Do Éden ao Jardim dos Animais com Alma


O ser humano tem tendência a ser muito autocentrado, imaginando-se no centro do Universo (Antropocentrismo). Esta característica faz-se sentir aos mais variados níveis, influenciando a sua visão do mundo. Em tempos, acreditava ser literalmente o centro do Universo, com o Sol e todos os astros a circularem em torno da Terra. O desenvolvimento científico veio comprovar que o Sol está no meio do nosso Sistema Solar, por sua vez localizado na periferia da Via Láctea. Também na religião existe a propensão para atribuir traços humanos às divindades. Já na biologia, o ser humano é colocado no topo da cadeia alimentar, como único detentor de inteligência, emoções ou consciência. Também esta visão tem sido desacreditada pelas evidências científicas, que cada vez mais reconhecem competências de resolução de problemas, de aprendizagem ou de comunicação aos restantes animais.

Foi sobre esta temática que S. baseou a sua apresentação na prova de júri de certificação que se realizou no dia 24 de julho, inspirada pela obra “O Jardim dos Animais com Alma” de José Rodrigues dos Santos.

A candidata é defensora dos direitos dos animais, pelo que acolheu com naturalidade a proposta de leitura do Centro Qualifica. Na sua exposição referiu exemplos das competências dos animais, nomeadamente a capacidade dos chimpanzés comunicarem através de língua gestual. Mencionou o veganismo e vegetarianismo, reconhecendo que nem todos nos revemos nestes estilos de vida. Se por um lado, já existe um selo para comprovar condições de bem-estar animal na indústria de criação de gado, por outro o impacto ambiental de uma dieta rica em proteína animal não é negligenciável. Contudo, a produção em grande escala de produtos vegetais não está isenta de riscos, sendo que o cultivo de soja ou cacau está associado a elevadas taxas de desflorestação ou mesmo à exploração infantil.

A conclusão desta apresentação foi que devemos ser consumidores conscientes e atentos, que equilibram e integram informações muito divergentes. Se optarmos por seguir uma dieta mediterrânica, com consumo de produtos regionais e sazonais, ingerindo quantidades moderadas de carne ou de peixe, podemos fazer a diferença e diminuir a nossa pegada ecológica.

Mikael Mendes – Técnico de ORV

O Impacto de um livro


Em 2016 circulavam pelas redes sociais fotografias de uma obra de arte do artista mexicano Jorge Méndez Blake intitulada “O Castelo”[1]. Nesta, era construído um muro sobre o livro “O Castelo” de Franz Kafka, sendo visível o “desalinhamento” provocado por este elemento. Apesar de o nome da obra ser inspirado no título do livro usado, os internautas conhecem esta criação por “O impacto de um livro”, título da publicação nas redes sociais.

“O Castelo” percorreu o mundo, sendo exposto em vários museus, a última vez em Istambul em 2013. Este muro mostra-nos bem a forma como um objeto tão pequeno pode provocar mudanças tão grandes e significativas. Os livros têm o poder de abrir horizontes, estimular a imaginação, disseminar o conhecimento, desenvolver o domínio da língua, promover o pensamento crítico, entre tantos outros benefícios. Com uma vastidão imensa de possibilidades, existem estilos literários para todos os gostos e especificidades. A única certeza é que ninguém consegue ler numa vida tudo aquilo que já foi editado. O poder da literatura não é novidade, havendo vários períodos da história em que existiam livros proibidos por não estarem alinhados com as ideologias de quem governava.

Se há livros que ficam imortalizados, os reconhecidos clássicos da literatura, outros há que desvanecem com o passar do tempo. A qualidade de uma obra não depende apenas do seu conteúdo ou da forma como está redigido, a lente de quem lê, influenciada pela sua experiência prévia e personalidade, condiciona a mensagem que é retirada. Havendo várias leituras possíveis de um mesmo texto.

Para estimular este hábito, respeitando a subjetividade de cada um, tornou-se prática comum que as apresentações das sessões de júri de certificação de nível secundário assentem em livros. A sessão de 17 de julho não foi exceção.

