei muito das músicas e do teatro. Obrigado, foi uma noite muito interessante.”
Susan Shrestha
Testemunhos de formandos do PLA – nível B1

Foi uma festa maravilhosa e uma oportunidade de comunicar e conhecer a cultura e a gastronomia de diferentes povos. Gostei muito da representação e do carinho demonstrado pelas professoras desta escola, unindo pessoas completamente diferentes. Obrigada!

Anna Romashchuk

A festa da Interculturalidade na escola foi muito simpática. Gostei muito do espetáculo sobre a Lenda de São Martinho e da história de Pantagruel. Cada formando trouxe um prato de comida e havia diversidade de sabores. Para mim, foi uma noite muito agradável. Podemos repetir!

Maria Franja

Fiquei agradavelmente surpreendida com a Festa da Interculturalidade. Os participantes tiveram um bom desempenho. Foi uma festa maravilhosa para mim. Já há muito tempo que não recebia tantas emoções positivas. Estou feliz por também ter participado!

Iryna Sydorenko

Eu gostei muito de ter a oportunidade de conhecer diferentes culturas na festa da Interculturalidade onde contactámos com música, teatro e comidas representativas de cada país. Fico muito agradecida e acredito que foi um dia muito bom.

Daniela Sanchez

Uma mistura incrível e excelente de cultura, conhecimento e alegria. Foi uma experiência cheia de felicidade, valores, sons e sabores!

Victor Loureiro

 Foi um dia agradável. Gostei muito de conhecer diferentes culturas e comidas. Também gostei de partilhar e de conviver com os meus colegas. Deviam repetir! Obrigada!

Frenesi Gonzalez

Porque Dia Nacional do Formador… é todos os dias!


No dia 18 de novembro de 1994 foi publicado o Decreto Regulamentar n.º 66/1994, que pela primeira vez regulamenta o exercício da atividade de formador no âmbito da formação profissional inserida no mercado de emprego, tendo posteriormente sido instituído esse mesmo dia, de forma simbólica, como o Dia Nacional do Formador.

Foi no contexto de reconhecimento destes profissionais que, nos dias 17 e 18 de novembro de 2023, se realizou o XI Encontro Nacional de Formadores subordinado ao tema “Ninguém aprende de trombas. A Felicidade, o Prazer e a Diversão na Aprendizagem”. Este Encontro constituiu-se, uma vez mais, como um espaço de partilha e de colaboração dos diferentes profissionais da formação provenientes de distintos setores de atividade, vendo-a como um alicerce estruturante da aprendizagem ao longo da vida.

Durante o evento foi possível apr(e)ender com os testemunhos dos vários oradores cujas intervenções se focaram em conceitos tão diversos como complementares e também comuns ao mundo da formação, tais como empatia, vontade, sentido e liberdade. Do Genially às diferenças entre o ensino e a aprendizagem, dos vértices do triângulo pedagógico ao design na atividade formativa, da neurobiologia da felicidade às pontes que a Escola da Ponte concretiza, da felicidade e do bem-estar nas escolas à Associação Happy Schools Portugal… a transversalidade da riqueza concetual aplicada também à atividade formativa foi, de facto, o denominador comum.

Se a formação ocorre em distintos setores, os Centros Qualifica não são exceção, uma vez que enquanto porta de entrada para todos os que procuram uma qualificação escolar e/ou profissional, são também um importante mecanismo de capacitação e de promoção da autodescoberta de quem a eles se dirige. E, mais concretamente no processo de RVCC, também aqui todos somos formadores, pois não são raras as vezes em que os candidatos confidenciam que aprendem com os Formadores, mas também com os Técnicos… e para a construção desse caminho não há “o” Dia do Formador, porque todos os dias o são.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Quotidianos Femininos durante o Estado Novo


No dia 14 de novembro 2023, associámo-nos aos formandos do curso EFA na sua Atividade Integradora, “Desafios das novas dinâmicas e estilos de vida na sociedade atual” e estivemos no auditório Dra Gabriela Coelho para assistir a uma conferência sobre “Quotidianos Femininos em Portugal – 1930 – 1950”.

A professora Maria Alice Guimarães, professora de história na nossa escola, começou por apresentar fotografias da exposição “Mundo Português” que decorreu junto ao Tejo, em junho 1940. Enquanto a Europa estava em guerra, em Portugal, celebrava-se o colonialismo. Esta data recordava a fundação de Portugal (1143) bem como a Restauração da Independência em 1640. O evento foi um ponto alto da Propaganda levada a cabo por António de Oliveira Salazar.

A professora socorreu-se também de “A Lição de Salazar”, cartaz de uma série editada em 1938 pelo Secretariado da Propaganda Nacional, a fim de ser comentada pelos Professores nas escolas primárias. Com o objetivo de ilustrar a trilogia “Deus, Pátria e Família”, no centro de uma cozinha, aparece em destaque um crucifixo pousado numa cómoda, a dona da casa está metida na lareira a cozinhar, a sua filha está rodeada de alguns brinquedos e o filho está vestido com a farda da mocidade portuguesa. Os olhos estão postos no pai que está a regressar do trabalho do campo. Pela janela, vê-se um castelo medieval com a bandeira hasteada, símbolo da nação.

As famílias eram numerosas pois como não havia reformas, os filhos ajudariam no sustento da casa. Imperavam altas taxas de mortalidade infantil (150%) em parte pelo excesso de trabalho e falta de assistência materno-infantil. A ideologia vigente atribuía esta assistência  à iniciativa particular e considerava que esta devia ser prestadas no seio do lar. A OMEN – Obra das Mães pela Educação Nacional era responsável pela solidariedade com a oferta de berços, por exemplo.

Com recurso à leitura de alguns trechos, a professora clarificou que “à esposa cabia o dever de amparar e animar o marido, o irmão ou o filho; devia apresentar-se perante o homem frágil, humilde e delicada; a mulher era feliz quando vivia na tranquilidade do lar, quando educava os filhos e quando cultivava o seu jardim”.

Foi também apresentada uma cronologia da atribuição do direito de voto à mulher. Carolina Beatriz Ângelo foi a primeira mulher portuguesa a votar (1911). Valeu-se da interpretação da lei que permitia o voto aos chefes de família. Sendo ela viúva, exerceu esse seu direito, mas a lei foi rapidamente alterada para “chefe de família, homem”. Em 1931 o Dec-Lei nº 19 694 de 5 de maio atribuiu o direito de voto às mulheres detentoras de um curso secundário ou universitário. Em 1946, este foi alargado às chefes de família (divorciadas, viúvas e solteiras) que soubessem ler e escrever ou pagassem ao Estado uma quantia não inferior a 100$00 de impostos.  A lei Eleitoral nº 2317, de 26 de dezembro permitiu o alargamento do número de votantes  a todos os que soubessem ler e escrever e finalmente, em 1974 temos o sufrágio Universal com a Lei nº 621/74 de 15 de novembro.

A professora salientou também o elevado analfabetismo em Portugal. As mulheres, na sua maioria, estudavam apenas até à terceira classe e os homens faziam a quarta classe.

A Propaganda apostava também na divulgação de ementas numa altura  de baixos salários e de senhas de racionamento durante o período da guerra. De igual modo, a  moda adaptou-se aos tempos de escassez que se refletiu, por exemplo, nas saias mais curtas para poupar tecido.

Com imagens apelativas com destaque paras fotos de Maria Lamas com retratos das mulheres do povo do nosso país, a professora cativou todos os presentes. De modo particular, ajudou os candidatos com mais idade (candidatos do processod e RVCC) a compreenderem que as marcas do Estado Novo demoraram algum tempo a esbater-se. Foram muitas as partilhas das vivências que esta sessão suscitou sendo que todos começaram a trabalhar com 12, 13 anos e os percursos profissionais passaram, por exemplo, pela função de “sopeira” em Lisboa tal como acontecia nos anos 50.

Cristóvão, Isabel, Helena,  José e Raquel – Candidatos do processo RVCC

“Ensino Superior: um caminho possível” – Sessão de informação


Esta sessão tem como objetivos:

  • Apresentar a UAb, a oferta em termos de licenciaturas e formas de acesso;
  • Apresentar o Curso de Qualificação para Estudos Superiores;
  • Apresentar o Programa de preparação para exames M23.

O público-alvo são: adultos em formação nos Centros Qualifica, TORVC  e público em geral.

São parceiros desta sessão os Centros Qualifica dos Agrupamentos de Escolas de: Águeda Sul, Anadia, Lima-de-Faria de Cantanhede, Pombal, Sertã e Escola Técnico Profissional Sicó.

Pedimos que efetue a v/ inscrição através do link https://forms.gle/edtU4TX4Ww8rwuSP6

Dúnia Palricas – Coordenadora do Centro Local de Aprendizagem de Ansião da Universidade Aberta

O futuro bate à porta do Centro


“Numa casa portuguesa fica bem

À entrada uma fechadura inteligente,

E se à porta humildemente bate alguém,

Pelo videoporteiro ver se é boa gente”

A grande Amália Rodrigues imortalizou a música “Uma casa portuguesa”, que talvez se fosse escrita hoje, incluísse um pouco das evoluções tecnológicas. Se para rimas e arte não tenho grande jeito, com este tom mais ligeiro, pretendo introduzir a prova de certificação do candidato L. que se realizou no dia 16 de novembro de 2023.

Para a apresentação, inspirou-se na obra “2030” de Mauro Guillén, por sugestão da equipa do Centro Qualifica, ligando as temáticas do livro a um dos seus interesses, a domótica. Explorou como a utilização de casas inteligentes serve a promoção da eficiência energética, ainda que autodidata, demonstrou um profundo conhecimento da temática.

Ao longo do processo, evidenciou ser um candidato de elevadas competências e um forte sentido de responsabilidade. Com um vocabulário rico e uma escrita fluída, as páginas do seu portefólio foram surgindo. Como se de uma árvore se tratasse, o relato da sua história, começou pela exploração dedicada e carinhosa das suas raízes, a cada decisão uma ramificação e no topo o fruto, ou melhor o seu filho, um claro motivo de orgulho, não fosse também a quem dedica o seu portefólio. De prioridades bem estabelecidas, mas sempre com atenção redobrada aos detalhes.

Se inicialmente achava que a conclusão deste processo seria célere, acabaria por reconhecer que este era um trabalho “laborioso”, pois “escrever bem dá trabalho”. Na balança a qualidade teve de facto mais peso do que a velocidade.

Concluída mais uma etapa com sucesso, falta rumar ao futuro e investir noutro dos seus projetos, o ingresso numa licenciatura.

Mikael Mendes – Técnico de ORVC

Sons e Sabores da Interculturalidade


É já no próximo dia 9 de novembro, às 20:000 horas, no auditório Dra Gabriela Coelho (Escola Secundária de Pombal) o já habitual evento: Sons e Sabores da Interculturalidade.

Através da partilha de dotes musicais e gastronómicos pretendemos promover o encontro e a relação entre a diversidade de culturas que constitui a nossa comunidade escolar no que toca à educação de adultos.

No fundo, a melhor escola, tal como a melhor
cidade, é aquela que sabe pôr em contacto os
indivíduos mais diversos. Quanto menos homogénea
for a escola, social e culturalmente, melhor
conseguirá desempenhar o seu papel de despertar das
personalidades que se formam através da
comunicação e não através de repetição de códigos
geradores de distância e de hierarquia. Aproveitamos
a oportunidade representada por tantos alunos de
origens culturais diversas nas escolas para atingirmos
aquilo que, já actualmente, as escolas vêm fazendo,
melhor do que se pensa: a comunicação entre
heranças, projectos e individualidades diferentes.
Alain Touraine, 1996


O caminho da aceitação


Com alguma frequência ouvimos discursos desconfiados relativamente à forma como funciona o processo de RVCC, muitas vezes assentes no receio que a construção do portefólio invada a privacidade de quem procura uma via para aumentar as suas qualificações. Quando entrou no nosso Centro, G. também carregava esse medo aos ombros, incerta se este seria o caminho mais ajustado às suas características. Com o tempo, foi baixando a guarda, entendendo que estava nas suas mãos a decisão de quanto de si e da sua história queria depositar nas páginas do seu portefólio. Foi logo nas primeiras sessões que assumiu o compromisso “desistir não é opção” e foi com essa determinação que compareceu no dia doze de outubro para a sessão de júri de certificação.

Com orgulho apresentou as problemáticas em torno da imigração, inspirada pela perspetiva defendida por Yuval Harrari no seu livro “21 Lições para o Século XXI”.

Com mais uma etapa concluída com sucesso, o caminho continua, pois nunca se deve confundir aceitação e resignação. Só depois de aceitarmos as coisas que não controlamos, é que conseguimos mudar aquilo que realmente depende das nossas ações.

Miakel Mendes – Técnico de ORVC

SMAL “O Meu Nome Faz História”


Nos dias 27 e 28 de setembro 2023, participámos na iniciativa SMAL – Setembro Mês da Alfabetização e das Literacias – “O meu nome faz história”, dinamizada pelo Centro Qualifica em parceria com a Biblioteca Escolar da Escola Secundária de Pombal e o Projeto Cultural da Escola.

No dia 27 de setembro, estivemos na Biblioteca – “o coração da Escola”, nas palavras da coordenadora do Centro Qualifica e, depois das boas vindas da professora bibliotecária,  iniciou.se a noite com o poema “Março” de Alice Neto de Sousa. Este foi o mote para a reflexão sobre a vivência dos portugueses em tempo de ditadura e no pós-Revolução do 25 de Abril 1974. Com a colaboração de todos, procurou-se o sentido do poema e orientados pela metáfora “Chuvas de março”, numa pequena tarefa de grupo, fomos convidados a elaborar um breve registo biográfico de vários nomes marcantes ligados ao 25 de Abril e à democracia, com destaque para Manuel Alegre, Salgueiro Maia, Sophia de Mello Breyner Andresen, Zeca Afonso, Carolina Beatriz Ângelo, Natália Correia e Maria Antónia Palla. Seguidamente, procedeu-se a uma partilha das informações recolhidas e foram colocad0s os rostos das personalidades, referidas anteriormente, no “Friso Cronológico da Revolução”.

No dia 28 de setembro, no Auditório da Escola e inspirados no verso “Grafitar Liberdade”, demos continuidade à atividade. Ao som da Garota Não, ouvimos a “Canção a Zé Mário Branco”. Com recurso ao Mentimeter, fomos desafiados a identificar as palavras mais marcantes da canção, sobressaindo a palavra “Liberdade”. E chegou a vez do convidado da noite, um artista local, João Ribeiro, que através da técnica do grafiti, tem deixado registos da nossa identidade em várias paredes do nosso concelho. Depois de um enquadramento do conceito de arte urbana com referência aos artistas Vhils, Bordalo II, Eduardo Kobra, Bansky, relatou-nos o seu percurso pela Escola Secundária de Pombal e de nível superior, as técnicas utilizadas, o começo aos 14 anos no mundo do grafiti. De marcante, foi a exposição “Identidade” na casa Varela, Pombal, com obras que resultaram de uma viagem a Berlim e Amsterdão onde recolheu cartazes com os quais compôs narrativas visuais. A arte urbana é para João Ribeiro a possibilidade de se expressar livremente embora não se enquadre nos movimentos “românticos” retomando a sua expressão, de transgressão e contracultura.

Resumindo, nestes dois dias tivemos a oportunidade de conhecer o que foi a Revolução de 25 de Abril de 1974, que pôs fim ao regime ditatorial do Estado-Novo, através de um golpe de Estado militar e que foi um marco da nossa história. Ficámos a conhecer nomes  marcantes na luta contra a ditadura e o seu contributo para a Revolução. Esta atividade foi também um encontro com representantes da geração atual, que através da poesia ( Alice Neto), música (Garota não) e do grafiti (João Bribeiro), beneficia da conquista de Abril que é a liberdade de expressão e não deixa de denunciar o que falta cumprir.

Os Formandos do curso EFA – Nível Secundário

 

O PLA celebra o Dia Europeu das Línguas


No Agrupamento de Escolas de Pombal, o dia 19 setembro foi o primeiro dia de aulas para os formandos de Português Língua de Acolhimento.

Entre os 60 formandos (32 do A1/2 + 28 do B1/2) inscritos neste programa de aprendizagem da nossa língua, encontramos pessoas oriundas de vários países: Austrália, Estados Unidos da América, África do Sul, Bélgica, Colômbia, Filipinas, França, Geórgia, Índia, Marrocos, Nepal, Rússia, Turquia, Ucrânia, Uzbequistão e Venezuela.

