A capa e o título deste livro fazem lembrar aqueles romances que contam histórias sentimentais e românticas, de leitura leve e fácil, geralmente com finais previsíveis e felizes, os chamados “livres à l’eau de rose” em francês… Nada disso!!!
Se não me tivessem aconselhado a sua leitura, talvez nunca teria lido.
“A Breve Vida das Flores” é um romance comovente e profundo, que proporciona uma reflexão sobre a finitude da vida, o legado que deixamos e como as pessoas lidam com a ausência.
Esta é a história de Violette Toussaint, a protagonista, guarda de cemitério numa pequena vila de Borgonha, personagem sofrida que conhece a rejeição, o luto e o abandono. Mas também é a história de encontros e resiliência. É uma grande lição de humildade e de vida que descobrimos neste livro. Violette é um exemplo de simplicidade. Essa combinação de tristeza e esperança oferece um equilíbrio que torna a leitura inspiradora e reconfortante.
A escrita de Valérie Perrin é sensível e repleta de imagens poéticas, o que torna a leitura uma experiência estética envolvente. O seu estilo rápido, rítmico e fluido assim como a forma como ela descreve as emoções e os cenários faz o leitor mergulhar completamente na narrativa.
Ao longo do livro, segredos do passado de Violette e das pessoas ao seu redor são revelados gradualmente, criando uma camada de suspense emocional. Esse elemento provoca a curiosidade do leitor, que deseja desvendar as peças deste quebra-cabeça humano.
Quando acabamos de virar as páginas, quase lamentamos que a história termine ali… teríamos continuado mais um pouco… queremos reler… isto não me acontece muitas vezes!…