J. sugeriu que a sua apresentação fosse inspirada nos Discursos e Homílias do Papa Francisco nas Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ). Na prova destacou alguns marcos da história, mencionados na JMJ, nomeadamente os Descobrimentos e a Criação da União Europeia. Analisou também alguns desafios da atualidade à luz da ciência.

Já C. baseou a sua exposição no romance “Inferno” de Dan Brown, explorando a questão da sobrepopulação, analisando criticamente a teoria malthusiana e a teoria reformista. Concluiu enfatizando a importância da entreajuda e da compaixão num cenário de escassez de recursos.

Tal como a leitura é transformadora, também se espera que o processo RVCC tenha um impacto profundo a vários níveis. Dos mais óbvios, como o é a obtenção de um certificado para prosseguimento de estudo ou progressão na carreira, aos menos divulgados, mas atrevo-me a dizer ainda mais importantes, como são a exploração de novos conhecimentos e competências e o desenvolvimento da autoestima e autoeficácia. Com frequência assistimos à reestruturação dos candidatos para edificar um “muro” com alicerces mais fundos e estrutura mais robusta.

[1] https://verne.elpais.com/verne/2016/03/04/mexico/1457053584_656377.html (Consultado a 29 de julho de 2024)

Mikael Mendes – Técnico de ORVC

Descobrindo as diferenças


MissãoApresenta-se como uma pessoa determinada e para quem o 12.º ano não é uma necessidade, mas a ideia fixa de quem decidiu que havia de concluir uma etapa que, em tempo regular, deixou inacabada.

Missão

J. Apresenta-se como uma pessoa determinada e para quem o 12.º ano não é uma necessidade, mas a ideia fixa de quem decidiu que havia de concluir uma etapa que, em tempo regular, deixou inacabada.

P. O seu espírito de cuidadora exigia-lhe que investisse numa carreira dedicada à educação de crianças, mas para isso precisava de concluir o 12.º ano.

 

Duração

J. Atravessou a nomenclatura do Centro quase desde a sua criação, pois foi no Centro Novas Oportunidades que iniciou o processo. Contratempos e prioridades fizeram com que fosse retomado já no Centro Qualifica, no dia 2 de outubro de 2017, e concluí-lo 14 anos depois do seu efetivo início leva-nos a acreditar que se sentiu bem acolhida nesta Casa e, por isso, a ela voltava.

P. A candidata dirigiu-se ao Centro acabada de regressar da Suíça, antes mesmo de tirar a roupa da mala, decidida a cumprir um sonho antigo, tendo iniciado o processo de RVCC no dia 28 de julho de 2023.

 

Construção

J. Cada vez que regressava ao Centro tinha de abrir as janelas do dossier em que juntara todo o material que lhe havia sido entregue ao longo dos anos e arejá-lo. Por ser conversadora nata, era um risco deixá-la a escrever autonomamente porque aquilo que lhe era solicitado em meia dúzia de linhas com facilidade se transformava em meia dúzia de páginas e, mesmo assim, dizia “não escrevi nem metade!”.

P. Apesar de lançar a semente em julho, sob um sol ardente, as primeiras raízes nasceram em setembro, quando de forma assídua e responsável comparecia a todas as sessões agendadas. Se no início a folha em branco era um desafio, não que lhe faltasse vida para contar, mas porque o português e o francês teimavam em imiscuir-se, com o tempo foi florescendo e, folha a folha, foi recuperando a robustez e a segurança no seu discurso.

 

Conclusão

J. Com inspiração na obra “O lutador de sumo que não conseguia engordar”, de Eric-Emmanuel Schmitt, percorreu os conceitos de meditação, alimentação, aceitação e objetivos, intercalando o resumo da obra com a sua experiência pessoal e profissional e indo com mestria ao encontro dos referenciais de competências-chave. Agora, com (mais) tempo para outros afazeres e responsabilidades, que continue a fazer limonada se o sumo não for o seu forte.

