No dia 21 de julho, a partir das 20:00 horas, vivia-se um ambiente de Festa na nossa escola. O motivo era o sucesso alcançado por 66 adultos no seu percurso formativo.
De setembo 2022 a julho 2023, realizaram-se 15 certificações no RVCC de nível básico e 9 de nível secundário, mas igualmente 15 certificações totais no curso EFA e 27 nos cursos de PLA (Ai/A2 e B1/B2).
O professor Jorge Ventura, professor de Inglês na nossa escola, com o seu grupo de música popular – Emcantos – deu o mote à nossa noite. Como é importante determo-nos na contemplação da nossa identidade, deixarmo-nos encantar e sermos ponte, levarmos ao outro, com alegria, aquilo que é valioso para nós.
Os percursos formativos dos nossos adultos foram, também eles, tempos privilegiados para a reflexão, a contemplação dos caminhos percorridos e um olhar crítico de análise da realidade. Foram tempos de autoconhecimento e de relação de confiança mútua crescente entre formando e formador, de aprendizagem tanto para o formando como para o formador.
Citando José Barata Moura, “Não faz mal nenhum que a gente de habitue a pensar. Ouvindo os outros. Conversando com eles. Olhando à volta com olhos de ver. Indo à descoberta de como é que as coisas são e de como funcionam. De como é que nós vamos sendo, e de como é que funcionamos. É importante aprendermos a distinguir entre aquilo que existe mesmo e aquilo que apenas vive na fantasia. A imaginação transporta-nos para lá daquilo que existe. O que é muito bom. Ajuda-nos a perceber que as coisas, afinal, também podem ser de outros modos. Mas para que as coisas venham a ser de outra maneira, na nossa vida e na de todos, não basta a força de imaginar. É preciso trabalho. Junto com outros.”
Muito obrigada a todos os que se juntaram a nós e ajudaram na concretização desta noite de encontro, de valorização das particularidades do outro.
“Senti-me muito feliz por poder aprender português nesta escola no país do meu pai com outros formandos. A diversidade de nacionalidades do grupo foi importante para encontrar a diversidade do mundo. Os formandos foram simpáticos e o ambiente de trabalho foi divertido.
Gostei muito da dedicação da nossa professora em ajudar-nos a aprender.
Professora, obrigada por estar sempre presente para os seus alunos. Agradeço por ter tido a oportunidade de aprender consigo. A sua paciência, gentiliza, compreensão, tempo e energia ajudaram-nos a ter sucesso.
Obrigada por tudo!»
Marie-Odile Franja – Formanda do curso PLA A1 e A2
“Os cursos de Português Língua de Acolhimento, nível B1/B2, ajudaram-me muito a progredir, no dia a dia, tanto para as coisas básicas (ir às compras, conversar com os comerciantes, os vizinhos…) como para as tarefas mais complexas da administração por exemplo, e também profissionalmente.
Além disso, ganhei muitos amigos de todas as nacionalidades! Que oportunidade!
Tenho muita gratidão e recomendo vivamente a experiência!”
Adeline Gonçalves Domingues (França) – Formanda do Curso PLA B1 e B2
“Quando eu cheguei a Portugal, senti-me totalmente bloqueada para falar português. Só sabia dizer “Eu não sei falar muito bem português”. E dizem que o espanhol é muito parecido com o português, não é assim mas, neste curso, aprendi muito!
Hoje, posso dizer que me sinto mais confiante para iniciar uma conversa social e no trabalho.
Nós temos uma excelente professora, que nos ensinou de uma forma muito paciente e com a melhor pronúncia para nós aprendermos.
Estou muito grata.”
Caterine Rojas Saenz (Cali – Colômbia) – Formanda do curso PLA B1 e B2
A vida ensina que nem sempre se deve acelerar para avançar. A candidata que obteve a certificação de nível B3 no dia 19 de julho de 2023 é prova viva disso. Apesar de ter iniciado processo de RVCC em maio de 2022, apenas naquele dia o concluiu porque, nesta janela temporal, deparou-se com dinâmicas de vida pessoais e familiares que exigiram mais da sua presença e da sua dedicação.
Numa fase inicial, chegou a comparecer a sessões de manhã e de tarde ou de tarde e de noite, o que exigiu de si uma mais apurada gestão de tempo quando, na altura, deixava a sua filha mais nova, com apenas dois meses, a chorar ao colo da sogra, um dos seus portos de abrigo. Se em “dois minutos” pensava que “já escrevi tudo”, gradualmente foi ultrapassando as dificuldades que encontrava sobretudo na Matemática e no Inglês e conseguiu cumprir um novo patamar de qualificação.
Durante estes meses, a candidata sentia que devia uma explicação quando não podia comparecer, o que demonstra a seriedade com que assumiu este propósito de vida. A equipa ouviu-a e respeitou os seus tempos, compreendendo também que a sua sessão de júri seria mais uma vitória dentro da vitória que já lhe era o processo.
Requereu uma presença quase sistemática ao seu lado, inclusive para a ajudar a abrandar o ritmo, a pensar e a ponderar – papel também desempenhado pelos sinais de pontuação, que tinha dificuldade em utilizar, tal a impulsividade. E foi assim que reconheceu que para subir degraus mais altos ou até desnivelados é necessário, por vezes, desacelerar na vida para, então, poder avançar com passo mais firme e seguro.
No dia 7 de julho de 2023 decorreu o IX Seminário Nacional e I Seminário Internacional de Educação de Adultos, promovido pela APEFA – Associação Portuguesa de Educação e Formação de Adultos, subordinado ao tema “Cidadania e Multiculturalidades”. Este momento formativo pretendeu contribuir para uma discussão sadia e um debate informado em torno da Educação e Formação de Adultos ao longo (e em todos os espaços) da vida, determinante para a construção de um Portugal empreendedor, desenvolvido, solidário e mais humanizado. Para tal, reuniu um conjunto de palestrantes diversificado que incluiu investigadores e operadores responsáveis (técnicos e políticos) no campo da Educação de Adultos que ajudaram a refletir e a empreender nesta missão que, sendo local, é global e uma tarefa e responsabilidade de todos.
Assim, nas duas mesas temáticas foram debatidos aspetos prementes relacionados com as políticas públicas de Educação de Adultos, quadro comunitário, instrumentos e formas de operacionalização das práticas. Destacou-se que antes de se olhar para qualquer meio de financiamento deste tipo de políticas públicas, é determinante definir o que realmente se pretende alcançar na década 2020-2030 e quais os objetivos nacionais e regionais, pois apenas dessa forma se pode efetivamente trabalhar para a coesão territorial.
Tendo as metas da Educação de Adultos sido articuladas com o Pilar dos Direitos dos Direitos Sociais, carecem de apoio de toda a sociedade portuguesa, de modo a alavancar todo o esforço encetado. Neste sentido, urge envolver todos os agentes, desde autarcas a profissionais, que devem estar cientes da importância de investir nesta área e de esboroar fronteiras dos modelos clássicos, de modo a implementar ruturas que nunca foram feitas e encontrar convergências territoriais e inovadoras.
Vimos, por este meio, convidar V. Ex.ª para a sessão de entrega de certificados e diplomas aos candidatos que, no ano letivo 2022/2023, investiram no seu percurso de qualificação tendo concluído Processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (níveis básico e secundário) e Cursos de Educação e Formação de Adultos e Português Língua de Acolhimento.
A sessão decorrerá no dia 21 de julho, pelas 20.00 horas, no espaço exterior da Escola Secundária de Pombal.
Em qualquer parte do mundo encontramos formas de expressar ideias e emoções, respeitando ou não os padrões de estética. Assim há diferentes formas de arte, das mais formais ou eruditas às mais comerciais, não sendo unânime a sua definição. Contudo, independentemente da forma que esta assuma (e.g. música, pitura), é inegável o seu impacto nos mais variados domínios da vida humana (e.g. emocional, social).
Apesar das diferenças de personalidade e percurso dos dois candidatos que se apresentaram, no dia 18 de julho de 2023, à sessão de júri de certificação para concluir o ensino secundário, cada um encontrou uma forma de arte que os move. Se S. sempre foi apreciadora da animação japonesa (anime), para J. é a música que melhor o preenche. Estes interesses permitiram-lhes tornar cada portefólio ainda mais único e representativo da sua individualidade.
Para S. todo o processo serviu para (re)escrever a sua história, pois durante anos andou convencida que o ensino secundário era um capítulo encerrado. Nem sempre foi fácil conciliar a incerteza do trabalho, as responsabilidades familiares e as exigências do processo, mas sempre que conseguia disponibilidade empenhava-se no cumprimento dos compromissos assumidos, quer fosse vindo ao Centro, quer fosse desenvolvendo trabalho em autonomia.
Também para J. o caminho foi exigente, pois o trabalho por turnos obrigava a algumas afinações e os seres oníricos exigiam protagonismo. Lutando para manter os olhos abertos, continuava a construir o seu portefólio. Na reta final a ambivalência tomava forma, se por um lado referia valorizar este processo, por outro já acusava algum cansaço face à necessidade de ajustar horários.
Contornando todas as dificuldades e traçando o seu próprio caminho, os candidatos obtiveram sucesso no desafio a que se tinham proposto. E se S. dizia “aprendi mais durante este processo do que quando estudava de dia”, já J. reconhecia que “apesar do cansaço, vou ter saudades de vir todas as semanas às sessões”.
Em 1983, Júlio Verme apresentava uma viagem pelo globo na sua obra “Volta ao Mundo em 80 dias”. O mundo mudou muito desde então, sendo que assistimos à rápida evolução das tecnologias que nos obriga a adaptarmo-nos a todo o momento. Se por um lado cresce a quantidade de equipamentos e inovações que simplificam o nosso quotidiano, inversamente diminui a distância que nos separa. Tudo parece quase instantâneo e cria-se a ilusão que o outro lado do mundo fica ao virar da esquina. Em menos de oitenta segundos é possível ligar-se a qualquer parte do mundo. Todas estas mutações exigem cada vez mais a capacidade de nos adaptarmos aos acasos da vida, pois como dizia o filósofo Séneca “a Sorte é o que acontece quando a oportunidade encontra alguém preparado”.
Assim serendipidade foi o traço que caracterizou o percurso de A. que soube transformar as incertezas da vida em oportunidades de crescimento. Natural do Brasil, foi em Portugal que decidiu aumentar a sua escolaridade através do processo RVCC.
Se para A. Portugal foi o destino, para C. seria apenas o ponto de partida. Levado pelas responsabilidades profissionais, C. viajou pela Índia, mas foi na China que encontrou o seu pouso. Habituado a desafiar os limites, este candidato não deixou que a distância o intimidasse, nem que a Muralha da China o contivesse. Com um desfasamento de oito horas foi construindo o seu portefólio e graças à plataforma TEAMS pôde estar virtualmente presente para a sessão de júri de certificação.
A conclusão desta etapa para estes dois candidatos, nos dias 6 e 7 de julho, é apenas a paragem de escala, antes de novos e mais altos voos, umas vez que ambicionam seguir para o ensino superior.
…é uma virtude, diz-nos a sabedoria popular. E, no dia 22 de junho, na sessão de júri de certificação, foi possível verificar como histórias de vida e escolhas tão diferentes tiveram este lema como denominador comum, além dos receios de voltar a uma escola sem ser para participar em reuniões como encarregadas de educação.
Se a R. tinha noção de que as letras iriam causar-lhe entropia, já para a C. esse papel seria assumido, sobretudo, pelos números. Estavam assim encontradas, à partida, duas das áreas mais desafiantes: Cultura, Língua e Comunicação e Matemática, Ciências e Tecnologia.
Foi preciso saber esperar para perceber que, hoje, a idade é outra e a forma de assimilar conteúdos e acondicioná-los nos existentes também é diferente. Aos poucos, a C., habituada a conviver com duas vozes dentro de si – uma que tenta travá-la e fazê-la não acreditar que consegue alcançar os seus objetivos e outra que lhe diz para confiar e seguir em frente –, aprendeu a geri-las e a dar mais importância à que a encoraja. Já a R., tão dedicada nos seus poucos tempos livres ao cultivo do seu terreno e conhecedora das suas necessidades, soube durante o processo de RVCC deitar a semente à terra, regar e cuidar para lhe ser possível colher o tão esperado fruto.
Nem sempre é fácil saber esperar, sobretudo num mundo em que tudo acontece tão depressa, em simultâneo e em que tanto se pretende instantaneamente. Saber esperar é uma virtude que nos protege e fortalece diante de adversidades e ajuda a agir com um propósito de vida. Embora a espera por vezes possa ser longa, é importante não abandonar com antecedência os objetivos e esperar vivendo e não apenas esperando… e foi precisamente isso que a C. e a R. fizeram antes de tomarem a decisão de entrar pela porta do nosso Centro Qualifica.
“À conversa com…” é um ciclo de conversas espontâneas sobre Educação de Adultos, em que os entrevistados não conhecem de antemão as questões em debate. Trata-se de uma iniciativa conjunta entre o Centro de Investigação em Educação de Adultos e Intervenção Comunitária (Universidade do Algarve), o Centro de Investigação e Intervenção Educativas (Universidade do Porto) e o Instituto Paulo Freire de Portugal.
No primeiro evento deste ciclo, no dia 24 de maio, foi dinamizada uma conversa com Licínio Lima, professor catedrático do Departamento de Ciências Sociais da Educação, do Instituto de Educação da Universidade do Minho, onde leciona desde 1981.
No decorrer da “conversa com…”, Licínio Lima destacou que há um discurso hiperbólico em torno da Educação de Adultos: tudo tem muita importância ou não tem importância nenhuma, o que tem levado a que, ao longo das últimas décadas, este tenha sido um campo de políticas e de ações muito intermitente. Não obstante o esforço encetado desde a ANEFA e prosseguido com a Iniciativa Novas Oportunidades e os Centros Qualifica, não existem políticas sistemáticas de Educação de Adultos em Portugal. Estas sempre foram fugazes, ao ponto de Licínio Lima considerar que hoje fala-se mais em capacitação, competências, formação profissional e qualificações do que propriamente em Educação de Adultos, embora reconhecendo o esforço e o mérito dos vários agentes que, no terreno, dão visibilidade a esta área.
No passado dia 30 de maio, no ginásio da Escola Secundária de Pombal, assisti à brilhante representação da peça de teatro baseada na obra “José, será mago?” de Mário João Alves.
Os alunos do 9º F, com o apoio de professorasAlexandra Goreti e Fátima Rodrigues, prepararam a peça com muita dedicação e representaram-na bem. Observei que tiveram de memorizar falas muito longas o que valoriza ainda mais o desempenho deles.
O escritor Mário João Alves escreveu esta peça de teatro para dar a conhecer e homenagear José Saramago, uma grande figura da nossa literatura.
O título do livro encerra uma pergunta “José, será mago?” à qual será respondida ao longo da peça. Como qualquer mago, José leva a vida a “maguear”, a ver o que os outros não veem, a saber explicar as coisas melhor e a prever o que é que vai acontecer. José tem o dom da palavra. As palavras são muito importantes porque, se forem bem intencionadas, podem ter o poder de nos abraçar, de nos beijar, mas há outras que são como “espadas”, que magoam muito, mesmo no fundo do coração!
Parabéns a todos os que contribuíram para a representação desta peça de teatro!
Rosinda Nogueira – Candidata do processo RVCC de Nível básico
No filme “Regresso ao Futuro” de 1985, a personagem principal viaja até ao passado, acabando numa aventura para preservar o seu presente. Sem precisar de um DeLorean, o processo de construção do portefólio é quase como uma viagem pelo tempo e espaço, pois permite aos candidatos relembrar as suas experiências e por onde passaram. Esta viagem tem sempre um efeito positivo, mesmo quando se reconhece que haveria coisas a mudar. É com orgulho que os candidatos destacam as aprendizagens que foram realizando, os obstáculos que foram ultrapassando e as marcas que foram deixando. O passado mantem-se presente por fazer parte integrante da matriz de quem somos, mas somos muito mais do que a soma das nossas experiências.
