Passou o Natal. E virou a página para um novo livro com páginas em branco que escrevemos ao nosso ritmo, dia-a-dia, com novas histórias, lições e aprendizagens. Alguns dias não caberão numa página. Outros terão, apenas, um desenho ou uns rabiscos. Outras páginas temos até a liberdade de deixar em branco – tal como abriu o livro, no ainda recente 1 de janeiro.
Entretanto, passou também o Dia de Reis, uma tradição segundo a qual três reis magos (Belchior, Baltazar e Gaspar), vindos do Oriente, visitaram o Menino Jesus na noite de 5 para 6 de janeiro, depois de serem guiados por uma estrela, oferecendo ouro, incenso e mirra.
No fundo, qualquer pessoa pode ser um “mago”, se pensarmos que esta designação é atribuída a quem tem a capacidade de ser pioneiro, de sonhar e de trabalhar para construir um “novo mundo”. Um “mago” tem poder “para” e não “sobre” (por isso, a maior magia reside na nobreza dos valores humanos) e procura o saber e a luz do conhecimento, num constante ato que faz do dia-a-dia um ritual de amor.
Qualquer um de nós tem potencial para sê-lo. Porém, não o pode ser, por exemplo, quem não zela pelo meio ambiente, o/a empresário/a que tem “escravos” ao invés de colaboradores, aqueles/as que olham aos fins sem valorizar os meios (quando, tantas vezes, é do meio que surge a virtude) ou os que criticam mais do que elogiam sem apresentar alternativas mais ajustadas e sensatas.
No processo de RVCC, são Reis o Reconhecimento, a Validação e a Certificação de Competências. Aqui, o ouro, o incenso e a mirra são os saberes adquiridos ao longo da experiência de vida, numa aprendizagem incessante, e que os/as candidatos/as oferecem a si próprios/as a partir do momento em que se autodescobrem e autovalorizam (tendo como âncora os referenciais de competências-chave), conquistando mais confiança e inspiração.
Os “magos”? Aqui, é cada um/a dos/as candidatos/as que faz de cada dia um palco de aprendizagens e cuja verdadeira alquimia é a tomada de consciência crítica, transformada em portefólios que espelham as suas opções e os resultados dos seus caminhos. Que esta continue a ser uma das mais significativas “magias” – hoje e em cada “hoje” que se renova à luz de cada manhã.
Isabel Moio – Técnica de ORVC