Orhan Pamuk nasceu em Istambul, Turquia, a 7 de junho de 1952. É escritor e professor de literatura da Universidade Columbia localizada na cidade de Nova Iorque, vencedor do prémio Nobel da Literatura de 2006, sendo o primeiro turco a ganhar um Nobel e o escritor de maior sucesso comercial do seu país. Os seus trabalhos estão traduzidos em mais de cinquenta línguas. Como escritor continua “umbilicalmente” ligado à cidade onde nasceu.

Neste livro, o autor traça uma história afetiva da sua Istambul, revelando as personagens, as ruas e os becos, os grandes e os pequenos acontecimentos que definiram a sua vida.

O centro de tudo é o Edifício Pamuk, construção que no início da década de 50 abrigava, em vários andares, toda a família do autor. Circulando pelos corredores do edifício, o pequeno Orhan tenta dar sentido a coisas que vê, mas não entende por completo as ausências do pai, as fotografias espalhadas pela avó, o piano que todos os seus parentes têm nas casas, mas que nunca tocam.

Istambul fornece ainda um repertório de imagens com Pamuk a fazer de guia numa cidade de ruelas e edifícios arruinados, mas também de esplendorosos monumentos, vestígios do extinto Império Otomano, antes de levar o leitor a ver as cintilações do Bósforo. É uma reflexão sobre a cidade e o país, mostrando de que forma nascer num determinado lugar do mundo – e em determinado momento da História – nos molda enquanto indivíduos.

Pamuk tira da cidade a experiência que o conduziu à arte. É um livro poético e visual, um guia histórico e vivo de uma cidade que, hoje em dia, vive dias de terror. Um livro que não deixa de tecer algumas críticas à ocidentalização de Istambul – ou a uma ideia de globalização que tomou conta do planeta – mas que reserva outras viagens encantatórias.

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