Os candidatos que se apresentaram a júri de certificação no passado dia um de junho são exemplos disso mesmo. Com personalidades muito diferentes, cada um expandiu horizontes a cada viagem e com cada vivência. Retiram dos respetivos processos RVCC o máximo de aprendizagens, confiando um pouco mais nas suas capacidades, tal como o pássaro que não teme pousar num galho mais frágil, por confiar na força das suas asas.
Na qualidade de profissionais em Educação, estamos numa posição crucial para ajudar (também) os adultos a adquirir as competências de que necessitam para se tornarem aprendentes ao longo da vida, num mundo cada vez mais digital. A aquisição de competências digitais assume-se como um “passaporte” para oportunidades de aprendizagem sem paralelo e o seu desenvolvimento pode ajudá-los a tornarem-se cidadãos mais ativos e capacitados no século XXI.
Foi com este propósito que, no dia 22 de maio de 2022, decorreu o Webinar Literacia Digital, dinamizado por António Moreira, Susana Henriques, Maria Fátima Golão e Idalina Santos da Universidade Aberta e Ana Machado da Universidade do Porto.
Num mundo globalizado em que é apanágio da equipa do nosso Centro Qualifica sensibilizar os candidatos em processo de RVCC para a potencialidade das ferramentas informáticas, compete-nos também atualizarmo-nos e mantermo-nos despertos para lhes sermos exemplo e inspiração.
Estando o referencial de competências-chave de Competência Digital de mãos dadas com a tecnologia e tudo o que dela podemos extrair para agilizar procedimentos, desenvolver a criatividade e comunicar, a consciencialização dos candidatos para potenciais perigos e para as ameaças que possam desencadear-se no mundo digital norteia também a ação da equipa.
Recolher informação no mundo digital é fácil, pois há muita ao nosso alcance e conseguimos encontrar praticamente “tudo”. No entanto, é um facto que a inteligência artificial abre as portas para coisas indesejadas. Por isso, saber como ver se as palavras-passe estão comprometidas, utilizar as ferramentas de proteção adequadas e avaliar a informação online são estratégias das quais não devemos divorciar-nos.
Este Webinar não podia terminar sem uma referência à cidadania digital, incluindo aqui a importância da netiqueta e dos elementos que devem prevalecer na comunicação com recurso às tecnologias, nomeadamente a alfabetização digital, a privacidade, a colaboração e o respeito pela diversidade.
De alguma forma, todas as histórias de vida que nos passam pelas mãos e pelos olhos deixam marca. Em cada uma, à sua maneira, há suor, sacrifício, dores e amores. Há histórias que fazem história da (e com a) passagem pelo nosso Centro: umas porque, por necessidade, aceleram para que o aumento de escolaridade lhes rasgue a fita para alcançarem novas metas; outras, porque as vicissitudes da vida as prolongam e empurram na linha do tempo.
Foi esta última situação que aconteceu com a H., que iniciou o seu processo no verão de 2021 (pouco tempo depois de chegar do Brasil, sua terra-mãe), pois atravessou os ares de todas as estações, duas vezes, até aterrar na sessão de júri de certificação. Na bagagem trouxe o que de mais valioso requer um processo de RVCC: uma história de vida cujas aprendizagens e competências a equipa do Centro Qualifica constatou que mereciam ser reconhecidas e certificadas.
Ainda teve a oportunidade de realizar algumas sessões presencialmente, mas a interrupção letiva empurrou para setembro o natural desenrolar do processo. Nessas sessões foi possível verificar como a H. em duas ou três linhas sentia que já tinha escrito tudo e era com surpresa que via que a viagem tinha de ser mais profunda se quisesse que o voo fosse mais alto. O computador também lhe ofereceu diversos desafios. Por isso, quando incentivada a dar continuidade ao processo à distância – dado que emigrou novamente, agora para França, não tendo data prevista para novos voos de regresso – facilmente compreendeu que estaria por sua conta, por não ter quem, fisicamente ao seu lado, a socorresse nas maiores dificuldades.
A H. dá sentido ao ditado popular “a necessidade aguça o engenho” porque soube perder o medo das alturas e da trepidação da viagem. Destemida como sempre a conhecemos, comprou um computador, acedeu ao TEAMS, instalou uma impressora com scanner, comunicou através do WhatsApp, afinou a sua agenda, trocou a cadeira do escritório e mudou o próprio escritório para ter uma ambiente mais ergonómico… e fez-se à viagem à distância de um clique! A equipa está segura de que os ganhos desta viagem não foram unilaterais, pois deste lado também a nossa bagagem fica mais completa e rica quando somos testemunhas do crescimento dos autores cujas histórias nos passam pelas mãos e pelos olhos… e deixam marca.
A vida nem sempre nos leva pelos caminhos que pretendemos, com frequência encontramos portas blindadas que nos impedem de avançar. A reação mais fácil é baixar os braços, mas se persistirmos é possível encontrar alternativas. A candidata que se apresentou no dia 11 de maio para uma sessão de júri de certificação de nível secundário é um exemplo disso mesmo.
Com uma vida rica em experiências, notava-se o gosto em partilhar as suas lutas e conquistas. A parte escrita era um desafio, principalmente para conseguir passar para o papel, aquilo que tão fluentemente relatava.
Nunca desistiu de aumentar as suas qualificações, reconhecendo esta etapa como uma “Chave Mestra” que lhe possibilita a abrir triunfante mais uma porta e explorar novos e desafiantes caminhos.
A Raquel iniciou o seu percurso no ensino superior, mas por força de circunstâncias várias, acabou por abandonar esse percurso. O tempo passou, as prioridades mudaram e a aposta na sua formação académica foi posta de parte.
Até agora! A vontade e a necessidade de retomar os seus estudos volta a ser um objetivo. E com a Universidade Aberta, uma possibilidade.
Faz como a Raquel e Investe em Ti.
A Universidade Aberta, instituição de ensino superior a distância, assume-se como uma possibilidade de voltar a estudar. O seu modelo pedagógico flexível possibilita conciliar a frequência universitária com a vida pessoal e profissional.
Assim, esta sessão destina-se a todas e a todos aqueles que já iniciaram um percurso no ensino superior e não o terminaram ou, tendo-o terminado, pretendem retomar os estudos – na mesma área ou noutra.
Durante a sessão será feita uma apresentação da UAb, do seu modelo pedagógico e da sua oferta educativa. Serão ainda abordadas as modalidades de acesso sem provas, nomeadamente a Mudanças de par/instituição/curso e a Mudança de instituições estrangeiras. Serão analisados ainda casos específicos relativos à Mudança de instituições encerradas e respetiva documentação / localização e por Mudança de par/ instituição/curso e idade, tendo por base o caso específico da Universidade Aberta. Será ainda explicada a forma como decorre o processo de pedido de equivalências e acreditação de competências profissionais e escolares.
A sessão decorre no dia 25 de maio, com início às 19h.
“Sobressaltos da vida” foi o título que a candidata que obteve certificação de nível B3 no dia 20 de abril atribuiu ao seu portefólio. Decompor este título em variantes leva-nos a reconhecer diferentes fases pelas quais passou e por que passam muitos candidatos que se entregam a um projeto formativo desta natureza.
Para o cumprir, é necessário sair dos saltos… quando a caminhada é longa, é recomendável que o calçado seja macio e confortável, para amortizar o andar. E que caminhada é profunda do que aquela que nos leva a revisitar a nossa própria vida, descrevendo-a e refletindo sobre ela, sobre quem somos, quem somos e quem gostaríamos de ser?
Para o cumprir, é necessário andar aos saltos… entre os afazeres rotineiros, onde os filhos assumem um papel central, entre os imprevistos e as necessidades. Por vezes, apetece saltar o tempo lá mais para a frente, mas ele não o permite. Ou saltar etapas, mas também não é possível.
Para o cumprir, mesmo perante as maiores dificuldades ou resistências dos candidatos durante o processo, a equipa procura responsabilizá-los e entregá-los a si mesmos, de forma a crescerem sobre si. Aí, não lhes resta alternativa sem ser enfrentar a montanha sem medo dos obstáculos que possam surgir. Que esta seja precisamente uma das mais importantes mensagens que daqui levam: a de que querendo, conseguem, mas para isso é preciso fazer acontecer. E, assim, os saltos qualitativos na vida alcançam-se: para um patamar superior de compromisso e de realização.
No processo RVCC, tive a oportunidade de visionar o filme “1984”, uma adaptação cinematográfica do livro Mil Novecentos e Oitenta e Quatro (no original, Nineteen Eighty-Four), romance distópico da autoria do escritor britânico George Orwell, publicado em 1949.
São inevitáveis as semelhanças entre o regime do romance “1984” e o regime nazista de Adolf Hitler (Alemanha 1934-1945). Por exemplo, tal como na Alemanha nazista, em que genericamente os judeus eram culpados de todos os problemas sociais e económicos, no filme, Goldstein é o inimigo do partido e, como tal, inimigo de toda a população.
Essas semelhanças são também transversais aos regimes fascistas, que vigoram ou vigoraram na Europa à data da publicação do romance (1949), tais como o de Benito Mussolini (Itália 1925-1943), de António Oliveira Salazar (Portugal 1933-1974), e Francisco Franco (Espanha 1938-1973). Do meu ponto de vista, este romance critica todos os regimes totalitários que sejam contra o livre arbítrio e liberdade de expressão, ou seja, que sejam uma ameaça à Democracia.
Creio que não será despiciente dizer que a inspiração para o personagem Big Brother, vem de Adolf Hitler:Lançado a 10 de outubro de 1984, sob a direção de Michael Radford, tem como intérpretes nos papeis principais John Hurt (Winston Smith), Suzanna Hamilton (Julia) e Richard Burton (O’Brien). Rodado em Londres e arredores, entre abril e junho de 1984, exatamente nos meses e locais imaginados por George Orwell, tenta ser uma adaptação fiel do livro, captando o ambiente, tanto a nível físico como psicológico, imaginado pelo autor do romance.
A ação desenrola-se no ano futuro de 1984, ficcionando uma Inglaterra futura chamada Oceânia, uma das três partes em que se divide este mundo que se encontra em estado de guerra perpétua. Esta sociedade vive subjugada à tirania ostensiva e omnipresente do Big Brother (Grande Irmão), líder do partido governante Ingsoc, acrónimo de English Socialist Party (Partido Socialista Inglês). Apesar de nunca ter sido visto pessoalmente, tem um olhar inquisitivo e punidor, um farto bigode preto e um rosto que inunda as telescreens, uma espécie de televisor bidirecional com que vigia constantemente a população.
O individualismo e a Liberdade de expressão são punidos como “crime de pensamento”, aplicada pela “Polícia do Pensamento”, que é controlada pela elite privilegiada do Partido Interno, uma fação do Partido Ingsoc. A própria linguagem é controlada pelo governo, através da publicação do dicionário Novilígua, tornando a sociedade inexpressiva e submissa.
“Quem controla o passado controla o futuro. Quem controla o presente controla o passado.”
A ação centra-se na personagem de Winston Smith, um humilde funcionário do Partido Exterior, outra fação do Partido Ingsoc, que trabalha no Ministério da Verdade. Este é responsável por reescrever a história e, o que não pode ser reescrito, é destruído de modo a apoiar a ideologia e a propaganda do regime.
“Guerra é Paz. Liberdade é Escravidão. Ignorância é Força.”
Apesar de ser um trabalhador diligente, Winston Smith começa a aperceber-se que a sociedade não está bem, não existe qualquer tipo de liberdade de expressão e livre-arbítrio. Escondido do olhar atento do Big Brother, vai anotando num diário secreto estes seus pensamentos.
Ao aproximar-se de Julia, que tem o mesmo espírito contestatário, o amor desenvolve-se entre ambos e um perigoso caso clandestino começa. O casal ilícito rapidamente é descoberto e têm que pagar pelo seu crime contra o estado. Presos e torturados, não resistem.
“Liberdade é a liberdade de dizer que dois mais dois são quatro”
Torturado por O’Brien, Winston Smith é forçado a acreditar que tudo o que ele percebeu sobre as mentiras contadas pelo partido, eram apenas coisas criadas por ele mesmo. Ele tem que acreditar naquilo que o partido diz e que, dois mais dois são cinco, se o partido assim o disser.
Na semana em que a primavera renovou mais um dos seus ciclos, trazendo no dorso o rebentar da folha, as dos portefólios dos dois candidatos que no dia 23 de março concluíram o nível B3 (9.º ano) por via do processo de RVCC, também os desabrocharam.
Se durante as sessões – em que trilharam um caminho tão significativo de valorização de saberes previamente adquiridos como de autodescoberta e autoconfiança – os ganhos foram visíveis aos olhos dos próprios, não menos relevantes foram os momentos que fizeram a sessão de júri de certificação acontecer.
Qualquer fruto, para ser colhido no auge do seu desenvolvimento, passa por uma sequência de etapas que contribuem para que ganhe forma e identidade. Do mesmo modo, para que estes candidatos pudessem saborear, neste dia, o resultado das horas de construção de uma história de vida à qual nunca se haviam dedicado sob a forma escrita, das horas de formação complementar e de uma lente diferente com a qual olharam para si e que os ajudou a reencontrarem-se, foi necessário um processo de meses para crescimento e maturação. No entanto, estamos cientes de que este saber esperar para fazer acontecer trouxe a estes candidatos o rebentar de uma folha.
No dia 25 de março de 2023 decorreu, no Teatro-Cine de Pombal, a II Conferência Happy Schools em Portugal, onde foi possível compreender o caminho tendente no nosso país para a aferição da opinião de professores, alunos e encarregados de educação no que respeita à felicidade organizacional no contexto específico da educação.
Este tema afigura-se premente se pensarmos que as escolas são espaços vivos e dinâmicos, onde o coletivo tem um peso importante e a matéria-prima mais rica são precisamente as pessoas.
A educação integral vai ao encontro das evidências do mundo contemporâneo, estimulando o valor do conhecimento e a sua aplicação no dia-a-dia. No entanto, dentro desta gramática transformacional há que ter em conta a heterogeneidade, as respostas flexíveis e singulares, os espaços e os tempos em que a aprendizagem ocorre, a curiosidade, a voz dos vários agentes e o sentimento de pertença. Também na Educação e Formação de Adultos este deve ser o apanágio, pois apenas promovendo a autodescoberta e o autoconhecimento dos candidatos durante a fase de orientação e, posteriormente, de forma mais aprofundada durante o processo de reconhecimento de competências, poderemos contribuir para que quem entra pela porta do Centro Qualifica possa sair mais qualificado e com esperança num “amanhã” mais feliz.
No passado dia 16 de março, os candidatos do processo RVCC juntaram-se aos formandos do Curso EFA para assistir a uma sessão de esclarecimento: ”Riscos e dependências no século XXI: ciberbullying e violência no namoro”, dinamizada pela assistente social, Sandrina Mota, a psicóloga, Daniella Gonçalves do projeto “Quebrar Silêncios” da Associação APEPI (Associação de Pais e Educadores para a Infância) e ainda a agente da PSP, Célia da Escola Segura.
Foram abordados os temas da violência nas relações “amorosas” independentemente do tipo ou grau da relação, mas também o acosso digital (ciberbullying).