O objetivo deste programa é ensinar a língua portuguesa a estes imigrantes. Desenvolvendo as suas competências orais (ouvir e falar) e escritas (ler e escrever), facilitando a interação cultural e promovendo o seu investimento num futuro melhor, estaremos a potenciar a integração profissional e social destes migrantes, que procuram no nosso país um novo recomeço de vida.

No dia 26 de setembro, os formandos celebraram o Dia Europeu das Línguas que celebra a diversidade e a riqueza das línguas existentes na Europa. As duas turmas refletiram sobre o valor inestimável da multiplicidade linguística enquanto património da Humanidade e alguns formandos demonstraram com orgulho a sua evolução na aprendizagem da Língua Portuguesa com uma pequena apresentação pessoal. Aprender uma língua é um longo caminho e os primeiros passos exigem sempre grande coragem e inabalável persistência.

A todos, desejamos um ano pleno de grandes vitórias e renovadas esperanças!

Ama Moço e Gina Ribeiro- Formadoras de PLA

 

Origami no SMAL


O meu nome é F. vim ao Centro Qualifica para melhorar os meus conhecimentos, reconhecer e validar as competências que fui adquirindo ao longo da minha vida e assim obter a minha certificação do nível básico. Este processo de RVCC permitirá uma melhor integração no mundo do trabalho.

Iniciei o processo em setembro, mês da alfabetização e das literacias (SMAL). Este ano, as atividades propostas são alusivas ao 25 de abril 1974 e, por esse motivo, no âmbito da área de competência chave MCT (Matemática Ciências e Tecnologia) construi um cravo em origami para explorar figuras geométricas e calcular áreas e perímetros de polígonos. O cravo vermelho simboliza, na maioria das culturas mundiais, liberdade e vitória. Em Portugal é um dos símbolos da Revolução de Abril.

Foi com entusiasmo que realizei esta atividade de exploração de figuras geométricas e ao mesmo tempo de aprofundamento da história de Portugal.

F – Candidata do Processo de RVCC- B3

“Goliath” – Recomendo


Nesta reentrada do novo ano letivo, venho desejar-lhes as melhores aspirações escolares e compartir convosco, um filme/documentário que despertou a minha atenção durante o recente período de veraneio.

“Goliath” é um filme coescrito e realizado por Frédéric Tellier e estreado em 2022. O seu nome inspira-se nas personagens bíblicas David e Golias, um soldado judeu de estatura muito pequena em luta contra o gigante do exército Filisteu que queria dominar Israel. No caso do filme em análise, temos o cidadão comum versus o gigante económico e os seus lucros.

Baseado em factos reais, o filme centra-se numa investigação feita sobre o Glifosato, um herbicida potente no combate às ervas daninhas, mas muito prejudicial para os restantes seres vivos e para o meio ambiente. Descreve-nos a luta dos agricultores, que após décadas de utilização do referido produto, viram as vidas destruídas por diversos problemas de saúde e, que, em muitos casos culminaram na morte. É então, que um pequeno grupo de agricultores afetados decide levar perante a justiça o colossal grupo empresarial Monsanto detido pelo grupo Bayer que tem estado envolvida, ao longo dos anos, em escândalos relacionados com a saúde e ecocídio, por todo o planeta.

“Goliath” é uma estória, contada na primeira pessoa que nos revela como se desenvolvem e aprovam todos os dossiers mais ou menos importantes para a nossa vida quotidiana. Denuncia os meandros da UE, os lobbies, os procedimentos até sair uma nova norma. Descreve-nos até ao pormenor mais sórdido e inimaginável aquilo que estão dispostos a fazer determinados grupos económicos com o único propósito de garantir os ingressos dos seus acionistas. O Meio Ambiente e o próprio Ser Humano tornam-se absolutamente descartáveis e de segundo plano quando um valor mais importante se interpõe: o lucro!

João Ribeiro – Ex canddidato do processo de RVCC

SMAL – Setembro Mês da Literacia e da Alfabetização


O Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Pombal aderiu à iniciativa SMAL numa atividade conjunta com  a BE da ESP e o Projeto Cultural da Escola.

Junte-se a nós nos dias 27 e 28 de setembro

O MEU NOME FAZ HISTÓRIA
Inspirado no poema “Março”, de Alice Neto de Sousa

27 de setembro – 20:00h
BE da escola Secundária de Pombal

“Chuvas de março”
– Exploração de narrativas de figuras chave da democracia em Portugal
– Construção de friso cronológico

“As pétalas que me mancham”
– Escrita criativa

28 de setembro – 20:00h
Auditório Gabriela Coelho
“Grafitar liberdade”
– Encontro com João Ribeiro

 

 

Cristina Costa – Coordenadora do Centro Qualifica

Cerimónia de Entrega de Diplomas


No dia 21 de julho, a partir das 20:00 horas, vivia-se um ambiente de Festa na nossa escola. O motivo era o sucesso alcançado por 66 adultos no seu percurso formativo.

De setembo 2022 a julho 2023, realizaram-se 15 certificações no RVCC de nível básico e 9 de nível secundário, mas igualmente 15 certificações totais no curso EFA e 27 nos cursos de PLA (Ai/A2 e B1/B2).

O professor Jorge Ventura, professor de Inglês na nossa escola, com o seu grupo de música popular – Emcantos – deu o mote à nossa noite. Como é importante determo-nos na contemplação da nossa identidade, deixarmo-nos encantar e sermos ponte, levarmos ao outro, com alegria, aquilo que é valioso para nós.

Os percursos formativos dos nossos adultos  foram, também eles, tempos privilegiados para a reflexão, a contemplação dos caminhos percorridos e um olhar crítico de análise da realidade. Foram tempos  de autoconhecimento e de relação de confiança mútua crescente entre formando e formador, de aprendizagem tanto para o formando como para o formador.

Citando José Barata Moura, “Não faz mal nenhum que a gente de habitue a pensar. Ouvindo os outros. Conversando com eles. Olhando à volta com olhos de ver. Indo à descoberta de como é que as coisas são e de como funcionam. De como é que nós vamos sendo, e de como é que funcionamos. É importante aprendermos a distinguir entre aquilo que existe mesmo e aquilo que apenas vive na fantasia. A imaginação transporta-nos para lá daquilo que existe. O que é muito bom. Ajuda-nos a perceber que as coisas, afinal, também podem ser de outros modos. Mas para que as coisas venham a ser de outra maneira, na nossa vida e na de todos, não basta a força de imaginar. É preciso trabalho. Junto com outros.”

Muito obrigada a todos os que se juntaram a nós e ajudaram na concretização desta noite de encontro, de valorização das particularidades do outro.

Muitos Parabéns a TODOS!

Cristina Costa – Coordenadora do Centro Qualifica

Português Língua de Acolhimento – Testemunhos


“Senti-me muito feliz por poder aprender português nesta escola no país do meu pai com outros formandos. A diversidade de nacionalidades do grupo foi importante para encontrar a diversidade do mundo. Os formandos foram simpáticos e o ambiente de trabalho foi divertido.

Gostei muito da dedicação da nossa professora em ajudar-nos a aprender.

Professora, obrigada por estar sempre presente para os seus alunos. Agradeço por ter tido a oportunidade de aprender consigo. A sua paciência, gentiliza, compreensão, tempo e energia ajudaram-nos a ter sucesso.

Obrigada por tudo!»

Marie-Odile Franja – Formanda do curso PLA A1 e A2

“Os cursos de Português Língua de Acolhimento, nível B1/B2, ajudaram-me muito a progredir, no dia a dia, tanto para as coisas básicas (ir às compras, conversar com os comerciantes, os vizinhos…) como para as tarefas mais complexas da administração por exemplo, e também profissionalmente.

Além disso, ganhei muitos amigos de todas as nacionalidades! Que oportunidade!

Tenho muita gratidão e recomendo vivamente a experiência!”

Adeline Gonçalves Domingues (França) – Formanda do Curso PLA B1 e B2

 

“Quando eu cheguei a Portugal, senti-me totalmente bloqueada para falar português. Só sabia dizer “Eu não sei falar muito bem português”.  E dizem que o espanhol é muito parecido com o português, não é assim mas, neste curso, aprendi muito!

Hoje, posso dizer que me sinto mais confiante para iniciar uma conversa social e no trabalho.

Nós temos uma excelente professora, que nos ensinou de uma forma muito paciente e com a melhor pronúncia para nós aprendermos.

Estou muito grata.”

Caterine Rojas Saenz (Cali – Colômbia) – Formanda do curso PLA B1 e B2

Desacelerar para avançar


A vida ensina que nem sempre se deve acelerar para avançar. A candidata que obteve a certificação de nível B3 no dia 19 de julho de 2023 é prova viva disso. Apesar de ter iniciado processo de RVCC em maio de 2022, apenas naquele dia o concluiu porque, nesta janela temporal, deparou-se com dinâmicas de vida pessoais e familiares que exigiram mais da sua presença e da sua dedicação.

Numa fase inicial, chegou a comparecer a sessões de manhã e de tarde ou de tarde e de noite, o que exigiu de si uma mais apurada gestão de tempo quando, na altura, deixava a sua filha mais nova, com apenas dois meses, a chorar ao colo da sogra, um dos seus portos de abrigo. Se em “dois minutos” pensava que “já escrevi tudo”, gradualmente foi ultrapassando as dificuldades que encontrava sobretudo na Matemática e no Inglês e conseguiu cumprir um novo patamar de qualificação.

Durante estes meses, a candidata sentia que devia uma explicação quando não podia comparecer, o que demonstra a seriedade com que assumiu este propósito de vida. A equipa ouviu-a e respeitou os seus tempos, compreendendo também que a sua sessão de júri seria mais uma vitória dentro da vitória que já lhe era o processo.

Requereu uma presença quase sistemática ao seu lado, inclusive para a ajudar a abrandar o ritmo, a pensar e a ponderar – papel também desempenhado pelos sinais de pontuação, que tinha dificuldade em utilizar, tal a impulsividade. E foi assim que reconheceu que para subir degraus mais altos ou até desnivelados é necessário, por vezes, desacelerar na vida para, então, poder avançar com passo mais firme e seguro.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Seminário de Educação de Adultos


No dia 7 de julho de 2023 decorreu o IX Seminário Nacional e I Seminário Internacional de Educação de Adultos, promovido pela APEFA – Associação Portuguesa de Educação e Formação de Adultos, subordinado ao tema “Cidadania e Multiculturalidades”. Este momento formativo pretendeu contribuir para uma discussão sadia e um debate informado em torno da Educação e Formação de Adultos ao longo (e em todos os espaços) da vida, determinante para a construção de um Portugal empreendedor, desenvolvido, solidário e mais humanizado. Para tal, reuniu um conjunto de palestrantes diversificado que incluiu investigadores e operadores responsáveis (técnicos e políticos) no campo da Educação de Adultos que ajudaram a refletir e a empreender nesta missão que, sendo local, é global e  uma tarefa e responsabilidade de todos.

Assim, nas duas mesas temáticas foram debatidos aspetos prementes relacionados com as políticas públicas de Educação de Adultos, quadro comunitário, instrumentos e formas de operacionalização das práticas. Destacou-se que antes de se olhar para qualquer meio de financiamento deste tipo de políticas públicas, é determinante definir o que realmente se pretende alcançar na década 2020-2030 e quais os objetivos nacionais e regionais, pois apenas dessa forma se pode efetivamente trabalhar para a coesão territorial.

Tendo as metas da Educação de Adultos sido articuladas com o Pilar dos Direitos dos Direitos Sociais, carecem de apoio de toda a sociedade portuguesa, de modo a alavancar todo o esforço encetado. Neste sentido, urge envolver todos os agentes, desde autarcas a profissionais, que devem estar cientes da importância de investir nesta área e de esboroar fronteiras dos modelos clássicos, de modo a implementar ruturas que nunca foram feitas e encontrar convergências territoriais e inovadoras.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Cerimónia de Entrega de Diplomas


Vimos, por este meio, convidar V. Ex.ª para a sessão de entrega de certificados e diplomas aos candidatos que, no ano letivo 2022/2023, investiram no seu percurso de qualificação tendo concluído Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (níveis básico e secundário) e Cursos de Educação e Formação de Adultos e Português Língua de Acolhimento.

A sessão decorrerá no dia 21 de julho, pelas 20.00 horas, no espaço exterior da Escola Secundária de Pombal.

Cristina Costa – Coordenadora do Centro Qualifica

A arte de crescer


Em qualquer parte do mundo encontramos formas de expressar ideias e emoções, respeitando ou não os padrões de estética. Assim há diferentes formas de arte, das mais formais ou eruditas às mais comerciais, não sendo unânime a sua definição. Contudo, independentemente da forma que esta assuma (e.g. música, pitura), é inegável o seu impacto nos mais variados domínios da vida humana (e.g. emocional, social).

Apesar das diferenças de personalidade e percurso dos dois candidatos que se apresentaram, no dia 18 de julho de 2023, à sessão de júri de certificação para concluir o ensino secundário, cada um encontrou uma forma de arte que os move. Se S. sempre foi apreciadora da animação japonesa (anime), para J. é a música que melhor o preenche. Estes interesses permitiram-lhes tornar cada portefólio ainda mais único e representativo da sua individualidade.

Para S. todo o processo serviu para (re)escrever a sua história, pois durante anos andou convencida que o ensino secundário era um capítulo encerrado. Nem sempre foi fácil conciliar a incerteza do trabalho, as responsabilidades familiares e as exigências do processo, mas sempre que conseguia disponibilidade empenhava-se no cumprimento dos compromissos assumidos, quer fosse vindo ao Centro, quer fosse desenvolvendo trabalho em autonomia.

Também para J. o caminho foi exigente, pois o trabalho por turnos obrigava a algumas afinações e os seres oníricos exigiam protagonismo. Lutando para manter os olhos abertos, continuava a construir o seu portefólio. Na reta final a ambivalência tomava forma, se por um lado referia valorizar este processo, por outro já acusava algum cansaço face à necessidade de ajustar horários.

Contornando todas as dificuldades e traçando o seu próprio caminho, os candidatos obtiveram sucesso no desafio a que se tinham proposto. E se S. dizia “aprendi mais durante este processo do que quando estudava de dia”, já J. reconhecia que “apesar do cansaço, vou ter saudades de vir todas as semanas às sessões”.

Mikael Mendes – Técnico de ORVC

 

Volta ao mundo em 80 segundos


Em 1983, Júlio Verme apresentava uma viagem pelo globo na sua obra “Volta ao Mundo em 80 dias”. O mundo mudou muito desde então, sendo que assistimos à rápida evolução das tecnologias que nos obriga a adaptarmo-nos a todo o momento. Se por um lado cresce a quantidade de equipamentos e inovações que simplificam o nosso quotidiano, inversamente diminui a distância que nos separa. Tudo parece quase instantâneo e cria-se a ilusão que o outro lado do mundo fica ao virar da esquina. Em menos de oitenta segundos é possível ligar-se a qualquer parte do mundo. Todas estas mutações exigem cada vez mais a capacidade de nos adaptarmos aos acasos da vida, pois como dizia o filósofo Séneca “a Sorte é o que acontece quando a oportunidade encontra alguém preparado”.

Assim serendipidade foi o traço que caracterizou o percurso de A. que soube transformar as incertezas da vida em oportunidades de crescimento. Natural do Brasil, foi em Portugal que decidiu aumentar a sua escolaridade através do processo RVCC.

Se para A. Portugal foi o destino, para C. seria apenas o ponto de partida. Levado pelas responsabilidades profissionais, C. viajou pela Índia, mas foi na China que encontrou o seu pouso. Habituado a desafiar os limites, este candidato não deixou que a distância o intimidasse, nem que a Muralha da China o contivesse. Com um desfasamento de oito horas foi construindo o seu portefólio e graças à plataforma TEAMS pôde estar virtualmente presente para a sessão de júri de certificação.

A conclusão desta etapa para estes dois candidatos, nos dias 6 e 7 de julho,  é apenas a paragem de escala, antes de novos e mais altos voos, umas vez que ambicionam seguir para o ensino superior.

Mikael Mendes – Técnico de ORVC

Saber esperar…


…é uma virtude, diz-nos a sabedoria popular. E, no dia 22 de junho, na sessão de júri de certificação, foi possível verificar como histórias de vida e escolhas tão diferentes tiveram este lema como denominador comum, além dos receios de voltar a uma escola sem ser para participar em reuniões como encarregadas de educação.