P. Com inspiração na obra “Medir o Racismo, Vencer as Discriminações”, de Thomas Piketty, explorou os temas do racismo, do referencial étnico-racial de tipo anglo-saxónico, da discriminação, do sistema de quotas como estratégia para promover a igualdade de oportunidades e do Plano de Ação para as Migrações, tendo ainda relatado duas experiências pessoais de discriminação. Agora, alcançado o cume desta montanha, chegou o momento de exibir a elegância e delicadeza das suas pétalas, partilhando a sua experiência em converter as dificuldades em substrato.

 

Se muitas diferenças há na missão, na duração, na construção e na conclusão, certo é que a persistência das flores selvagens (que se alimentam com a seiva da sua própria força) e da água do rio (que aprende a contornar obstáculos seguindo firmemente o seu rumo) fazem com que histórias tão díspares por vezes se encontrem. Foi o que aconteceu no dia 20 de junho de 2024, levando as candidatas a provar ao júri que são dignas do papel que reconhece que as escol(h)as fora da escola foram, efetivamente, as mais nobres escolas.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Translação


A duração do processo de RVCC da H. e da I. coincidiu com o tempo de uma volta da Terra em torno do sol. Por isso, experimentaram aqui as quatro estações. Começaram por lançar a semente à terra na primavera, quando em abril tiveram a primeira sessão.

Os meses em que os dias são dia até mais tarde trazem o desafio de se trabalhar mais. Foi o que lhes aconteceu no verão do processo: uma altura em que tanto lhes começava a ser exigente o que era requerido nas sessões como nos seus contextos laborais e familiares. E foi verão, no processo de RVCC, durante mais tempo do que o do calendário gregoriano, que sugere que em cerca de três meses o verão esteja virado. Aqui, foi verão de julho de 2023 a abril de 2024 e aqui viram muitos pores-do-sol, até a noite ser.

Chegada a fase de preparação para a sessão de júri de certificação, as obras “Infocracia” e “Vita Contemplativa”, ambas de Byung-Chul Han, serviram de mote para as suas apresentações. Se H., embrenhada na sua correria e gestão diária, foi convidada a refletir sobre a importância de “fazer nada” e simplesmente “contemplar”, a I. coube o desafio de olhar para as potencialidades do mundo da informação, sem descurar os perigos aos quais podemos estar expostos se não assumirmos uma atitude crítica.

O outono é tempo de renovação, de mudanças e de praticar o desapego. ‘Eu não sei se vou conseguir’ saiu-lhes algumas vezes, quase a uma só voz, para logo de seguida se contrariarem: ‘Se vim, vou ser capaz!’. E foi esta capacidade de contrariarem o seu lado de dúvida, insegurança e incerteza que as ajudou a chegar ao inverno do processo: a fase de recolhimento, de se resguardarem para cuidar mais de si e de se aconchegarem junto dos que lhes são mais queridos.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

Amor é fogo que se lê – Tertúlia literária


No dia 29 de fevereiro de 2024, participámos, na biblioteca da Escola Secundária de Pombal, na atividade intitulada “Amor é fogo … que se lê”.

Ao entrarmos no espaço, ficámos maravilhadas com a decoração: ao som de uma música agradável, observámos, em cima das mesas, velas; um envelope vermelho com o poema de Álvaro de Campos e um lenço dos namorados. Havia também imagens de vários poetas nomeadamente de Luís de Camões, Eugénio de Andrade, Álvaro de Campos e do pintor Gustav Klimt. Deste artista, estava exposto o quadro “O Beijo”- era colorido, com tons dourados, transmitindo muita ternura e carinho. Em cima de uma estante, havia um recipiente que emanava uma grande chama alusiva ao Amor.

A sessão iniciou com a professora bibliotecária que nos deu as boas vindas e relembrou a data comemorativa dos 500 anos do nascimento de Luís Vaz de Camões. Seguidamente, uma formanda de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) declamou o poema “Amor é fogo que arde sem se ver”, de Luís de Camões. A professora bibliotecária sugeriu um pequeno jogo sobre os poetas já mencionados, falou sobre a vivência do Amor ao longo dos anos, explicou o sentido de expressões idiomáticas sobre o coração e a origem do lenço dos namorados, do Minho. Os formandos de Português Língua de Acolhimento, nível A1/A2 interpretaram a canção “Cinderela” de Carlos Paião e declamaram os poemas “Urgentemente” e “Canção” de Eugénio de Andrade. Os formandos de Português Língua de Acolhimento B1/B2 declamaram o poema “Todas as cartas de amor são ridículas” do heterónimo de Fernando Pessoa, Álvaro de Campos, e apresentaram os poemas escritos por eles próprios, em sala de aula.

