Sob o mote “Liberdade, Desenvolvimento, Bem-Estar”, a Associação Portuguesa de Educação e Formação de Adultos (APEFA) realizou, no dia 5 de julho 2024, o X Seminário Nacional e II Internacional de Educação e Formação de Adultos, como tem sido seu apanágio ao longo dos últimos anos.
Este continua a ser dos poucos momentos em que os elementos das equipas dos Centros Qualifica, de norte a sul do país, têm oportunidade para se reencontrarem, estreitarem laços e partilharem dúvidas e preocupações. Uma das mais significativas: o presente e o futuro da Educação de Adultos. A este respeito, o Secretário Adjunto de Educação, Alexandre Homem Cristo, afirmou publicamente que a Educação e Formação de Adultos estará no horizonte político do Governo. De facto, a intermitência das políticas públicas nesta área, a marginalidade da EFA no sistema educativo português e os programas fluidos, concebidos ao ritmo das prioridades das forças políticas no poder, estiveram, uma vez mais, no centro do debate e das intervenções.
Apesar disso, é inegável que a Liberdade conquistada com o 25 de Abril de 1974 abriu caminho para o Desenvolvimento na Educação, refletindo-se em ganhos que não eliminaram o atraso histórico do nosso país nos níveis de escolarização, mas tem vindo a esbatê-lo. E foi esse Desenvolvimento e o Bem-Estar que proporcionou que levou a APEFA a homenagear Alberto Melo, Licínio Lima e Olívia Santos Silva pela dedicação à Educação e Formação de Adultos ao longo de décadas. Que saibamos nós, mais jovens, aprender com esse exemplo, experiência e legado e respeitar e dignificar tudo o que construíram.
No painel da tarde, Territórios e Instrumentos, o foco esteve nas intervenções das representantes do Pessoas 2030 e da ANQEP, que partilharam com os participantes não apenas o retrato atual (que mantém Portugal aprisionado num conjunto de fragilidades que perpetuam o défice de qualificações, competitividade e coesão social e territorial), mas sobretudo a esperança no trabalho realizado em rede pelas equipas dos Centros Qualifica, fora de portas, visando a mobilização de públicos que, tradicionalmente, permanecem mais afastados da educação e da formação, com a consciência de que se muito já se fez, muito mais há ainda por (e para) fazer.
Isabel Moio – Técnica de ORVC