Se a R. tinha noção de que as letras iriam causar-lhe entropia, já para a C. esse papel seria assumido, sobretudo, pelos números. Estavam assim encontradas, à partida, duas das áreas mais desafiantes: Cultura, Língua e Comunicação e Matemática, Ciências e Tecnologia.

Foi preciso saber esperar para perceber que, hoje, a idade é outra e a forma de assimilar conteúdos e acondicioná-los nos existentes também é diferente. Aos poucos, a C., habituada a conviver com duas vozes dentro de si – uma que tenta travá-la e fazê-la não acreditar que consegue alcançar os seus objetivos e outra que lhe diz para confiar e seguir em frente –, aprendeu a geri-las e a dar mais importância à que a encoraja. Já a R., tão dedicada nos seus poucos tempos livres ao cultivo do seu terreno e conhecedora das suas necessidades, soube durante o processo de RVCC deitar a semente à terra, regar e cuidar para lhe ser possível colher o tão esperado fruto.

Nem sempre é fácil saber esperar, sobretudo num mundo em que tudo acontece tão depressa, em simultâneo e em que tanto se pretende instantaneamente. Saber esperar é uma virtude que nos protege e fortalece diante de adversidades e ajuda a agir com um propósito de vida. Embora a espera por vezes possa ser longa, é importante não abandonar com antecedência os objetivos e esperar vivendo e não apenas esperando… e foi precisamente isso que a C. e a R. fizeram antes de tomarem a decisão de entrar pela porta do nosso Centro Qualifica.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

À conversa com… Licínio Lima


“À conversa com…” é um ciclo de conversas espontâneas sobre Educação de Adultos, em que os entrevistados não conhecem de antemão as questões em debate. Trata-se de uma iniciativa conjunta entre o Centro de Investigação em Educação de Adultos e Intervenção Comunitária (Universidade do Algarve), o Centro de Investigação e Intervenção Educativas (Universidade do Porto) e o Instituto Paulo Freire de Portugal.

No primeiro evento deste ciclo, no dia 24 de maio, foi dinamizada uma conversa com Licínio Lima, professor catedrático do Departamento de Ciências Sociais da Educação, do Instituto de Educação da Universidade do Minho, onde leciona desde 1981.

No decorrer da “conversa com…”, Licínio Lima destacou que há um discurso hiperbólico em torno da Educação de Adultos: tudo tem muita importância ou não tem importância nenhuma, o que tem levado a que, ao longo das últimas décadas, este tenha sido um campo de políticas e de ações muito intermitente. Não obstante o esforço encetado desde a ANEFA e prosseguido com a Iniciativa Novas Oportunidades e os Centros Qualifica, não existem políticas sistemáticas de Educação de Adultos em Portugal. Estas sempre foram fugazes, ao ponto de Licínio Lima considerar que hoje fala-se mais em capacitação, competências, formação profissional e qualificações do que propriamente em Educação de Adultos, embora reconhecendo o esforço e o mérito dos vários agentes que, no terreno, dão visibilidade a esta área.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

 

Aprender com os mais jovens


No passado dia 30 de maio, no ginásio da Escola Secundária de Pombal, assisti à brilhante representação da peça de teatro baseada na obra “José, será mago?” de Mário João Alves.

Os alunos do 9º F, com o apoio de professorasAlexandra Goreti e Fátima Rodrigues, prepararam a peça com muita dedicação e representaram-na bem. Observei que tiveram de memorizar falas muito longas o que valoriza ainda mais o desempenho deles.

O escritor Mário João Alves escreveu esta peça de teatro para dar a conhecer e homenagear José Saramago, uma grande figura da nossa literatura.

O título do livro encerra uma pergunta “José, será mago?” à qual será respondida ao longo da peça. Como qualquer mago, José leva a vida a “maguear”, a ver o que os outros não veem, a saber explicar as coisas melhor e a prever o que é que vai acontecer. José tem o dom da palavra. As palavras são muito importantes porque, se forem bem intencionadas, podem ter o poder de nos abraçar, de nos beijar, mas há outras que são como “espadas”, que magoam muito, mesmo no fundo do coração!

Parabéns a todos os que contribuíram para a representação desta peça de teatro!

 

Rosinda Nogueira – Candidata do processo RVCC de Nível básico

 

 

Regresso ao Futuro


No filme “Regresso ao Futuro” de 1985, a personagem principal viaja até ao passado, acabando numa aventura para preservar o seu presente. Sem precisar de um DeLorean, o processo de construção do portefólio é quase como uma viagem pelo tempo e espaço, pois permite aos candidatos relembrar as suas experiências e por onde passaram. Esta viagem tem sempre um efeito positivo, mesmo quando se reconhece que haveria coisas a mudar. É com orgulho que os candidatos destacam as aprendizagens que foram realizando, os obstáculos que foram ultrapassando e as marcas que foram deixando. O passado mantem-se presente por fazer parte integrante da matriz de quem somos, mas somos muito mais do que a soma das nossas experiências.

Os candidatos que se apresentaram a júri de certificação no passado dia um de junho são exemplos disso mesmo. Com personalidades muito diferentes, cada um expandiu horizontes a cada viagem e com cada vivência. Retiram dos respetivos processos RVCC o máximo de aprendizagens, confiando um pouco mais nas suas capacidades, tal como o pássaro que não teme pousar num galho mais frágil, por confiar na força das suas asas.

Mikael Mendes – Técnico de ORVC

Literacia digital


Na qualidade de profissionais em Educação, estamos numa posição crucial para ajudar (também) os adultos a adquirir as competências de que necessitam para se tornarem aprendentes ao longo da vida, num mundo cada vez mais digital. A aquisição de competências digitais assume-se como um “passaporte” para oportunidades de aprendizagem sem paralelo e o seu desenvolvimento pode ajudá-los a tornarem-se cidadãos mais ativos e capacitados no século XXI.

Foi com este propósito que, no dia 22 de maio de 2022, decorreu o Webinar Literacia Digital, dinamizado por António Moreira, Susana Henriques, Maria Fátima Golão e Idalina Santos da Universidade Aberta e Ana Machado da Universidade do Porto.

Num mundo globalizado em que é apanágio da equipa do nosso Centro Qualifica sensibilizar os candidatos em processo de RVCC para a potencialidade das ferramentas informáticas, compete-nos também atualizarmo-nos e mantermo-nos despertos para lhes sermos exemplo e inspiração.

Estando o referencial de competências-chave de Competência Digital de mãos dadas com a tecnologia e tudo o que dela podemos extrair para agilizar procedimentos, desenvolver a criatividade e comunicar, a consciencialização dos candidatos para potenciais perigos e para as ameaças que possam desencadear-se no mundo digital norteia também a ação da equipa.

Recolher informação no mundo digital é fácil, pois há muita ao nosso alcance e conseguimos encontrar praticamente “tudo”. No entanto, é um facto que a inteligência artificial abre as portas para coisas indesejadas. Por isso, saber como ver se as palavras-passe estão comprometidas, utilizar as ferramentas de proteção adequadas e avaliar a informação online são estratégias das quais não devemos divorciar-nos.

Este Webinar não podia terminar sem uma referência à cidadania digital, incluindo aqui a importância da netiqueta e dos elementos que devem prevalecer na comunicação com recurso às tecnologias, nomeadamente a alfabetização digital, a privacidade, a colaboração e o respeito pela diversidade.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Entre voos e bagagens


De alguma forma, todas as histórias de vida que nos passam pelas mãos e pelos olhos deixam marca. Em cada uma, à sua maneira, há suor, sacrifício, dores e amores. Há histórias que fazem história da (e com a) passagem pelo nosso Centro: umas porque, por necessidade, aceleram para que o aumento de escolaridade lhes rasgue a fita para alcançarem novas metas; outras, porque as vicissitudes da vida as prolongam e empurram na linha do tempo.

Foi esta última situação que aconteceu com a H., que iniciou o seu processo no verão de 2021 (pouco tempo depois de chegar do Brasil, sua terra-mãe), pois atravessou os ares de todas as estações, duas vezes, até aterrar na sessão de júri de certificação. Na bagagem trouxe o que de mais valioso requer um processo de RVCC: uma história de vida cujas aprendizagens e competências a equipa do Centro Qualifica constatou que mereciam ser reconhecidas e certificadas.

Ainda teve a oportunidade de realizar algumas sessões presencialmente, mas a interrupção letiva empurrou para setembro o natural desenrolar do processo. Nessas sessões foi possível verificar como a H. em duas ou três linhas sentia que já tinha escrito tudo e era com surpresa que via que a viagem tinha de ser mais profunda se quisesse que o voo fosse mais alto. O computador também lhe ofereceu diversos desafios. Por isso, quando incentivada a dar continuidade ao processo à distância – dado que emigrou novamente, agora para França, não tendo data prevista para novos voos de regresso – facilmente compreendeu que estaria por sua conta, por não ter quem, fisicamente ao seu lado, a socorresse nas maiores dificuldades.

A H. dá sentido ao ditado popular “a necessidade aguça o engenho” porque soube perder o medo das alturas e da trepidação da viagem. Destemida como sempre a conhecemos, comprou um computador, acedeu ao TEAMS, instalou uma impressora com scanner, comunicou através do WhatsApp, afinou a sua agenda, trocou a cadeira do escritório e mudou o próprio escritório para ter uma ambiente mais ergonómico… e fez-se à viagem à distância de um clique! A equipa está segura de que os ganhos desta viagem não foram unilaterais, pois deste lado também a nossa bagagem fica mais completa e rica quando somos testemunhas do crescimento dos autores cujas histórias nos passam pelas mãos e pelos olhos… e deixam marca.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Chave mestra


A vida nem sempre nos leva pelos caminhos que pretendemos, com frequência encontramos portas blindadas que nos impedem de avançar. A reação mais fácil é baixar os braços, mas se persistirmos é possível encontrar alternativas. A candidata que se apresentou no dia 11 de maio para uma sessão de júri de certificação de nível secundário é um exemplo disso mesmo.

Com uma vida rica em experiências, notava-se o gosto em partilhar as suas lutas e conquistas. A parte escrita era um desafio, principalmente para conseguir passar para o papel, aquilo que tão fluentemente relatava.

Nunca desistiu de aumentar as suas qualificações, reconhecendo esta etapa como uma “Chave Mestra” que lhe possibilita a abrir triunfante mais uma porta e explorar novos e desafiantes caminhos.

Mikael Mendes – Técnico de ORVC

webinar (Re) Investe em ti


A Raquel iniciou o seu percurso no ensino superior, mas por força de circunstâncias várias, acabou por abandonar esse percurso. O tempo passou, as prioridades mudaram e a aposta na sua formação académica foi posta de parte.

Até agora! A vontade e a necessidade de retomar os seus estudos volta a ser um objetivo. E com a Universidade Aberta, uma possibilidade.

Faz como a Raquel e Investe em Ti.

A Universidade Aberta, instituição de ensino superior a distância, assume-se como uma possibilidade de voltar a estudar. O seu modelo pedagógico flexível possibilita conciliar a frequência universitária com a vida pessoal e profissional.

Assim, esta sessão destina-se a todas e a todos aqueles que já iniciaram um percurso no ensino superior e não o terminaram ou, tendo-o terminado, pretendem retomar os estudos – na mesma área ou noutra.

Durante a sessão será feita uma apresentação da UAb, do seu modelo pedagógico e da sua oferta educativa. Serão ainda abordadas as modalidades de acesso sem provas, nomeadamente a Mudanças de par/instituição/curso e a Mudança de instituições estrangeiras. Serão analisados ainda casos específicos relativos à Mudança de instituições encerradas e respetiva documentação / localização e por Mudança de par/ instituição/curso e idade, tendo por base o caso específico da Universidade Aberta. Será ainda explicada a forma como decorre o processo de pedido de equivalências e acreditação de competências profissionais e escolares.

A sessão decorre no dia 25 de maio, com início às 19h.

A participação é gratuita, mas de inscrição obrigatória através do link https://forms.gle/cPvJHvgnKma6KMwaA

Dúnia Palricas – Coordenadora do Centro Local de Aprendizagem de Ansião da Universidade Aberta

(Sobre) saltos


“Sobressaltos da vida” foi o título que a candidata que obteve certificação de nível B3 no dia 20 de abril atribuiu ao seu portefólio. Decompor este título em variantes leva-nos a reconhecer diferentes fases pelas quais passou e por que passam muitos candidatos que se entregam a um projeto formativo desta natureza.

Para o cumprir, é necessário sair dos saltos… quando a caminhada é longa, é recomendável que o calçado seja macio e confortável, para amortizar o andar. E que caminhada é profunda do que aquela que nos leva a revisitar a nossa própria vida, descrevendo-a e refletindo sobre ela, sobre quem somos, quem somos e quem gostaríamos de ser?

Para o cumprir, é necessário andar aos saltos… entre os afazeres rotineiros, onde os filhos assumem um papel central, entre os imprevistos e as necessidades. Por vezes, apetece saltar o tempo lá mais para a frente, mas ele não o permite. Ou saltar etapas, mas também não é possível.

Para o cumprir, mesmo perante as maiores dificuldades ou resistências dos candidatos durante o processo, a equipa procura responsabilizá-los e entregá-los a si mesmos, de forma a crescerem sobre si. Aí, não lhes resta alternativa sem ser enfrentar a montanha sem medo dos obstáculos que possam surgir. Que esta seja precisamente uma das mais importantes mensagens que daqui levam: a de que querendo, conseguem, mas para isso é preciso fazer acontecer. E, assim, os saltos qualitativos na vida alcançam-se: para um patamar superior de compromisso e de realização.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

 

 

“1984” de George Orwell – Ler+ Qualifica


No processo RVCC, tive a oportunidade de visionar o filme “1984”, uma adaptação cinematográfica do livro Mil Novecentos e Oitenta e Quatro (no original, Nineteen Eighty-Four), romance distópico da autoria do escritor britânico George Orwell, publicado em 1949.

São inevitáveis as semelhanças entre o regime do romance “1984” e o regime nazista de Adolf Hitler (Alemanha 1934-1945). Por exemplo, tal como na Alemanha nazista, em que genericamente os judeus eram culpados de todos os problemas sociais e económicos, no filme, Goldstein é o inimigo do partido e, como tal, inimigo de toda a população.

Essas semelhanças são também transversais aos regimes fascistas, que vigoram ou vigoraram na Europa à data da publicação do romance (1949), tais como o de Benito Mussolini (Itália 1925-1943), de António Oliveira Salazar (Portugal 1933-1974), e Francisco Franco (Espanha 1938-1973). Do meu ponto de vista, este romance critica todos os regimes totalitários que sejam contra o livre arbítrio e liberdade de expressão, ou seja, que sejam uma ameaça à Democracia.

Creio que não será despiciente dizer que a inspiração para o personagem Big Brother, vem de Adolf Hitler:Lançado a 10 de outubro de 1984, sob a direção de Michael Radford, tem como intérpretes nos papeis principais John Hurt (Winston Smith), Suzanna Hamilton (Julia) e Richard Burton (O’Brien). Rodado em Londres e arredores, entre abril e junho de 1984, exatamente nos meses e locais imaginados por George Orwell, tenta ser uma adaptação fiel do livro, captando o ambiente, tanto a nível físico como psicológico, imaginado pelo autor do romance.

A ação desenrola-se no ano futuro de 1984, ficcionando uma Inglaterra futura chamada Oceânia, uma das três partes em que se divide este mundo que se encontra em estado de guerra perpétua. Esta sociedade vive subjugada à tirania ostensiva e omnipresente do Big Brother (Grande Irmão), líder do partido governante Ingsoc, acrónimo de English Socialist Party (Partido Socialista Inglês). Apesar de nunca ter sido visto pessoalmente, tem um olhar inquisitivo e punidor, um farto bigode preto e um rosto que inunda as telescreens, uma espécie de televisor bidirecional com que vigia constantemente a população.

O individualismo e a Liberdade de expressão são punidos como “crime de pensamento”, aplicada pela “Polícia do Pensamento”, que é controlada pela elite privilegiada do Partido Interno, uma fação do Partido Ingsoc. A própria linguagem é controlada pelo governo, através da publicação do dicionário Novilígua, tornando a sociedade inexpressiva e submissa.

“Quem controla o passado controla o futuro. Quem controla o presente controla o passado.”

A ação centra-se na personagem de Winston Smith, um humilde funcionário do Partido Exterior, outra fação do Partido Ingsoc, que trabalha no Ministério da Verdade. Este é responsável por reescrever a história e, o que não pode ser reescrito, é destruído de modo a apoiar a ideologia e a propaganda do regime.

