“Teremos uma postura correta na escola? E em casa?”, “O que é o pescoço SMS?”, “Será que a nossa mochila tem um peso adequado?”, foram estas e outras questões que levaram um grupo de alunos do 6.º G, constituído por Matheus Nicolini, Salvador Fontes, Sofia Mota e Davi Pereira a escolher a Higiene Postural como tema do trabalho de projeto a realizar em Cidadania e Desenvolvimento.
Os alunos orientaram uma sessão, para os seus colegas de turma e para a turma F do 5.º ano, sobre “Higiene Postural | Posturas (In)corretas”, dinamizada pelo fisioterapeuta Tiago Silva, da physiohome, que prontamente aceitou o convite para refletir sobre este assunto com os alunos deste nível de ensino. Abordou questões muito práticas como as posturas (in)corretas com a mochila e quando estamos sentados ao computador/ a ler/ ao telefone ou ao telemóvel, bem como a importância da atividade física regular para fortalecer os músculos e prevenir a dor.
Ainda no âmbito do seu projeto, o grupo realizou uma investigação estatística, que teve por base a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) que refere que as crianças e os adolescentes não devem carregar mochilas com mais de 10% do peso do seu corpo.
Os alunos procederam à recolha de dados antes do início das aulas às 8h10m, nos vários dias da semana, tendo utilizado duas balanças digitais para pesarem os seus colegas, com e sem mochila. A amostra foi composta por 120 alunos da Escola Básica Marquês de Pombal, 75% do 2.º CEB e 24% do 3.º CEB. Foram construídas tabelas de frequências absolutas e relativas para organizar os dados contínuos para cada uma das classes. Os dados ainda foram representados num gráfico circular, num histograma e num gráfico de barras justapostas.
Analisando os dados relativos à distribuição dos pesos das mochilas conclui-se que: o máximo é 10,5 kg e o mínimo é 0,5 kg, sendo a amplitude da distribuição de 10 kg; a classe modal (com maior frequência) é 4,5 a < 6 kg; a média do peso das mochilas é, aproximadamente, 5,485 kg; cerca de 38% dos alunos transportava uma mochila com um peso igual ou superior a 6 kg. Conclui-se ainda que 69% dos alunos inquiridos transportava uma mochila com um peso superior a 10% do peso do seu corpo, não cumprindo as recomendações da OMS.
Com a divulgação destes resultados pretende-se alertar a comunidade educativa para o facto de o transporte de demasiado peso fazer mal à saúde e poder causar problemas à estrutura óssea, em especial à coluna vertebral.
Este estudo é um exemplo da utilidade e do poder da Matemática na intervenção em situações do quotidiano.
Fica o desafio à comunidade educativa de encontrar soluções que reduzam o peso das mochilas, tendo os alunos e os pais/ encarregados de educação um papel determinante nesta questão, com a organização diária da mochila e a utilização do cacifo da Escola.
A docente, Sónia Veríssimo Marques