No dia 26 de abril de 2018 decorreu, no Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Pombal, uma sessão de júri de certificação de quatro candidatos que, mediante o desenvolvimento e construção do seu portefólio reflexivo de aprendizagens e uma apresentação em PowerPoint, obtiveram equivalência ao 9.º ano de escolaridade.
Mais do que uma mera coleção de páginas de história(s) de vida, um portefólio é o espelho de mapas de aprendizagens, de compromissos, de competências e de saberes adquiridos no palco da vida, nos mais diversos cenários, partilhados com diferentes intervenientes e protagonistas.
Numas ocasiões, somos o ator principal; noutras, optamos por ser meros observadores. No entanto, em ambas as situações é possível captar novos registos e novas formas de “ler o mundo” (como diria Paulo Freire, um dos mais notáveis pedagogos), incorporando-as na nossa maneira de Ser, de Estar, de Fazer e de Conviver com os Outros. Em suma, nos quatro pilares da Educação que (também) somos.
Independentemente do papel por nós assumido, somos sempre o autor da nossa História e, por isso, não devemos permitir que outras pessoas peguem na nossa caneta. Apenas a mão de cada autor é conhecedora da cor sua tinta (por vezes, uma cor que não existe no espetro da unidade, mas que reinventamos para colorir, de forma única, um caminho que também o é), dos seus rascunhos e da forma como, livremente, materializa a capa do seu livro e sequencializa o conteúdo das suas páginas.
O portefólio é também uma forma de nos (re)conhecermos, de aprendermos e de nos construirmos connosco e com os que nos rodeiam. Transforma-se no bilhete e, simultaneamente, no meio de transporte que proporciona uma das mais surpreendentes viagens pelo mundo do autoconhecimento, favorecendo a (re)descoberta de si por si.
Porque o melhor da vida acontece quando deixamos de esperar e fazemos acontecer, que o portefólio de cada candidato que acompanhamos em processo (inacabado) de reconhecimento, validação e certificação de competências permita sempre, de alguma forma, fazer a vida acontecer, sendo mais do que uma mera coleção ou somatório de páginas: um fiel espelho de quem se é, como e porquê.
Isabel Moio – Técnica de ORVC