Guerra é Paz. Liberdade é Escravidão. Ignorância é Força.”

Apesar de ser um trabalhador diligente, Winston Smith começa a aperceber-se que a sociedade não está bem, não existe qualquer tipo de liberdade de expressão e livre-arbítrio. Escondido do olhar atento do Big Brother, vai anotando num diário secreto estes seus pensamentos.

Ao aproximar-se de Julia, que tem o mesmo espírito contestatário, o amor desenvolve-se entre ambos e um perigoso caso clandestino começa. O casal ilícito rapidamente é descoberto e têm que pagar pelo seu crime contra o estado. Presos e torturados, não resistem.

Liberdade é a liberdade de dizer que dois mais dois são quatro”

Torturado por O’Brien, Winston Smith é forçado a acreditar que tudo o que ele percebeu sobre as mentiras contadas pelo partido, eram apenas coisas criadas por ele mesmo. Ele tem que acreditar naquilo que o partido diz e que, dois mais dois são cinco, se o partido assim o disser.

Luis Vilhena – Candidato do Processo RVCC – NS

Rebentar da folha


Na semana em que a primavera renovou mais um dos seus ciclos, trazendo no dorso o rebentar da folha, as dos portefólios dos dois candidatos que no dia 23 de março concluíram o nível B3 (9.º ano) por via do processo de RVCC, também os desabrocharam.

Se durante as sessões – em que trilharam um caminho tão significativo de valorização de saberes previamente adquiridos como de autodescoberta e autoconfiança – os ganhos foram visíveis aos olhos dos próprios, não menos relevantes foram os momentos que fizeram a sessão de júri de certificação acontecer.

Qualquer fruto, para ser colhido no auge do seu desenvolvimento, passa por uma sequência de etapas que contribuem para que ganhe forma e identidade. Do mesmo modo, para que estes candidatos pudessem saborear, neste dia, o resultado das horas de construção de uma história de vida à qual nunca se haviam dedicado sob a forma escrita, das horas de formação complementar e de uma lente diferente com a qual olharam para si e que os ajudou a reencontrarem-se, foi necessário um processo de meses para crescimento e maturação. No entanto, estamos cientes de que este saber esperar para fazer acontecer trouxe a estes candidatos o rebentar de uma folha.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Escola(s)… espaços de momentos felizes


No dia 25 de março de 2023 decorreu, no Teatro-Cine de Pombal, a II Conferência Happy Schools em Portugal, onde foi possível compreender o caminho tendente no nosso país para a aferição da opinião de professores, alunos e encarregados de educação no que respeita à felicidade organizacional no contexto específico da educação.

Este tema afigura-se premente se pensarmos que as escolas são espaços vivos e dinâmicos, onde o coletivo tem um peso importante e a matéria-prima mais rica são precisamente as pessoas.

A educação integral vai ao encontro das evidências do mundo contemporâneo, estimulando o valor do conhecimento e a sua aplicação no dia-a-dia. No entanto, dentro desta gramática transformacional há que ter em conta a heterogeneidade, as respostas flexíveis e singulares, os espaços e os tempos em que a aprendizagem ocorre, a curiosidade, a voz dos vários agentes e o sentimento de pertença. Também na Educação e Formação de Adultos este deve ser o apanágio, pois apenas promovendo a autodescoberta e o autoconhecimento dos candidatos durante a fase de orientação e, posteriormente, de forma mais aprofundada durante o processo de reconhecimento de competências, poderemos contribuir para que quem entra pela porta do Centro Qualifica possa sair mais qualificado e com esperança num “amanhã” mais feliz.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Violência doméstica – Crime público – Sessão de esclarecimento


No passado dia 16 de março, os candidatos do processo RVCC juntaram-se aos formandos do Curso EFA para assistir a uma sessão de esclarecimento: ”Riscos e dependências no século XXI: ciberbullying e violência no namoro”, dinamizada pela assistente social,  Sandrina Mota, a psicóloga, Daniella Gonçalves do projeto “Quebrar Silêncios” da Associação APEPI (Associação de Pais e Educadores para a Infância) e ainda a agente da PSP, Célia da Escola Segura.

Foram abordados os temas da violência nas relações “amorosas” independentemente do tipo ou grau da relação, mas também o acosso digital (ciberbullying).

No tempo dos meus falecidos avós, a violência doméstica era algo banal e considerado mesmo de “necessário”. Todos temos conhecimento dos ditados ou provérbios que hoje chegam a ser ofensivos: “Entre marido e mulher não se mete a colher”, “Quem vive no convento é que sabe o que se passa dentro”.

Com as alterações ao código Penal, introduzidas pela Lei nº 7/2000, de 27 de maio, o crime de maus tratos passou a assumir a natureza de crime público, o que significa que o procedimento criminal não está dependente de queixa por parte da vítima, bastando uma denúncia ou o conhecimento do crime, para que o Ministério Público promova o processo. Tal situação confere ao cidadão comum a “obrigatoriedade moral” de denunciar

A violência é sempre um ato condenável, tanto pela lei, como perante os olhos do cidadão comum. Sendo doméstica, por norma, é menos conhecida de todos, e desta forma, torna-se ainda mais grave e perigosa. Quando alguém decide denunciar ou reportar às autoridades, aquilo que se passa dentro do seu relacionamento, fá-lo já depois de muito sofrimento. É um último grito de pedido de ajuda.

A violência pode ser exercida de diversas formas sobre o outro. Vai desde a violência verbal, com agressões esporádicas ou constantes, à violência física através de maus tratos corporais visíveis ou não, ao controlo de liberdades pessoais como o controlo do telefone, amizades e até mesmo circulação.

Em 2013, ficou também incluído no Código Penal, a Violência no Namoro como crime de Violência Doméstica e todos os presentes na sessão de sensibilização foram conduzidos para uma reflexão sobre o tema do acosso digital (ciberbullying), largamente infundido, especialmente nos mais jovens, nomeadamente através de fotografias intimas de cada um (nudes), tiradas enquanto durou a relação, e usadas como chantagem com o fim da relação.

Em Portugal, existem vários organismos que proporcionam auxílio, informações, sobre apoios úteis a todas as vitimas de violência independentemente da idade, sexo , orientação sexual, religião ou estatuto social. Temos, por exemplo, o Gabinete de Apoio à Vitima de Violência (GAVV), Apoio à Vitima (APAV), Gabinete de Apoio às Vitimas de Violência de Pombal. Existem ainda alguns números de telefone que podem ser de utilidade pública: Linha de Emergência Social – 144 (gratuito), Linha de Informação às Vitimas – 800202148 (gratuito) e mais na zona de Pombal – GNR – 236212011 – PSP – 236210190.

É tempo de eliminar definitivamente do nosso quotidiano, palavras como: Violência Doméstica, mas também Machismo; Feminismo uma vez que desde que nascemos, os direitos e deveres entre pessoas são equânimes.

Esta sessão foi uma oportunidade de clarificar conceitos e de tomada de consciência dos meus direitos, mas também deveres para com o outro. Posso e devo alertar as autoridades competentes quando o bem estar físico ou psicológico de um vizinho está em risco. Devo passar a palavra.

João Ribeiro – Candidato do processo de RVCC de NS

Os direitos do Consumidor em Portugal – webinar


Conhece os seus direitos enquanto consumidor? Sabe quais são os direitos dos consumidores que estão contemplados na Constituição e na Lei em Portugal? Sabe como pode tomar as melhores decisões em termos de consumo?

Estas e outras questões serão alvo de debate no webinar “Os direitos do Consumidor em Portugal”, a realizar no dia 23 de março, às 19h, por Zoom.

Este webinar está inserido nas comemorações do Dia Mundial dos Direitos do Consumidor (15 de março) e é promovido pelo Município de Ansião e pelo Centro Local de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião, com o apoio da AEDA – Associação Empresarial de Ansião.

A abertura está a cargo de Cristina Bernardino – do Pelouro do Apoio ao Munícipe e Defesa do Consumidor do Município de Ansião.

As intervenções serão asseguradas por Mário Negas, da Universidade Aberta, que irá abordar o tema “A importância da educação e literacia do consumo”, e por Ana Catarina Fonseca, da Direção Geral do Consumidor do Ministério da Economia e do Mar, que irá falar sobre “ Os direitos do consumidor em Portugal”.

Hugo Bairrada, da Associação Empresarial de Ansião, fará a moderação do debate.

A inscrição é gratuita, mas obrigatória por meio do link https://forms.gle/nS5Aea7Aq6EWpgjz5

Dúnia Palricas
Coordenadora do CLAde Ansião da Universidade Aberta

 

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workshop – Tecnologia nas atividades de MCT


O Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Pombal realizará um workshop – Tecnologia nas atividades de MCT no próximo dia 23/02/2023, das 16:30 às 18:30, na BE da Escola Secundária e dinamizada pelo professor Pedro Almeida.

Este encontro de formação destina-se preferencialmente aos formadores de MCT e coordenadores ou técnicos de ORVC ou ainda professores de Matemática que se queiram juntar a nós. Pretende ser um espaço de exploração das ferramentas Polypad, Geogebra e Google Earth na resolução de situações de vida dos candidatos do processo de RVCC, mas também uma oportunidade de encontro e de partilha de experiências.

Quem puder juntar-se a nós, deverá proceder à sua inscrição aqui.

 

Ciclo, vi(r)agem e mudança


A M. veio bater-nos à porta poucas semanas depois de chegar a Portugal. Vinha de um país onde construiu a sua vida e a sua família, mas onde a instabilidade e a insegurança política não lhe permitiam sonhar e, muito menos, colher frutos.

Com o castelhano a circular-lhe nas veias, pretendia melhorar não apenas a sua proficiência na língua portuguesa, como também aumentar as suas qualificações escolares para que o mundo laboral lhe fosse mais generoso.

Assim que foi convidada a traduzir numa imagem o que representava, para si, o processo de RVCC, respondeu prontamente que era como uma árvore em que cada folha significava uma experiência da sua vida. Desde então, todo o seu portefólio foi construído à luz do ciclo de vida de uma árvore, começando pela germinação (metáfora do seu nascimento), pelas flores e perfume que exalam (os seus tempos de menina a mulher e os seus momentos de lazer), pelos frutos (resultantes do seu casamento, com o nascimento dos filhos), pela mudança da folha ao decidir vir, definitivamente, para Portugal, e pelas sementes, em sonhos e projetos transformadas.

O processo de RVCC da M. foi especial. Especial porque se mais cedo não o terminou foi por ser uma pessoa que semeia oportunidades e não confia que elas lhe apareçam, como um dado garantido, nas suas mãos. Precisamente por isso, a reinserção no mercado de trabalho afigurou-se uma prioridade. Foi especial porque a M. de cada oportunidade extrai uma essência, habilidade que não está ao alcance de qualquer pessoa. Mas foi também especial para a equipa do Centro, que viu no perfil da M. o espelho do RVCC: pessoas que a vida tirou precocemente dos bancos da escola, provando que é lá fora, nos vários ciclos, vi(r)agens e mudanças que tanto se aprende e conquista.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Melhor de mim


Nos momentos finais do processo de RVCC os olhares brilham e os sorrisos tímidos ganham um vigor que mistura tranquilidade, esperança e orgulho. Para trás, mas não esquecido, fica o suor e o sacrifício. A conciliação, nem sempre suave, das responsabilidades familiares como pais, mães e cuidadores com as sessões do processo de RVCC que, embora se paute pela flexibilidade, também requer compromisso, presença e trabalho.

Porém, falta o exercício final: resumir a vida e o que significou, nela, o processo de RVCC para daí emergir o título do portefólio parece uma tarefa simples, mas afigura-se um desafio.

‒ Sinto-me feliz porque consegui chegar aqui! Serve?

‒ É um ponto de partida… Agora, que imagem lhe sugere?

‒ Não tenho ideias, só sei que dei o melhor de mim!

Eis, “O melhor de mim”. Sabemos que, tal como a fadista Mariza canta, “hoje a semente que dorme na terra e que se esconde no escuro que encerra… amanhã nascerá uma flor”. Também compreendemos que existem dias mais escuros, mas é importante ter presente a semente que cada candidato é. E foi com esta mensagem que terminou a sessão de júri de certificação do dia 4 de janeiro de 2023.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Idade, oportunidade de aprendizagem


A idade é um dos escudos de proteção de muitos candidatos. Refugiam-se atrás dela para justificar aquela que acreditam ser a sua falta de capacidade para absorver novos conteúdos, para aprender ou imprimir mudanças nas suas vidas.

No entanto, com o curso natural das sessões do processo de RVCC, qual rio que segue, determinado, em direção ao mar, tomam lugar as expressões de fascínio perante cada novidade e conquista, o despertar para o mundo em redor e a assunção de compromissos concretos de intervenção. O denominador comum é, simultaneamente, o elemento mais distintivo de cada processo: a história de vida.

Muitas vezes familiarizadas com adversidades, encontram no humor e na boa disposição a força para avançar. Afinal, nem sempre os ventos são favoráveis e o importante é saber ajustar as velas para chegar a porto seguro e recordar que na tempestade há sempre uma âncora que nos traz ao presente: a nossa respiração. Além disso, numa embarcação é fundamental que exista trabalho em equipa para se conseguir remar no mesmo sentido e, para isso, por vezes basta que um elemento motive e incentive os outros. Foi o que aconteceu durante as sessões.

Desejamos que as três candidatas que obtiveram a certificação do 9.º ano, no dia 21 de dezembro, nela vejam um dos seus melhores presentes, que respirem para tomar balanço para seguir e que uma das mais valiosas lições que daqui levem seja o facto de não existir idade para aprender… porque toda a idade é uma oportunidade de aprendizagem.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Reencontros dentro do Encontro


No dia 30 de novembro decorreu o Encontro Nacional de Centros Qualifica, com o título “Uma agenda PRR transformadora para as qualificações em Portugal. Qualifica: passado, presente e futuro”, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, em Santarém.

Deste encontro constou uma apresentação sobre o Programa Qualifica e um painel de discussão subordinado ao tema “O Qualifica no Programa de Recuperação e Resiliência (PRR): transformar pessoas, empresas e o país através das qualificações”.

Se durante muitos anos Portugal viveu uma situação penalizadora, nomeadamente antes do 25 de abril de 1974, que condicionou muitas das opções que o país não abraçou por falta de qualificações, o Programa Qualifica veio responder de forma ambiciosa e estrutural a esse desafio. A este respeito, João Costa, Ministro da Educação, sublinhou que quando falamos do histórico de baixas qualificações estamos a falar de injustiça social. Por isso, os profissionais que dão rosto à Educação e Formação de Adultos têm de abraçar um duplo lema: por um lado, não desistir de ninguém; por outro, encetar esforços para promover uma sociedade mais justa.

No entanto, mais do que apenas momentos (in)formativos, estes Encontros refletem o pulsar de todos os agentes que, no terreno, se dedicam à causa pública da Educação e Formação de Adultos. Estreitam laços, porque é disso que somos feitos. E, por esse motivo, um dos pontos fortes foi o reencontro dentro do Encontro. E as pessoas. Porque são elas que fazem acontecer quando se encontram e quando encontram sentido(s) no que fazem.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Porque não?


História A

Quando questionada, no final do processo, sobre que expressão o descreveria, a A. respondeu-nos que “a cada passo, uma semente germina”. Apesar de já nos ter chegado com frutos colhidos de outros percursos formativos que lhe permitiram certificar algumas das unidades de competências-chave, teve de regar aquelas em que ainda não a tinha obtido para que também estas germinassem. E foi com a facilidade característica de quem é audaz na sua aprendizagem que o fez, colhendo assim o tão esperado resultado.

História B

A B. assume-se feita de afetos e foi com afetos que desenvolveu o processo de RVCC e que teceu o seu portefólio. Habituada a trabalhos manuais e a desencantar obras de arte dos dotes e da sensibilidade das suas mãos, foi também assim que bordou cada página que nos apresentou. “Crescimento” e “mudança” foram duas palavras que a mobilizaram, fazendo-a crescer, ciente de que a transformação mais significativa aconteceu do lado de dentro, onde a força e o afeto devem sempre morar.

História C

Se nas primeiras sessões o C. descrevia as suas experiências com superficialidade, rápido compreendeu que a natureza do processo de RVCC requer uma viagem interior mais profunda. E não foram os contratempos nem os desafios familiares que o desmoralizaram ou fizeram desistir. Pelo contrário, fortaleceram-no e contribuíram para ganhar mais imunidade aos ventos fortes que, por vezes, sopram lá fora.