No tempo dos meus falecidos avós, a violência doméstica era algo banal e considerado mesmo de “necessário”. Todos temos conhecimento dos ditados ou provérbios que hoje chegam a ser ofensivos: “Entre marido e mulher não se mete a colher”, “Quem vive no convento é que sabe o que se passa dentro”.
Com as alterações ao código Penal, introduzidas pela Lei nº 7/2000, de 27 de maio, o crime de maus tratos passou a assumir a natureza de crime público, o que significa que o procedimento criminal não está dependente de queixa por parte da vítima, bastando uma denúncia ou o conhecimento do crime, para que o Ministério Público promova o processo. Tal situação confere ao cidadão comum a “obrigatoriedade moral” de denunciar
A violência é sempre um ato condenável, tanto pela lei, como perante os olhos do cidadão comum. Sendo doméstica, por norma, é menos conhecida de todos, e desta forma, torna-se ainda mais grave e perigosa. Quando alguém decide denunciar ou reportar às autoridades, aquilo que se passa dentro do seu relacionamento, fá-lo já depois de muito sofrimento. É um último grito de pedido de ajuda.
A violência pode ser exercida de diversas formas sobre o outro. Vai desde a violência verbal, com agressões esporádicas ou constantes, à violência física através de maus tratos corporais visíveis ou não, ao controlo de liberdades pessoais como o controlo do telefone, amizades e até mesmo circulação.
Em 2013, ficou também incluído no Código Penal, a Violência no Namoro como crime de Violência Doméstica e todos os presentes na sessão de sensibilização foram conduzidos para uma reflexão sobre o tema do acosso digital (ciberbullying), largamente infundido, especialmente nos mais jovens, nomeadamente através de fotografias intimas de cada um (nudes), tiradas enquanto durou a relação, e usadas como chantagem com o fim da relação.
Em Portugal, existem vários organismos que proporcionam auxílio, informações, sobre apoios úteis a todas as vitimas de violência independentemente da idade, sexo , orientação sexual, religião ou estatuto social. Temos, por exemplo, o Gabinete de Apoio à Vitima de Violência (GAVV), Apoio à Vitima (APAV), Gabinete de Apoio às Vitimas de Violência de Pombal. Existem ainda alguns números de telefone que podem ser de utilidade pública: Linha de Emergência Social – 144 (gratuito), Linha de Informação às Vitimas – 800202148 (gratuito) e mais na zona de Pombal – GNR – 236212011 – PSP – 236210190.
É tempo de eliminar definitivamente do nosso quotidiano, palavras como: Violência Doméstica, mas também Machismo; Feminismo uma vez que desde que nascemos, os direitos e deveres entre pessoas são equânimes.
Esta sessão foi uma oportunidade de clarificar conceitos e de tomada de consciência dos meus direitos, mas também deveres para com o outro. Posso e devo alertar as autoridades competentes quando o bem estar físico ou psicológico de um vizinho está em risco. Devo passar a palavra.
João Ribeiro – Candidato do processo de RVCC de NS
Conhece os seus direitos enquanto consumidor? Sabe quais são os direitos dos consumidores que estão contemplados na Constituição e na Lei em Portugal? Sabe como pode tomar as melhores decisões em termos de consumo?
Estas e outras questões serão alvo de debate no webinar “Os direitos do Consumidor em Portugal”, a realizar no dia 23 de março, às 19h, por Zoom.
Este webinar está inserido nas comemorações do Dia Mundial dos Direitos do Consumidor (15 de março) e é promovido pelo Município de Ansião e pelo Centro Local de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião, com o apoio da AEDA – Associação Empresarial de Ansião.
A abertura está a cargo de Cristina Bernardino – do Pelouro do Apoio ao Munícipe e Defesa do Consumidor do Município de Ansião.
As intervenções serão asseguradas por Mário Negas, da Universidade Aberta, que irá abordar o tema “A importância da educação e literacia do consumo”, e por Ana Catarina Fonseca, da Direção Geral do Consumidor do Ministério da Economia e do Mar, que irá falar sobre “ Os direitos do consumidor em Portugal”.
Hugo Bairrada, da Associação Empresarial de Ansião, fará a moderação do debate.
O Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Pombal realizará um workshop – Tecnologia nas atividades de MCT no próximo dia 23/02/2023, das 16:30 às 18:30, na BE da Escola Secundária e dinamizada pelo professor Pedro Almeida.
Este encontro de formação destina-se preferencialmente aos formadores de MCT e coordenadores ou técnicos de ORVC ou ainda professores de Matemática que se queiram juntar a nós. Pretende ser um espaço de exploração das ferramentas Polypad, Geogebra e Google Earth na resolução de situações de vida dos candidatos do processo de RVCC, mas também uma oportunidade de encontro e de partilha de experiências.
Quem puder juntar-se a nós, deverá proceder à sua inscrição aqui.
A M. veio bater-nos à porta poucas semanas depois de chegar a Portugal. Vinha de um país onde construiu a sua vida e a sua família, mas onde a instabilidade e a insegurança política não lhe permitiam sonhar e, muito menos, colher frutos.
Com o castelhano a circular-lhe nas veias, pretendia melhorar não apenas a sua proficiência na língua portuguesa, como também aumentar as suas qualificações escolares para que o mundo laboral lhe fosse mais generoso.
Assim que foi convidada a traduzir numa imagem o que representava, para si, o processo de RVCC, respondeu prontamente que era como uma árvore em que cada folha significava uma experiência da sua vida. Desde então, todo o seu portefólio foi construído à luz do ciclo de vida de uma árvore, começando pela germinação (metáfora do seu nascimento), pelas flores e perfume que exalam (os seus tempos de menina a mulher e os seus momentos de lazer), pelos frutos (resultantes do seu casamento, com o nascimento dos filhos), pela mudança da folha ao decidir vir, definitivamente, para Portugal, e pelas sementes, em sonhos e projetos transformadas.
O processo de RVCC da M. foi especial. Especial porque se mais cedo não o terminou foi por ser uma pessoa que semeia oportunidades e não confia que elas lhe apareçam, como um dado garantido, nas suas mãos. Precisamente por isso, a reinserção no mercado de trabalho afigurou-se uma prioridade. Foi especial porque a M. de cada oportunidade extrai uma essência, habilidade que não está ao alcance de qualquer pessoa. Mas foi também especial para a equipa do Centro, que viu no perfil da M. o espelho do RVCC: pessoas que a vida tirou precocemente dos bancos da escola, provando que é lá fora, nos vários ciclos, vi(r)agens e mudanças que tanto se aprende e conquista.
Nos momentos finais do processo de RVCC os olhares brilham e os sorrisos tímidos ganham um vigor que mistura tranquilidade, esperança e orgulho. Para trás, mas não esquecido, fica o suor e o sacrifício. A conciliação, nem sempre suave, das responsabilidades familiares como pais, mães e cuidadores com as sessões do processo de RVCC que, embora se paute pela flexibilidade, também requer compromisso, presença e trabalho.
Porém, falta o exercício final: resumir a vida e o que significou, nela, o processo de RVCC para daí emergir o título do portefólio parece uma tarefa simples, mas afigura-se um desafio.
‒ Sinto-me feliz porque consegui chegar aqui! Serve?
‒ É um ponto de partida… Agora, que imagem lhe sugere?
‒ Não tenho ideias, só sei que dei o melhor de mim!
Eis, “O melhor de mim”. Sabemos que, tal como a fadista Mariza canta, “hoje a semente que dorme na terra e que se esconde no escuro que encerra… amanhã nascerá uma flor”. Também compreendemos que existem dias mais escuros, mas é importante ter presente a semente que cada candidato é. E foi com esta mensagem que terminou a sessão de júri de certificação do dia 4 de janeiro de 2023.
A idade é um dos escudos de proteção de muitos candidatos. Refugiam-se atrás dela para justificar aquela que acreditam ser a sua falta de capacidade para absorver novos conteúdos, para aprender ou imprimir mudanças nas suas vidas.
No entanto, com o curso natural das sessões do processo de RVCC, qual rio que segue, determinado, em direção ao mar, tomam lugar as expressões de fascínio perante cada novidade e conquista, o despertar para o mundo em redor e a assunção de compromissos concretos de intervenção. O denominador comum é, simultaneamente, o elemento mais distintivo de cada processo: a história de vida.
Muitas vezes familiarizadas com adversidades, encontram no humor e na boa disposição a força para avançar. Afinal, nem sempre os ventos são favoráveis e o importante é saber ajustar as velas para chegar a porto seguro e recordar que na tempestade há sempre uma âncora que nos traz ao presente: a nossa respiração. Além disso, numa embarcação é fundamental que exista trabalho em equipa para se conseguir remar no mesmo sentido e, para isso, por vezes basta que um elemento motive e incentive os outros. Foi o que aconteceu durante as sessões.
Desejamos que as três candidatas que obtiveram a certificação do 9.º ano, no dia 21 de dezembro, nela vejam um dos seus melhores presentes, que respirem para tomar balanço para seguir e que uma das mais valiosas lições que daqui levem seja o facto de não existir idade para aprender… porque toda a idade é uma oportunidade de aprendizagem.
No dia 30 de novembro decorreu o Encontro Nacional de Centros Qualifica, com o título “Uma agenda PRR transformadora para as qualificações em Portugal. Qualifica: passado, presente e futuro”, no Centro Nacional de Exposições e Mercados Agrícolas, em Santarém.
Deste encontro constou uma apresentação sobre o Programa Qualifica e um painel de discussão subordinado ao tema “O Qualifica no Programa de Recuperação e Resiliência (PRR): transformar pessoas, empresas e o país através das qualificações”.
Se durante muitos anos Portugal viveu uma situação penalizadora, nomeadamente antes do 25 de abril de 1974, que condicionou muitas das opções que o país não abraçou por falta de qualificações, o Programa Qualifica veio responder de forma ambiciosa e estrutural a esse desafio. A este respeito, João Costa, Ministro da Educação, sublinhou que quando falamos do histórico de baixas qualificações estamos a falar de injustiça social. Por isso, os profissionais que dão rosto à Educação e Formação de Adultos têm de abraçar um duplo lema: por um lado, não desistir de ninguém; por outro, encetar esforços para promover uma sociedade mais justa.
No entanto, mais do que apenas momentos (in)formativos, estes Encontros refletem o pulsar de todos os agentes que, no terreno, se dedicam à causa pública da Educação e Formação de Adultos. Estreitam laços, porque é disso que somos feitos. E, por esse motivo, um dos pontos fortes foi o reencontro dentro do Encontro. E as pessoas. Porque são elas que fazem acontecer quando se encontram e quando encontram sentido(s) no que fazem.
Quando questionada, no final do processo, sobre que expressão o descreveria, a A. respondeu-nos que “a cada passo, uma semente germina”. Apesar de já nos ter chegado com frutos colhidos de outros percursos formativos que lhe permitiram certificar algumas das unidades de competências-chave, teve de regar aquelas em que ainda não a tinha obtido para que também estas germinassem. E foi com a facilidade característica de quem é audaz na sua aprendizagem que o fez, colhendo assim o tão esperado resultado.
História B
A B. assume-se feita de afetos e foi com afetos que desenvolveu o processo de RVCC e que teceu o seu portefólio. Habituada a trabalhos manuais e a desencantar obras de arte dos dotes e da sensibilidade das suas mãos, foi também assim que bordou cada página que nos apresentou. “Crescimento” e “mudança” foram duas palavras que a mobilizaram, fazendo-a crescer, ciente de que a transformação mais significativa aconteceu do lado de dentro, onde a força e o afeto devem sempre morar.
História C
Se nas primeiras sessões o C. descrevia as suas experiências com superficialidade, rápido compreendeu que a natureza do processo de RVCC requer uma viagem interior mais profunda. E não foram os contratempos nem os desafios familiares que o desmoralizaram ou fizeram desistir. Pelo contrário, fortaleceram-no e contribuíram para ganhar mais imunidade aos ventos fortes que, por vezes, sopram lá fora.
Embora com impulsos, caminhos e dificuldades diferentes, cada história de vida que culminou nos dias 10 e 24 de novembro em sessão de certificação, prima pela singularidade e as aprendizagens não são unidirecionais, porque também a equipa do Centro Qualifica cresce com o que cada candidato lhe transmite. Porém, todas têm também algo em comum: se algumas pessoas veem as coisas como são e perguntam “porquê?”, a capacidade e a destreza de sonharem com as coisas que nunca foram e perguntarem “porque não?”.
Eu chamo-me Juan David Ochoa Cardenas. Sou colombiano, tenho 25 anos e estou em Portugal há um ano e três meses.
Foi com muito agrado que, no dia 8 de novembro, participei no debate: “Expetativas e desafios ao chegar a Pombal” numa atividade conjunta com o Curso EFA.
Foi muito bom partilhar e ouvir as experiências das pessoas que moram em Portugal. Há muitas nacionalidades aqui! Acho muito interessante que algumas pessoas do país tenham o interesse de saber qual é o pensamento que temos de Portugal e das diferenças de cultura.
Eu vou falar um pouco de minha experiência… A verdade é que tinha pouca informação de Portugal, não sabia do grande país que é! Sou Barbeiro Profissional com oito anos de experiência. Na Colômbia, tinha o meu salão e conheci alguém que morava no estrangeiro. Era também um rapaz colombiano que estava a morar há dezoito anos em Portugal. Ele fez-me uma proposta de emprego, chegámos a um acordo e eu fiz a viagem. Foi uma aventura porque, naquela data, Portugal tinha fechado as fronteiras por causa da Pandemia. Apanhei o voo Bogotá (Colômbia) – Paris (França) e depois um autocarro para chegar a Lisboa – foram 28 horas de viagem!
Quando cheguei, aquele rapaz mudou tudo e explorou-me, foi uma situação muito difícil. Eu tinha deixado tudo à procura de uma melhor qualidade de vida e estava sozinho noutro país, mas sempre fui corajoso e guerreiro no meu país e agora noutro país não seria diferente… Pesquisei ofertas de emprego pela Internet e, graças a Deus, tive a sorte de arranjar um lugar com uma oportunidade de ensinar as minhas capacidades como profissional. Cheguei a Pombal há um ano e estou a gostar muito da zona e das pessoas. A verdade é que só tenho palavras de agradecimento por Portugal e por Pombal. Foi a melhor decisão que tomei de emigrar da Colômbia: agora consigo ajudar melhor a minha família!
Juan David Ochoa Cardenas – Formando de Português Língua de Acolhimento B1 B2
No dia 25 de outubro de 2022, no Auditório Dra. Gabriela Coelho da Escola Secundária de Pombal, decorreu uma Videoconferência intitulada “HÁ DES CÁ BIR! ou porque é que escrever bem não consiste apenas em evitar erros ortográficos”, teve como orador o Professor Doutor Paulo Nunes da Silva, da Universidade Aberta.
Esta Videoconferência integra-se numa parceria dos Centros Qualifica de Anadia, Ansião, Cantanhede, Pombal, Sertã e Vagos com a Universidade Aberta.
O Professor Paulo Silva, através de um discurso acessível e objetivo, deu a conhecer a importância do saber escrever e dos erros habitualmente cometidos. Não propriamente os erros ortográficos, mas principalmente a estarmos atentos a outras competências, como a seguir se referirá. Tratou-se sobretudo de uma reflexão sobre a expressão escrita em contexto escolar e académico.
Assim, devemos ter em conta alguns aspetos quando redigimos um texto. Utilizar/redigir frases curtas, que não ultrapassem as 2/3 linhas; ordenar e articular as ideias do texto; ter presente/compreender a gramática, o estilo, a estruturação e o conteúdo, pois “Um bom texto é gramaticalmente correto, estilística e estruturalmente adequado.”; evitar erros gramaticais e erros de sintaxe. Importante também, ler e reler várias vezes e de preferência em voz alta. Isto, determina a qualidade do texto que se escreve. Evitar repetições e sonoridades.