Ao som da canção “O amor é assim”, escrevemos a nossa definição de Amor numa cartolina em formato de coração. A sessão terminou com a leitura das frases que redigimos.

Todos colaboraram com muito empenho. Sentiu-se muita emoção nos poemas declamados pelos formandos. Foi uma atividade que fez realçar emoções, proporcionou o convívio e a interação entre todos, além de ter enriquecido a nossa aprendizagem sobre a temática.

 

Paula Sousa, Helena Lucas, Isabel Santos, Lourena Almeida e Rita Mendes – Formandas do processo RVCC

Testesmunhos de candidatos do Processod e RVCC – Nível Secundário
De caráter educativo e dinâmico, a sessão foi divertida, interativa e cativante. Aprendemos, rimos, cantámos e colaborámos a fim de solucionar um puzzle sobre os poetas retratados, entre outras atividades. Adorei o ambiente criado – foi muito acolhedor e intimista.
Rita Mendes
 Entre os formandos, houve muita emoção ao declamarem os poemas. Notou-se uma interação entre todos e interesse pelo tema.
Tudo foi muitoelaborado com muito pormenor.
 Helena Lucas
Gostei muito da atividade “Amor é fogo … que se lê”. Houve convívio entre formandos e formadores e o espaço estava muito bem decorado. Foi uma noite bem passada a falar de Amor.
 Isabel Santos
 Todos estavam muito atentos. Envolveram-se em ótimas apresentações.
 Lourena Almeida
 Partilhar ideias e opiniões com os colegas, fora da sala de aula, como uma conversa entre amigo, foi óptimo!
 Paula Sousa
Testemunhos de formandos o Curso de Português, Língua de Acolhimento – A1/A2
Senti-me tão feliz naquele dia porque todos se reuniram para expressar o amor por meio de poemas e cantando. Todos desfrutam de diferentes diversidades mas o amor é uma língua universal.
Binod Pariyar
A actividade de dia 29 de fevereiro foi simpática. Eu adoro encontrar outros grupos.
Bernadette Grauer
Nós cantamos muito mal mas temos um bonito coração.
O ambiente foi muito simpático.
Nós ouvimos mal porque não houve microfone.
Bruno Grauer
Em 29 fevereiro, a atividade maravilhosa “Dia do amor” foi realizada na escola numa atmosfera sincera. Estávamos rodeados pelo espírito mágico da biblioteca e pela decoração mais bonita e acolhedora da casa. E tudo isto foi acompanhado por belos poemas e canções igualmente magníficas, de há quinhentos anos atrás e dos tempos modernos.
Elena Zhuikova
Testemunhos de formandos o Curso de Português, Língua de Acolhimento – B1/B2
Apreciei a decoração. A primeira atividade foi um pouco difícil, mas aprendi muitas coisas novas. Gostei muito das leituras dos meus colegas.
Carlos Cavalero
Gostei da atividade da poesia. Foi um momento convivial. Aprendi coisas novas.
Alunos e professores foram simpáticos.
Maria Franja
Gostei muito de ouvir os meus colegas que leram os poemas deles.
O puzzle foi interessante. O trabalho que fizemos em grupo “O que significa o Amor” foi óptimo.
Cristy Sario
Gostei muito da decoração da biblioteca. A música que colocaram no evento era muito linda e também as mensagens que os colegas das aulas fizeram.
Victor Abreu
A atividade foi muito interessante. Eu gostei da canção do outro grupo (A1 A2). No geral, foi uma noite agradável.
Maria Shkurkina
A atividade foi muito acolhedora e a biblioteca estava muito bonita. Foi muito interessante.
Gostei muito dessa quinta feira.
Yana Honchar

Sons e Sabores da Interculturalidade


No passado dia 9 de novembro 2023, participei no convívio “Sons e Sabores da Interculturalidade” que decorreu no átrio da Escola Secundária de Pombal. Estiveram presentes os formandos de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC), Educação e Formação de Adultos (EFA), e Português Língua de Acolhimento (PLA), níveis A1/A2 e B1/B2 (duas turmas de Português para estrangeiros, com cerca de 60 formandos).