Embora com impulsos, caminhos e dificuldades diferentes, cada história de vida que culminou nos dias 10 e 24 de novembro em sessão de certificação, prima pela singularidade e as aprendizagens não são unidirecionais, porque também a equipa do Centro Qualifica cresce com o que cada candidato lhe transmite. Porém, todas têm também algo em comum: se algumas pessoas veem as coisas como são e perguntam “porquê?”, a capacidade e a destreza de sonharem com as coisas que nunca foram e perguntarem “porque não?”.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Expetativas e desafios ao chegar a Pombal – Testemunho


Eu chamo-me Juan David Ochoa Cardenas. Sou colombiano, tenho 25 anos e estou em Portugal há um ano e três meses.

Foi com muito agrado que, no dia 8 de novembro, participei no debate: “Expetativas e desafios ao chegar a Pombal” numa atividade conjunta com o Curso EFA.

Foi muito bom partilhar e ouvir as experiências das pessoas que moram em Portugal. Há muitas nacionalidades aqui! Acho muito interessante que algumas pessoas do país tenham o interesse de saber qual é o pensamento que temos de Portugal e das diferenças de cultura.

Eu vou falar um pouco de minha experiência… A verdade é que tinha pouca informação de Portugal, não sabia do grande país que é! Sou Barbeiro Profissional com oito anos de experiência. Na Colômbia, tinha o meu salão e conheci alguém que morava no estrangeiro. Era também um rapaz colombiano que estava a morar há dezoito anos em Portugal. Ele fez-me uma proposta de emprego, chegámos a um acordo e eu fiz a viagem. Foi uma aventura porque, naquela data, Portugal tinha fechado as fronteiras por causa da Pandemia. Apanhei o voo Bogotá (Colômbia) – Paris (França) e depois um autocarro para chegar a Lisboa – foram 28 horas de viagem!

Quando cheguei, aquele rapaz mudou tudo e explorou-me, foi uma situação muito difícil. Eu tinha deixado tudo à procura de uma melhor qualidade de vida e estava sozinho noutro país, mas sempre fui corajoso e guerreiro no meu país e agora noutro país não seria diferente… Pesquisei ofertas de emprego pela Internet e, graças a Deus, tive a sorte de arranjar um lugar com uma oportunidade de ensinar as minhas capacidades como profissional. Cheguei a Pombal há um ano e estou a gostar muito da zona e das pessoas. A verdade é que só tenho palavras de agradecimento por Portugal e por Pombal. Foi a melhor decisão que tomei de emigrar da Colômbia: agora consigo ajudar melhor a minha família!

 

Juan David Ochoa Cardenas – Formando de Português Língua de Acolhimento B1 B2

Videoconferência – “Há des cá bir! Ou porque é que escrever bem não consiste apenas em evitar erros ortográficos”


No dia 25 de outubro de 2022, no Auditório Dra. Gabriela Coelho da Escola Secundária de Pombal, decorreu uma Videoconferência intitulada “HÁ DES CÁ BIR! ou porque é que escrever bem não consiste apenas em evitar erros ortográficos”, teve como orador o Professor Doutor Paulo Nunes da Silva, da Universidade Aberta.

Esta Videoconferência integra-se numa parceria dos Centros Qualifica de Anadia, Ansião, Cantanhede, Pombal, Sertã e Vagos com a Universidade Aberta.

O Professor Paulo Silva, através de um discurso acessível e objetivo, deu a conhecer a importância do saber escrever e dos erros habitualmente cometidos. Não propriamente os erros ortográficos, mas principalmente a estarmos atentos a outras competências, como a seguir se referirá. Tratou-se sobretudo de uma reflexão sobre a expressão escrita em contexto escolar e académico.

Assim, devemos ter em conta alguns aspetos quando redigimos um texto. Utilizar/redigir frases curtas, que não ultrapassem as 2/3 linhas; ordenar e articular as ideias do texto; ter presente/compreender a gramática, o estilo, a estruturação e o conteúdo, pois “Um bom texto é gramaticalmente correto, estilística e estruturalmente adequado.”; evitar erros gramaticais e erros de sintaxe. Importante também, ler e reler várias vezes e de preferência em voz alta. Isto, determina a qualidade do texto que se escreve. Evitar repetições e sonoridades.

No que respeita à estruturação de um texto, a ordenação, o parágrafo e uma boa articulação das ideias entre si, são aspetos a reter, bem como a importância dos conetores, pois como dizia o Professor Paulo Silva, “Quem escreve bem, usa muito os conetores”.

Na redação de um texto/trabalho há que ter presente três fases: planificar, redigir e rever.

Cada um terá o seu próprio estilo mais ou menos formal, técnico ou neutro, pessoal ou impessoal de acordo com a situação e o contexto em que o mesmo se insere.

Esta sessão alertou e ensinou para a importância do saber escrever e dos erros a evitar.

Os formandos do curso EFA escolar – nível secundário

Trilhar caminhos de cidadania e inclusão em Pombal


No âmbito da atividade integradora “Trilhar caminhos de cidadnia e inclusão em Pombal”, de 07 a 10 de novembro, os formandos do curso de Educação e Formação de Adultos (EFA) vão levar a cabo uma série de atividades abertas a toda a comunidade educativa que os ajudará a refletir sobre os desafios de uma sociedade multicultural. Contaremos com a intervenção do Diretor da AMI, Dr. Paulo Pedreira, mas também o escritor Paulo Moreira com a apresentação da sua mais recente obra “Caminho do Burro”.  Teremos uma sessão de cinema para despertar para a reflexão e ainda um espaço de debate que juntará formandos do curso EFA com os formandos dos cursos de Português para Falantes de Outras Línguas (PLA). Encerraremos as atividades com um momento de convívio numa partilha de sabores: “Sons e Sabores da Multimulturalidade”.

Deixamos o link para a videoconferência do dia 07 de novembro.

Junte-se a nós!

 

VIII Seminário Nacional de Educação e Formação de Adultos


No dia 21 de outubro realizou-se no Auditório Municipal de Mirandela, sob chancela da Associação Portuguesa de Educação e Formação de Adultos, o VIII Seminário Nacional subordinado ao tema “Educação de Adultos, Democracia, Liberdade”.

Sob este mote, foram partilhadas ideias, sentimentos e opiniões pelo facto de, nos últimos 48 anos de democracia, estranhamente ainda não ter sido criada uma política de Educação de Adultos sólida e coerente, assumida como prioridade nacional, sem medidas avulsas e de acordo com os tempos.

Se durante o Estado Novo a escola promoveu a domesticação do pensamento, formatando as mentes, castigando e condenando o erro, atualmente os estudos realizados pela equipa do POCH revelam o claro impacto da educação e formação na vida das pessoas desempregadas (maior taxa de inserção no mercado de trabalho) e das empregadas (maior produtividade e rentabilidade).

O envolvimento das pessoas é fundamental para edificar uma sociedade mais equilibrada e esclarecida. Contudo, é necessário ter presente que as decisões que conduzem as pessoas adultas a participarem (ou não) em atividades formativas depende também de barreiras silenciosas associadas aos seus papéis sociais, quantas vezes subtis. Por isso, se a verdadeira Educação visa a liberdade, esta deve ser educada, função que compete (não só, mas também) à Educação e Formação de Adultos.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

O PLA celebrar o DIA Europeu das Línguas


As turmas do Português, Língua e Acolhimento (A1/A2 e B1/B2) celebraram o Dia Europeu das Línguas.
Foi com entusiasmo que os formandos responderam ao desafio das formadoras de fazerem um  vídeo com uma  apresentação pessoal.
Este dia comemora-se todos os anos a 26 de setembro e celebra a diversidade de línguas existente na Europa. A mesma diversidade que encontramos no grupo de formandos que frequenta estes cursos no nosso Agrupamento. Saber comunicar em Português é fundamental para que consigam integrar-se na nossa comunidade e no mundo do trabalho.
Paula Teixeira e Gina Ribeiro – Formadora do PLA

6 ao Centro – “’Há des cá bir!’ Ou porque é que escrever bem não consiste apenas em evitar erros ortográficos”  – Videoconferência


“’Há des cá bir!’ Ou porque é que escrever bem não consiste apenas em evitar erros ortográficos” é o título da próxima conferência do ciclo 6aoCentro. 

A conferência realiza-se em formato híbrido, online (zoom) e presencial (Auditório da Escola secundária Lima-de-Faria, Cantanhede), no dia 25 de outubro de 2022 às 19h00.

O orador convidado é o Professor Paulo Nunes da Silva, docente de Linguística na Universidade Aberta.

Ao longo da sessão, refletir-se-á acerca de múltiplos aspetos que devem ser considerados durante a redação de textos, em particular, de textos académicos. O objetivo principal, assumido no título, consiste em rebater a tese segundo a qual escrever bem equivale simplesmente a não cometer erros de ortografia. De facto, a escrita de textos requer um conjunto diversificado de competências e, embora seja indispensável, não é suficiente o conhecimento das regras de ortografia da língua portuguesa.

Entre os conteúdos e as competências a contemplar quando se escreve um texto académico, incluem-se a correção a nível da ortografia, da acentuação, da pontuação, da morfologia e da sintaxe, assim como a adequação a nível do estilo adotado, da ordenação e articulação dos conteúdos e da segmentação em parágrafos. Gramática, estilo e estruturação dos conteúdos constituem, então, as três dimensões da escrita académica que serão destacadas na sessão.

A participação é gratuita com inscrição obrigatória até dia 24 de outubro. A sessão presencial está limitada a 80 lugares. Faça a sua inscrição para participar de forma presencial ou online em:  https://forms.gle/z2hBVtaZGLCb8R6k8

Esta iniciativa encerra o ciclo de conferências 6aoCentro promovido pelos Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede em parceria com os Centros Qualifica dos concelhos de Anadia, Ansião, Cantanhede, Pombal, Sertã e Vagos.

Dúnia Palricas – Coordenadora do Centro Local de Aprendizagem 

 

6 ao Centro – A origem do pensamento simbólico


No próximo dia 29 de setembro, pelas 19h, o auditório do Centro Qualifica da Escola Tecnológica e Profissional de Sicó (Avelar, Ansião), irá acolher a sessão dedicada ao tema “A origem do pensamento simbólico”, dinamizada pela Professora Carla Alexandra Gonçalves da Universidade Aberta.

Este ciclo de conferências híbridas (presenciais com transmissão online) e em itinerância, é promovido pelos Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede e conta com o apoio dos Centros Qualifica dos concelhos de Anadia, Ansião, Cantanhede, Pombal, Sertã e Vagos.

Segundo Carla Alexandra Gonçalves, uma das capacidades mais relevantes que a humanidade possui traduz-se na possibilidade de atribuir sentidos e significados a significantes, ou de usar significantes para referir, para representar, para evocar, para comunicar, imaginar ou, por outras palavras, para lidar com o real.

É por meio do pensamento simbólico que nos expressamos, que ideamos e que criamos, pelo que é esta via que permite conceber obras de arte.

Nesta sessão pretende-se debater sobre o que é o pensamento simbólico para, regressando às origens, ou à ancestralidade, e através da articulação de hipóteses, encontrar eixos que permitam revelar como se desenvolveu.

As pessoas interessadas em participar, de forma presencial ou online, poderão inscrever-se através do link https://bit.ly/3qjkwOx  até ao dia 28 de setembro.

Evento no Facebook https://www.facebook.com/events/649556356396088

Dúnia Palricas – Coordenadora do Centro Local de Aprendizagem de Ansião da Universidade Aberta

O regresso


 Setembro trouxe-nos novos elementos à equipa do Centro Qualifica que acolhemos com entusiasmo para continuarmos a abraçar o desafio da educação de adultos.

Desejando a toda a comunidade educativa um excelente ano letivo, partilhamos um poema de Manuel António Pina:

          O regresso

Como quem, vindo de países distantes fora de
si,chega finalmente aonde sempre esteve
e encontra tudo no seu lugar,
o passado no passado, o presente no presente,
assim chega o viajante à tardia idade
em que se confundem ele e o caminho.

Entra então pela primeira vez na sua casa
e deita-se pela primeira vez na sua cama.

Para trás ficaram portos, ilhas, lembranças,
cidades, estações do ano.

E come agora por fim um pão primeiro
sem o sabor de palavras estrangeiras na boca.

Manuel António Pina

 

Cristina Costa – Coordenadora do Centro Qualifica

2021-2022 – Balanço


Como poderemos preparar-nos a nós mesmos e aos nossos filhos para um mundo de transformações inéditas e incertezas radicais?

Yuval Harari

Chegou o tempo para avaliar o caminho  de um ano de conquistas, desafios e oportunidades de melhoria.

Procurámos não deixar ninguém para trás.

Apoiámos no desenvolvimento  na autoconsciência de potencialidades e de literacias através da realização  do processo de RVCC; deligenciámos no sentido da plena integração de cidadãos estrangeiros com a criação de cursos de PLA e possibilitámos a transição para o ensino superior com o curso EFA escolar de nível secundário,..

Apoiados numa rede de parcerias, a  todos propocionámos momentos de reflexão, de desenvolvimento de uma consciência humana num mundo cada vez mais dominado(r) pela tecnologia.

Obrigada  pelo contributo de cada um para o cumprimento da nossa missão e BOAS FÉRIAS!

Cristina Costa – Coordenadora do Centro Qualifica

Entrega de certificados do PLA – Testemunho de uma refugiada ucraniana


Numa parceria com o Gabinete de Acolhimento à Comunidade Ucraniana do Município de Pombal, rapidamente conseguimos constituir uma turma para dar resposta às refugiadas  que procuraram o Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Pombal nos meses de março e abril, com o objetivo de aprenderem a nossa língua. Foi a 9 de maio que teve início o curso de Português, Língua de Acolhimento – 150 horas – e no dia 28 de julho, no final de uma tarde de convívio, procedeu-se à entrega dos certificados.

Deixamos o testemunho de uma das candidatas, Ganna Romashcuk.

 

“A guerra trouxe-nos para Portugal. Acabámos a milhares de quilómetros de casa. O país em que vivem pessoas muito sensíveis e amigas, o país que nos deu abrigo chama-se Portugal. Uma língua estrangeira, costumes diferentes… Tudo era assustador e atraente ao mesmo tempo. Mas tínhamos que ir mais longe. Era necessário aprender Português, a simpática e doce Cristina ajudou-nos. E assim chegou o momento em que cruzámos, pela primeira vez, o limiar da escola portuguesa. Sentimentos e lembranças estranhas da minha própria infância simplesmente tomaram conta de mim no momento em que cruzei o portão da escola. Os meus colegas de turma eram agora de diferentes idades, desde meninas até senhoras. Acabámos por conhecer a nossa professora, uma senhora simpática, chamada Susete.

A primeira aula foi muito emocionante. Para nos aproximarmos, partilhámos músicas do nosso país que nos trouxeram lágrimas, mas precisamos viver.

Recordo como todos nós corríamos para a sala de aula atrás da professoras tentando ultrapassar-nos umas às outras para ocupar as primeiras carteiras, como, nos intervalos, no bar, procurámos pedir em português e ficávamos muito felizes quando a senhora que estava do outro lado do balcão nos entendia.

Não foi sempre fácil para nós nem para a professora. Ela recorria a todo um arsenal de jogos, música e danças e os momentos dos testes eram sempre de alguma angústia, mas o tempo voou muito rápido…

Querida Susete, queremos expressar os nossos sinceros agradecimentos pelo seu trabalho, pelo seu apoio que fomos sentindo ao longo destes três meses. Obrigada!”

 

Queridas formandas, que esta passagem pela Escola Secundária de Pombal seja um marco positivo nesta reviravolta da vossa vida e que vos ajude a concretizar os vossos sonhos de estabilidade.

