No dia 4 de dezembro de 2024, o auditório Dra. Gabriela Coelho foi palco de uma videoconferência envolvente com o professor Joaquim Eusébio, intitulada “À Descoberta da Globalização”. O evento começou às 20h00 e o professor Joaquim Eusébio, historiador e antigo professor da Escola Secundária de Pombal, participou remotamente a partir do Canadá onde se encontra agora a residir.
A apresentação começou com o professor a ler uma definição do conceito de globalização retirada da IA (Copilot), sem qualquer adaptação, enquanto a audiência acompanhava os slides escuros. Após revelar a origem da definição sublinhando a importância da globalização digital, o professor cativou os presentes de modo particular ao usar o exemplo da morte da Princesa Diana para ilustrar a globalização. Destacou como uma princesa inglesa, com um namorado egípcio, que morreu em Paris, vítima de um acidente de viação num automóvel alemão… se tornou um fenómeno global.
De seguida, com uma referência ao neoliberalismo e à criação dos grandes grupos económicos, o professor Eusébio recuou no tempo para explorar as raízes da globalização. Começou pelo Império Romano e o Mediterrâneo, descrito como “o mar que fica entre terra”, um espaço vital para a circulação de bens e da própria língua. Também fez referência à Idade Média e à Rota da Seda, que ligava o Médio Oriente ao Ocidente, trazendo especiarias e influências culturais. A viagem de Vasco da Gama em 1497 foi destacada como um feito extraordinário do ponto de vista científico, comparável a uma viagem espacial nos dias atuais. No entanto, o professor alertou para a hipervalorização desse feito, lembrando que a frota de Vasco da Gama foi apenas mais uma que chegou a Calecute e que nosso Império era bem diminuto em comparação com o dos espanhóis, ingleses, holandeses e franceses.
Finalmente, o professor resumiu as vantagens da globalização, referindo a aproximação cultural, a superação das distâncias geográficas e o desenvolvimento económico pois hoje quem produz não pensa apenas no mercado nacional, mas sim no mundial. Também abordou as desvantagens desse fenómeno, incluindo a desigualdade económica e a uniformização cultural que leva ao desaparecimento de culturas locais. Além disso, destacou o impacto ambiental e os recursos naturais necessários para sustentar o desenvolvimento tecnológico.
Para concluir sua intervenção, com uma nota de humor no recurso a cartoons sublinhou que tudo depende da perspetiva com que se observa a globalização, mas a escola deve formar cidadãos globais para que as gerações futuras possam enfrentar desafios como o aquecimento global.
Foi uma abordagem que deixou os presentes com muito em que pensar sobre o mundo interconectado em que vivemos. Tivemos também a oportunidade de descobrir um grande senhor: o Professor Joaquim Eusébio, que mesmo à distância, no Canadá, conseguiu transmitir o seu vasto conhecimento e o seu gosto pela partilha de saber.
Os candidatos do Processo RVCC – Nível Secundário