O Vendedor de Passados


O Vendedor de Passados é um livro de José Eduardo Agualusa muito aplaudido pela crítica. O romance conta a história de um vendedor de ilusões que tem a curiosa profissão de preparar e vender árvores genealógicas. Os seus clientes são prósperos empresários, políticos, generais, isto é, a burguesia angolana. A ação é narrada por uma osga, outrora um ser humano, que vive na casa do angolano Félix Ventura, um vendedor de passados, alguém que arranja passados ilustres a quem os deseje.

Excerto: (…) «julguei que era um tuga. Algum político lá da metrópole, ou um colono qualquer, porque mudaram então o nome do liceu para Mutu ya Kevela?» – «Porque queriam um herói angolano, suponho, naquela época precisávamos de heróis como de pão para a boca. Se quiser ainda lhe posso arranjar outro avô. Consigo documentos provando que você descende do próprio Mutu ya Kevela, de N’Gola Quiluangue, até mesmo da rainha Ginga. Prefere?»

Sobre o autor: numa entrevista, o escritor, nascido em 1960, responde à pergunta, “Quem é o Eduardo Agualusa? “Quem eu sou não ocupa muitas palavras: angolano em viagem, quase sem raça. Gosto do mar, de um céu em fogo ao fim da tarde. Nasci nas terras altas. Quero morrer em Benguela, como alternativa pode ser Olinda, no Nordeste do Brasil.”

As Mulheres do Meu Pai – outra obra de José Eduardo Agualusa a não perder “onde realidade e ficção correm lado a lado”, conduzindo o leitor a diversas regiões de África. O final é incrivelmente surpreendente e imprevisível.