Lutar contra a desinformação – Palestra com o jornalista Carlos Almeida


No passado dia 16 de maio, assistimos à palestra “Lutar conta a desinformação”, no auditório da Escola Secundária de Pombal, com o jornalista Carlos Almeida, do jornal Região de Leiria.

Depois da sua apresentação e do jornal onde trabalha, o jornalista chamou a nossa atenção para a manipulação da informação salientando os perigos acrescidos da inteligência artificial.

Ajudou-nos a refletir sobre como devemos fazer para distinguir as notícias verdadeiras das falsas. Já tínhamos abordado este tema nas sessões de Português Língua de Acolhimento, na UFCD 6401UI (Atualidades), com a formadora Gina Ribeiro, mas a palestra foi muito enriquecedora.

 

Os formandos de Português Língua de Acolhimento B/B2

 

De forma entusiasta, com sentido de humor e recurso a imagens apelativas, o jornalista Carlos Almeida começou por fazer a analogia entre o telemóvel e os seres humanos que têm “um processador capaz de fazer o download e recriar o conhecimento acumulado por milhões que nos antecederam”. Mas o saber acumulado permite-nos aprender coisas que contrariam os nossos sentidos. Provou-o  com a fórmula de Einstein que diz que o tempo passa diferente em sítios  diferentes. Assim, o jornalista sublinhou que nem tudo o que vemos é necessariamente verdade.

Continuando com a analogia com o telemóvel, apresentou a Constituição da República Portuguesa como sendo o nosso sistema operativo.

Destacou o artigo 38º

(Liberdade de imprensa e meios de comunicação social)

  1. É garantida a liberdade de imprensa.
  2. A liberdade de imprensa implica:
  3. a) A liberdade de expressão e criação dos jornalistas e colaboradores, bem como a intervenção dos primeiros na orientação editorial dos respectivos órgãos de comunicação social, salvo quando tiverem natureza doutrinária ou confessional;
  4. b) O direito dos jornalistas, nos termos da lei, ao acesso às fontes de informação e à protecção da independência e do sigilo profissionais, bem como o direito de elegerem conselhos de redacção;

Apresentou exemplos de notícias falsas para vender mais. Fez referência a “The great Hoax”- Seis artigos publicados no verão de 1835 no The Sun- Nova Iorque.

Continuou dizendo que a forma como nós vemos o mundo pode ajudar-nos a passar mensagens erradas. Referiu uma situação que aconteceu em 1933. Arminda de Jesus foi queimada viva pelos seus vizinhos por acharem que era a única forma de expulsar o demónio que estava dentro dela. Fixei a expressão “nós não sabemos o que não sabemos”.

De marcante também foi a comparação dos escaravelhos encima de uma garrafa de cerveja que traduz a nossa dependência em relação às redes sociais. O jornalista falou de uma armadilha evolutiva. Somos vitimas da guerra da informação.

Terminou a sessão com um assunto muito atual, a inteligência artificial (IA) e as vantagens e perigos que traz consigo. A partir de agora, já não podemos acreditar naquilo que vemos ou ouvimos. O jornalista deu o exemplo  de uma publicidade a uma aplicação na qual intervinha Cristiano Ronaldo a incentivar a compra do produto. Na verdade, houve manipulação da imagem e voz do futebolista.

 

José Santos – Candidato do processo de RVCC Nível Secundário