O evento desenvolveu-se em dois momentos. No primeiro, depois da mensagem de boas vindas a todos por parte da coordenadora e de uma apresentação mútua dos presentes, a professora bibliotecária apresentou a personagem Pantagruel, do escritor François Rabelais (século XVI). Estava decifrado o enigma do cartaz da atividade que representava um rosto enorme no fundo de um prato e também estava explicada a origem do nome do chocolate de culinária “Pantagruel” bem como do livro de receitas. Esta personagem era um gigante glutão que representa o exagero e o desperdício alimentar. Assim, a docente chamou a atenção para que não se coma em demasia, não só por razões de saúde mas também porque enquanto uns comem exageradamente, há outros que passam fome.

Foi o apelo para a atenção ao outro que serviu de transição pata a leitura e a representação da lenda de São Martinho, que gostei muito. Destacou-se a leitura expressiva da formanda do curso e apreciei os pormenores da caracterização das personagens.

Seguiu-se, a interpretação de várias canções de formandos que divulgaram músicas típicas dos seus países de origem. A tecnologia permitiu que um casal que se encontra de momento na sua terra natal nos brindasse com uma canção tradicional francesa. Foi um momento de partilha de boa disposição e de confraternização.

Depois do espetáculo, dirigimo-nos para outra sala (passerelle) onde estavam mesas com as iguarias (salgados e doces) dos vários países representados por bandeiras coloridas. Foi o momento para todos nós apreciarmos estas especialidades muito saborosas e para convivermos uns com os outros.

Esta festa proporcionou o contacto com pessoas de várias nacionalidades (ucranianos, brasileiros, indianos, colombianos, venezuelanos, franceses …) e a degustação de pratos típicos dos diversos países de origem. Gostei imenso da festa e da interação com os outros colegas. Foi um momento muito agradável e de muitas aprendizagens, pois estivemos em contacto com culturas diferentes da nossa. Gostaria que se repetissem convívios como este!

Cassilda Fernandes – Candidata do processo RVCC

Testemunhos de formandos do PLA – nível A1

” A vossa paixão por ensinar Português e fomentar a interação cultural uniu os alunos de todo o mundo numa bonita celebração da diversidade. Obrigado por organizarem uma noite inesquecível de cantigas, boa comida e celebração cultural. A alegria coletiva que partilhámos permanecerá em memórias acarinhadas por todos. Muito obrigado.”
Johan Barnard
“Muito obrigado pela festa da semana passada. Gostei muito. Agradeço todo o trabalho. A apresentação era boa e a comida ainda melhor. Obrigado por nos fazerem sentir bem-vindos.”
 Jan Krynauw
” No dia 9 novembro, houve uma celebração maravilhosa, “Sons e Sabores”. A festa uniu as pessoas e as suas culturas. A atmosfera foi acolhedora e bonita. Performances fantásticas e variedade de comida deliciosa! Muito obrigada aos organizadores do evento!”
Elena Zhuikova
“Foi simpático representar as comidas típicas e foi bom conversar com pessoas de outros países. Foi a primeira vez que subi ao palco para cantar. Obrigado por esta oportunidade!”

Binod Pariyar

“Gostei muito das músicas e do teatro. Obrigado, foi uma noite muito interessante.”
Susan Shrestha
Testemunhos de formandos do PLA – nível B1

Foi uma festa maravilhosa e uma oportunidade de comunicar e conhecer a cultura e a gastronomia de diferentes povos. Gostei muito da representação e do carinho demonstrado pelas professoras desta escola, unindo pessoas completamente diferentes. Obrigada!

Anna Romashchuk

A festa da Interculturalidade na escola foi muito simpática. Gostei muito do espetáculo sobre a Lenda de São Martinho e da história de Pantagruel. Cada formando trouxe um prato de comida e havia diversidade de sabores. Para mim, foi uma noite muito agradável. Podemos repetir!

