Num Japão antigo o artesão Itaro e o oleiro Saburo vivem uma vizinhança inimiga que, em avanços e recuos, lhes muda as prioridades e, sobretudo, a capacidade de se manterem boa gente. A inimizade, contudo, é coisa pequena diante da miséria comum e do destino. Conscientes da exuberância da natureza e da falha da sorte, o homem que faz leques e o homem que faz taças medem a sensatez e, sobretudo, os modos incondicionais de amarem suas distintas mulheres. Valter Hugo Mãe prossegue a sua poética ímpar. Uma humaníssima visão do mundo.
Opinião do leitor:
“Viajei há pouco para o Japão antigo que o Valter Hugo Mãe inventou para o romance Homens Imprudentemente Poéticos e entusiasmei-me deveras. É o mais delicado dos livros do Valter, entretecido com o gesto preciso e paciente de um artesão – aquele que, na definição que está no próprio livro, devolve os materiais à vocação que eles detêm por natureza. Nele o Valter parece um menino a inventar jogos com palavras: uma criança a inventar um Japão falso pelo qual se pode passear e sentir-lhe os cheiros.” Manuel Jorge Marmelo, Notícias Magazine
“Surpreendente na reinvenção da língua portuguesa, no tema e cenário (…) este novo romance do autor é – mais uma vez – tão diferente que o torna uma das mais importantes vozes da literatura nacional (…). Aliás, se já o tinha conseguido com a máquina de fazer espanhóis, por exemplo; se subira um grande degrau na busca e execução do romance que tem como cenário a Islândia, A Desumanização, volta a realizar uma escrita inesperada nesta narrativa japonesa, onde transporta o leitor de uma forma elegante e íntima para aquela parte do mundo sem o fazer passar por um voyeur de costumes.” João Céu e Silva, Diário de Notícias