No que respeita à estruturação de um texto, a ordenação, o parágrafo e uma boa articulação das ideias entre si, são aspetos a reter, bem como a importância dos conetores, pois como dizia o Professor Paulo Silva, “Quem escreve bem, usa muito os conetores”.
Na redação de um texto/trabalho há que ter presente três fases: planificar, redigir e rever.
Cada um terá o seu próprio estilo mais ou menos formal, técnico ou neutro, pessoal ou impessoal de acordo com a situação e o contexto em que o mesmo se insere.
Esta sessão alertou e ensinou para a importância do saber escrever e dos erros a evitar.
Os formandos do curso EFA escolar – nível secundário
No âmbito da atividade integradora “Trilhar caminhos de cidadnia e inclusão em Pombal”, de 07 a 10 de novembro, os formandos do curso de Educação e Formação de Adultos (EFA) vão levar a cabo uma série de atividades abertas a toda a comunidade educativa que os ajudará a refletir sobre os desafios de uma sociedade multicultural. Contaremos com a intervenção do Diretor da AMI, Dr. Paulo Pedreira, mas também o escritor Paulo Moreira com a apresentação da sua mais recente obra “Caminho do Burro”. Teremos uma sessão de cinema para despertar para a reflexão e ainda um espaço de debate que juntará formandos do curso EFA com os formandos dos cursos de Português para Falantes de Outras Línguas (PLA). Encerraremos as atividades com um momento de convívio numa partilha de sabores: “Sons e Sabores da Multimulturalidade”.
Deixamos o link para a videoconferência do dia 07 de novembro.
No dia 21 de outubro realizou-se no Auditório Municipal de Mirandela, sob chancela da Associação Portuguesa de Educação e Formação de Adultos, o VIII Seminário Nacional subordinado ao tema “Educação de Adultos, Democracia, Liberdade”.
Sob este mote, foram partilhadas ideias, sentimentos e opiniões pelo facto de, nos últimos 48 anos de democracia, estranhamente ainda não ter sido criada uma política de Educação de Adultos sólida e coerente, assumida como prioridade nacional, sem medidas avulsas e de acordo com os tempos.
Se durante o Estado Novo a escola promoveu a domesticação do pensamento, formatando as mentes, castigando e condenando o erro, atualmente os estudos realizados pela equipa do POCH revelam o claro impacto da educação e formação na vida das pessoas desempregadas (maior taxa de inserção no mercado de trabalho) e das empregadas (maior produtividade e rentabilidade).
O envolvimento das pessoas é fundamental para edificar uma sociedade mais equilibrada e esclarecida. Contudo, é necessário ter presente que as decisões que conduzem as pessoas adultas a participarem (ou não) em atividades formativas depende também de barreiras silenciosas associadas aos seus papéis sociais, quantas vezes subtis. Por isso, se a verdadeira Educação visa a liberdade, esta deve ser educada, função que compete (não só, mas também) à Educação e Formação de Adultos.
As turmas do Português, Língua e Acolhimento (A1/A2 e B1/B2) celebraram o Dia Europeu das Línguas.
Foi com entusiasmo que os formandos responderam ao desafio das formadoras de fazerem um vídeo com uma apresentação pessoal.
Este dia comemora-se todos os anos a 26 de setembro e celebra a diversidade de línguas existente na Europa. A mesma diversidade que encontramos no grupo de formandos que frequenta estes cursos no nosso Agrupamento. Saber comunicar em Português é fundamental para que consigam integrar-se na nossa comunidade e no mundo do trabalho.
“’Há des cá bir!’ Ou porque é que escrever bem não consiste apenas em evitar erros ortográficos”é o título da próxima conferência do ciclo 6aoCentro.
A conferência realiza-se em formato híbrido, online (zoom) e presencial (Auditório da Escola secundária Lima-de-Faria, Cantanhede), no dia 25 de outubro de 2022 às 19h00.
O orador convidado é o Professor Paulo Nunes da Silva, docente de Linguística na Universidade Aberta.
Ao longo da sessão, refletir-se-á acerca de múltiplos aspetos que devem ser considerados durante a redação de textos, em particular, de textos académicos. O objetivo principal, assumido no título, consiste em rebater a tese segundo a qual escrever bem equivale simplesmente a não cometer erros de ortografia. De facto, a escrita de textos requer um conjunto diversificado de competências e, embora seja indispensável, não é suficiente o conhecimento das regras de ortografia da língua portuguesa.
Entre os conteúdos e as competências a contemplar quando se escreve um texto académico, incluem-se a correção a nível da ortografia, da acentuação, da pontuação, da morfologia e da sintaxe, assim como a adequação a nível do estilo adotado, da ordenação e articulação dos conteúdos e da segmentação em parágrafos. Gramática, estilo e estruturação dos conteúdos constituem, então, as três dimensões da escrita académica que serão destacadas na sessão.
A participação é gratuita com inscrição obrigatória até dia 24 de outubro. A sessão presencial está limitada a 80 lugares. Faça a sua inscrição para participar de forma presencial ou online em: https://forms.gle/z2hBVtaZGLCb8R6k8
Esta iniciativa encerra o ciclo de conferências 6aoCentro promovido pelos Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede em parceria com os Centros Qualifica dos concelhos de Anadia, Ansião, Cantanhede, Pombal, Sertã e Vagos.
Dúnia Palricas – Coordenadora do Centro Local de Aprendizagem
No próximo dia 29 de setembro, pelas 19h, o auditório do Centro Qualifica da Escola Tecnológica e Profissional de Sicó (Avelar, Ansião), irá acolher a sessão dedicada ao tema “A origem do pensamento simbólico”, dinamizada pela Professora Carla Alexandra Gonçalves da Universidade Aberta.
Este ciclo de conferências híbridas (presenciais com transmissão online) e em itinerância, é promovido pelos Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede e conta com o apoio dos Centros Qualifica dos concelhos de Anadia, Ansião, Cantanhede, Pombal, Sertã e Vagos.
Segundo Carla Alexandra Gonçalves, uma das capacidades mais relevantes que a humanidade possui traduz-se na possibilidade de atribuir sentidos e significados a significantes, ou de usar significantes para referir, para representar, para evocar, para comunicar, imaginar ou, por outras palavras, para lidar com o real.
É por meio do pensamento simbólico que nos expressamos, que ideamos e que criamos, pelo que é esta via que permite conceber obras de arte.
Nesta sessão pretende-se debater sobre o que é o pensamento simbólico para, regressando às origens, ou à ancestralidade, e através da articulação de hipóteses, encontrar eixos que permitam revelar como se desenvolveu.
As pessoas interessadas em participar, de forma presencial ou online, poderão inscrever-se através do linkhttps://bit.ly/3qjkwOxaté ao dia 28 de setembro.
Setembro trouxe-nos novos elementos à equipa do Centro Qualifica que acolhemos com entusiasmo para continuarmos a abraçar o desafio da educação de adultos.
Desejando a toda a comunidade educativa um excelente ano letivo, partilhamos um poema de Manuel António Pina:
O regresso
Como quem, vindo de países distantes fora de
si,chega finalmente aonde sempre esteve
e encontra tudo no seu lugar,
o passado no passado, o presente no presente,
assim chega o viajante à tardia idade
em que se confundem ele e o caminho.
Entra então pela primeira vez na sua casa
e deita-se pela primeira vez na sua cama.
Para trás ficaram portos, ilhas, lembranças,
cidades, estações do ano.
E come agora por fim um pão primeiro
sem o sabor de palavras estrangeiras na boca.
Como poderemos preparar-nos a nós mesmos e aos nossos filhos para um mundo de transformações inéditas e incertezas radicais?
Yuval Harari
Chegou o tempo para avaliar o caminho de um ano de conquistas, desafios e oportunidades de melhoria.
Procurámos não deixar ninguém para trás.
Apoiámos no desenvolvimento na autoconsciência de potencialidades e de literacias através da realização do processo de RVCC; deligenciámos no sentido da plena integração de cidadãos estrangeiros com a criação de cursos de PLA e possibilitámos a transição para o ensino superior com o curso EFA escolar de nível secundário,..
Apoiados numa rede de parcerias, a todos propocionámos momentos de reflexão, de desenvolvimento de uma consciência humana num mundo cada vez mais dominado(r) pela tecnologia.
Obrigada pelo contributo de cada um para o cumprimento da nossa missão e BOAS FÉRIAS!
Numa parceria com o Gabinete de Acolhimento à Comunidade Ucraniana do Município de Pombal, rapidamente conseguimos constituir uma turma para dar resposta às refugiadas que procuraram o Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Pombal nos meses de março e abril, com o objetivo de aprenderem a nossa língua. Foi a 9 de maio que teve início o curso de Português, Língua de Acolhimento – 150 horas – e no dia 28 de julho, no final de uma tarde de convívio, procedeu-se à entrega dos certificados.
Deixamos o testemunho de uma das candidatas, Ganna Romashcuk.
“A guerra trouxe-nos para Portugal. Acabámos a milhares de quilómetros de casa. O país em que vivem pessoas muito sensíveis e amigas, o país que nos deu abrigo chama-se Portugal. Uma língua estrangeira, costumes diferentes… Tudo era assustador e atraente ao mesmo tempo. Mas tínhamos que ir mais longe. Era necessário aprender Português, a simpática e doce Cristina ajudou-nos. E assim chegou o momento em que cruzámos, pela primeira vez, o limiar da escola portuguesa. Sentimentos e lembranças estranhas da minha própria infância simplesmente tomaram conta de mim no momento em que cruzei o portão da escola. Os meus colegas de turma eram agora de diferentes idades, desde meninas até senhoras. Acabámos por conhecer a nossa professora, uma senhora simpática, chamada Susete.
A primeira aula foi muito emocionante. Para nos aproximarmos, partilhámos músicas do nosso país que nos trouxeram lágrimas, mas precisamos viver.
Recordo como todos nós corríamos para a sala de aula atrás da professoras tentando ultrapassar-nos umas às outras para ocupar as primeiras carteiras, como, nos intervalos, no bar, procurámos pedir em português e ficávamos muito felizes quando a senhora que estava do outro lado do balcão nos entendia.
Não foi sempre fácil para nós nem para a professora. Ela recorria a todo um arsenal de jogos, música e danças e os momentos dos testes eram sempre de alguma angústia, mas o tempo voou muito rápido…
Querida Susete, queremos expressar os nossos sinceros agradecimentos pelo seu trabalho, pelo seu apoio que fomos sentindo ao longo destes três meses. Obrigada!”
Queridas formandas, que esta passagem pela Escola Secundária de Pombal seja um marco positivo nesta reviravolta da vossa vida e que vos ajude a concretizar os vossos sonhos de estabilidade.
O H. e o P. obtiveram a certificação do 9.º ano de escolaridade no dia 14 de julho, pelo processo de RVCC. Para o H., este momento foi um troféu. Para o P., uma conquista. O denominador comum reside no facto de se tratar de uma vitória e ambos estavam cientes de que teriam de passar por algumas provas até ao momento da certificação. O portefólio e a formação complementar eram apenas duas delas, mas a maior estava do lado dos candidatos: persistência, compromisso e superação.
Foi sobretudo nas sessões de formação complementar de matemática que, mediante sugestões da formadora, o H. teve sede de ir mais longe. Não se limitou a compreender e a aplicar o Teorema de Pitágoras, mas a pesquisar sobre a vida do filósofo e matemático grego. Não se contentou em compreender o que são as probabilidades, mas com espírito atento passou a interpretar criticamente a informação do verso das raspadinhas, onde são indicadas as probabilidades de sair prémio.
Para o P., focado na indústria 4.0, na melhoria contínua e em equipamentos e automatismos amigos do ambiente, muitos dos poucos momentos de lazer são passados em jogos no telemóvel. Se há linguagem que domina é precisamente essa e não tanto a Linguagem e Comunicação como é trabalhada, sobretudo na forma escrita, neste jogo que é o processo de RVCC. No entanto, e porque se deixou viciar por ele, de forma a ultrapassar as suas dificuldades sentiu-se impulsionado para a compra de dois livros, encontrando-se já a ler um deles, intitulado ‘Start STOP’.
Tal como neste livro, que ensina o leitor a parar, a recuperar e a repor o equilíbrio necessário entre a vida pessoal e profissional, no sentido de melhorar a qualidade de vida sem comprometer a produtividade, desejamos que o H. e o P. saibam parar quando necessário, sem desistir, e recomeçar sempre que as energias lhes permitam para que as vitórias, como o foi esta conquista e este troféu, continuem a ser uma realidade.
“Eu quero aprender a ler e a escrever melhor” é a frase que ouço repetidamente no Centro Qualifica.
As vicissitudes da vida levaram muitos dos nossos candidatos para bem longe dos bancos da escola onde tiveram que aprender a crescer rapidamente.
Afastados do mundo dos livros e dos cadernos, é com muito entusiasmo que regressam à escola para adquirir os saberes que lhes proporcionarão mais segurança, mais conhecimento e uma melhor qualificação.
Tendo deixado a escola do primeiro ciclo ainda muito jovens, por motivos bem díspares, alguns candidatos retomam, no processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, a leitura já um pouco “adormecida”. Com persistência e muita força de vontade, é gratificante observar os progressos na leitura que deixou de ser um simples balbucio e hesitação para dar lugar a uma voz confiante que projeta palavras bem articuladas.
Estes “10 minutos a ler” proporcionam aos nossos candidatos momentos agradáveis de fruição estética, dando asas à imaginação e à criatividade.
Como disse Mário Quintana “Os verdadeiros analfabetos são os que aprenderam a ler e não leem.”
Gina Ribeiro – Formadora de Cultura, Língua e Comunicação
No passado dia 22 de junho, mais uma candidata concluiu o seu percurso formativo de nível secundário no nosso Centro Qualifica.
Compreendendo que teria que “agarrar” a oportunidade que a vida lhe estava a dar, apesar de ainda jovem, foi com grande maturidade e dedicação que trilhou o seu caminho pelo processo RVCC, construindo de forma assídua e entusiasta o seu portefólio. Decidida a concluir o mais depressa possível, envidou todos os esforços para conseguir alcançar este seu objetivo que lhe poderá abrir novos horizontes a nível profissional e formativo. Se o investimento foi grande, os frutos também rapidamente foram surgindo e um deles foi o despertar do gosto pela escrita.
Concluída esta etapa, desejamos que o nível secundário seja a âncora para continuar a desbravar novos caminhos de aprendizagens olhando sempre cada uma delas como uma oportunidade para o crescimento pessoal e profissional.
Quem nos chega às mãos traz as suas calejadas dos ofícios da vida. Inicialmente podem não saber ao que vêm. Mas trazem uma determinação que com facilidade lhes lemos nos olhos: aumentar as qualificações escolares é um dos seus propósitos.
As canetas? Trocadas por outras ferramentas e artes. Os bancos da escola? Abandonados por quem, desde então, raramente se senta para descansar. As disciplinas? Substituídas pelo singular: disciplina, aquela que a vida lhes ensina a exercer com mestria para que cada dia seja bem planeado e todos os recursos bem geridos, entre tarefas e responsabilidades.
Não foram necessárias muitas sessões para que a autoestima e a autoconfiança das candidatas começassem a ganhar uma nova cor e um novo vigor. Voltaram a criar afinidade com as canetas e com os bancos da escola. E, neles, encontraram o impulso não apenas para refletir sobre os seus ímpares percursos de vida, mas também para fortalecer conhecimentos no âmbito das sessões de formação complementar. À medida que a sua história de vida ganhava corpo confidenciaram, não raras vezes, que “se não fosse o processo, já nem me lembrava disto” e, com esta constatação, a equipa procurou que cultivassem a capacidade de valorizar o que comporta os seus trajetos e a forma como impactaram na pessoa que, hoje, são.