Cristina Costa – Coordenadora do Centro Qualifica

 

Troféu e conquista


O H. e o P. obtiveram a certificação do 9.º ano de escolaridade no dia 14 de julho, pelo processo de RVCC. Para o H., este momento foi um troféu. Para o P., uma conquista. O denominador comum reside no facto de se tratar de uma vitória e ambos estavam cientes de que teriam de passar por algumas provas até ao momento da certificação. O portefólio e a formação complementar eram apenas duas delas, mas a maior estava do lado dos candidatos: persistência, compromisso e superação.
Foi sobretudo nas sessões de formação complementar de matemática que, mediante sugestões da formadora, o H. teve sede de ir mais longe. Não se limitou a compreender e a aplicar o Teorema de Pitágoras, mas a pesquisar sobre a vida do filósofo e matemático grego. Não se contentou em compreender o que são as probabilidades, mas com espírito atento passou a interpretar criticamente a informação do verso das raspadinhas, onde são indicadas as probabilidades de sair prémio.
Para o P., focado na indústria 4.0, na melhoria contínua e em equipamentos e automatismos amigos do ambiente, muitos dos poucos momentos de lazer são passados em jogos no telemóvel. Se há linguagem que domina é precisamente essa e não tanto a Linguagem e Comunicação como é trabalhada, sobretudo na forma escrita, neste jogo que é o processo de RVCC. No entanto, e porque se deixou viciar por ele, de forma a ultrapassar as suas dificuldades sentiu-se impulsionado para a compra de dois livros, encontrando-se já a ler um deles, intitulado ‘Start STOP’.
Tal como neste livro, que ensina o leitor a parar, a recuperar e a repor o equilíbrio necessário entre a vida pessoal e profissional, no sentido de melhorar a qualidade de vida sem comprometer a produtividade, desejamos que o H. e o P. saibam parar quando necessário, sem desistir, e recomeçar sempre que as energias lhes permitam para que as vitórias, como o foi esta conquista e este troféu, continuem a ser uma realidade.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Ler+ Qualifica – 10 minutos a ler


“Eu quero aprender a ler e a escrever melhor” é a frase que ouço repetidamente no Centro Qualifica.

As vicissitudes da vida levaram muitos dos nossos candidatos para bem longe dos bancos da escola onde tiveram que aprender a crescer rapidamente.

Afastados do mundo dos livros e dos cadernos, é com muito entusiasmo que regressam à escola para adquirir os saberes que lhes proporcionarão mais segurança, mais conhecimento e uma melhor qualificação.

Tendo deixado a escola do primeiro ciclo ainda muito jovens, por motivos bem díspares, alguns candidatos retomam, no processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, a leitura já um pouco “adormecida”. Com persistência e muita força de vontade, é gratificante observar os progressos na leitura que deixou de ser um simples balbucio e hesitação para dar lugar a uma voz confiante que projeta palavras bem articuladas.

Estes “10 minutos a ler” proporcionam aos nossos candidatos momentos agradáveis de fruição estética, dando asas à imaginação e à criatividade.

Como disse Mário Quintana “Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem.”

Gina Ribeiro – Formadora de Cultura, Língua e Comunicação

Abrir Horizontes


 No passado dia 22 de junho, mais uma candidata concluiu o seu percurso formativo de nível secundário no nosso Centro Qualifica.

Compreendendo que teria que “agarrar” a oportunidade que a vida lhe estava a dar, apesar de ainda jovem, foi com grande maturidade e dedicação que trilhou o seu caminho pelo processo RVCC, construindo de forma assídua e entusiasta o seu portefólio. Decidida a concluir o mais depressa possível, envidou todos os esforços para conseguir alcançar este seu objetivo que lhe poderá abrir novos horizontes a nível profissional e formativo. Se o investimento foi grande, os frutos também rapidamente foram surgindo e um deles foi o despertar do gosto pela escrita.

Concluída esta etapa, desejamos que o nível secundário seja a âncora para continuar a desbravar novos caminhos de  aprendizagens olhando sempre cada uma delas como uma oportunidade para o  crescimento pessoal e profissional.

Patrícia Amado – Técnica de ORVC

Renovadas ambições


Quem nos chega às mãos traz as suas calejadas dos ofícios da vida. Inicialmente podem não saber ao que vêm. Mas trazem uma determinação que com facilidade lhes lemos nos olhos: aumentar as qualificações escolares é um dos seus propósitos.

As canetas? Trocadas por outras ferramentas e artes. Os bancos da escola? Abandonados por quem, desde então, raramente se senta para descansar. As disciplinas? Substituídas pelo singular: disciplina, aquela que a vida lhes ensina a exercer com mestria para que cada dia seja bem planeado e todos os recursos bem geridos, entre tarefas e responsabilidades.

Não foram necessárias muitas sessões para que a autoestima e a autoconfiança das candidatas começassem a ganhar uma nova cor e um novo vigor. Voltaram a criar afinidade com as canetas e com os bancos da escola. E, neles, encontraram o impulso não apenas para refletir sobre os seus ímpares percursos de vida, mas também para fortalecer conhecimentos no âmbito das sessões de formação complementar. À medida que a sua história de vida ganhava corpo confidenciaram, não raras vezes, que “se não fosse o processo, já nem me lembrava disto” e, com esta constatação, a equipa procurou que cultivassem a capacidade de valorizar o que comporta os seus trajetos e a forma como impactaram na pessoa que, hoje, são.

Se sempre foi macio? Cremos que não. Se sempre foi harmoniosa a conciliação de compromissos familiares e profissionais? Também. Mas acreditamos que há mais soluções para problemas do que problemas para soluções. Por isso, que a capacidade de superação e de alcance de projetos seja, para as candidatas, a prova disso.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Sons e Sabores da Multiculturalidade


O conhecimento da língua portuguesa é essencial para uma plena integração dos imigrantes que escolheram Pombal para trazer tranquilidade à sua história de vida. Assim, no dia 13 de junho de 2022, celebrámos o final de mais um curso de Português Língua de Acolhimento (PLA).

Retomámos a atividade “Sons e Sabores da Multiculturalidade” pois acreditamos que os sons e os sabores ajudam a construir pontes no meio da diversidade linguística e cultural.

Cristina Costa – Coordenadora do Centro Qualifica

“6 ao Centro – O que nos diz a Guerra da Ucrânia”


Dando continuidade ao ciclo “6 ao Centro”, os Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede estão a organizar com os Centros Qualifica dos concelhos de Anadia, Ansião, Cantanhede, Pombal, Sertã e Vagos um ciclo de conferências híbridas (presenciais com transmissão online) e em itinerância.

O Centro Qualifica da Sertã, irá acolher esta sessão no dia 28 de junho, pelas 19h, no auditório do Agrupamento de Escolas da Sertã e com transmissão online dedicada à temática da guerra na Ucrânia, sendo dinamizada por João Caetano, Pró-Reitor para os Assuntos Jurídicos e Diretor da Delegação de Coimbra da Universidade Aberta.

O Professor João Caetano começará por dar uma explicação geral sobre as origens da Guerra na Ucrânia, mostrando que o conflito não começou em 2022, mas quando a Rússia tomou a Crimeia pela força, em 2014. Esqueceu-se o mundo de que existia uma guerra, ainda que apenas latente no plano militar. Em 24 de fevereiro de 2022, o conflito tornou-se militar em toda a sua força. Procurará mostrar se há ou não razões para que a guerra tenha sido desencadeada e as consequências políticas, humanitárias e económicas do conflito. No final fica a pergunta fulcral que é a de saber se no tempo em que vivemos ainda existe alguma justificação possível para a guerra.

A sessão será feita em diálogo com os participantes.

 

Os interessados/as em participar, de forma presencial ou online, poderão inscrever-se através do link https://shre.ink/vzo   até ao dia 27 de junho.

Evento no Facebook https://fb.me/e/3wlVVdsCK

Dúnia Pelrica – Universidade Aberta – CLA de Ansião

 

Webinar “Aprender e comunicar complexidade online com jogos e ambientes imersivos”


Foi interessante no dia 3 de maio de 2022 assistir ao Webinar “Aprender e comunicar complexidade online com jogos e ambientes imersivos” no Auditório da Escola Secundária de Pombal.

Este evento foi promovido pelos Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede que estão a organizar com os Centros Qualifica da zona centro (Anadia, Ansião, Cantanhede, Pombal, Sertã e Vagos) um ciclo de conferências híbridas (presenciais com transmissão online) e em itinerância, intitulado “6 ao Centro”.

O Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Pombal acolheu a primeira sessão, que foi dinamizada pelo Professor Leonel Morgado, da Universidade Aberta.

O que ouvi nesta sessão faz-me concluir que os jogos ajudam a desenvolver a nossa agilidade. Facilmente, descarregamos do Play Store os jogos que quisermos. Nenhum traz manuais com as regras, pois subentende-se que qualquer jogador as aprende jogando. O lado menos bom disto é que se as pessoas não se controlarem, podem ficar viciadas. Outro aspeto que tenho reparado é que durante os jogos aparecem muitos anúncios e para poder continuar a jogar tenho de vê-los até ao final.

Foi interessante assistir a este Webinar porque me revi em algumas dos aspetos que foram ali falados.

Recordei as longas horas passadas com o “Global city”, um jogo de estratégia e de construção de cidades. Para ganhar pontos é preciso fazer crescer os prédios. Depois, os pontos podem ser utilizados para passar de nível, mas para o conseguir temos de cumprir algumas tarefas. ´muito intuitivo.

O “Top Eleven” é também um jogo de estratégia, mas de futebol. Aqui, também tenho de comprar jogadores e é definida, pelo próprio jogo, uma determinada hora para eu poder jogar com as duas equipas. Se pretender progredir mais rapidamente de nível posso aceder à “Loja” do jogo e adquirir “Tokens” para poder jogar na Liga, Liga dos Campeões e Taça.

O “War Machines” é um jogo de guerra, em que os jogadores podem ser de diferentes países. Quando entro no jogo costumo escolher a opção “Batalha” e com o meu canhão tenho de conseguir escapar sem morrer e destruir os canhões dos outros jogadores. Cada jogo tem um tempo limite para se conseguir vencer e cada vez que um disparo de outro jogador nos atinge, perdemos uma vida. Em função da posição em que se fica, recebe-se diamantes  e é com eles que conseguimos  novas vidas. Se não tivermos diamantes temos de aguardar cerca de uma hora para voltar a receber diamantes.

Paulo Santos – Candidato do processo RVCC de nível básico – B3

As Competências Digitais para a integração


Sob pena de podermos ficar um pouco desfasados da realidade que nos rodeia, torna-se necessário ter competências digitais e conhecer recursos como os CQCode que já são usados nas mais diversas situações como, por exemplo, nos restaurantes para acesso à ementa, em alguns supermercados, etc. Assim, no processo e RVCC, com a formadora Rita Silva, fiquei a saber o que é o QRCode e rapidamente, consegui criar dois QRCode, uma para o link do Centro Qualifica e outro para a reflexão da sobre a própria atividade.

Eulália Marques – Candidata do Processo de RVCC – Nível B3

O despertar para mais


“Nunca é tarde para aprender” é uma das expressões mais ouvidas pela equipa por parte dos candidatos que realizam o Processo de RVCC. No entanto, mais do que o despertar de novas competências, o Processo de RVCC é a tomada de consciência de que em qualquer momento da nossa vida podemos aprender e de que, quando reunimos todos os esforços, somos capazes de alcançar os nossos objetivos.

Os dois candidatos certificados no passado dia 26 de maio foram exemplo disso pois, inúmeras vezes tiveram de abdicar dos seus compromissos familiares e até profissionais para poderem cumprir com os desafios propostos pela equipa.

Foi com enorme orgulho que verificámos que a conclusão deste Processo lhes aguçou o desejo de continuarem a investir no seu percurso formativo e, por isso, desejamos que a conclusão de ensino secundário seja apenas o primeiro passo para um percurso formativo desafiante e enriquecedor.

Afinal, como referiu Leonardo da Vinci “aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende”.

 

Patrícia Amado – Técnica de ORVC

 

Reflexão enquanto formadora de MV/MCT


A caminhada de formadora de Matemática para Vida (MV)/ Matemática, Ciências e Tecnologias (MCT) no processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) é complexa, mas gratificante. Cada candidato apresenta-se com o seu património ao nível de competências, edificadas no seu percurso escolar e profissional, concomitantemente, com a sua vida sociofamiliar. Recordo ainda as primeiras palavras da coordenadora quando cheguei ao Centro em finais de setembro: “O acolhimento é essencial para motivar para o processo”. Na prática, acolho os interesses de cada um, no enquadramento do Referencial de Competências-Chave, e em cada sessão vou transmitindo o meu gosto por esta área que considero tão cativante. Temos candidatos mais entusiasmados por dinâmicas tecnológicas e outros para as tradicionais e procuro ir respondendo a estas apetências. Partilho duas estratégias que considero terem sido muito positivas: o estudo de polígonos recorrendo ao Google Earth e frações numa análise do indicador do nível de combustível do automóvel.

Ana Maria Ribeira – Formadora de MV/MCT

“6 ao Centro”- Energia nuclear como passo intermédio para a transição energética.


A energia nuclear é a mais controversa de todas as fontes de energia. O sonho dos anos 1950 de uma energia limpa e barata transformou-se em pesadelo com os acidentes de Three Mile Island, Tchernobyl e Fukushima, que trouxeram de volta os fantasmas de Hiroshima e Nagasaki.

E no entanto a energia nuclear é a menos poluente de todas as fontes de energia, abaixo até da solar e da eólica, e com fatalidades que, tudo somado, estão ao nível daquelas e bem abaixo das mortes por doenças pulmonares originadas na energia fóssil.

Mas o bem maior da energia nuclear é a sua capacidade para agir como regulador dos fluxos renováveis, injetando ou retirando da rede elétrica o necessário para fazer encontrar a oferta e a procura de eletricidade.

Num mundo em que é cada vez mais evidente que o futuro terá de ser elétrico e movido a fontes renováveis, o nuclear pode jogar um papel fundamental no controle das intermitências dessas fontes e assim agir como tecnologia de transição entre o passado carbónico e um futuro limpo, até que as intermitências sejam resolvidas.

Se quer saber mais sobre estes desafios que a atualidade nos impõe, inscreva-se até 30 de maio através do link: https://forms.gle/H7ggEC8KDyw5MuEa9

Acompanhe este evento no Facebook através do link https://fb.me/e/1MXoD9kXX

Organização: Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede e Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Anadia; com o apoio dos Centros Qualifica do Agrupamento de Escolas Lima-de-Faria (Cantanhede), Pombal, Sertã, da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos e da Escola Tecnológica e Profissional de Sicó.

Dúnia Palricas – CLA de Ansião

PLA para a integração


Procurando apoiar na integração de refugiados ucranianos, o Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Pombal articulou com o Gabinete de Acolhimento à Comunidade de Ucranianos do Município de Pombal, e promoveu a criação de um curso de Português Língua e Acolhimento (PLA). Rapidamente foi autorizada a contratação de uma professora e, no passado dia 9 de maio, 18 formandos deram início a um percurso formativo de 150 horas que lhes irá conferir o nível A1 e A2 do domínio da língua de acordo com o Quadro Europeu Comum de Referência (QECR). Até finais do mês de julho, prevê-se que desenvolvam competências de expressão e compreensão da língua portuguesa que lhes facilitem a integração social, profissional e cívica na nossa sociedade.

A docente, Susete Bicho, destaca que “apesar de ser uma experiência completamente nova, este desafio tem-se revelado extremamente desafiante e gratificante, pois os formandos são muito cordiais, sociáveis, curiosos e empenhados, o que se tem refletido na sua rápida evolução e aprendizagem”.

Cristina Costa – Coordenadora do Centro Qualifica

 

Sudoku no processo RVCC


Muitos têm sido os candidatos do processo RVCC de nível básico que aceitam o desafio de desenvolver o seu raciocínio lógico-dedutivo e aprender alguns jogos lúdicos no âmbito da Matemática.

Embora o nome tenha origem japonesa, o aparecimento do Sudoku deve-se ao físico e matemático suíço Leonhard Euler (1707-1783) que combinou os conceitos de Quadrado Latino e Quadrado Mágico para criar um sistema matemático de análise estatística. Em cada quadrado interior, cada linha e cada coluna não se podem repetir algarismos (de 1 a 9).

Partilhamos alguns das reações dos candidatos do processo de RVCC ao jogo nas sessões de RVCC.

“O raciocínio que fiz foi colocar todos os algarismos de 1 a 9 em cada linha, em cada coluna e em cada subquadrado, sem nunca os repetir. Precisei de muita concentração e algum tempo, mas no fim fiquei muito feliz por ter conseguido!” – Donzília Gaspar.

“Apesar de não ser necessário fazer cálculos, achei o jogo muito exigente em concentração e raciocínio. Já o tinha visto em jornais e revistas, mas nunca tinha tentado fazer. Foram precisas várias tentativas e muita paciência, mas ao fim de duas horas consegui fazer corretamente o Sudoku.” – Kátia Lopes.

