Idade, oportunidade de aprendizagem


A idade é um dos escudos de proteção de muitos candidatos. Refugiam-se atrás dela para justificar aquela que acreditam ser a sua falta de capacidade para absorver novos conteúdos, para aprender ou imprimir mudanças nas suas vidas.

No entanto, com o curso natural das sessões do processo de RVCC, qual rio que segue, determinado, em direção ao mar, tomam lugar as expressões de fascínio perante cada novidade e conquista, o despertar para o mundo em redor e a assunção de compromissos concretos de intervenção. O denominador comum é, simultaneamente, o elemento mais distintivo de cada processo: a história de vida.

Muitas vezes familiarizadas com adversidades, encontram no humor e na boa disposição a força para avançar. Afinal, nem sempre os ventos são favoráveis e o importante é saber ajustar as velas para chegar a porto seguro e recordar que na tempestade há sempre uma âncora que nos traz ao presente: a nossa respiração. Além disso, numa embarcação é fundamental que exista trabalho em equipa para se conseguir remar no mesmo sentido e, para isso, por vezes basta que um elemento motive e incentive os outros. Foi o que aconteceu durante as sessões.

Desejamos que as três candidatas que obtiveram a certificação do 9.º ano, no dia 21 de dezembro, nela vejam um dos seus melhores presentes, que respirem para tomar balanço para seguir e que uma das mais valiosas lições que daqui levem seja o facto de não existir idade para aprender… porque toda a idade é uma oportunidade de aprendizagem.

Isabel Moio – Técnica de ORVC

A persistência é o caminho do êxito


Chamo-me Dina e tenho 49 anos, terminei o processo de RVCC de nível B3 em dezembro 2015. Para mim, este processo foi a valorização daquilo que fui aprendendo ao longo da vida, mas também uma oportunidade de ganhar mais conhecimentos.

Com a vida, aprendi a fazer as lidas domésticas e vários trabalhos agrícolas, a cuidar de crianças e idosos, a dominar técnicas de atendimento ao público no comércio e na restauração, a respeitar regras de higiene e segurança na cozinha e, graças à ajuda das minhas filhas, aventurei-me no mundo da informática.

Com este processo, pude relembrar os conhecimentos adquiridos nos meus tempos de escola e aprofundar outras matérias. Melhorei a minha capacidade de escrita, em especial nos domínios da ortografia e da acentuação, tomei consciência da importância da matemática no meu dia a dia, explorei mais algumas potencialidades do computador, refleti sobre os problemas da nossa sociedade e foi positivo relembrar factos históricos que permitiram que eu viva hoje numa democracia com direitos e deveres.

Tive a oportunidade, não só de trabalhar em grupo, com os meus colegas do processo RVCC, mas também individualmente, com a Técnica de ORVC e os formadores. Não foi fácil construir o portefólio e preparar-me para as provas, mas como afirmou Charles Chaplin, “A persistência é o caminho do êxito”. Estou muito orgulhosa por ter alcançado a meta. Quero agradecer a todos que me apoiaram ou seja a equipa do CQEP do Agrupamento de Escolas de Pombal,  à minha família e amigos.

Dina Faria

Candidata do processo RVCC – B3