Se sempre foi macio? Cremos que não. Se sempre foi harmoniosa a conciliação de compromissos familiares e profissionais? Também. Mas acreditamos que há mais soluções para problemas do que problemas para soluções. Por isso, que a capacidade de superação e de alcance de projetos seja, para as candidatas, a prova disso.
O conhecimento da língua portuguesa é essencial para uma plena integração dos imigrantes que escolheram Pombal para trazer tranquilidade à sua história de vida. Assim, no dia 13 de junho de 2022, celebrámos o final de mais um curso de Português Língua de Acolhimento (PLA).
Retomámos a atividade “Sons e Sabores da Multiculturalidade” pois acreditamos que os sons e os sabores ajudam a construir pontes no meio da diversidade linguística e cultural.
Dando continuidade ao ciclo “6 ao Centro”, os Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede estão a organizar com os Centros Qualifica dos concelhos de Anadia, Ansião, Cantanhede, Pombal, Sertã e Vagos um ciclo de conferências híbridas (presenciais com transmissão online) e em itinerância.
O Centro Qualifica da Sertã, irá acolher esta sessão no dia 28 de junho, pelas 19h, no auditório do Agrupamento de Escolas da Sertã e com transmissão online dedicada à temática da guerra na Ucrânia, sendo dinamizada por João Caetano, Pró-Reitor para os Assuntos Jurídicos e Diretor da Delegação de Coimbra da Universidade Aberta.
O Professor João Caetano começará por dar uma explicação geral sobre as origens da Guerra na Ucrânia, mostrando que o conflito não começou em 2022, mas quando a Rússia tomou a Crimeia pela força, em 2014. Esqueceu-se o mundo de que existia uma guerra, ainda que apenas latente no plano militar. Em 24 de fevereiro de 2022, o conflito tornou-se militar em toda a sua força. Procurará mostrar se há ou não razões para que a guerra tenha sido desencadeada e as consequências políticas, humanitárias e económicas do conflito. No final fica a pergunta fulcral que é a de saber se no tempo em que vivemos ainda existe alguma justificação possível para a guerra.
A sessão será feita em diálogo com os participantes.
Os interessados/as em participar, de forma presencial ou online, poderão inscrever-se através do link https://shre.ink/vzo até ao dia 27 de junho.
Foi interessante no dia 3 de maio de 2022 assistir ao Webinar “Aprender e comunicar complexidade online com jogos e ambientes imersivos” no Auditório da Escola Secundária de Pombal.
Este evento foi promovido pelos Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede que estão a organizar com os Centros Qualifica da zona centro (Anadia, Ansião, Cantanhede, Pombal, Sertã e Vagos) um ciclo de conferências híbridas (presenciais com transmissão online) e em itinerância, intitulado “6 ao Centro”.
O Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Pombal acolheu a primeira sessão, que foi dinamizada pelo Professor Leonel Morgado, da Universidade Aberta.
O que ouvi nesta sessão faz-me concluir que os jogos ajudam a desenvolver a nossa agilidade. Facilmente, descarregamos do Play Store os jogos que quisermos. Nenhum traz manuais com as regras, pois subentende-se que qualquer jogador as aprende jogando. O lado menos bom disto é que se as pessoas não se controlarem, podem ficar viciadas. Outro aspeto que tenho reparado é que durante os jogos aparecem muitos anúncios e para poder continuar a jogar tenho de vê-los até ao final.
Foi interessante assistir a este Webinar porque me revi em algumas dos aspetos que foram ali falados.
Recordei as longas horas passadas com o “Global city”, um jogo de estratégia e de construção de cidades. Para ganhar pontos é preciso fazer crescer os prédios. Depois, os pontos podem ser utilizados para passar de nível, mas para o conseguir temos de cumprir algumas tarefas. ´muito intuitivo.
O “Top Eleven” é também um jogo de estratégia, mas de futebol. Aqui, também tenho de comprar jogadores e é definida, pelo próprio jogo, uma determinada hora para eu poder jogar com as duas equipas. Se pretender progredir mais rapidamente de nível posso aceder à “Loja” do jogo e adquirir “Tokens” para poder jogar na Liga, Liga dos Campeões e Taça.
O “War Machines” é um jogo de guerra, em que os jogadores podem ser de diferentes países. Quando entro no jogo costumo escolher a opção “Batalha” e com o meu canhão tenho de conseguir escapar sem morrer e destruir os canhões dos outros jogadores. Cada jogo tem um tempo limite para se conseguir vencer e cada vez que um disparo de outro jogador nos atinge, perdemos uma vida. Em função da posição em que se fica, recebe-se diamantes e é com eles que conseguimos novas vidas. Se não tivermos diamantes temos de aguardar cerca de uma hora para voltar a receber diamantes.
Paulo Santos – Candidato do processo RVCC de nível básico – B3
Retomamos a nossa atividade de partilha de pratos típicos, lendas e cantares num convívio multicultural e que este ano marcará o fim do curso de Português Língua de Acolhimento com a entrega de diplomas.
Sob pena de podermos ficar um pouco desfasados da realidade que nos rodeia, torna-se necessário ter competências digitais e conhecer recursos como os CQCode que já são usados nas mais diversas situações como, por exemplo, nos restaurantes para acesso à ementa, em alguns supermercados, etc. Assim, no processo e RVCC, com a formadora Rita Silva, fiquei a saber o que é o QRCode e rapidamente, consegui criar dois QRCode, uma para o link do Centro Qualifica e outro para a reflexão da sobre a própria atividade.
Eulália Marques – Candidata do Processo de RVCC – Nível B3
“Nunca é tarde para aprender” é uma das expressões mais ouvidas pela equipa por parte dos candidatos que realizam o Processo de RVCC. No entanto, mais do que o despertar de novas competências, o Processo de RVCC é a tomada de consciência de que em qualquer momento da nossa vida podemos aprender e de que, quando reunimos todos os esforços, somos capazes de alcançar os nossos objetivos.
Os dois candidatos certificados no passado dia 26 de maio foram exemplo disso pois, inúmeras vezes tiveram de abdicar dos seus compromissos familiares e até profissionais para poderem cumprir com os desafios propostos pela equipa.
Foi com enorme orgulho que verificámos que a conclusão deste Processo lhes aguçou o desejo de continuarem a investir no seu percurso formativo e, por isso, desejamos que a conclusão de ensino secundário seja apenas o primeiro passo para um percurso formativo desafiante e enriquecedor.
Afinal, como referiu Leonardo da Vinci “aprender é a única coisa de que a mente nunca se cansa, nunca tem medo e nunca se arrepende”.
A caminhada de formadora de Matemática para Vida (MV)/ Matemática, Ciências e Tecnologias (MCT) no processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC) é complexa, mas gratificante. Cada candidato apresenta-se com o seu património ao nível de competências, edificadas no seu percurso escolar e profissional, concomitantemente, com a sua vida sociofamiliar. Recordo ainda as primeiras palavras da coordenadora quando cheguei ao Centro em finais de setembro: “O acolhimento é essencial para motivar para o processo”. Na prática, acolho os interesses de cada um, no enquadramento do Referencial de Competências-Chave, e em cada sessão vou transmitindo o meu gosto por esta área que considero tão cativante. Temos candidatos mais entusiasmados por dinâmicas tecnológicas e outros para as tradicionais e procuro ir respondendo a estas apetências. Partilho duas estratégias que considero terem sido muito positivas: o estudo de polígonos recorrendo ao Google Earth e frações numa análise do indicador do nível de combustível do automóvel.
A energia nuclear é a mais controversa de todas as fontes de energia. O sonho dos anos 1950 de uma energia limpa e barata transformou-se em pesadelo com os acidentes de Three Mile Island, Tchernobyl e Fukushima, que trouxeram de volta os fantasmas de Hiroshima e Nagasaki.
E no entanto a energia nuclear é a menos poluente de todas as fontes de energia, abaixo até da solar e da eólica, e com fatalidades que, tudo somado, estão ao nível daquelas e bem abaixo das mortes por doenças pulmonares originadas na energia fóssil.
Mas o bem maior da energia nuclear é a sua capacidade para agir como regulador dos fluxos renováveis, injetando ou retirando da rede elétrica o necessário para fazer encontrar a oferta e a procura de eletricidade.
Num mundo em que é cada vez mais evidente que o futuro terá de ser elétrico e movido a fontes renováveis, o nuclear pode jogar um papel fundamental no controle das intermitências dessas fontes e assim agir como tecnologia de transição entre o passado carbónico e um futuro limpo, até que as intermitências sejam resolvidas.
Se quer saber mais sobre estes desafios que a atualidade nos impõe, inscreva-se até 30 de maio através do link: https://forms.gle/H7ggEC8KDyw5MuEa9
Organização: Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede e Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Anadia; com o apoio dos Centros Qualifica do Agrupamento de Escolas Lima-de-Faria (Cantanhede), Pombal, Sertã, da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos e da Escola Tecnológica e Profissional de Sicó.
Procurando apoiar na integração de refugiados ucranianos, o Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Pombal articulou com o Gabinete de Acolhimento à Comunidade de Ucranianos do Município de Pombal, e promoveu a criação de um curso de Português Língua e Acolhimento (PLA). Rapidamente foi autorizada a contratação de uma professora e, no passado dia 9 de maio, 18 formandos deram início a um percurso formativo de 150 horas que lhes irá conferir o nível A1 e A2 do domínio da língua de acordo com o Quadro Europeu Comum de Referência (QECR). Até finais do mês de julho, prevê-se que desenvolvam competências de expressão e compreensão da língua portuguesa que lhes facilitem a integração social, profissional e cívica na nossa sociedade.
A docente, Susete Bicho, destaca que “apesar de ser uma experiência completamente nova, este desafio tem-se revelado extremamente desafiante e gratificante, pois os formandos são muito cordiais, sociáveis, curiosos e empenhados, o que se tem refletido na sua rápida evolução e aprendizagem”.
Muitos têm sido os candidatos do processo RVCC de nível básico que aceitam o desafio de desenvolver o seu raciocínio lógico-dedutivo e aprender alguns jogos lúdicos no âmbito da Matemática.
Embora o nome tenha origem japonesa, o aparecimento do Sudoku deve-se ao físico e matemático suíço Leonhard Euler (1707-1783) que combinou os conceitos de Quadrado Latino e Quadrado Mágico para criar um sistema matemático de análise estatística. Em cada quadrado interior, cada linha e cada coluna não se podem repetir algarismos (de 1 a 9).
Partilhamos alguns das reações dos candidatos do processo de RVCC ao jogo nas sessões de RVCC.
“O raciocínio que fiz foi colocar todos os algarismos de 1 a 9 em cada linha, em cada coluna e em cada subquadrado, sem nunca os repetir. Precisei de muita concentração e algum tempo, mas no fim fiquei muito feliz por ter conseguido!” – Donzília Gaspar.
“Apesar de não ser necessário fazer cálculos, achei o jogo muito exigente em concentração e raciocínio. Já o tinha visto em jornais e revistas, mas nunca tinha tentado fazer. Foram precisas várias tentativas e muita paciência, mas ao fim de duas horas consegui fazer corretamente o Sudoku.” – Kátia Lopes.
“Já tinha visto este jogo no telemóvel mas não sabia jogá-lo (desconhecia as regras). Aprendi e esforcei-me por conseguir preencher corretamente. Confesso que foi difícil e demorado mas tive paciência e não quis desistir: agora sinto-me feliz por ter conseguido!” – Suse Marques.
Telma Madeira – Formadora de Matemática para a Vida
A maioria dos candidatos, que iniciam um processo de Reconhecimento de Competências no nosso Centro Qualifica, apresentam algum receio respeitante à Matemática, anteriormente denominada por “Matemática para a Vida” e recentemente, “Matemática, Ciências e Tecnologias”.
O nosso trabalho passa por levá-los a perceber que a Matemática vai além da nossa sala de trabalho e tem uma relação direta com a vida individualmente e em sociedade. Aos poucos, os nossos Candidatos são conquistados e orientados para a descoberta desta realidade nas mais simples situações/objetos do dia a dia e até em momentos de descontração, como num simples desafio matemático ou algo lúdico como o sudoku.
Conhecer conceitos matemáticos permitirá aos Candidatos desenvolver importantes competências visando o seu crescimento pessoal para além de abrir oportunidades a nível profissional.
Ana Maria Ribeiro – Formadora de Matemática para a Vida
A UNESCO publica Relatórios alusivos à Educação de Adultos sensivelmente de 25 em 25 anos. Recentemente, publicou o terceiro: “Reimaginar os nossos futuros juntos: um novo contrato social para a Educação”. Neste sentido, a Cátedra UNESCO da Educação de Jovens e Adultos convidou para o Diálogo Inter/Nacional sobre a Aprendizagem e Educação de Adultos, com a presença do Professor Doutor António Nóvoa, membro integrante da Comissão Internacional e do Comité Consultivo da VII CONFINTEA.
Este momento decorreu com transmissão online no dia 28 de abril e, partindo do título do Relatório, António Nóvoa destacou três palavras elementares, mas que alicerçam todos os esforços da Educação: juntos, pois a Educação precisa do Outro e da participação de cada um, não se tratando apenas de “juntos dentro da Escola”, mas em estreita ligação com a sociedade; futuro, na medida em que urge equacionar vários futuros possíveis que são construídos concomitantemente por educadores, professores, alunos e adultos; e contrato social, assentando na criação de novos ambientes de aprendizagem e no desenvolvimento de projetos em equipa que tenham em consideração o efetivo contributo de todos.
Foi ainda destacada a necessidade de inscrever o direito à Educação efetivamente como algo consagrado a todas as pessoas, sem esquecer várias revoluções em curso nas nossas sociedades, com especial destaque para as seguintes: revolução demográfica, responsável por elevar a esperança média de vida, o que se repercute na mudança de conceção da Educação de Adultos; revolução no/do trabalho, pois sempre houve uma relação muito forte entre a Educação e o trabalho, mas esta relação pode conduzir nas próximas décadas à falta de trabalho devido à automatização, não se podendo antecipar o que será a Educação de Adultos numa sociedade em que poderá não existir trabalho para todos; e revolução digital, sendo que aqui não se fala apenas de tecnologia, mas da necessidade de pensar que estão a caminho novas fraturas, novas formas de controlo e de vigilância, novos riscos e novos desafios que vão mudar a nossa relação com a Educação.
Assistir a momentos de partilha e de debate como este contribuem para revigorar a crença nos valores que norteiam a Educação de Adultos, que está longe de ser algo meramente institucionalizado entre quatro paredes, mas que deve alimentar-se (e alimentar) as dinâmicas locais e territoriais num verdadeiro trabalho em rede e colaborativo.
Os Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede estão a organizar com os Centros Qualifica da zona centro: Anadia, Ansião, Cantanhede, Pombal, Sertã e Vagos um ciclo de conferências híbridas (presenciais com transmissão online) e em itinerância, intitulado “6 ao Centro”.
O Centro Qualifica de Pombal, irá acolher a primeira sessão dedicada ao tema “Aprender e comunicar complexidade online, com jogos e ambientes imersivos”, dinamizada pelo Professor Leonel Morgado, da Universidade Aberta, no dia 03 de maio, às 20h, no Auditório da Escola Secundária de Pombal, com transmissão online (Colibri Zoom).
Os interessados/as em participar, de forma presencial ou online, poderão inscrever-se através do link https://url.gratis/5Haizr até ao dia 2 de maio.