“Já tinha visto este jogo no telemóvel mas não sabia jogá-lo (desconhecia as regras). Aprendi e esforcei-me por conseguir preencher corretamente. Confesso que foi difícil e demorado mas tive paciência e não quis desistir: agora sinto-me feliz por ter conseguido!” – Suse Marques.

Telma Madeira – Formadora de Matemática para a Vida

Desmistificar a Matemática


A maioria dos candidatos, que iniciam um processo de Reconhecimento de Competências no nosso Centro Qualifica, apresentam algum receio respeitante à Matemática, anteriormente denominada por “Matemática para a Vida” e recentemente, “Matemática, Ciências e Tecnologias”.

O nosso trabalho passa por levá-los  a perceber que a Matemática vai além da nossa sala de trabalho e  tem uma relação direta com a vida individualmente e em sociedade. Aos poucos, os nossos Candidatos são conquistados e orientados para a descoberta desta realidade nas mais simples situações/objetos do dia a dia e até em momentos de descontração, como num simples desafio matemático ou algo lúdico como o sudoku.

Conhecer conceitos matemáticos permitirá aos Candidatos desenvolver importantes competências visando o seu crescimento pessoal para além de abrir  oportunidades a nível profissional.

Ana Maria Ribeiro – Formadora de Matemática para a Vida

Reimaginar os Futuros da Educação


A UNESCO publica Relatórios alusivos à Educação de Adultos sensivelmente de 25 em 25 anos. Recentemente, publicou o terceiro: “Reimaginar os  nossos futuros juntos: um novo contrato social para a Educação”. Neste sentido, a Cátedra UNESCO da Educação de Jovens e Adultos convidou para o Diálogo Inter/Nacional sobre a Aprendizagem e Educação de Adultos, com a presença do Professor Doutor António Nóvoa, membro integrante da Comissão Internacional e do Comité Consultivo da VII CONFINTEA.

Este momento decorreu com transmissão online no dia 28 de abril e, partindo do título do Relatório, António Nóvoa destacou três palavras elementares, mas que alicerçam todos os esforços da Educação: juntos, pois a Educação precisa do Outro e da participação de cada um, não se tratando apenas de “juntos dentro da Escola”, mas em estreita ligação com a sociedade; futuro, na medida em que urge equacionar vários futuros possíveis que são construídos concomitantemente por educadores, professores, alunos e adultos; e contrato social, assentando na criação de novos ambientes de aprendizagem e no desenvolvimento de projetos em equipa que tenham em consideração o efetivo contributo de todos.

Foi ainda destacada a necessidade de inscrever o direito à Educação efetivamente como algo consagrado a todas as pessoas, sem esquecer várias revoluções em curso nas nossas sociedades, com especial destaque para as seguintes: revolução demográfica, responsável por elevar a esperança média de vida, o que se repercute na mudança de conceção da Educação de Adultos; revolução no/do trabalho, pois sempre houve uma relação muito forte entre a Educação e o trabalho, mas esta relação pode conduzir nas próximas décadas à falta de trabalho devido à automatização, não se podendo antecipar o que será a Educação de Adultos numa sociedade em que poderá não existir trabalho para todos; e revolução digital, sendo que aqui não se fala apenas de tecnologia, mas da necessidade de pensar que estão a caminho novas fraturas, novas formas de controlo e de vigilância, novos riscos e novos desafios que vão mudar a nossa relação com a Educação.

Assistir a momentos de partilha e de debate como este contribuem para revigorar a crença nos valores que norteiam a Educação de Adultos, que está longe de ser algo meramente institucionalizado entre quatro paredes, mas que deve alimentar-se (e alimentar) as dinâmicas locais e territoriais num verdadeiro trabalho em rede e colaborativo.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Os jogos e os ambientes imersivos – Conferência híbrida


Os Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede estão a organizar com os Centros Qualifica da zona centro: Anadia, Ansião, Cantanhede, Pombal, Sertã e Vagos um ciclo de conferências híbridas (presenciais com transmissão online) e em itinerância, intitulado “6 ao Centro”.

 

O Centro Qualifica de Pombal, irá acolher a primeira sessão dedicada ao tema “Aprender e comunicar complexidade online, com jogos e ambientes imersivos”, dinamizada pelo Professor Leonel Morgado, da Universidade Aberta, no dia 03 de maio, às 20h, no Auditório da Escola Secundária de Pombal, com transmissão online (Colibri Zoom).

 

Os interessados/as em participar, de forma presencial ou online, poderão inscrever-se através do link https://url.gratis/5Haizr até ao dia 2 de maio.

 

 

Evento no Facebook https://fb.me/e/3rdoCcI4G

Dúnia Palricas – CLA de Ansião

Novos Voos


Foi perante o desafio de um novo Referencial de Competências-Chave de Nível Básico e um prazo muito apertado que a equipa do Centro Qualifica se teve que reinventar durante estes últimos meses. Debruçou-se sobre as novas competências a evidenciar, redefiniu estratégias e instrumentos de mediação,  procurou o equilíbrio entre a tendência para a escolarização do processo e a sua essência , deu os primeiros passos na realização de Processos de RVCC com outras exigências e nos dias 7 e 12 de abril, aconteceram as duas primeiras certificações de nível B3.

A obrigatoriedade de demonstrar competências em língua inglesa parecia uma barreira que as candidatas teriam que vencer mas, com perseverança e empenho, tanto por parte das próprias como da equipa, conseguiram alcançar os objetivos propostos. Rapidamente, recordaram os conhecimentos adquiridos nos bancos da escola, nas formações e no quotidiano. Numa articulação com a área de Competências Digitais evidenciaram as suas competências de forma criativa.

Desejamos que a certificação do 9ºano seja o primeiro passo para alcançar novos voos, lembrando sempre que qualquer de nós pode voar. Basta dar asas ao que o nosso coração nos diz.

Patrícia Amado – Técnica de ORVC

(Re)descoberta e (auto)conhecimentos


Na sessão de júri de certificação do dia 7 de abril de 2022 encontraram-se três vidas diferentes, mas comungando o mesmo desígnio, depois de diferentes motivos estarem na origem do afastamento, em crianças, da escola: ou porque os lavores familiares chamaram mais alto ou porque aspetos culturais se sobrepuseram.

Desde então, habituados a Saber-Fazer, souberam durante as sessões dar vida aos seus portefólios para que estes lhes dessem o que tanto pretendiam: a segurança de um nível de qualificação escolar superior ao que tinham como salvaguarda de um “amanhã” de que ninguém é dono.

Com facilidade para absorver novas ideias e novas informações, os candidatos integraram-nas de forma tranquila nos seus mapas mentais, levando a equipa a acreditar que de cada sessão terão retirado a matéria-prima com que foram edificando cada página do seu portefólio. Foi assim que numa peregrinação contínua e num vai e vem entre as primeiras páginas e as finais, os seus portefólios foram construídos com o intuito de sensibilizá-los para a forma como aquilo que poderiam parecer-lhes peças soltas seriam introduzidas nas suas histórias de vida.

Findo este processo, não se inibiram em mostrar-se surpreendidos com o trabalho que realizaram. É esta constante (re)descoberta e (auto)conhecimento que desejamos que continue a fazer parte dos seus dias para que possam extrair de cada um o pólen com que fertilizarão novos trilhos e novas conquistas.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

“Serão – Leituras Simbólicas e Leituras a Fio”


No passado dia 17 de março de 2022, decorreu no Auditório Dra. Gabriela Coelho, na Escola Secundária de Pombal, mais um momento de dramatizações e leituras que fizeram as delícias do público, constituído por formandos do curso EFA (Educação e Formação de Adultos) do PLA (Português Língua de Acolhimento), candidatos ao processo RVCC e alunos do ensino diurno da turma F do 8.º ano com as respetivas famílias.

O serão começou com a intervenção da docente Fernanda Gomes, responsável pela Biblioteca Escolar, que deu as boas vindas a todos os presentes, apresentou a atividade e sensibilizou para a importância da leitura nas nossas vidas. Os alunos do 8.º F procederam à apresentação de “Leitura Simbólicas”, uma dramatização de símbolos nacionais e locais como “O Mar”, “O Fado”, “Rafael Bordalo Pinheiro”, “Marquês de Pombal”, “José Saramago” e “Fernando Pessoa”. O momento encheu corações, mesmo aos que estão a contactar com a língua portuguesa pela primeira vez. Seguiram-se “leituras a Fio”, desenrolando e partilhando um novelo, foi dada voz a diversos autores, destacando a sua importância na cultura nacional e/ou internacional. Por último, “Laços de Leitura”, uma homenagem sentida à Ucrânia e ao seu povo, através da declamação de um poema em ucraniano e português.

Uma noite diferente onde o aprender passou pelo sentir!

Alexandra Goreti Ferreira

(novo) ponto de partida


São desconhecidos os rostos que entram pela porta do Centro Qualifica pela primeira vez. Contudo, com o decorrer do que aqui identificam como um “caminho de sucesso”, “degrau a degrau”, “concretizações” e “caminho de luz”, vão-se dando a conhecer através de laços que criam com a equipa, à semelhança do que ensinou “O Principezinho”.

No início, nem sempre se revela pacífico introduzir as horas de formação complementar nas suas agendas, harmonizando-as com as suas responsabilidades pessoais e familiares. Porém, a revisitação a conceitos e a conteúdos com os quais deixaram de contactar com o término do percurso escolar e o gosto pela aprendizagem acabam por deixar um travo a saudade, facilmente denunciado pelo brilho dos olhares e até pelas vozes trémulas de emoção.

O momento da certificação não representa o fim de nada, apenas um ponto de chegada. E um ponto de chegada é um excelente ponto de partida. É desta forma que a equipa lê o processo de RVCC dos quatro candidatos que a contactaram em virtude do trabalho em rede com o projeto municipal 3ESC (Educação, Saúde e Cidadania) e que obtiveram a certificação de nível básico nos dias 10 e 17 de fevereiro. A todos, desejamos que este ponto de partida alavanque novos começos, novos sonhos e novos projetos porque a vida é esse…

…milagre aos olhos de quem a tem

e a certeza de uma luta

para um dia ser mais do que ninguém

num mundo onde todos são alguém.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Missão Saramago


Foi sob o tema Missão Saramago que, no dia 11 de fevereiro de 2022, os 25 candidatos do processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC), certificados em 2021, aceitaram o convite para desfilar pela passadeira vermelha e receberem o seu diploma.

Juntando a celebração da conquista da certificação de nível básico ou secundário com a celebração dos 100 anos do nascimento do escritor José Saramago, procurámos desafiar os sentidos e estimular a reflexão dos candidatos sobre os grandes diálogos do nosso tempo à luz da obra do nosso Prémio Nobel da Literatura.

Com um momento musical proporcionado pelo Ensemble de Clarinetes da Filarmónica Artística Pombalense, um momento de leitura animada pela coordenadora da Biblioteca Escolar, Fernanda Gomes, e um Escape Game, fomos entrando um pouco na lucidez de José Saramago que denuncia a cegueira humana num mundo pejado de informação irrelevante.

“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.”

Epígrafe de Ensaio sobre a cegueira

Cristina Costa – Coordenadora do Centro Qualifica

 

Missão Saramago

Pombal – um concelho sustentável


Propomos um  olhar sobre o concelho de Pombal, focando de modo particular  as práticas voltadas para a melhoria da qualidade de vida da  sua população, o desenvolvimento económico tendo em conta a preservação do meio ambiente. 

Esta descoberta será conduzida pela Vice-Presidente da Câmara Municipal de Pombal na quarta-feira, dia 26 de janeiro, às 20:00, no auditório  Dra Gabriela Coelho – Escola Secundária de Pombal, tendo a duração prevista de 1h.

Junte-se a nós!

Cristina Costa – Coordenadora do Centro Qualifica

Ensino Superior – uma escolha possível


Procurando contribuir para a promoção de igualdade de oportunidades de acesso e de sucesso das aprendizagens, surge a colaboração dos Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede com os Centros Qualifica dos Agrupamentos de Escolas de: Águeda Sul, Anadia, Lima-de-Faria (Cantanhede), Pombal e da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos, para a realização da ação de informação online intitulada ‘Ensino Superior: uma escolha possível’.

Esta ação visa dar a conhecer a Universidade Aberta, Instituição Pública de Ensino Superior a Distância, que se apresenta como uma possibilidade para a população adulta conciliar a sua vida profissional e pessoal com a continuidade do seu projeto educativo.

A ação será realizada online, através da plataforma ZOOM, na quarta-feira, dia 12 de janeiro, às 19h30, tendo a duração prevista de 1h. 

Para participar terá de fazer a sua inscrição através do link: https://forms.gle/rW5y85uT96S4wrd97

 

Dúnia Palricas – Coordenadora do CLA Ansião – UA

 

 

A vontade de (re)aprender


No dia 22 de dezembro, tivemos a nossa última sessão de certificação de nível secundário do ano de 2021. Cada um dos processos foi a oportunidade de conhecer interessantes histórias de vida e de testemunhar as conquistas que foram sendo feitas por cada um dos candidatos, nomeadamente no domínio das novas tecnologias, da língua estrangeira, da expressão escrita, e capacidade reflexiva.

Motivações e disponibilidades diferentes fizeram com que a construção dos seus portefólios decorresse a diferentes velocidades. Porém, todos chegaram ao seu destino: a certificação de nível secundário.

Temos consciência de que a construção de cada página que compõe os seus portefólios envolveu muito esforço e dedicação, sendo cada uma encarada como uma oportunidade de (re)desenhar os seus saberes.

A todos, os votos sinceros de muitos parabéns e desejos que continuem a abraçar todas as oportunidades de aprendizagem que a vida lhes oferece.

Técnica de ORVC – Patrícia Amado

Votos de um excelente Ano Novo!


Expressando votos de boas festas e de um excelente ano novo,  desejamos que as resoluções 2022 incluam a aposta na formação!

Mudança

Lembre-se de que a Vida é uma só! (…)
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!

Clarice Lispecto

Solstício de inverno


O fechar de cada ano soa a mudança, a ciclo e a renovação, como uma página que encerra um capítulo, abrindo outro que lhe dá continuidade. Também por esta ocasião o prefixo do solstício de inverno vem recordar-nos que há sempre sol. Assim foi o mês de dezembro para seis candidatos que concluíram o processo de RVCC de nível básico, pois encontraram neste uma forma de alumiar o caminho e as escolhas que se seguirão.

Durante meses a sensibilidade e o suor foram vertidos nas páginas dos seus portefólios, espelhando de forma diferenciada mas igualmente rica como a vida lhes foi exímia professora. Viagens, emigração, culturas e nacionalidades, mudanças de residência e nascimentos (de pessoas e de projetos) foram alguns denominadores comuns, mas distintamente experienciados.

Apesar de cada um destes candidatos ter reconhecido sair mais rico do processo de RVCC, também é inegável que a diversidade das histórias de vida que a equipa tem a oportunidade de conhecer são uma fonte de inspiração e de lições. E é assim que, com o fechar de mais um ano que apelou a renovação e a (trans)formação, a equipa do Centro Qualifica deseja que cada candidato continue a beber sol de cada escolha que fizer, vendo no encerrar deste capítulo a força anímica para abrir o próximo.

Técnica de ORVC – Isabel Moio

Oficina Virtual Netiqueta e Identidade Digital


Data: 09 de dezembro |19h30 – 20h30, via plataforma ZOOM.

Dinamizador: Nuno Benjamim | Zona Verde.

Esta oficina pretende dotar os participantes de conhecimentos acerca das normas comportamentais da interação online/virtual; consciencializar para aspetos da diversidade cultural; capacitar para a auto proteção e dos outros de possíveis perigos online (ex. cyberbullying) e desenvolver estratégias ativas para identificar comportamentos inadequados.

Inscrição gratuita e obrigatória através do link: https://bit.ly/30oDOsN

 

Link do evento no Facebook: https://fb.me/e/1YwsVMB9q

Dúnia Palricas – Coordenadora do CLA Ansião – UA

Oficina Virtual Cibersegurança e Cidadania Digital


Dando continuidade ao ciclo de oficinas virtuais, destinadas aos formandos, candidatos dos Centros Qualifica e ao público em geral, convidamos para um momento formativo:

Oficina Virtual: Cibersegurança e Cidadania Digital

Data: 27 de outubro |19h30 – 20h30, via plataforma ZOOM.

