A professora Ana Alves quis lançar um dos Desafios de Abril sobre o papel da mulher polícia no Estado Novo, segundo documentos existentes na Biblioteca da ESP. A coordenadora da biblioteca entendeu que o mês de fevereiro seria o adequado para o mote em mente: “era proibido dar beijos na boca”. “Ao primeiro beijinho na boca, era agarrá-los pelas golas e arrastá-los para a esquadra”. Dali só saiam depois de pagar uma multa.
Certo é que, para reforçar esta atividade, promovendo as artes e destacar simultaneamente o S. Valentim, a professora Janine Silva, da equipa da biblioteca, deu corpo ao repto lançado de se trabalhar a tela de Klimt – O Beijo. Envolvendo os seus alunos de Artes, do 11º D2, apareceu com obra feita.
“E viu-se a “a tela” inteira, de repente”
Creio que os aprendizes todos ficaram inteirados das técnicas, da inspiração dos mosaicos bizantinos, da importância das folhas de ouro, das cores, das texturas… e de muito mais sobre a sensualidade da tela e sobre o seu autor austríaco e a sua amante.
Ora, meio milénio decorrido sobre o nascimento de Camões impunha que se falasse de amor através dos tempos e se celebrasse este aniversário. Durante a tertúlia subordinada ao tema “Amor é fogo que se lê…”, no passado dia 29, foi assim que os formandos de Português Língua de Acolhimento e de RVCC travaram conhecimento com “O Beijo” à sua espera na biblioteca, descobriram a função dos lenços dos namorados, refletiram sobre a possibilidade de “todas as cartas de amor serem ridículas”, declamaram poemas de alguns dos nossos autores portugueses mais consagrados bem como de produções originais. Momentos musicais serviram ainda de inspiração para novas tentativas de definição do amor.
O Amor é assim… “… O homem sonha, a obra nasce”.
F. Gomes
Tertúlia “À conversa sobre ética”
No serão do dia 18 de maio de 2016, o auditório Dra Gabriela Coelho, encheu-se com formandos, formadores, amigos e familiares para a conversar sobre ética, iniciativa do curso EFA escolar de nível secundário à qual se juntou o CQEP com os candidatos do processo RVCC.
Falar sobre ética é falar sobre a vida do homem, a sua intrincada e rica teia de relacionamentos, que na sociedade tecnológica acontecem cada vez mais na rede. Assim, foi sobre a ética nas redes sociais que a Dra Mariana Fontes deu início à nossa Conversa. Focou determinados tipos de criminalidade como a pornografia infantil, o phisching, o cyberbullying e procurou alertar para o facto de a rede constituir um risco, aconselhando prudência e recato pessoal de quem a utiliza.
Seguiu-se a perspetiva de uma médica, Dra. Ana Sousa, que procurando responder às questões colocadas pela plateia, foi abordando temas como a eutanásia, o testamento vital, o sigilo, as barrigas de aluguer, as normas deontológicas. Chamada a viver a sua profissão em atitude de missão ao serviço da qualidade de vida e dignidade do ser humano, defendeu que a única via válida para tomar decisões é a própria consciência.
O Mestre Nuno Rosa, Presidente da Secção de Judo da Associação Académica de Coimbra e estudante da Faculdade de Ciências do Desporto e Educação Física, começou por dar o seu testemunho enquanto ex-candidato do processo RVCC de nível secundário no Centro Novas Oportunidades da Escola Secundária de Pombal. Apresentou a sua vida numa metáfora da superação de si, sublinhou a importância do esforço para a concretização dos sonhos e a queda como parte do processo de crescimento. Defendeu que é na família que se desenvolvem grande parte das características, positivas ou negativas da criança e que a prática desportiva é uma via de musculação física, mas também moral do indivíduo. Em interação com os presentes, destacou a saudação inicial que acontece no judo enquanto expressão de gratidão e respeito pelo adversário; falou do doping que traz prejuízos à ética desportiva, à integridade física e psíquica dos atletas. Concluiu apelando ao comprometimento de todos os presentes na responsabilidade incondicional do eu perante o outro. O verdadeiro humanismo é o legado maior que poderemos deixar.
A conversa prolongou-se no CQEP com chá e bolos trazidos pelos formandos do Curso EFA e suas formadoras, servidos em ambiente acolhedor preparado pela equipa do CQEP com a colaboração dos professores Fernanda Gomes e Jorge Claro.
Os objetivos da atividade foram agradavelmente alcançados com este espaço de encontro com o outro e consequente humanização da nossa escola. Parabéns pela iniciativa do curso EFA e um profundo agradecimento aos nossos convidados, em particular à Dra. Mariana Fontes, Dra. Ana Sousa e Mestre Nuno Rosa.
Cristina Costa