Foi perante o desafio de um novo Referencial de Competências-Chave de Nível Básico e um prazo muito apertado que a equipa do Centro Qualifica se teve que reinventar durante estes últimos meses. Debruçou-se sobre as novas competências a evidenciar, redefiniu estratégias e instrumentos de mediação, procurou o equilíbrio entre a tendência para a escolarização do processo e a sua essência , deu os primeiros passos na realização de Processos de RVCC com outras exigências e nos dias 7 e 12 de abril, aconteceram as duas primeiras certificações de nível B3.
A obrigatoriedade de demonstrar competências em língua inglesa parecia uma barreira que as candidatas teriam que vencer mas, com perseverança e empenho, tanto por parte das próprias como da equipa, conseguiram alcançar os objetivos propostos. Rapidamente, recordaram os conhecimentos adquiridos nos bancos da escola, nas formações e no quotidiano. Numa articulação com a área de Competências Digitais evidenciaram as suas competências de forma criativa.
Desejamos que a certificação do 9ºano seja o primeiro passo para alcançar novos voos, lembrando sempre que qualquer de nós pode voar. Basta dar asas ao que o nosso coração nos diz.
Na sessão de júri de certificação do dia 7 de abril de 2022 encontraram-se três vidas diferentes, mas comungando o mesmo desígnio, depois de diferentes motivos estarem na origem do afastamento, em crianças, da escola: ou porque os lavores familiares chamaram mais alto ou porque aspetos culturais se sobrepuseram.
Desde então, habituados a Saber-Fazer, souberam durante as sessões dar vida aos seus portefólios para que estes lhes dessem o que tanto pretendiam: a segurança de um nível de qualificação escolar superior ao que tinham como salvaguarda de um “amanhã” de que ninguém é dono.
Com facilidade para absorver novas ideias e novas informações, os candidatos integraram-nas de forma tranquila nos seus mapas mentais, levando a equipa a acreditar que de cada sessão terão retirado a matéria-prima com que foram edificando cada página do seu portefólio. Foi assim que numa peregrinação contínua e num vai e vem entre as primeiras páginas e as finais, os seus portefólios foram construídos com o intuito de sensibilizá-los para a forma como aquilo que poderiam parecer-lhes peças soltas seriam introduzidas nas suas histórias de vida.
Findo este processo, não se inibiram em mostrar-se surpreendidos com o trabalho que realizaram. É esta constante (re)descoberta e (auto)conhecimento que desejamos que continue a fazer parte dos seus dias para que possam extrair de cada um o pólen com que fertilizarão novos trilhos e novas conquistas.
No passado dia 17 de março de 2022, decorreu no Auditório Dra. Gabriela Coelho, na Escola Secundária de Pombal, mais um momento de dramatizações e leituras que fizeram as delícias do público, constituído por formandos do curso EFA (Educação e Formação de Adultos) do PLA (Português Língua de Acolhimento), candidatos ao processo RVCC e alunos do ensino diurno da turma F do 8.º ano com as respetivas famílias.
O serão começou com a intervenção da docente Fernanda Gomes, responsável pela Biblioteca Escolar, que deu as boas vindas a todos os presentes, apresentou a atividade e sensibilizou para a importância da leitura nas nossas vidas. Os alunos do 8.º F procederam à apresentação de “Leitura Simbólicas”, uma dramatização de símbolos nacionais e locais como “O Mar”, “O Fado”, “Rafael Bordalo Pinheiro”, “Marquês de Pombal”, “José Saramago” e “Fernando Pessoa”. O momento encheu corações, mesmo aos que estão a contactar com a língua portuguesa pela primeira vez. Seguiram-se “leituras a Fio”, desenrolando e partilhando um novelo, foi dada voz a diversos autores, destacando a sua importância na cultura nacional e/ou internacional. Por último, “Laços de Leitura”, uma homenagem sentida à Ucrânia e ao seu povo, através da declamação de um poema em ucraniano e português.
Uma noite diferente onde o aprender passou pelo sentir!
São desconhecidos os rostos que entram pela porta do Centro Qualifica pela primeira vez. Contudo, com o decorrer do que aqui identificam como um “caminho de sucesso”, “degrau a degrau”, “concretizações” e “caminho de luz”, vão-se dando a conhecer através de laços que criam com a equipa, à semelhança do que ensinou “O Principezinho”.
No início, nem sempre se revela pacífico introduzir as horas de formação complementar nas suas agendas, harmonizando-as com as suas responsabilidades pessoais e familiares. Porém, a revisitação a conceitos e a conteúdos com os quais deixaram de contactar com o término do percurso escolar e o gosto pela aprendizagem acabam por deixar um travo a saudade, facilmente denunciado pelo brilho dos olhares e até pelas vozes trémulas de emoção.
O momento da certificação não representa o fim de nada, apenas um ponto de chegada. E um ponto de chegada é um excelente ponto de partida. É desta forma que a equipa lê o processo de RVCC dos quatro candidatos que a contactaram em virtude do trabalho em rede com o projeto municipal 3ESC (Educação, Saúde e Cidadania) e que obtiveram a certificação de nível básico nos dias 10 e 17 de fevereiro. A todos, desejamos que este ponto de partida alavanque novos começos, novos sonhos e novos projetos porque a vida é esse…
Foi sob o tema Missão Saramago que, no dia 11 de fevereiro de 2022, os 25 candidatos do processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências (RVCC), certificados em 2021, aceitaram o convite para desfilar pela passadeira vermelha e receberem o seu diploma.
Juntando a celebração da conquista da certificação de nível básico ou secundário com a celebração dos 100 anos do nascimento do escritor José Saramago, procurámos desafiar os sentidos e estimular a reflexão dos candidatos sobre os grandes diálogos do nosso tempo à luz da obra do nosso Prémio Nobel da Literatura.
Com um momento musical proporcionado pelo Ensemble de Clarinetes da Filarmónica Artística Pombalense, um momento de leitura animada pela coordenadora da Biblioteca Escolar, Fernanda Gomes, e um Escape Game, fomos entrando um pouco na lucidez de José Saramago que denuncia a cegueira humana num mundo pejado de informação irrelevante.
Propomos um olhar sobre o concelho de Pombal, focando de modo particular as práticas voltadas para a melhoria da qualidade de vida da sua população, o desenvolvimento económico tendo em conta a preservação do meio ambiente.
Esta descoberta será conduzida pela Vice-Presidente da Câmara Municipal de Pombal na quarta-feira, dia 26 de janeiro, às 20:00, no auditório Dra Gabriela Coelho – Escola Secundária de Pombal, tendo a duração prevista de 1h.
Procurando contribuir para a promoção de igualdade de oportunidades de acesso e de sucesso das aprendizagens, surge a colaboração dos Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede com os Centros Qualifica dos Agrupamentos de Escolas de: Águeda Sul, Anadia, Lima-de-Faria (Cantanhede), Pombal e da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos, para a realização da ação de informação online intitulada ‘Ensino Superior: uma escolha possível’.
Esta ação visa dar a conhecer a Universidade Aberta, Instituição Pública de Ensino Superior a Distância, que se apresenta como uma possibilidade para a população adulta conciliar a sua vida profissional e pessoal com a continuidade do seu projeto educativo.
A ação será realizada online, através da plataforma ZOOM, na quarta-feira, dia 12 de janeiro, às 19h30, tendo a duração prevista de 1h.
No dia 22 de dezembro, tivemos a nossa última sessão de certificação de nível secundário do ano de 2021. Cada um dos processos foi a oportunidade de conhecer interessantes histórias de vida e de testemunhar as conquistas que foram sendo feitas por cada um dos candidatos, nomeadamente no domínio das novas tecnologias, da língua estrangeira, da expressão escrita, e capacidade reflexiva.
Motivações e disponibilidades diferentes fizeram com que a construção dos seus portefólios decorresse a diferentes velocidades. Porém, todos chegaram ao seu destino: a certificação de nível secundário.
Temos consciência de que a construção de cada página que compõe os seus portefólios envolveu muito esforço e dedicação, sendo cada uma encarada como uma oportunidade de (re)desenhar os seus saberes.
A todos, os votos sinceros de muitos parabéns e desejos que continuem a abraçar todas as oportunidades de aprendizagem que a vida lhes oferece.
Expressando votos de boas festas e de um excelente ano novo, desejamos que as resoluções 2022 incluam a aposta na formação!
Mudança
Lembre-se de que a Vida é uma só! (…)
Se você não encontrar razões para ser livre, invente-as. Seja criativo.
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa, longa, se possível sem destino. Experimente coisas novas. Troque novamente. Mude, de novo. Experimente outra vez.
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas piores do que as já conhecidas, mas não é isso o que importa.
O mais importante é a mudança, o movimento, o dinamismo, a energia. Só o que está morto não muda !
Repito por pura alegria de viver: a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!
O fechar de cada ano soa a mudança, a ciclo e a renovação, como uma página que encerra um capítulo, abrindo outro que lhe dá continuidade. Também por esta ocasião o prefixo do solstício de inverno vem recordar-nos que há sempre sol. Assim foi o mês de dezembro para seis candidatos que concluíram o processo de RVCC de nível básico, pois encontraram neste uma forma de alumiar o caminho e as escolhas que se seguirão.
Durante meses a sensibilidade e o suor foram vertidos nas páginas dos seus portefólios, espelhando de forma diferenciada mas igualmente rica como a vida lhes foi exímia professora. Viagens, emigração, culturas e nacionalidades, mudanças de residência e nascimentos (de pessoas e de projetos) foram alguns denominadores comuns, mas distintamente experienciados.
Apesar de cada um destes candidatos ter reconhecido sair mais rico do processo de RVCC, também é inegável que a diversidade das histórias de vida que a equipa tem a oportunidade de conhecer são uma fonte de inspiração e de lições. E é assim que, com o fechar de mais um ano que apelou a renovação e a (trans)formação, a equipa do Centro Qualifica deseja que cada candidato continue a beber sol de cada escolha que fizer, vendo no encerrar deste capítulo a força anímica para abrir o próximo.
Data: 09 de dezembro |19h30 – 20h30, via plataforma ZOOM.
Dinamizador: Nuno Benjamim | Zona Verde.
Esta oficina pretende dotar os participantes de conhecimentos acerca das normas comportamentais da interação online/virtual; consciencializar para aspetos da diversidade cultural; capacitar para a auto proteção e dos outros de possíveis perigos online (ex. cyberbullying) e desenvolver estratégias ativas para identificar comportamentos inadequados.
Dando continuidade ao ciclo de oficinas virtuais, destinadas aos formandos, candidatos dos Centros Qualifica e ao público em geral, convidamos para um momento formativo:
Oficina Virtual: Cibersegurança e Cidadania Digital
Data: 27 de outubro |19h30 – 20h30, via plataforma ZOOM.
Dinamizadora: Lígia Azevedo, Coordenadora do Centro de Sensibilização SeguraNet
Durante a sua intervenção a Dr.ª Lígia Azevedo irá abordar questões relacionadas com a transição digital que está a ocorrer na nossa sociedade, tornando-se fundamental fazer uma utilização segura das tecnologias digitais, das redes e da Internet. Irá também, sensibilizar os participantes para os aspetos da Cidadania Digital e, em particular, para os aspetos da Cibersegurança promovendo atitudes críticas, refletidas e responsáveis nos ambientes e plataformas digitais.
Este evento integra o Ciclo de Oficinas Virtuais Científico-Pedagógicas, dinamizado pelos Centros Locais de Aprendizagem (CLA) da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede em parceria com os Centros Qualifica dos Agrupamentos de Escola de Anadia, Pombal e Sertã e da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos.
Celebrando o Dia Mundial da Alimentação (16 de outubro), a Dra Dora Ribeiro – Interna de Medicina Geral e Familiar em Coimbra procurará ajudar os candidatos do processo RVCC e os candidatos do Curso EFA bem como as suas equipas tecnico-pedagógicas a refletir sobre a importância da alimentação.
Junte a nós no dia 18 de outubro, pelas 20:00 via TEAMS.
A coordenadora do Centro Qualifica – Cristina Costa
No próximo dia 27 de setembro, às 19h30, tem lugar a oficina virtual «Gestão de Aprendizagens Online e da Informação Científica»
A sessão, dinamizada pelo Professor Dionísio Vila Maior (Departamento de Humanidades da UAb), visa abordar a pesquisa em contexto online tendo por base os seguintes aspetos:
Pesquisa de informação
Tratamento de informação
Produção de informação
Conselhos gerais
Tem como destinatários preferenciais os formandos dos Centros Qualifica e estudantes do ensino secundário ou universitário.
Este evento integra o Ciclo de Oficinas Virtuais Científico-Pedagógicas, dinamizado pelos Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede, em parceria com os Centros Qualifica dos Agrupamentos de Escola de Anadia, Pombal e Sertã e da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos.
A ação destina-se preferencialmente aos candidatos do processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências e inscreve-se no Referencial de Competências de nível Básico, mas alargamos o convite a toda a comunidade educativa para os desafios da arte do Tangram, do Origami e uma leitura animada de um dos contos de “Os bichos” de Miguel Torga.
Os Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e Porto de Mós, com o apoio dos Municípios de Ansião e Porto Mós, promovem o concurso de escrita “Ler Muda Vidas”.
Este recorre de 08 a 30 de setembro e termina a 04 de outubro com o anúncio dos premiados.
Esta iniciativa insere-se no âmbito do SMAL – Setembro Mês da Alfabetização e Literacias, promovido pela APEFA.
O concurso de escrita destina-se a todas as pessoas que pretendam participar, com especial destaque para estudantes da UAb e para as comunidades locais. O seu tema, “Ler muda vidas” foi inspirado no trabalho do escritor Afonso Cruz, no seu relato de como a leitura libertou uma escritora de origem árabe do seu jugo pessoal.
CARACTERÍSTICAS DO TRABALHO
a) O texto é realizado individualmente;
b) Cada participante só pode apresentar um texto;
c) Os textos concurso não devem ter mais de o equivalente a uma página A4 (até 500 palavras);
d) Os trabalhos deverão ser redigidos em língua portuguesa;
e) Deverão subordinar-se ao tema “Ler muda vidas”.
O trabalho deve ser enviado para o email: concursolermudavidas@gmail.com
Toda a informação no evento no Facebook em https://fb.me/e/1BONJ0wsG
“Quando acordei hoje de manhã, eu sabia quem eu era, mas acho que já mudei muitas vezes desde então.”
in “ Alice no país das maravilhas” Lewis Carroll
Um ano de prática e de reflexão sobre a nova relação didatica em ambientes de aprendizagem a distância na metodologia de pesquisa-formação articulada às histórias de vida.
Um ano de fortalecimento de parcerias na construção de conhecimento.
Um ano de desafios e muitas aprendizagens para os candidatos e elementos da equipa.
Através do processo RVCC, ganhei novamente o gosto pela escrita que tinha perdido com o passar do tempo e fez-me pesquisar. Permitiu-me olhar de dentro para fora de mim própria e do mundo, colocar em palavras milhares de pensamentos presentes na minha mente. Fez-me recordar e reviver momentos da minha vida. (…)
Assisti a documentários, tais como, “Lixo Extraordinário”, “Seremos História” e o filme “O Carteiro de Pablo Neruda” pelos quais me deixar fascinar. Fizeram refletir e aprender.
Acima de tudo foi muito isso… O processo RVCC fez-me parar e refletir sobre assuntos que na pressa do meu dia-a-dia passavam despercebidos.