Dinamizadora: Lígia Azevedo, Coordenadora do Centro de Sensibilização SeguraNet

Durante a sua intervenção a Dr.ª Lígia Azevedo irá abordar questões relacionadas com a transição digital que está a ocorrer na nossa sociedade, tornando-se fundamental fazer uma utilização segura das tecnologias digitais, das redes e da Internet. Irá também, sensibilizar os participantes para os aspetos da Cidadania Digital e, em particular, para os aspetos da Cibersegurança promovendo atitudes críticas, refletidas e responsáveis nos ambientes e plataformas digitais.

Este evento integra o Ciclo de Oficinas Virtuais Científico-Pedagógicas, dinamizado pelos Centros Locais de Aprendizagem (CLA) da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede em parceria com os Centros Qualifica dos Agrupamentos de Escola de Anadia, Pombal e Sertã e da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos.

A inscrição é gratuita, mas obrigatória, em: https://forms.gle/iwJ5rtgu7LkEc7iq8

A coordenadora do CLA de Ansião – Dúnia Palricas

 

Alimentação na prevenção e tratamento da doença


 

Celebrando o Dia Mundial da Alimentação (16 de outubro),  a Dra Dora Ribeiro – Interna de Medicina Geral e Familiar em Coimbra procurará ajudar os candidatos do processo RVCC e os candidatos do Curso EFA bem como  as suas equipas tecnico-pedagógicas a refletir sobre a importância da alimentação.

Junte a nós no dia 18 de outubro, pelas 20:00 via TEAMS.

A coordenadora do Centro Qualifica – Cristina Costa

O PLA celebrou o Dia Europeu das línguas


A diversidade linguística e cultural da turma de Português Língua de Acolhimento – PLA foi o mote para a celebração do Dia Europeu das Línguas,

Descubra aqui quem são os formandos, de onde vêm, as línguas que falam e o motivo pelo qual pretendem aprender português.

Cristina Costa – Coordenadora do Centro Qualifica

Oficina virtual: Gestão de Aprendizagens Online e da Informação Científica 


No próximo dia 27 de setembro, às 19h30, tem lugar a oficina virtual «Gestão de Aprendizagens Online e da Informação Científica»

A sessão, dinamizada pelo Professor Dionísio Vila Maior (Departamento de Humanidades da UAb), visa abordar a pesquisa em contexto online tendo por base os seguintes aspetos:

  • Pesquisa de informação
  • Tratamento de informação
  • Produção de informação
  • Conselhos gerais

Tem como destinatários preferenciais os formandos dos Centros Qualifica e estudantes do ensino secundário ou universitário.

Este evento integra o Ciclo de Oficinas Virtuais Científico-Pedagógicas, dinamizado pelos Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede, em parceria com os Centros Qualifica dos Agrupamentos de Escola de Anadia, Pombal e Sertã e da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos.

A inscrição é gratuita, mas obrigatória, através do formulário: https://cutt.ly/0W17Que

Siga o evento no Facebook

 

Cristina Costa – Coordenadora do Centro Qualifica

Ateliers: LiteraciArte e Matemática e O meu nome faz história


Aderindo à iniciativa SMAL – Setembro Mês da Alfabetização e das Literacias , propomos dois ateliers para,  de forma lúdica, desenvolver competências de Leitura,  Escrita e Matemática.

A ação destina-se preferencialmente aos candidatos do processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências e inscreve-se no Referencial de Competências de nível Básico, mas alargamos o convite a toda a comunidade educativa para os desafios da arte do Tangram, do Origami e uma leitura animada de um dos contos de “Os bichos” de Miguel Torga.

Cristina Costa – Coordenadora do Centro Qualifica

Concurso de escrita “Ler Muda Vidas” SMAL – Setembro Mês da Alfabetização e Literacias


Os Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e Porto de Mós, com o apoio dos Municípios de Ansião e Porto Mós, promovem o concurso de escrita “Ler Muda Vidas”.
Este recorre de 08 a 30 de setembro e termina a 04 de outubro com o anúncio dos premiados.
Esta iniciativa insere-se no âmbito do SMAL – Setembro Mês da Alfabetização e Literacias, promovido pela APEFA.
O concurso de escrita destina-se a todas as pessoas que pretendam participar, com especial destaque para estudantes da UAb e para as comunidades locais. O seu tema, “Ler muda vidas” foi inspirado no trabalho do escritor Afonso Cruz, no seu relato de como a leitura libertou uma escritora de origem árabe do seu jugo pessoal.
CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO
a) O texto é realizado individualmente;
b) Cada participante só pode apresentar um texto;
c) Os textos concurso não devem ter mais de o equivalente a uma página A4 (até 500 palavras);
d) Os trabalhos deverão ser redigidos em língua portuguesa;
e) Deverão subordinar-se ao tema “Ler muda vidas”.

O trabalho deve ser enviado para o email: concursolermudavidas@gmail.com
Toda a informação no evento no Facebook em https://fb.me/e/1BONJ0wsG

Cristina Costa – Coordenadora

Centro Qualifica em balanço


“Quando acordei hoje de manhã, eu sabia quem eu era, mas acho que já mudei muitas vezes desde então.”

in “ Alice no país das maravilhas” Lewis Carroll

Um ano de prática e de reflexão sobre a nova relação didatica em ambientes de aprendizagem a distância na metodologia de pesquisa-formação articulada às histórias de vida.

Um ano de fortalecimento de parcerias na construção de conhecimento.

Um ano de desafios e muitas aprendizagens para os candidatos e elementos da equipa.

Muitos Parabéns a todos e Boas Férias!

Processo RVCC – Testemunhos


Através do processo RVCC, ganhei novamente o gosto pela escrita que tinha perdido com o passar do tempo e fez-me pesquisar. Permitiu-me olhar de dentro para fora de mim própria e do mundo, colocar em palavras milhares de pensamentos presentes na minha mente. Fez-me recordar e reviver momentos da minha vida. (…)

Assisti a documentários, tais como, “Lixo Extraordinário”, “Seremos História” e o filme “O Carteiro de Pablo Neruda” pelos quais me deixar fascinar. Fizeram refletir e aprender.

Acima de tudo foi muito isso… O processo RVCC fez-me parar e refletir sobre assuntos que na pressa do meu dia-a-dia passavam despercebidos.

Carolina Matias – Candidata do processo RVCC – NS

 

Desafio é a palavra  para caracterizar a minha passagem pelo Processo de RVCC. O cumprimento de horários, a realização de atividades e a necessidade de vir três vezes por semana ao Centro foi exigente. Confesso que, muitas vezes, não foi fácil conciliar a minha vida profissional e familiar com a construção do meu portefólio. (…)

No início, estava um pouco receosa do que me iria ser solicitado. Não pretendia expor a minha vida, mas sinto que a minha intimidade foi respeitada. Alterei a visão que tinha acerca do Processo de RVCC e, garantidamente, irei incentivar familiares e amigos a realizarem este processo.

Para além de valorizar os meus saberes, durante estes meses, tive também a oportunidade de adquirir outros conhecimentos. Refleti sobre as Fake News, aprendi o que foi o Protocolo de Quioto e a Cimeira de Paris e, muito importante, consultei, pela primeira vez, a Constituição da República Portuguesa.

Cátia Duarte – Candidata do processo RVCC – NS

Balanço de um processo RVCC


O RVCC é um processo de aprendizagem que me proporcionou uma grande evolução a todos os níveis.

Graças a muita pesquisa e sessões via Teams e também presenciais, a visualização de filmes/documentários, leitura de livros, etc… aumentei a minha cultura geral. Melhorei a minha escrita, a minha fluência na língua portuguesa, mas também as minhas competências a nível informático. Graças à elaboração do meu portefólio em suporte digital, desenvolvi os meus conhecimentos no word, mas também explorei as potencialidades da plataforma TEAMS ao longo das sessões a distância.

Deixei-me fascinar pelos temas desenvolvidos, principalmente a arte contemporânea a partir de lixo. Gostei de refletir sobre o aquecimento global e a importância das energias alternativas. Com a área de Cidadania e Profissionalidade, fui conduzido a ver o filme “A Lista de Schindler”, que desconhecia embora já seja um filme antigo. Também foram importantes as atividades propostas para evidenciação de competências em língua francesa para me ajudar a refletir e escrever pois raramente acontece. Também devo dizer que me deu gozo pesquisar sobre a Poste e ficar com uma melhor consciência das políticas ambientais, a ética e a organização da empresa onde me encontro a trabalhar.

Confesso que não gostei de visualizar o filme “O velho que lia romances de amor” baseado na obra de Luís Sepúlveda. Tive grandes dificuldades de compreensão e apresenta imagens chocantes, em especial a do “dentista”. Gostei no entanto da personagem do José Bolivar e das imagens da floresta da Amazónica. Foi sem dúvida uma estratégia marcante para me ajudar a refletir sobre a problemática da destruição progressiva do pulmão da terra, mas também da leitura como antídoto do envelhecimento.

As videoconferências para as quais fui convidado em participar, foram todas muito produtivas, mas aprendi sobretudo muito com o jovem palestrante, Pedro Santos, sobre o tema “As diferentes estruturas políticas e os novos populismos”. Ajudou-me a  ver a política com outros olhos. Também gostei muito da atividade realizada na biblioteca escolar “Missão Fugir” pois tivemos de desvendar enigmas em grupo, o que foi muito desafiante.

É impressionante tudo aquilo que aprendi e o gozo que me deu fazer todo este processo!

Estando a trabalhar no estrangeiro fiquei agradavelmente satisfeito com o desenrolar do meu processo, da forma como a equipa foi-me apoiando a distância. As sessões a distância foram muito construtivas, fiquei com a sensação que se aprende de igual forma como sendo presencial. Ganha-se tempo, evitam-se deslocações e torna-se mais confortável.

Por tudo o que acabo de referir, estou feliz e dinamizado para continuar a estudar. Agradeço a toda a equipa que possibilitou a concretização deste sonho.

Gonçalo Oliveira – Candidato do processo RVCC – Nível Secundário

Desafio da formação a distância


A sessão de formação complementar de TIC do dia 9 de junho de 2021 foi a distancia, através da plataforma TEAMS. Apesar de eu por vezes fazer videochamadas com familiares, ter uma sessão do processo de RVCC por esta modalidade, foi uma experiência muito diferente do habitual e por isso gostei, mas não significa que tenha sido melhor, pois nada substitui o contacto presencial. Foi mais um desafio.

Assim que entrei no Centro Qualifica e me disseram que iria ter uma surpresa, não fazia ideia do que seria. Era a primeira sessão de formação complementar de TIC e achei estranho não ver nenhum formador. Disseram-me para me sentar ao computador e foi nesse momento que percebi que o formador estava no ecrã. No início, foi um pouco assustador porque era tudo novo. Apesar de explicar tudo muito bem, ser paciente e colocar-me à vontade, senti receio de errar nos exercícios que me eram propostos.

Além de ser o meu primeiro contacto com o TEAMS, foi também a minha primeira sessão sobre Excel, que é um programa que permite construir gráficos e tabelas que podem ajudar-nos  no nosso dia a dia.

Construí uma tabela com as minhas despesas mensais e percebi que esta ferramenta pode ser muito útil para me auxiliar na gestão do meu orçamento familiar com diferentes folhas de cálculo. A certa altura, tive o apoio da formadora de MV, que ao meu lado, me foi ajudando em todos os passos e funções do programa Excel. Até me senti especial por estar a ter uma sessão com dois formadores que me ajudavam a fazer as atividades propostas!

À medida que a sessão foi decorrendo fui ficando cada vez mais à vontade. Se voltar a ter mais sessões nos mesmos moldes já não irei achar tão estranho e não sentirei tanto receio porque já sei o que me espera.

Nádia Ramos – Candidata do processo RVCC – B3

 

Tertúlia “Oh, meu Pombal” – Testemunho de uma candidata do processo RVCC


No dia 10 de maio de 2021, pelas 20 horas, participei, na Biblioteca Escolar da Escola Secundária de Pombal, à Tertúlia “Oh, meu Pombal”, integrada na Semana Aberta do Agrupamento de Escolas de Pombal, com a presença dos palestrantes Dr. Nelson Pedrosa, Dr. Filipe Eusébio e Dr. Sérgio Marques, que apresentaram aspetos da história e da arte da e na cidade de Pombal.

Assim que entrei na biblioteca senti-me bem, o ambiente  era  acolhedor, fomos recebidos  de forma calorosa.

A tertúlia destinava-se aos formandos do processo de RVCC do nível básico e do nível secundário, aos formandos do curso de Educação e Formação de Adultos (EFA) e era  transmitida, via TEAMS,  para todos os formandos que não puderam estar presentes.

A sessão começou com um momento musical. As alunas Carolina Lopes, Juliana Mendes e Rita Martins interpretaram a canção “Oh, meu Pombal”. Como fui com 12 anos para a França e aos 15 para a Suíça e apenas regressei a Pombal em 2020, não conhecia esta canção. Transcrevo uma quadra que faz alusão às tradicionais festas do Bodo:

Vejo dali Pombal todo,

Cercadinho de olivais

Vejo as Festas do Bodo,

Música, fogo, arraiais

Seguidamente, o Dr. Nelson Pedrosa fez uma apresentação do castelo de Pombal com imagens antigas e fotografias mais recentes. Foi contando de forma entusiasmante a história do surgimento, decadência e reconstrução deste monumento. Foi uma apresentação enriquecedora que permitiu reviver a História rica da nossa cidade.

O Dr. Filipe Eusébio fez uma apresentação muito cativante da Casa Varela, nomeadamente as suas origens, utilização ao longo dos anos e a sua atual função. Foi muito bom ficar a saber que Pombal tem, neste momento, um espaço reservado a todos os artistas pombalenses, e não só, que queiram mostrar os seus trabalhos. Esta é, sem dúvida, uma forma de fixar no concelho de Pombal os artistas locais, evitando que eles tenham de se deslocar para mostrarem as suas criações artísticas. Deixou ainda um convite a todos os participantes para visitarem aquele espaço onde agora se pode apreciar a Arte. Fiquei muito curiosa e em breve espero lá ir.

Por fim, o Dr. Sérgio Marques apresentou o seu trabalho artístico enquanto ilustrador. Começou por fazer uma partilhar connosco seu percurso profissional referindo, que há poucos dias, terminou o seu trabalho de ilustração dos muros junto à rotunda do IC2 do Alto do Cabaço. Destacou as histórias que pretende contar, quer nesse mural, quer nas ilustrações das paragens do Pombus. Apresentou uma faceta muito entusiasmante do trabalho dos artistas que, como ele, querem contribuir para um maior bem-estar dos cidadãos. Sem dúvida que o seu trabalho dá muita vivacidade e cor ao ambiente da cidade. Eu já tinha reparado nas ilustrações das paragens do autocarro, mas não fazia ideia de quem era a autoria. Depois desta tertúlia já voltei a passar por algumas e a forma como as observei foi diferente, pois estava mais atenta.

Para terminar este momento, as alunas de conservatório de música David Sousa brindaram de novo o auditório com a melodiosa e bela canção sobre a cidade de Pombal.

Seguiu-se um momento de confraternização com os sabores tradicionais, nomeadamente das fogaças e dos beijinhos de Pombal, acompanhados por um reconfortante chá.

A Tertúlia “Oh, meu Pombal” proporcionou-me uma excelente oportunidade de convívio e partilha de aprendizagens dinâmicas, entre professores, palestrantes e formandos.

Donzília – Processo RVCC B3

 

Formação Modular – Aquisição de equipamentos e serviços (Contratação Pública)


A Companhia Própria está a promover a ação de formação, financiada pelo Programa Operacional Inclusão Social e Emprego, de Aquisição de equipamentos e serviços (Contratação Pública), com uma duração total de 25 horas, a decorrer em horário laboral, através da Plataforma MOODLE e ZOOM.

 Ação em horário laboral – 28, 31 de maio e 1, 7, 8, 14, 15 e 18 de junho das 15h00 às 18h00/19h00

Esta ação de formação destina-se a ativos(as) empregados(as) (trabalhadores por conta de outrem ou por conta própria) com habilitações mínimas do 9º ano a residir e trabalhar na Região do Centro, Norte e Alentejo.

Para que seja possível efetuar a sua inscrição é necessária a seguinte documentação até dia 25/05:

  • Cópia do CC (caso autorizem)
  • Certificado de Habilitações
  • Declaração da entidade empregadora devidamente assinada e carimbada com o respetivo horário de trabalho ou documento comprovativo de atividade aberta. (no caso dos trabalhadores por conta própria)

Informe-se no Centro Qualifica!