A magia de Natal aconteceu no Centro Qualifica ao longo do dia 20 de dezembro 2019. Tinha chegado a hora da prova final de certificação para 9 candidatos do processo RVCC.
À mistura com algum nervosismo, vivia-se a satisfação profunda de uma meta prestes a ser alcançada. Para a equipa do Centro, era tempo de reconhecer o esforço de cada um dos candidatos ao longo dos meses em que decorreu o processo RVCC, de enaltecer as virtudes evidenciadas, mas também de desafiar para novos caminhos de aprendizagem.
Relembraram-se os sacrifícios, mas também os bons momentos. Celebrou-se o gosto pela aprendizagem. Abrem-se agora novos caminhos que ditarão outras vivências, outras competências.
Cristina Costa – Coordenadora do Centro Qualifica
Saber(es) Fazer
Se na escola se adquirem as competências essenciais de leitura, escrita e cálculo que nos permitem responder aos “desafios” do dia-a-dia (como, por exemplo, interpretar horários de transportes públicos e efetuar contas mentalmente), a vida será um dos mais nobres mestres. De facto, é fora das salas de aula que ela acontece: na rua, em espaços públicos, no associativismo, no voluntariado e na transição de uma situação profissional para outra. A vida está nas escolhas que se fazem e no respirar de cada segundo.
E foi isso que os candidatos propostos a júri de certificação demonstraram no dia 20 de dezembro, momento que representa para cada candidato o culminar de um processo não apenas de reconhecimento de competências, mas também de aprendizagem.
Aqui, a Matemática para a Vida esteve presente nas marcações e nos moldes de confeção de chapéus de criança, de carteiras para senhora e de golas. Esteve, ainda, em fatos de apicultor que, num Carnaval, foi preciso cortar para ajustar à altura de um grupo de crianças.
As competências estiveram, ainda, na demonstração da técnica inerente ao ato de tocar instrumentos musicais tradicionais (ferrinhos e reco-reco) e na arte que é preciso conhecer e dominar para produzir o som desejado: mais agudo ou mais grave, consoante o tamanho dos instrumentos e a intensidade com que são tocados, sem esquecer que estes devem ser selecionados em função do espaço de atuação – espaços abertos ou fechados conduzirão a escolhas diferentes… as tais escolhas que a vida ensinar a fazer.
São Sabes(es) Fazer como estes que nos recordam a essência do processo de reconhecimento, validação e certificação de competências, pois não se adquirem através de métodos estritamente académicos e rigidamente formatados, mas de modo flexível, durante a vida, em contacto com os outros. E, porque “a vida é uma roda viva”, tudo isto implica também aprender a aprender para se poder extrair sumo e benefício das oportunidades proporcionadas pela Aprendizagem ao Longo (e em todos os espaços) da Vida.
Isabel Moio – Técnica de ORVC