O Rei do Volfrâmio


As guerras da primeira metade do século XX causaram morte, dor e destruição mas também enriqueceram muitas pessoas, por exemplo os volframistas. Portugal foi um dos principais exportadores de volfrâmio durante a Guerra Civil de Espanha e a Segunda Guerra Mundial.

O investigador João de Deus encontra-se no presente a fazer uma tese de doutoramento sobre o enriquecimento súbito dos volframistas e a sua queda na penúria do pós-guerra. Mergulhado numa perturbada vida amorosa, este professor investiga o percurso de Petrónio Chibante, o Rei do Volfrâmio, explorador da mina Paraíso, em Vilar das Almas. O doutorando acaba por descobrir em Chibante um “minério raro”…

João Boa Morte também é de Vilar das Almas, mas emigrante em França, desenraizado aqui e lá. Ao seu cuidado, morre lentamente a tia-avó Serafina Amásio, solteirona que, antes de a sua alma se libertar do corpo em França, vai convocar o passado de forma estranha. E a tia Serafina tem de voltar a Portugal para ser sepultada, numa epopeia pícara que só um João português poderia maquinar…

O romance O Rei do Volfrâmio  apresenta um passado histórico desconhecido por muitos de nós. Numa escrita ora comovente ora cómica ora séria, é a saga de um certo Portugal, cujas almas se alimentam de orgulhos duvidosos e portanto incapazes de se fortalecerem para futuro. Passado, presente e futuro cruzam-se, para levar o leitor a reviver os amores e desamores de cada época. A paixão e a racionalidade, a fraqueza tornada força, o amor e a traição nas suas mais variadas formas, sem dúvida sempre coexistiram e coexistirão nos homens e mulheres. Este lugar recôndito de Vilar das Almas é porventura o mundo inteiro.