Carolina Matias – Candidata do processo RVCC – NS
Desafio é a palavra para caracterizar a minha passagem pelo Processo de RVCC. O cumprimento de horários, a realização de atividades e a necessidade de vir três vezes por semana ao Centro foi exigente. Confesso que, muitas vezes, não foi fácil conciliar a minha vida profissional e familiar com a construção do meu portefólio. (…)
No início, estava um pouco receosa do que me iria ser solicitado. Não pretendia expor a minha vida, mas sinto que a minha intimidade foi respeitada. Alterei a visão que tinha acerca do Processo de RVCC e, garantidamente, irei incentivar familiares e amigos a realizarem este processo.
Para além de valorizar os meus saberes, durante estes meses, tive também a oportunidade de adquirir outros conhecimentos. Refleti sobre as Fake News, aprendi o que foi o Protocolo de Quioto e a Cimeira de Paris e, muito importante, consultei, pela primeira vez, a Constituição da República Portuguesa.
O RVCC é um processo de aprendizagem que me proporcionou uma grande evolução a todos os níveis.
Graças a muita pesquisa e sessões via Teams e também presenciais, a visualização de filmes/documentários, leitura de livros, etc… aumentei a minha cultura geral. Melhorei a minha escrita, a minha fluência na língua portuguesa, mas também as minhas competências a nível informático. Graças à elaboração do meu portefólio em suporte digital, desenvolvi os meus conhecimentos no word, mas também explorei as potencialidades da plataforma TEAMS ao longo das sessões a distância.
Deixei-me fascinar pelos temas desenvolvidos, principalmente a arte contemporânea a partir de lixo. Gostei de refletir sobre o aquecimento global e a importância das energias alternativas. Com a área de Cidadania e Profissionalidade, fui conduzido a ver o filme “A Lista de Schindler”, que desconhecia embora já seja um filme antigo. Também foram importantes as atividades propostas para evidenciação de competências em língua francesa para me ajudar a refletir e escrever pois raramente acontece. Também devo dizer que me deu gozo pesquisar sobre a Poste e ficar com uma melhor consciência das políticas ambientais, a ética e a organização da empresa onde me encontro a trabalhar.
Confesso que não gostei de visualizar o filme “O velho que lia romances de amor” baseado na obra de Luís Sepúlveda. Tive grandes dificuldades de compreensão e apresenta imagens chocantes, em especial a do “dentista”. Gostei no entanto da personagem do José Bolivar e das imagens da floresta da Amazónica. Foi sem dúvida uma estratégia marcante para me ajudar a refletir sobre a problemática da destruição progressiva do pulmão da terra, mas também da leitura como antídoto do envelhecimento.
As videoconferências para as quais fui convidado em participar, foram todas muito produtivas, mas aprendi sobretudo muito com o jovem palestrante, Pedro Santos, sobre o tema “As diferentes estruturas políticas e os novos populismos”. Ajudou-me a ver a política com outros olhos. Também gostei muito da atividade realizada na biblioteca escolar “Missão Fugir” pois tivemos de desvendar enigmas em grupo, o que foi muito desafiante.
É impressionante tudo aquilo que aprendi e o gozo que me deu fazer todo este processo!
Estando a trabalhar no estrangeiro fiquei agradavelmente satisfeito com o desenrolar do meu processo, da forma como a equipa foi-me apoiando a distância. As sessões a distância foram muito construtivas, fiquei com a sensação que se aprende de igual forma como sendo presencial. Ganha-se tempo, evitam-se deslocações e torna-se mais confortável.
Por tudo o que acabo de referir, estou feliz e dinamizado para continuar a estudar. Agradeço a toda a equipa que possibilitou a concretização deste sonho.
Gonçalo Oliveira – Candidato do processo RVCC – Nível Secundário
A sessão de formação complementar de TIC do dia 9 de junho de 2021 foi a distancia, através da plataforma TEAMS. Apesar de eu por vezes fazer videochamadas com familiares, ter uma sessão do processo de RVCC por esta modalidade, foi uma experiência muito diferente do habitual e por isso gostei, mas não significa que tenha sido melhor, pois nada substitui o contacto presencial. Foi mais um desafio.
Assim que entrei no Centro Qualifica e me disseram que iria ter uma surpresa, não fazia ideia do que seria. Era a primeira sessão de formação complementar de TIC e achei estranho não ver nenhum formador. Disseram-me para me sentar ao computador e foi nesse momento que percebi que o formador estava no ecrã. No início, foi um pouco assustador porque era tudo novo. Apesar de explicar tudo muito bem, ser paciente e colocar-me à vontade, senti receio de errar nos exercícios que me eram propostos.
Além de ser o meu primeiro contacto com o TEAMS, foi também a minha primeira sessão sobre Excel, que é um programa que permite construir gráficos e tabelas que podem ajudar-nos no nosso dia a dia.
Construí uma tabela com as minhas despesas mensais e percebi que esta ferramenta pode ser muito útil para me auxiliar na gestão do meu orçamento familiar com diferentes folhas de cálculo. A certa altura, tive o apoio da formadora de MV, que ao meu lado, me foi ajudando em todos os passos e funções do programa Excel. Até me senti especial por estar a ter uma sessão com dois formadores que me ajudavam a fazer as atividades propostas!
À medida que a sessão foi decorrendo fui ficando cada vez mais à vontade. Se voltar a ter mais sessões nos mesmos moldes já não irei achar tão estranho e não sentirei tanto receio porque já sei o que me espera.
Local: Escola Secundária de Pombal Data de início: 29 de junho Segundas e Quartas – Das 19:00 – 23:00
Aprender a promover formas de interação positiva no contexto das rotinas diárias, promotoras do desenvolvimento e bem estar da criança e do jovem com necessidades educativas específicas.
No dia 10 de maio de 2021, pelas 20 horas, participei, na Biblioteca Escolar da Escola Secundária de Pombal, à Tertúlia “Oh, meu Pombal”, integrada na Semana Aberta do Agrupamento de Escolas de Pombal, com a presença dos palestrantes Dr. Nelson Pedrosa, Dr. Filipe Eusébio e Dr. Sérgio Marques, que apresentaram aspetos da história e da arte da e na cidade de Pombal.
Assim que entrei na biblioteca senti-me bem, o ambiente era acolhedor, fomos recebidos de forma calorosa.
A tertúlia destinava-se aos formandos do processo de RVCC do nível básico e do nível secundário, aos formandos do curso de Educação e Formação de Adultos (EFA) e era transmitida, via TEAMS, para todos os formandos que não puderam estar presentes.
A sessão começou com um momento musical. As alunas Carolina Lopes, Juliana Mendes e Rita Martins interpretaram a canção “Oh, meu Pombal”. Como fui com 12 anos para a França e aos 15 para a Suíça e apenas regressei a Pombal em 2020, não conhecia esta canção. Transcrevo uma quadra que faz alusão às tradicionais festas do Bodo:
Vejo dali Pombal todo,
Cercadinho de olivais
Vejo as Festas do Bodo,
Música, fogo, arraiais
Seguidamente, o Dr. Nelson Pedrosa fez uma apresentação do castelo de Pombal com imagens antigas e fotografias mais recentes. Foi contando de forma entusiasmante a história do surgimento, decadência e reconstrução deste monumento. Foi uma apresentação enriquecedora que permitiu reviver a História rica da nossa cidade.
O Dr. Filipe Eusébio fez uma apresentação muito cativante da Casa Varela, nomeadamente as suas origens, utilização ao longo dos anos e a sua atual função. Foi muito bom ficar a saber que Pombal tem, neste momento, um espaço reservado a todos os artistas pombalenses, e não só, que queiram mostrar os seus trabalhos. Esta é, sem dúvida, uma forma de fixar no concelho de Pombal os artistas locais, evitando que eles tenham de se deslocar para mostrarem as suas criações artísticas. Deixou ainda um convite a todos os participantes para visitarem aquele espaço onde agora se pode apreciar a Arte. Fiquei muito curiosa e em breve espero lá ir.
Por fim, o Dr. Sérgio Marques apresentou o seu trabalho artístico enquanto ilustrador. Começou por fazer uma partilhar connosco seu percurso profissional referindo, que há poucos dias, terminou o seu trabalho de ilustração dos muros junto à rotunda do IC2 do Alto do Cabaço. Destacou as histórias que pretende contar, quer nesse mural, quer nas ilustrações das paragens do Pombus. Apresentou uma faceta muito entusiasmante do trabalho dos artistas que, como ele, querem contribuir para um maior bem-estar dos cidadãos. Sem dúvida que o seu trabalho dá muita vivacidade e cor ao ambiente da cidade. Eu já tinha reparado nas ilustrações das paragens do autocarro, mas não fazia ideia de quem era a autoria. Depois desta tertúlia já voltei a passar por algumas e a forma como as observei foi diferente, pois estava mais atenta.
Para terminar este momento, as alunas de conservatório de música David Sousa brindaram de novo o auditório com a melodiosa e bela canção sobre a cidade de Pombal.
Seguiu-se um momento de confraternização com os sabores tradicionais, nomeadamente das fogaças e dos beijinhos de Pombal, acompanhados por um reconfortante chá.
A Tertúlia “Oh, meu Pombal” proporcionou-me uma excelente oportunidade de convívio e partilha de aprendizagens dinâmicas, entre professores, palestrantes e formandos.
A Companhia Própria está a promover a ação de formação, financiada pelo Programa Operacional Inclusão Social e Emprego, de Aquisição de equipamentos e serviços (Contratação Pública), com uma duração total de 25 horas, a decorrer em horário laboral, através da Plataforma MOODLE e ZOOM.
Ação em horário laboral – 28, 31 de maio e 1, 7, 8, 14, 15 e 18 de junho das 15h00 às 18h00/19h00
Esta ação de formação destina-se a ativos(as) empregados(as) (trabalhadores por conta de outrem ou por conta própria) com habilitações mínimas do 9º ano a residir e trabalhar na Região do Centro, Norte e Alentejo.
Para que seja possível efetuar a sua inscrição é necessária a seguinte documentação até dia 25/05:
Cópia do CC (caso autorizem)
Certificado de Habilitações
Declaração da entidade empregadora devidamente assinada e carimbada com o respetivo horário de trabalho ou documento comprovativo de atividade aberta. (no caso dos trabalhadores por conta própria)
Os Centros Locais de Aprendizagem (CLA) da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede em parceria com o Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Anadia, o Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas Lima-de-Faria Cantanhede e o Centro Qualifica da Escola Profissional de Agricultura e Desenvolvimento Rural de Vagos, organizam a ação de formação online de curta duração: “Desafios e práticas da Educação de Adultos nos Centros Qualifica”, nos dias 24 e 27 de maio, das 20h30 às 22h30.
A ação será certificada pelo Centro de Formação de Professores de Associação de Escolas de Beira-Mar (ação de formação de curta duração – 4h).
No passado dia 6 de maio, o Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Pombal retomou a realização das sessões de júri de certificação em regime presencial.
Esforço, assiduidade e resiliência foram os ingredientes principais que pautaram o percurso da Brigite e da Carla pelo nosso Centro. Gradualmente, foram saboreando a sua história de vida bem como as competências adquiridas e enriquecendo os seus conhecimentos, Ao longo dos sete meses do processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências, assistimos a uma recheada evolução das competências informáticas e de expressão escrita.
No dia da sessão de certificação, o olhar destas duas candidatas revelava não apenas alguma ansiedade, mas também uma enorme alegria por estarem próximas de cumprir um sonho antigo: a certificação de nível secundário.
Parabéns à Brigite e à Carla por todo o trabalho desenvolvido e votos para que esta certificação seja a origem de um trajeto repleto de bonitas aprendizagens.
– Metáfora, homem!
– Que coisas são essas?
O poeta pôs uma mão no ombro do rapaz.
– Para te esclarecer mais ou menos imprecisamente são maneiras de dizer uma coisa comparando-a com outra.
– Dê-me um exemplo.
Neruda, olhou para o relógio e suspirou.
– Bem, quando tu dizes que o céu está a chorar, o queres dizer?
– Que fácil! Que está a chover, pois.
– Bem, isso é uma metáfora.
– E porque é que sendo uma coisa tão fácil, se chama uma coisa tão complicada?
– Porque os nomes não têm nada a ver com a simplicidade ou complicação das coisas. Segundo a tua teoria, uma coisa pequena que voa não deveria ter um nome tão comprido como mariposa. Pensa que elefante tem o mesmo número de letras que mariposa e é muito maior e não voa – concluiu Neruda exausto. Com um resto de ânimo, apontou a Mário o caminho da calheta. Mas o carteiro ainda teve a presença de espírito para dizer:
– Poça, como eu gostava de ser poeta!
António Skármeta, in O carteiro de Pablo de Neruda (Ardente Paciência)
Dinamizada pelos Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta, decorreu no dia 07 de abril, com recurso à plataforma Zoom, uma sessão de esclarecimento sobre as oportunidades de acesso ao ensino superior.
A sessão foi vivida em dois momentos principais. Numa visita virtual pela Universidade Aberta, ficámos a saber que existe um leque variado de oferta formativa a distância (licenciatura, mestrado, doutoramentos, pós graduações) às quais qualquer cidadão maior de 18 anos se poderá candidatar.
Assim, para os candidatos do processo RVCC ou do curso EFA, existem duas modalidades de acesso ao ensino superior:
Num segundo momento da videoconferência, pudemos ouvir o testemunho emocionante de uma aluna da Universidade Aberta que após a realização de um Processo de RVCC, decidiu concretizar um sonho que estava arquivado: a conclusão de uma licenciatura em Educação. De forma entusiasta e clara, a aluna relatou a sua experiência no ensino superior através da formação a distância, demonstrando que nunca é tarde para concretizarmos os nosso sonhos. Salientou as mais valias pessoais e profissionais que esta formação lhe trouxe e as vantagens deste tipo de ensino para poder conciliar com as responsabilidade familiares e profissionais.
Os Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta organizam a sessão de esclarecimento “Ensino Superior – uma oportunidade à sua medida” que tem lugar a 7 de abril, entre as 18 e as 19 horas (horário de Portugal Continental), na plataforma Zoom.
A sessão é dedicada ao acesso à Universidade Aberta, nomeadamente, através do acesso específico e de Maiores de 23 anos (ACFES) que têm candidaturas abertas até 4 de maio.
Quais as condições de acesso? Qual o investimento a efetuar? Qual o modelo pedagógico da Universidade Aberta? Estas são algumas das questões que poderão ser esclarecidas na sessão que conta ainda com o testemunho de uma antiga estudante da Universidade Aberta, outrora uma adulta com percurso de qualificação num Centro Novas Oportunidades.
O evento destina-se ao universo dos Centros Qualifica, designadamente aos adultos que se encontram em processo de qualificação, mas também aqueles que já terminaram o seu percurso de qualificação. Assim, desafiam-se os Técnicos de Orientação, Reconhecimento e Validação de Competências e os Formadores a marcarem presença nesta sessão, pois a Universidade Aberta apresenta-se como uma oportunidade para os adultos dos Centros Qualifica prosseguirem a sua formação.
A participação é gratuita, mas está sujeita a inscrição prévia até 6 de abril através de formulário disponível em https://bit.ly/3si9b0x:
E um mês depois, voltámos às nossas sessões de certificação, com recurso à plataforma Teams.
Motivado e empenhado em concluir um dos seus projetos de vida, desde a primeira sessão que o Luís, com confiança e afinco, foi desenhando as linhas do seu portefólio reflexivo de aprendizagens, polindo com o apoio da equipa todas as dúvidas e incertezas que lhe iam surgiam.
Para si, o Processo de RVCC era o motor para a sua valorização pessoal e a oportunidade de adquirir novos conhecimentos e, por isso, revelou sempre uma postura atenta e curiosa em todas as sessões de reconhecimento de competências e de formação complementar.