Maria Franja

Fiquei agradavelmente surpreendida com a Festa da Interculturalidade. Os participantes tiveram um bom desempenho. Foi uma festa maravilhosa para mim. Já há muito tempo que não recebia tantas emoções positivas. Estou feliz por também ter participado!

Iryna Sydorenko

Eu gostei muito de ter a oportunidade de conhecer diferentes culturas na festa da Interculturalidade onde contactámos com música, teatro e comidas representativas de cada país. Fico muito agradecida e acredito que foi um dia muito bom.

Daniela Sanchez

Uma mistura incrível e excelente de cultura, conhecimento e alegria. Foi uma experiência cheia de felicidade, valores, sons e sabores!

Victor Loureiro

 Foi um dia agradável. Gostei muito de conhecer diferentes culturas e comidas. Também gostei de partilhar e de conviver com os meus colegas. Deviam repetir! Obrigada!

Frenesi Gonzalez

O caminho da aceitação


Com alguma frequência ouvimos discursos desconfiados relativamente à forma como funciona o processo de RVCC, muitas vezes assentes no receio que a construção do portefólio invada a privacidade de quem procura uma via para aumentar as suas qualificações. Quando entrou no nosso Centro, G. também carregava esse medo aos ombros, incerta se este seria o caminho mais ajustado às suas características. Com o tempo, foi baixando a guarda, entendendo que estava nas suas mãos a decisão de quanto de si e da sua história queria depositar nas páginas do seu portefólio. Foi logo nas primeiras sessões que assumiu o compromisso “desistir não é opção” e foi com essa determinação que compareceu no dia doze de outubro para a sessão de júri de certificação.

Com orgulho apresentou as problemáticas em torno da imigração, inspirada pela perspetiva defendida por Yuval Harrari no seu livro “21 Lições para o Século XXI”.

Com mais uma etapa concluída com sucesso, o caminho continua, pois nunca se deve confundir aceitação e resignação. Só depois de aceitarmos as coisas que não controlamos, é que conseguimos mudar aquilo que realmente depende das nossas ações.

Miakel Mendes – Técnico de ORVC

“Goliath” – Recomendo


Nesta reentrada do novo ano letivo, venho desejar-lhes as melhores aspirações escolares e compartir convosco, um filme/documentário que despertou a minha atenção durante o recente período de veraneio.

“Goliath” é um filme coescrito e realizado por Frédéric Tellier e estreado em 2022. O seu nome inspira-se nas personagens bíblicas David e Golias, um soldado judeu de estatura muito pequena em luta contra o gigante do exército Filisteu que queria dominar Israel. No caso do filme em análise, temos o cidadão comum versus o gigante económico e os seus lucros.

Baseado em factos reais, o filme centra-se numa investigação feita sobre o Glifosato, um herbicida potente no combate às ervas daninhas, mas muito prejudicial para os restantes seres vivos e para o meio ambiente. Descreve-nos a luta dos agricultores, que após décadas de utilização do referido produto, viram as vidas destruídas por diversos problemas de saúde e, que, em muitos casos culminaram na morte. É então, que um pequeno grupo de agricultores afetados decide levar perante a justiça o colossal grupo empresarial Monsanto detido pelo grupo Bayer que tem estado envolvida, ao longo dos anos, em escândalos relacionados com a saúde e ecocídio, por todo o planeta.

“Goliath” é uma estória, contada na primeira pessoa que nos revela como se desenvolvem e aprovam todos os dossiers mais ou menos importantes para a nossa vida quotidiana. Denuncia os meandros da UE, os lobbies, os procedimentos até sair uma nova norma. Descreve-nos até ao pormenor mais sórdido e inimaginável aquilo que estão dispostos a fazer determinados grupos económicos com o único propósito de garantir os ingressos dos seus acionistas. O Meio Ambiente e o próprio Ser Humano tornam-se absolutamente descartáveis e de segundo plano quando um valor mais importante se interpõe: o lucro!

João Ribeiro – Ex canddidato do processo de RVCC