No dia 24 de fevereiro de 2021, realizou-se uma palestra, por videoconferência, dinamizada pela Dr.ª Maria José Canelo do CES (Centro de Estudos Sociais) da Universidade de Coimbra, no âmbito da atividade integradora do Curso EFA “Como podemos viver todos juntos? Desafios da diversidade cultural”. Foi abordado o tema “EUA/México, o Muro de Trump e o sonho americano- uma leitura cultural”.
A palestrante começou a sua apresentação mostrando imagens de uma série de muros. Existem muitos países no mundo, inclusivamente na Europa, que já edificaram muros. Alguns já foram derrubados e outros permanecem intactos. São exemplos dos que permanecem intactos o que separa Israel da Palestina, “Checkpoint Bethlehem/Jerusalem” ou o que separa a Irlanda do Norte e a Irlanda do Sul, estranhamente conhecido como “Muro da Paz” “Peace Wall, Shankhill Road” em Belfast. Todos eles são fruto de ódios, discriminação, violência e outros sentimentos inconfessáveis, incontroláveis e sobretudo incompreensíveis.
O Muro de Trump tem sido mais mediatizado. O principal intuito desta construção foi travar a migração ilegal.
Uma fronteira é um mecanismo de controlo social, gestão da população, num âmbito de um estado-nação e um instrumento de exclusão. As fronteiras não são naturais, são produto da história. Elas servem para uma pretensa proteção das nações, organização do território, delimitação dessas nações, respeito pelas soberanias nacionais e para afastar os “não-desejáveis. Mas estes muros, assim como as fronteiras, não impedem que os povos os passem. De uma maneira ou de outra, todos tentam ultrapassar estas barreiras, porque não têm nada a perder. No entanto, não se pode deixar de lamentar dez mil hispânicos que já morreram a tentar passar a fronteira.
Neste momento, vivem nos Estados Unidos cento e onze milhões de hispânicos correspondendo a um quarto da população. Destes, dez a onze milhões são indocumentados e tentam ao máximo não ser vistos. Trabalham e cumprem com todas as regras, mas não têm direito a qualquer regalia de segurança social. A professora Maria José sublinhou que agora eles têm uma enorme esperança de que possam ser legalizados, pois o presidente Biden prometeu que iria criar legislação nesse sentido.
Nesta sessão, refletimos o quão mesquinho pode ser o ser humano ao considerar o seu semelhante inferior e sem direitos iguais só porque é de outro país ou tem outra cor de pele ou outra religião.
Formandos do Curso EFA