Ontem, finalmente, conseguiu encerrar um dos capítulos da sua vida: a conclusão do ensino secundário. Mas tal como Piaget um dia referiu, “a principal meta da educação é a criação de homens que sejam capazes de fazer coisas novas e não simplesmente repetir o que outras gerações já fizeram” e, por isso, desejamos que a concretização deste objetivo seja apenas o início de uma vida repleta de novas descobertas e intensas aprendizagens.
No dia 09 de março, às 21:00, através da plataforma Zoom, o Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Pombal associa-se à Tertúlia Leituras sem Fronteiras no Feminino, organizada pelo Instituto Piaget-Almada com o apoio do PNL2027.
Com as atividades letivas presenciais suspensas, foi com recurso à plataforma Teams que mais um candidato do nosso Centro Qualifica, viu reconhecidas e certificadas as competências que adquiriu ao longo da sua vida.
Apesar de ser detentor de uma história de vida riquíssima em aprendizagens não formais e informais, este candidato entendia que a não conclusão do ensino secundário era uma lacuna que desejava limar, logo que a vida lhe oferecesse essa oportunidade e foi em setembro de 2020 que iniciou esta viagem.
De forma assídua, esforçada e empenhada, semana após semana, cuidadosamente, foi lapidando a grande pedra preciosa que era o seu portefólio reflexivo de aprendizagens e no dia 25 de fevereiro 2021, de sorriso no rosto e confiante das suas capacidades, relembrou que nunca é tarde para lutar pelos seus sonhos.
Como ele próprio menciona: “FORTE é aquele que não desiste dos seus sonhos mesmo com tantas dificuldades no caminho” e, por isso, desejamos que com esta certificação, consiga subir mais um degrau na aprendizagem e que continue a escrever o futuro com as cores da esperança e do conhecimento.
Desafiados a juntarem-se a uma campanha internacional de promoção da leitura, Europe Reads, os candidatos do processo RVCC , elementos da equipa técnico-pedagógica e a coordenadora da BE realizaram atividades de leitura em voz alta e produziram gravações de excertos de obras em português, francês e inglês.
Ler em Voz Alta é o Encontro com a História de Vida de um jovem carteiro que aprende com Pablo de Neruda a arte da poesia; de um automobilista que no meio de um engarrafamento descobre que está cego; de uma família francesa que opta pelo silêncio como forma de resistir ao ocupante alemão no contexto da segunda guerra mundial; de uma criança com leucemia que reinventa o Mundo sob a maravilhosa cor de fantasia; de crianças judias que partilham páginas dos seus diários durante o período do Holocausto; de um membro do Partido Externo, que trabalha para o Ministério da Verdade, e é responsável pela propaganda e pela reescrita da história; de um pequeno príncipe que vindo de outro planeta aprende como é fácil equivocar-se sobre a aparência das coisas e das pessoas; de um caracol que nos tansporta para a luta pela liberdade e o ultrapassar de barreiras; de um adolescente sírio que enceta uma longa viagem até à Alemannha…
Junte-se a nós no Encontro com Histórias de Vida e prepare-se para um Quiz sobre estas partilhas de leitura!
Face à evolução da situação epidemiológica verificada em Portugal nos últimos dias, foi determinada a suspensão das atividades formativas desenvolvidas em regime presencial.
Resiliência, empenho e humildade, foram três características que a Ana Paula e a Tânia revelaram na realização do Processo RVCC de nível secundário.
Conciliando os seus compromissos familiares e profissionais, esta duas candidatas, com percursos muito distintos foram, a cada dia, e com o seu o cuidado (re)construindo o seu portefólio, e seguindo viagem pelo reconhecimento dos seus saberes e competências.
O dia 22 de dezembro foi o culminar dessa exploração. Com alguma ansiedade à mistura, mas também confiança, estas duas candidatas provaram, uma vez mais, que as aprendizagens podem ocorrer nos mais variados momentos das nossas vidas e, por isso, foi com orgulho e uma forte emoção que viram que todo o sacríficio depositado neste projeto tinha-lhes valido apena.
Desejamos que a certificação de nível secundário seja uma janela de novas oportunidades para que possam continuar a escrever o futuro com as cores da esperança e do conhecimento.
Dezembro representa o fim de mais um ciclo. Coincidiu este fim com o encerrar do processo de RVCC para dois candidatos, no dia 17 de dezembro, contribuindo para o aumento das suas habilitações académicas para o 4.º e 9.º ano de escolaridade.
O caminho até esse momento nem sempre foi macio, pois os bancos da escola ficaram algures há 20 anos na história de vida de um destes candidatos e, para outro, há 40. Regressar ao mundo das aprendizagens, do pensamento reflexivo, da escrita, da leitura, do cálculo e das tecnologias revelou-se, porém, mais enriquecedor do que inicialmente poderiam prever. E, com o desenrolar das sessões, o gosto pela aprendizagem ao longo (e em todos os espaços) da vida ficou cada vez mais apurado.
Foi de coração cheio e com o começo de uma nova vida nas mãos que estes candidatos sentem que saíram do processo de RVCC. Que assim seja, efetivamente, e que este momento represente, para ambos, um impulso para abrir novas portas. E que este momento seja isso mesmo: o recomeço de uma nova jornada, com a luz que por vezes estes dias mais cinzentos de inverno escondem, mas que sempre existe.
Foi em março e julho do corrente ano que a Vitória e o Luís iniciaram a viagem pelo reconhecimento dos seus saberes e competências, aquiridos nos mais variados contextos das suas vidas.
Como qualquer viagem, nem sempre a velocidade foi constante: umas vezes com mais velocidade, outras vezes de forma mais branda, estes dois candidatos foram refletindo sobre a sua história de vida e contornando os obstáculos que se atravessavam no seu caminho, pois o destino era apenas um: a certificação de nível secunário.
Como disse Paulo Coelho, “o mundo está nas mãos daqueles que têm coragem de sonhar e correr o risco de viver os seus sonhos” e por isso, desejamos que a certificação alcançada, seja o início de um percurso formativo carregado de novas conquistas e aprendizagens.
Podemos compará-la a uma corrida. Uns correm mais velozmente, outros num ritmo mais lento, mas todos correm sem exceção. Não sabemos qual o destino final, mas todos estamos em movimento…
Realizar o processo RVCC foi como ir a correr ao lado de outros corredores, decidir respirar mais fundo e usar esta “alpondra” virtual para ganhar mais velocidade.
O facto de descolar do aglomerado de corredores, naquele compasso e ritmo constantes, deu-me uma perspetiva sobre o “mundo” de assistência que nos observa, e uma visão mais clarividente daquilo que temos pela frente.
No momento do arranque pensei se teria fôlego suficiente para aguentar a “arrancada”. Mas à medida que fui impulsionando os movimentos a confiança foi aumentando. Apesar dos desafios e da distância considerável, os aplausos do público bem como as palavras de incentivo , foram um tónico extra para não baixar o ritmo.
A estratégia estava definida. Estar focado, sem distrações. Mais, as orientações e sugestões dadas pelos treinadores também foram determinantes.
Correr segundo as regras e respeitar os tempos mínimos de cada volta, foram imprescindíveis em cumprir o objetivo final, cortar a meta.
À medida que corria as imagens mentais de atletas veteranos e campeões, dos quais li, ou visionei sua história quais exímios competidores, ajudaram a ter a energia suficiente para não desistir, a relevar a dor e o desconforto muscular e a dizer no final, Bravo!…
…a vitória foi de todos!
João Domingues – Candidato do processo RVCC de nível secundário
Alicerçada no objetivo comum de contribuir para o aumento das qualificações da população, surge a colaboração dos Centros Locais de Aprendizagem da Universidade Aberta em Ansião e em Cantanhede com os Centros Qualifica dos Agrupamentos de Escolas de: Águeda Sul, Anadia, Lima-de-Faria, Pombal e Sertã, da Escola Profissional de Sicó e do Instituto Vaz Serra, para a realização da ação de informação online intitulada ‘Ensino Superior: uma escolha possível’.
Esta ação visa dar a conhecer a Universidade Aberta, Instituição Pública de Ensino Superior a Distância, que se apresenta como uma possibilidade para a população adulta conciliar a sua vida profissional e pessoal com a continuidade do seu projeto educativo.
A ação será realizada online, através da plataforma ZOOM, na terça-feira, dia 17 de novembro, às 19h30, tendo a duração prevista de 1h.
AAssociação Portuguesa de Educação e formação de Adultos, APEFA promove e convida a assistir, na próxima segunda-feira, dia 19 de outubro, das 14:30 às 17:30, à Conferência de Encerramento da Iniciativa Nacional, “Setembro Mês da Alfabetização e das Literacias“.
Destacamos aparticipação do Senhor Secretário de Estado Adjunto e da Educação, Professor João Costa e da Comissária do Plano Nacional de Leitura, Drª Teresa Calçada, que refletidos caminhos e estratégias de EFA, literacias e Felicidade e de Liberdade, tão notoriamente requeridos nestes tempos atípicos e únicos que vivemos.
O evento é o corolário da Iniciativa Nacional de Educação e Formação de Adultos, “Setembro, Mês da Alfabetização e Literacias“, que uniu Portugal, continente e ilhas, em redor de questões emergentes das literacias da leitura, da escrita e do digital, com centenas de eventos dinamizados pela maior diversidade de atores territoriais.
Deixamos o link de inscriçãopara os docentes que pretendam Certificação desta Conferência, para efeitos de progressão da carreira docente : https://bit.ly/2SYjM0G
Hoje em dia as redes sociais assumem um papel preponderante na forma como apreendemos o mundo e temos acesso à informação, pelo que é necessário percebermos quando estamos perante uma notícia falsa e que tipo de atitude devemos adotar. Neste sentido, e dando resposta a um pedido do Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Pombal, os Centros Locais de Aprendizagem de Ansião e Cantanhede, estão a promover a sessão de informação online “Desinformação: verdade ou mentira nas redes”, a decorrer no dia 15 de outubro, pelas 20h, dinamizada pelo Professor Leonel Morgado da Universidade Aberta.
Esta sessão tem como principais destinatários, técnicos, professores, formadores, formandos e candidatos afetos aos Centros Qualifica irá decorrer na plataforma Colibri (Zoom).
A inscrição é gratuita mas obrigatória até o dia 13 de outubro em https://bit.ly/2HOBi5p
No âmbito de uma iniciativa nacional SMAL – Setembro Mês da Alfabetização e Literacias, o Centro Qualifica, em articulação com a coordenadora da Biblioteca Escolar, a professora Fernanda Gomes, propôs um espaço de leitura e de escrita criativa: “O meu nome faz história”.
A atividade decorreu num ambiente acolhedor, na biblioteca da Escola Secundária de Pombal, na tarde de 24 de setembro e destinou-se os candidatos em processo de RVCC de nível básico. Partindo da leitura em voz alta de alguns excertos do discurso que o escritor José Saramago proferiu na solenidade da entrega do prémio Nobel de Literatura, a 07 de dezembro de1998, os candidatos puderam conhecer um pouco da obra deste grande escritor de origens humilde. Linha após linha, foram acompanhando a evocação dos avós de José Saramago, o analfabetismo, a dureza da vida no campo, mas também os seus genereros ensinamentos.
De seguida, a partir das letras do nome de cada um dos intervenientes, com o apoio dos formadores de Linguagem e Comunicação, os candidatos foram desafiados a entrar no mundo dos anagramas e a criar, também eles, uma pequena história fazendo uso de muita imaginação.
O ambiente participativo e lúdico foi motivador para o exercício da leitura e da escrita, mas também constituiu um pequeno contributo para o despertar os sentidos da vida pela oportunidade de novos olhares.
Aderindo à iniciativa da APEFA, no dia 24 de setembro, pelas 14;30 horas, o Centro Qualifica, em articulação com a Biblioteca escolar do Agrupamento de Escolas e Pombal, irá proporcionar aos candidato do processo RVCC de nível básico, um espaço de escrita criativa: “O meu nome faz história”.
Entre a afirmação da relevância de iniciativas do nosso Centro e a adaptação a novas estratégias pedagógicas, eis o balanço de um ano letivo marcado pela pandemia.
Um agradecimento muito especial a cada um dos membros da equipa e formadores externos que remaram juntos por mares nunca antes navegados.
Uma palavra de apreço a todos os candidatos e formandos pelo esforço e empenho redobrado neste ano particularmente desafiante.
Que as imagens dos pontos altos do ano letivo 2019-2020 nos impregnem de dinamismo para preparar o início do próximo.
Refletir sobre a atividade educativa e formativa num contexto de diversidade cultural afigura-se sempre um desafio se olharmos à nossa volta e observarmos com redobrada atenção os fluxos migratórios de que a sociedade atual está impregnada. Não menos desafiante é, para quem trabalha na área da educação e da formação, atender a essa diversidade, no pleno respeito pelo que de mais específico tem cada Pessoa e cada cultura que nos procura.
Foi precisamente com o objetivo de apoiar no processo de desconstrução de estereótipos, analisar e compreender processos de exclusão, melhorar a capacidade de entendimento sobre outras culturas, aprofundar o conhecimento sobre a situação das comunidades ciganas e de comunidades imigrantes em Portugal e apoiar na identificação de estratégias de comunicação que a ANQEP convidou o Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas de Pombal a participar na ação “A formação profissional num contexto de diversidade cultural”. Com recurso a uma modalidade formativa à distância, tão apregoado pelos tempos que vivemos, foi através do Microsoft Teams que nas tardes dos dias 20, 21 e 22 de julho elementos de diversas entidades, de norte a sul do país, se juntaram para refletir sobre o tema.
Pela porta do nosso Centro têm entrado cidadãos com raízes culturais distintas da ocidental e que procuram formação de Português para Falantes de Outras Línguas, mas também pessoas ciganas, cujos valores e conduta se projetam na sua forma de Ser, de Estar e de Fazer. Esta formação proporcionou a oportunidade de refletir sobre a cultura cigana, programas e projetos dirigidos às comunidades ciganas (sendo o 3I – Intervir, Integrar, Incluir um deles e com o qual o Centro estabeleceu parceria) e estratégias de comunicação e intervenção.
Estamos, de facto, perante mundos dentro do mundo e ao Centro Qualifica compete, cada vez mais, perspetivar-se como uma porta aberta fora de portas e sensibilizar a população para a importância da educação e da formação que, mais do que um dever, devem ser entendidas como um direito.
“Leituras com Arte” foi o caminho escolhido no presente ano letivo no Centro Qualifica para despertar o gosto pela leitura, a sua capacidade mágica de nos fazer viajar de expandir o nosso mundo interno. Com atividades diversificadas, proporcionámos aos candidatos do processo de RVCC e formandos do Curso EFA do nosso Agrupamento a aventura do encontro com os livros, suas personagens e autores.
“Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. Foi este um dos lemas que conduziu o Processo RVCC dos três candidatos que prestaram prova de certificação de nível secundário, no dia de 22 de julho, uma vez que apesar das diferentes contrariedades que encontram ao longo destes meses de trabalho, o objetivo esteve sempre presente: alcançar a certificação de nível secundário.
É de destacar que em todos estes três percursos, a humildade, a boa disposição e a determinação foram ingredientes fundamentais para que as adversidades encontradas se transformassem em oportunidades de aprendizagem e crescimento pessoal.
A riqueza dos seus portefólios, a par da serenidade e confiança demonstradas em prova de certificação espelham a legitimidade de que a Carolina, o Luís e o Pedro são merecedores da valorização das suas histórias de vida e dos seus saberes intrínsecos.
Parabéns aos três candidatos pela certificação alcançada e fazemos votos para o ensino secundário seja o primeiro registo para um interessante e profícuo percurso formativo, lembrando-se sempre de que o que interessa em qualquer trajeto, não é o ponto de partida, mas sim o ponto de chegada.