RVCC: um processo (trans)formador


O final do ano de 2019 significou, para nove candidatos, também um outro final: o do seu processo de RVCC, que se desenvolveu – como os frutos que se querem colher maduros e saborosos – ao longo das estações. Na primavera, o despontar das flores avivou em cada um o perfume daquela que seria uma viagem ímpar: pelo seu percurso de vida. No verão do processo o sol acendeu a certeza do que almejavam: concluir com sucesso o que haviam iniciado. A natureza no outono presenteia-nos com alguns dos frutos pelos quais ansiamos durante todo o ano e é quando os dias encurtam que os saboreamos. O mesmo aconteceu durante o processo para estes candidatos, pois à medida que o processo decorria, também encurtava o que faltava cumprir para fechar o capítulo. Foi em dezembro, nos últimos suspiros do ano, que aqueles candidatos também suspiraram, mas de orgulho, por alcançarem o tão desejado resultado: dois obtiveram o 4.º ano; um, o 6.º ano; e cinco, o 9.º ano. Se quem obteve o 9.º ano espera, agora, conseguir uma mudança na vida profissional, para três candidatas o processo foi uma verdadeira autodescoberta. Inseridas no Projeto 3I – Intervir, Integrar, Incluir, e provenientes da comunidade cigana local que, há alguns anos, não atribuía à escola o valor que, hoje, lhe reconhece, decidiram voltar aos bancos da escola porque, apesar dos seus conhecimentos básicos, tomaram consciência que o 4.º e 6.º anos eram uma chave que precisavam de adquirir para poderem abrir outras portas. Mais do que isso, afigurou-se uma forma de enriquecimento pessoal, uma vez que o processo foi, nestes casos, efetivamente (trans)formador e emancipador, como se deseja que sejam os projetos em Educação e Formação de Adultos.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

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