No dia 8 de maio, realizou-se uma tertúlia no auditório da Escola Básica Marquês de Pombal sobre Igualdade de Género, Educação, Saúde e os 50 anos do 25 de abril, no âmbito do trabalho de projeto de Cidadania e Desenvolvimento de um grupo de alunos do 6.º G e na qual estiveram presentes as convidadas Andrelina Lopes e Isabel Gonçalves (respetivamente docente aposentada do 1.º CEB e médica especialista em Medicina Geral e Familiar, aposentada , do Centro de Saúde de Pombal), às quais agradecemos a disponibilidade, a amabilidade e o empenho com que encararam o desafio.
Na presença dos seus colegas de turma e das suas professoras de Cidadania e Desenvolvimento e de História e Geografia de Portugal, o grupo constituído pelos alunos Gabriela Balocas, Kevin Fernandes, Mafalda Lopes e Samuel Santos orientaram a tertúlia, com o objetivo de serem partilhadas as vivências das convidadas, relativamente ao antes e após o 25 de Abril, particularmente no que respeita à Igualdade de Género na Educação e na Saúde.
Foram feitas algumas perguntas, nomeadamente : ”Como eram as aulas antigamente?”, “Antes do 25 de abril era possível às mulheres terem acesso ao ensino superior? Podiam tirar o curso de medicina e exercerem a profissão?“. As convidadas deram respostas muito interessantes, já que testemunharam uma realidade muito distante da dos alunos. O tempo revelou-se escasso para tanto que havia para questionar e partilhar…
Uma área curiosa, partilhada e refletida, foi a evolução dos recursos humanos na Saúde , no que diz respeito à Igualdade de Género. Antes do 25 de abril, a Medicina era exercida quase exclusivamente por homens, existia a masculinização da Medicina; contrariamente existia a feminização da Enfermagem, as enfermeiras não podiam casar nem ter filhos. Após o 25 de abril ocorreu a mudança da Medicina para o feminino, com a prevalência das mulheres, que na atualidade representam entre 60 a 70% dos alunos nos cursos de Medicina.
Também se refletiu sobre o 25 de abril de 1974 como um marco importante no que respeita à evolução dos cuidados de saúde primários, já que trouxe uma mudança significativa na saúde dos portugueses com a criação do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que estabeleceu o direito universal à proteção da saúde, independentemente da condição económica e social. Com a implementação do SNS houve melhorias notáveis, como a drástica redução da mortalidade infantil e o aumento considerável da esperança média de vida dos portugueses. O planeamento familiar também sofreu transformações significativas, antes da revolução o aborto clandestino era uma realidade que tirava a vida a muitas mulheres, já que o planeamento familiar estava limitado por questões religiosas e culturais; com a revolução houve um maior acesso a métodos contracetivos, à educação sexual e, anos mais tarde, com a aprovação da legislação sobre a IVG (Interrupção Voluntária da Gravidez) .
Ao longo de toda a conversa constatou-se que as diferenças de género diminuíram muito com o 25 de abril, quer na Educação, quer na Saúde, mas continua a ser necessário promover a Igualdade de Género, de modo a que tanto os homens como as mulheres, como as raparigas e os rapazes, todos sejam livres de seguir o caminho que escolherem para a sua vida e tenham as mesmas oportunidades.
Os alunos, Gabriela, Kevin, Mafalda e Samuel e a docente Sónia Marques